Fanfic: Love Song | Tema: Gravitation

Capítulo 13 –

Yumi certamente estava cheia de energia no estúdio de gravação. Touma Seguchi mudara todo o arranjo de "Be like him" contra a vontade da banda, mas o teclado realmente soava melhor do que a guitarra. E como ela parecia feliz com o mínimo acontecimento. Qualquer piada de Kyo a fazia rir e isso era raro. Rui e o amigo se entreolharam. No intervalo para o almoço, Kyo jurou que resolveria o mistério. Mas Rui já imaginava o que poderia ser...

- Você parece muito feliz hoje, está até corada. – começou Kyo, mordendo sua maçã. – Há algo que deveríamos saber? Parece que a sua noite foi tão agradável quanto a minha...

Yumi sorriu e ficou ainda mais vermelha.

- Por quê? O que fez ontem à noite? – ela perguntou. – Lembro de você dizendo que tinha um encontro... E já era tão tarde!

- E tinha mesmo. E vocês, o que fizeram?

- Eu só voltei para casa, você sabe. – disse Rui. – A Yumi... Bem, ela supostamente voltou também. Mas não comigo... Hehehe.

- Muito bem, já que agora vocês vão ficar me gozando... Eu voltei com o Hiro Nakano. Ele me deu uma carona na moto dele. Satisfeitos?

Kyo e Rui deram risinhos.

- E o que mais? – perguntou Rui. – Você não está com essa cara só por causa de uma carona, não é? Ou considera isso um grande acontecimento?

Yumi respirou fundo, brincando com a comida.

- Eu... Nós nos beijamos. Sei que ele é comprometido, mas não me arrependo. Foi incrível, gente. Eu nunca havia me sentido daquela forma. É como Yuki Eiri descreve e muito mais.

- Yumi-chan, Yumi-chan... – disse Kyo, afagando-lhe cabeça – isso é porque você nunca havia sido beijada antes, então não tem como comparar. Você só precisa sair mais.

- Não, eu juro, Kyo, não estou exagerando. Não quero parecer uma tola apaixonada, apesar de já estar parecendo... Eu quero tanto, tanto vê-lo de novo! Mas queria ligar pra ele e também nem sei onde ele mora. Kyo, eu jamais pensei que fosse pensar em ir atrás de um homem, me sinto ridícula! Isso é patético, não é?

- Benzinho, todos somos patéticos no amor. – Kyo disse, segurando a mão da amiga com carinho. – Com licença, eu vou dar um telefonema. Quem sabe sua situação não mude até o fim da tarde, Yumi-chan?

- Como assim? O que está planejando?

- Apenas espere.

E Kyo saiu para um canto qualquer.

- Não estou gostando da atitude do Kyo – disse Rui, emburrado. – Ele anda muito misterioso pro meu gosto. Não podemos ser assim, cheio de segredos. Que história é essa de ele estar tendo encontros e agora sair pra fazer ligações às escondidas? Somos amigos, não somos? Devíamos contar tudo um pro outro!

Yumi olhou para Rui, pasma.

- Rui! Não vai me dizer que... está com ciúmes?

- Olha, Yumi, pra dizer a verdade, estou sim. Mas não da forma que você está pensando. Meu amor por você e pelo Kyo é puro. Somos amigos, melhores amigos, uma família, nós três. Se não pudermos contar uns com os outros, com quem podemos contar? Quem melhor do que o melhor amigo para fazer confidências?

- Rui... Eu entendo seu ponto de vista, mas não somos obrigados a dividir tudo, principalmente se alguma coisa não nos deixa a vontade. Há coisas que são muito... nossas, entende? Coisas que às vezes não queremos dividir. Mas nem por isso amamos menos nosso melhor amigo.

- Eu nunca escondo nada, Yumi... Não tenho nenhum segredo sujo, nada a me envergonhar. Por que iria ter vergonha de vocês?

Yumi sorria diante da ingenuidade de Rui. Mas sabia que ele tinha boas intenções. E Kyo voltava para a mesa, animado.

- Aqui – ele entregou um pedaço de papel a Yumi.

- O que é isso?

- Leia – ele disse, acendendo um cigarro e tragando.

E lá estava. O endereço e telefone de Hiroshi Nakano.

- Onde... Como... Como você conseguiu isso, Kyo?

- Eu também tenho meus contatos. – ele disse, piscando para Yumi. Rui, por sua vez a olhou como se esperasse que apesar do favor, ela fosse desaprovar todo o segredo envolvendo a trama.

- É demais, Kyo. Obrigada. Eu provavelmente nunca vou precisar disso, mas valeu.

- Mas o que está dizendo! – disse Kyo, indignado. – Vai perder uma chance de ser feliz? De jeito nenhum! Aqui, liga pra ele do meu! Agora!

- Não! Ficou louco? Eu ligo do meu quando recarregar a bateria.

- Ele tem razão, Yumi, não deve ter sido fácil mexer os pauzinhos para conseguir esse telefone. – disse Rui. – Você deveria ligar pelo menos por consideração.

- Na verdade não foi realmente difícil, mas em consideração aos seus sentimentos, você deveria ligar – Kyo disse, com o celular encostado na orelha – Opa, `tá chamando!

- Maldito! – Yumi disse exasperada, quando Kyo empurrou o telefone na cara dela.

- O quê? Alô? – disse Hiro espantado, do outro lado da linha.

- Hiro! Desculpe, não era você, era...

- Quem é? – perguntou Hiro, não muito simpático.

Rui e Kyo estavam morrendo de dar gargalhadas abafadas.

- Sou eu, Yumi – ela tentou controlar a voz o máximo que pôde. – Desculpe ligar assim, eu... Eu só precisava falar com você.

- Yumi... Desculpe, Yumi, não reconheci sua voz. Eu não tinha seu telefone nem nada... Olha, também preciso falar com você. Mas não queria dizer certas coisas por telefone. Pode me encontrar depois do trabalho?

O coração de Yumi estava quase saltando para fora do peito.

- Onde? – ela tentou se manter calma.

- Que tal naquele McDonald`s em que nos vimos pela primeira vez? Um lugar simples de se lembrar.

- Combinado. Às oito?

- Pode ser. Até lá.

Yumi devolveu o telefone à Kyo, pálida e tremendo.

- Não precisa agradecer, benzinho. E escreva uma música sobre isso, claro. Já que "Adios" você escreveu pra ele, não é?

- Insensível! – ela disse em tom de brincadeira, jogando um pedaço de maçã em Kyo e fazendo o outro derrubar o cigarro. – E em todo caso, eu já tinha o telefone dele, lembra? Ele me deu o cartão.

- Jura que você escreveu aquela música linda pra aquele mequetrefe? Aff... – disse Rui, indignado.

- Ele não é nada disso. – disse Yumi, dando um peteleco na testa de Rui – E temos de voltar ao trabalho. O intervalo já acabou. Meu Deus, o que vou usar hoje à noite?