Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Alfonso borrifou o perfume e se olhou no espelho. Era a terceira vez seguida que arrumava o terno. Por algum motivo sentia que aquele dia seria inesquecível, não pelo fato de ser seu aniversário, aliás nem ligava para isso, mas por sentir que grandes negócios seriam fechados e a “Hd Moda Design” entraria de vez no mundo seleto da moda.

Era estranho o fato de estar completando 29 anos, sozinho e em uma festa para empresários. Há alguns anos se imaginava já casado e com filhos para criar. Ah! Filhos! Era exatamente isso que o mantinha em pé: o fato de ter um filho perdido no mundo. Precisava encontrá-lo, queria aproveitar o resto da vida com ele ou ela.

O olhar caiu cabisbaixo. Refletiu triste sobre os anos de vida. Tudo poderia ser diferente, se há um ano Anahí não o tivesse deixado. Queria entender o motivo que a levou a tomar essa atitude, mas a única coisa que conseguia pensar era que ela foi embora devidamente acompanhada.

Eram coisas que ele queria e deveria esquecer. E sim, por mais difícil que fosse, tentaria. Abotoou o penúltimo botão da camisa e deixou o último aberto, sentia-se sufocado com tudo preso.

Pegaria um táxi até a casa de Ponce. Demoraria por volta de meia hora, mas ainda tinha tempo. Resolveu sentar e relaxar, não queria chegar tenso à reunião.

Não muito longe de lá, Anahí corria contra o tempo. Tinha acabado de sair do banho. Secava os cabelos ao mesmo tempo em que separava os brincos, o colar e pegava os sapatos.

Prendeu os cabelos em um coque displicente, mas bonito. Pegou o vestido e o admirou. Era do jeito que sempre imaginou que seria. Vestiu-o e colocou o cinto que demarcava sua cintura. Calçou os sapatos e partiu para a maquiagem. Deixou os olhos bem demarcados e passou um batom vermelho escuro, mas nada vulgar. Olhou-se no espelho. Agora só faltavam os brincos e o colar e pronto, estava maravilhosa.

E bem na hora. Ouviu o interfone tocar. Pegou a bolsa e saiu correndo, sabia que era Ponce que a aguardava. Desceu alguns lances de escada, já que o elevador estava demorando e logo estava dentro do carro dele. Cumprimentaram-se com um beijo na bochecha.

- Está linda Ana! – ele sorriu e a examinou dos pés a cabeça. Anahí enrubesceu.

- Obrigada Ponce!

- Fico feliz que tenha aceitado meu convite! – disse enquanto dava partida com o carro – Preparei uma grande surpresa para meu amigo!

- Imagino que ele deva ser seu melhor amigo...

- Não sei... Talvez sim pelo fato de eu não ter muitos amigos e ele ser um dos poucos que falo... Mas estou fazendo essa festa mais porque ele anda meio triste... Problemas de relacionamentos anteriores. – sorriu e deu uma picada rápida para ela.

- Entendo... – ela sorriu.

- Vou precisar da sua ajuda!

- Mas olha só! Estou sendo totalmente explorada! – riu – Primeiro fala que me chamou apenas para mostrar aos seus amigos que não está só e agora quer uma ajuda... Diga e verei se aceito... – cruzou os braços.

- Ana... É sério! – riu – A única pessoa que ele não conhece é você. A minha ideia é chamá-lo para um pequeno palco que terá, conversaremos sobre “negócios” – fez as “aspas” com as mãos, soltando o volante rapidamente – e no meio do blá blá blá você entra com o bolo, cantando parabéns! Simples!

- E durante todo esse tempo eu fico onde? – arqueou a sobrancelha.

- No interior da casa. A festa será na área de fora.

- Tudo bem! – sorriu.

Realmente, o universo conspirava para Anahí. Não teria tarefa melhor que aquela. Tinha tempo de sobra para revirar a casa, fazer a transferência e sumir de novo no mundo. Claro que iria fazer aquele pequeno favor a Ponce, apenas para ele não ligar os pontos. A casa estaria cheia e qualquer um poderia ser o responsável. Anahí não seria, não mesmo, afinal, quem duvidaria daquele rosto tão angelical?