Fanfic: Love Song | Tema: Gravitation

In New York,

Concrete jungle where dreams are made of,

There`s nothing you can`t do,

Now you`re in New York,

These streets will make you feel brand new,

Big lights will inspire you,

Let`s here it for New York, New York, New York

Nova York era tudo isso e muito mais. As pessoas andando apressadas pelas ruas. O fedor dos escapamentos dos carros. Todos aqueles arranha-céus. Os olhos de Yumi se encheram de lágrimas. Era tudo lindo, poético, exatamente como ela se lembrava. O lugar perfeito para se curar um coração partido. Yumi e sua banda partiram com a Nittle Grasperuma semana após o incidente com Hiro.

O inglês de Ryuichi era quase perfeito, isso ela pôde observar no momento em que ele foi perguntar sobre a reserva dos quartos no hotel de luxo em que eles ficariam. A opulência do hotel... Era intimidante. Yumi nunca ficara num hotel cinco estrelas.

- Meu Deus... – balbuciou Rui, ainda hipnotizado com o saguão – Nada menos que oRitz.

- E nós três vamos ficar juntos num quarto, como vocês pediram – disse Yumi. – Venham, temos que confirmar nossas reservas.

Feito o check-in, cada um foi para seu respectivo quarto se acomodar e descansar da longa viagem. Afinal, logo Yumi e seus amigos tinham um show importante a abrir daqui a dois dias.

O camareiro do hotel foi muito solícito, carregando as bagagens e abrindo a porta dupla da suíte. Quando os três a viram por dentro, quase gritaram.

Cadeiras de madeira acolchoadas, no mais fino estampado que pareciam até bordado a ouro. O mesmo poderia ser dito da colcha e dos travesseiros da imensa cama de casal, na qual caberia tranquilamente os três, mas não era esse o caso, já que do outro lado do quarto havia uma igualmente suntuosa cama de solteiro e ao lado, na janela, uma luneta. O banheiro era ideal para se morar, com uma banheira exageradamente grande, uma hidromassagem e um chuveiro, fora os itens necessários para se relaxar no banho ou para a higiene.

- Olha, Yumi! – Rui, ria, incrédulo – Tem chinelos!

O funcionário do hotel olhava para os três com tolerância.

- Há mais alguma coisa que desejem?

- Não, obrigado. – disse Kyo, sempre no controle de suas emoções. – Aqui está pelo seu bom trabalho. – ele deu uma gorjeta ao funcionário, que não perceberia que era em yen até a hora de gastá-la.

A porta foi fechada e Yumi gritou, antes que Rui, que pensou a mesma coisa, o fizesse:

- Eu vou usar a hidro!

- Nonsense. – disse Kyo, já entrando no clima americano – Podemos todos usar a hidro. Ela é grande o suficiente. Eu vou ver se tem cerveja nesse minibar. Pegue um biquíni, benzinho, ou não, eu não me importo.

- Olha, nem eu – disse Rui – mas acho melhor nos comportarmos decentemente na presença um do outro. Não vamos exagerar...

Kyo e Rui entraram no banheiro para se trocar e Yumi ficou no quarto. Minutos depois, estava em seu biquíni vermelho, quando bateram na porta.

Ela atendeu, esquecendo-se completamente de que estava apenas de biquíni e de que havia roupões à sua disposição.

Era Ryuichi. Ele corou e tampou os olhos do Kumagoro. Yumi se sentiu humilhada, bateu a porta e foi correndo pegar um roupão para abrir a porta de novo.

- Desculpe. – ela disse, mortificada – Eu não estava raciocinando. Eu e meus amigos estamos usando a hidro.

Ryuichi mostrava aquela expressão infantil de sempre.

- Nããããão, é que o Kumagoro não está acostumado a ver mulheres bonitas seminuas. Eu estava pensando, já que seus amigos já estão ocupando a jacuzzi, você não gostaria de dar um passeio pela cidade?

Yumi brincava com a alça do roupão macio enquanto ouvia Ryuichi cantarolar cada palavra. Dizer que ela era bonita, que piada. E agora a estava chamando para um passeio. Mas é claro que...

- Sim, eu vou vestir uma roupa.

Yumi não sabia por que concordara, mas agora era tarde demais para se arrepender. Ryuichi parecia muito satisfeito.

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Usando jeans e camiseta, Yumi parecia só mais um na multidão naquela cidade enorme. Ryuichi e ela andavam pela Broadway, olhando todos aqueles cartazes. Já haviam visitado a Tiffany e o Central Park e a limusine os deixou para que andassem a esmo. Yumi queria assistir Ao "Fantasma da Ópera", mas Ryuichi queria ver "Wicked". Yumi não queria ceder, mas o outro chorou, então ela viu que não tinha escolha. Ademais, ele já tinha os tickets para Wicked no camarote, que comprara pela internet antes de chegar em Nova York. Yumi resolveu não brigar, já que não teve de pagar por nada.

No fim do espetáculo, se descobriu fã de mais um musical. Agradeceu a Ryuichi pelo ótimo dia e pela oportunidade de conhecer algo novo. "O Fantasma da Ópera" ela já havia assistido mais de uma vez. E ela agradeceu por ele não tê-la obrigado a assistir a "Mamma Mia!" ou ela é que teria chorado.

Na limusine eles conversaram bastante sobre o espetáculo e o dia que passaram juntos. Yumi não entendeu por que, de todas as pessoas, ele a chamou para um passeio como esse, mas estava tão feliz... Nunca tivera um dia assim. Mas a curiosidade falou mais alto.

- Ryu-chan... O que o fez me convidar para passear com você? Digo, você tem seus amigos, Seguchi-san, Ukai-san...

- Você esqueceu o Kumagoro!

- Ah, sim, mas ele também veio.

- Touma e Noriko estavam cansados da viagem e já conhecem Nova York. Você, por outro lado, parecia estar precisando se divertir há muito tempo... E se vamos cantar uma música juntos, não é boa ideia que nos conheçamos melhor?

Que sorriso puro... Ela teve vontade de abraçá-lo. Mas claro que não o faria. Em vez disso, acariciou uma das orelhas felpudas do Kumagoro.

- Claro, Ryu-chan, você tem toda razão. Só não imagino o que eu possa ter de tão interessante. Espero que eu não tenha te decepcionado.

Ryuchi a surpreendeu, agora sério, pegando uma mecha do cabelo de Yumi e falando:

- Hoje foi o melhor dia da minha vida. Por enquanto.

Os dois não disseram mais nada o caminho todo. Yumi estava terrivelmente consciente do quanto a mão de Ryuichi estava perto da dela. Seus dedos mindinhos quase poderiam de tocar, mas ela não ousava se mover. Ela sentia o cheiro, a textura do casaco de couro dele...

E finalmente, eles pararam no hotel.

Ryuichi e Yumi desceram da limusine, se despediram sem mais nenhum acontecimento memorável e entraram em seus quartos.

Claro que Kyo e Rui a encheram de perguntas. Mas como nada realmente aconteceu, ela não tinha nada a declarar.