Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Innocent

Capítulo 8 – Vazio

Alfonso seguiu para o hotel em que estava hospedado. Anahí apenas o observava, calada, uma expressão séria estampava o rosto dele. Chegaram lá e desceram do carro. Nenhuma palavra era necessária, ela apenas o seguiu.

Ele abriu a porta do quarto e a deixou passar. Anahí sentou no recamier verde musgo com a coluna ereta, estava tensa. Alfonso passou a mão no rosto e andava de um lado para o outro. Nenhum dos dois sabia como começar.

- Anahí...! – Alfonso falou por fim, tentava se manter calmo – Vou ser direto e fazer apenas uma pergunta: onde está meu filho?

- Aqui que não está! – debochou.

- Isso eu sei! – gritou – Vamos Anahí, diga logo!

- Olha aqui Alfonso! – revidou no mesmo tom – Eu não sou obrigada a ficar aqui escutando sua gritaria! Aliás, quem disse que você tem um filho?

- Ninguém me disse! – falou em um tom abaixo – Eu vi o teste de gravidez!

Anahí estremeceu e respirou fundo. Enfim teria que contar parte de seus segredos. Segurou as lágrimas o máximo que pôde, mas não conseguiu evitar que despencassem e rolassem por seu rosto. Não estava preparada para aquele momento, não depois de ter visto Alfonso com outra...

- E... – respirou fundo – E quem disse que estava grávida de você? – disse com a voz rouca pelo choro que a consumia.

- Eu sei! – respondeu somente.

- Como? Se há algum tempo me acusava de ter te traído com Anuar?

- Eu vejo no seu olhar Anahí! Essas lágrimas te entregam! Você realmente não espera que eu acredite em você, não é? – riu irônico – Olha Annie, eu sei que esse filho não é dele e isso basta! Agora me diga o que fez com o nosso filho! – a paciência estava por um fio.

- É melhor que não saiba! – desviou o olhar e as lágrimas vieram de uma vez.

- Melhor? – debochou ignorando-a totalmente – Melhor pra quem? Só se for pra você!

- Melhor para nós dois, acredite... – nem o mirou. A voz saiu falha por causa dos soluços.

- O que quer dizer com isso? Deu o nosso filho para adoção, foi isso?

- Não! – quase gritou.

- Então o que aconteceu Anahí?

-Já disse! É melhor que não saiba! – disse firme enquanto enxugava o rosto com as costas da mão.

- Diga logo Anahí! – gritou.

- E-eu – começou a falar em meio aos soluços. As lágrimas caíram com mais intensidade – Eu abortei... – disse em um fio de voz, quase inaudível e desabou a chorar.

- Vo-você o que? – Alfonso perguntou tentando assimilar.

- Eu abortei Alfonso, pronto! Satisfeito? – gritou com a voz completamente embargada.

Ele soltou o ar e passou a mão no rosto nervoso. Podia gritar e se exaltar, mas se calou. Não havia o que ser dito. A besteira já tinha sido feita e nada do que ele falasse agora mudaria o fato de que seu filho estava morto. Fechou o punho e deu um soco na parede com força, tanta que sua mão começou a latejar de imediato, mas nem aquela dor conseguia superar o aperto em seu coração. Anahí apenas chorava, o rosto escondido entre as mãos.

-Só... – Alfonso começou a falar, os olhos ainda fechados e com o corpo virado para a parede. Respirou fundo e continuou – Só me explica por que você fez isso.

- Eu... Eu não sei... – arfou.

- Não Annie... Você sabe! – virou o corpo para ela e encarou-a – Só preciso de uma explicação.

E sim, ela também queria uma explicação. Uma explicação para a dor que ela sentia todos os dias, a dor da perda. Porque não abortara por vontade própria. Lembrava-se muito bem da discussão com Rodrigo e no final mais nada existia, apenas a tristeza e um ventre vazio.