Fanfic: Love Song | Tema: Gravitation
Ryuichi se virou de um lado para o outro na cama amarrotando os lençóis e abraçou sua amante. Mas ela não estava lá, então ele acordou sobressaltado.
- Yumi?
- Estou aqui, na janela. Não achou que eu fosse sair de fininho e largá-lo aí, depois de tudo?
Ele se sentou e esfregou o olho e falou, se espreguiçando:
- Francamente, fiquei mesmo meio preocupado. Não sabia o que pensar, você sempre me surpreende. Isso é bom, acho. Fora meus amigos, as pessoas com quem tenho contato são tão enfadonhas...
Ele realmente a fitava como se falasse sério. Yumi estava usando uma camisa de Ryuichi e não estava à vontade. Ninguém jamais a olhara daquela maneira. Era estranho. Ela estava corando e não sabia se devia desviar o olhar.
Então, ainda bem, ele começou a beijá-la. Devorá-la, deitando-a na cama.
- Isso vai sair em todos os jornais – disse Yumi, mal conseguindo respirar – Vai ter uma grande repercussão, inclusive no Japão.
- Deixe que eles falem. Assim me poupa o trabalho – ele dizia, em meio aos beijos e carícias em que afogava Yumi.
- Mas eu não sou ninguém. Eu só cantei uma música com você, e... Ryuichi, não quero ficar à sua sombra. Não quero ser uma aproveitadora...
Então, ele parou e a encarou.
- Yumi... Você não precisa provar nada a ninguém. Nós não precisamos provar nada a ninguém. Eu sei que você ainda está começando sua carreira, mas nem por isso vai ficar à minha sombra. O que é, não confia na sua capacidade?
Essa era nova... Agora ele estava falando com ela de igual para igual.
- Se quer saber... Não, não confio. Não totalmente. Pessoas especiais como você e meus amigos me impulsionam, por isso cheguei até aqui. Não sei se posso ir muito longe.
- Yumi... Podemos ir quão longe quisermos. E agora estamos nessa juntos.
Yumi sorriu e os beijos recomeçaram.
- Ficamos morrendo de preocupação – cantarolava Kyo em tom de deboche. – Não tínhamos ideia de onde você estava, ainda mais depois do que aconteceu na música final.
Yumi tirou um tempo para andar com Kyo e Rui por Nova York, a pedido deles, senão estaria passando mais um dia com Ryuichi. Isso teria sido egoísmo. Afinal, era seu último dia lá, e ela devia ter um tempo reservado para os amigos. Eles andavam pelo Central Park, o local favorito de Rui e Kyo.
- Você tirou a sorte grande, Yumi-chan. Agora sim é que nossa carreira decola.
Yumi olhou para ele de forma sombria.
- Não vou namorar Ryu-chan sob essas condições. Não estou com ele por interesse. Gosto dele como pessoa. Não espero obter favores. E não o farei nem mesmo por vocês.
- Uau. Caramba, Yumi. Foi mal, não tá mais aqui quem falou.
O celular de Kyo tocou, ele o pegou, olhou o número e desligou.
- Tem feito isso desde que chegamos aqui. Quem é que está ligando? – perguntou Rui, francamente curioso.
- Um fã que não sei como descobriu meu telefone e não para de ligar. Um inferno.
- Já temos fãs obsessivos? – Rui estava incrédulo.
Yumi olhava para Kyo desconfiada. Seus olhares se encontraram e ele apenas acenou positivamente com a cabeça. Ela não sabia o que concluir desse gesto, mas algo dizia que era melhor não perguntar.
- Por que será que não pediram meu telefone? Ou o da Yumi?
- Mas como você perturba! – disse Kyo, ríspido. – Não sei, Rui, talvez eu devesse ter oferecido a ele também.
- Não tenho interesse em homens, mas realmente fiquei curioso. Você tem sempre que ser o mais popular. Claro, sua aparência não deixa a desejar. Mas do jeito que cuida da saúde, não vai durar muito.
- Rui, pare com isso – disse Yumi, vendo que uma briga ia começar. – Não implique com o Kyo.
- Você tem uma fã aqui também, Kyo.
- Que ótimo, Rui, você escolheu o dia. – disse Kyo, acendendo um cigarro. – Eu vim aqui tomar ar puro, mas não tem como manter a calma com um mané como você.
- Vamos, não briguem... – tentou ponderar Yumi – Somos amigos, certo?
- Estou com fome. – disse Rui.
Os três foram lanchar e voltaram para o hotel antes de escurecer. O passeio não acabara exatamente conforme o planejado e Yumi estava desanimada, desesperada para encontrar Ryuichi e se sentindo idiota por isso.
Ao chegarem no Ritz, um dos funcionários veio em direção a eles e citou o nome do meio que Kyo raramente usava.
- Mr. Alphonsus? Há um cavalheiro esperando aqui para falar com o senhor. Ele esperou o dia todo e se recusou a ir embora.
Rui e Yumi pensaram em rir do "Mr Alphonsus", mas estavam curiosos para ver quem era a pessoa que esperara por Kyo o dia todo.
E no luxuoso saguão, sentado numa cadeira elaborada, estava Tatsuha Uesugi.
- Kyo! – ele se levantou, falando em japonês – Por que não atende minhas ligações?
- Tatsuha, o que está fazendo aqui?
- Eu vim vê-lo, vim atrás de você, é claro! Você me ignora, não me atende! Kyo, eu nunca faria isso por ninguém. Sei que você está com raiva de mim, vim me desculpar sinceramente. Aquele caso não significou nada!
- Tatsuha... Não é hora para isso, nem lugar... – dizia Kyo, desconcertado.
- Eu não me importo, mais, Kyo. Meus pais já sabem, eu contei para eles o que vim fazer. Agora somos só você e eu. Eu prometo, Kyo.
- Mas que diabos... Está acontecendo? – Rui perguntou, fazendo sua presença ser reconhecida.
- Rui... Vamos sair daqui e deixá-los conversar a sós... – Yumi o puxou pelo ombro.
- Não! – ele se sacudiu, livrando-se dela – O que é isso, Kyo? Então ele é o seu... Fã? Não me diga que você é... vocês são... Deus, que piada!
- Rui! – Yumi exclamou, chocada com a reação do amigo.
Ele foi em direção a Kyo e Tatsuha, que estavam tão espantados quanto a garota, com um dedo acusador.
- Sabem o quanto isso pode prejudicar a banda? Eu suportei todas as suas manias e palhaçadas, Kyo, mas isso, ah, isso, é demais pra mim! Chega! Estou indo embora. Vou finalmente começar a ter uma vida. Estou farto de vocês.
- Rui, não diga isso! – Yumi chorava.
- Você sabia, não é? É tão suja quanto eles. Que coisa horrível. E eu era amigo de vocês.
Rui Virou as costas e marchou para longe da cena. E nada, absolutamente nada do que Yumi disse a ele o convenceu a continuar na mesma suíte que Kyo. E tudo indicava que ele também não desejava mais vê-la. Yumi estava desolada.
Antes da volta, a banda foi tratar do assunto com Touma, que, como sempre, foi muito cortês e diplomático. Assegurou Yumi de que não seria difícil arrumar outro baterista para aGarage Sale, e que era assim mesmo, numa banda os membros quase sempre decidiam seguir caminhos diferentes.
Rui solicitou que ficasse longe de Kyo e Yumi até mesmo dentro avião, durante a volta. Yumi ficou irada e deu um tapa na cara do agora ex-amigo, o que rendeu boas fotos para o jornal. Kyo nada dizia. Estava realmente decepcionado e infeliz com tudo aquilo. Mas assumiu seu relacionamento com Tatsuha, que voltou com Kyo para Tóquio, como prometido.
Yumi ficou abraçada com Ryuichi a viagem toda. Ele era tão quentinho e a confortava. Falava com ela através do Kumagoro quando ela queria chorar. Yumi tinha que acreditar nele que ficaria tudo bem.
Autor(a): Lonely Loony
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Shuichi mordiscava sua batata-frita sem a menor ideia do porquê Yumi telefonara. Lá estavam eles dois, sozinhos, sentados naquele mesmo McDonald`s em que se conheceram pela primeira vez. - Chega de conversa fiada, então. – disse Yumi. – Já percebi que você quer que eu vá direto ao assunto. Shindou-san, quais livros d ...
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