Fanfic: Holding you, and swinging | Tema: Cavaleiros do Zodíaco
Capítulo 10
Kyoko não iria para a faculdade hoje. Não estava com cabeça para raciocinar. E mais do que nunca, só pensava nele.
Há quanto tempo não se viam... E ela sabia que Mu estava esperando por uma decisão. E se ela nunca mais aparecesse na frente dele a decisão estaria tomada. Mas conseguiria ela viver assim? Kyoko tocou o cristal do seu anel de noivado e suspirou. Ela retirou a a corrente e olhou para ele. Como era bonito, parecia uma flor, refletindo e refratando as cores do arco-íris. Hiro realmente havia se superado.
Ela teve vontade de atirar o anel longe. Mas se conteve e colocou a corrente de volta no pescoço. Nesse momento, Hiro entrou. Para seu desânimo, ele estava segurando uma caneca de algum líquido fumegante, que Kyoko sabia ser para ela.
- Kyoko-chan, por que ainda está de pijama? Vamos nos atrasar. – ele disse, entregando a ela a caneca.
- Hiro, como você me mima...
Ele deu um beijo em sua testa.
- Não está se sentindo bem? Podemos ficar hoje se preferir.
- Hiro, não há motivo nenhum para você não ir.
- Não vou deixá-la sozinha. – ele disse, sentando-se na cama a seu lado.
Ela queria ficar sozinha. Mas resolveu não discutir.
- Kyoko, você está infeliz. Fale comigo. Desculpe-me pela maneira como me comportei no almoço ontem. Eu não sei, estou com medo... medo de perder você. Senti que a cada palavra que dizia, você ficava mais longe...
- Hiro... – Kyoko segurou a mão do garoto – Você nunca irá me perder. Eu o amo e nada poderá mudar esse fato. Só não sei se o amo da forma que você precisa e merece.
- O que quer dizer com isso, Kyoko?
Agora era o momento.
- Hiro... Você é uma pessoa especial para mim. É meu melhor amigo. Sempre que eu precisei, nos piores momentos, você esteve ao meu lado. Lembra quando aquelas crianças malvadas na escola me maltratavam e você, o mais influente do grupo, foi o único que tomou meu partido? Eu tinha um cabelo horrível e os dentes separados. – riu Kyoko. – E desde então, nunca mais saímos de perto um do outro. E você perdeu seus amigos por minha causa. Eu era tão sozinha... Você era meu único conforto.
- Eu me lembro. Aqueles garotos não eram meus amigos. Quando vi o que eles fizeram com você, considerei-os patéticos e não me arrependo de ter parado de andar com eles. No fim, o grupo não resistiu sem mim. Mas a minha memória mais importante é a daquele dia... Em que você estava me dando lanche na boca, lembra... Eu prometi que me casaria com você naquele momento.
- Hiro – os olhos de Kyoko estavam marejados – Me perdoe. Me perdoe pelo que eu vou dizer agora. E por como eu vou fazer você se sentir.
Ele se preparou para o impacto.
- Hiro, as coisas mudaram desde então. Há muito tempo eu não consigo vê-lo como mais que um irmão. Não posso mais enganá-lo, eu o amo demais para isso. Hiro... Estou apaixonada por outra pessoa.
E assim que as palavras saíram, Kyoko sentiu que estava tudo acabado. E Hiro soube que, enfim, não morreria.
- Então há mesmo alguém... – ele disse, com a voz mais calma com que conseguiu articular as palavras. – Eu imaginei. Você tem estado distante. Eu não sou estúpido, Kyoko. E isso a está fazendo sofrer, não é?
- Sim, Hiro. Estou sofrendo porque não quero fazê-lo sofrer. – ela disse, sem conseguir segurar as lágrimas.
Mas ele seria forte.
- Kyoko-chan - ele disse, colocando uma mão em cada ombro da garota – Eu não sou tão frágil. E jamais me perdoaria por dar a você uma vida infeliz. Minha única pergunta é, você tem certeza?
- Tenho. É algo que se sente. E eu sei que eu não sou a garota certa para você, Hiro. Um dia você também vai conhecer alguém, e vai sentir.
Ele apenas sorriu.
- Cada um sabe de si. Mas se é assim que se sente, não fique preso a mim, Kyoko-chan. Já me decidi, vou continuar seguindo minha vida. Vou voltar para casa.
- Hiro...- ela o abraçou. Hiro quase perdeu o controle de suas emoções por um segundo, mas continuou inabalável.
Kyoko se afastou dele e retirou o colar. Estava devolvendo o anel de noivado. Hiro finalmente soube como O Fantasma da Ópera se sentiu.
- Não, fique... – ele disse, segurando a mão da garota que continha o anel. – É um presente meu, para que você nunca se esqueça do meu amor.
- Você não precisa ir embora...
Mas ambos sabiam que ele precisava sim.
Ele deu em Kyoko mais um beijo, dessa vez nos lábios, e disse:
- Kyoko-chan, agora que já está tudo resolvido, por que não vai para a aula? Gostaria de ficar sozinho, arrumar minhas coisas e pensar. E desça para tomar o café da manhã.
Ela se levantou da cama para começar a se arrumar.
Hiro se despediu de Kyoko, sabendo que esta seria a última vez que a veria. Assim que ela saiu, ele desabou, chorando copiosamente e indo fazer as malas.
Hoje teria aula de Literatura. E Kyoko jamais se importara tão pouco com Nathaniel Hawthorne na vida.
Mu estava sentado ao lado de Shaka, como sempre. E mesmo que fosse perto de Shaka, ainda havia uma cadeira vazia. Tentando não correr, Kyoko foi até ela. E se sentou.
Ao sentir aquele cheiro de baunilha Mu pensou estar imaginando coisas. Mas viu aqueles cabelos vermelhos como fogo que tanto o encantavam... Não era impressão, ela estava ali.
Kyoko olhava para Mu, parecendo desesperada para falar algo. Queira pedir a Shaka que trocasse de lugar com ela. Mas a aula começou e o professor apagou as luzes e ligou o retroprojetor.
Mu não estava prestando atenção em nada do que o professor estava falando. Até que Shaka o cutucou, tirando-o de seus devaneios e entregou-lhe um bilhete.
Era um papel rosa de caderno dobrado, cheio de florezinhas e corações. O bilhete não era de Shaka. Mu o abriu, com o coração quase saltando para fora do peito.
Eu amo você.
Ele olhou para Shaka, que fingia estar prestando atenção na aula e então olhou para Kyoko. Seus olhos verdes pareciam desesperados para dizer mais. Pedindo licença para passar, Mu se levantou e saiu da sala. Kyoko, alguns segundos depois, foi logo atrás.
Shaka estava morrendo de curiosidade, mas não se moveu.
Kyoko abriu a porta como se fosse arrancá-la das dobradiças. Mu estava lá fora. Para evitar chamar mais atenção, ela fechou a porta com discrição. Não disse uma palavra quando se aproximou dele. Agarrou-o com uma fúria que o surpreendeu e o beijou.
Os dois mal conseguiam respirar, tão ávidos eram os beijos. Quanto tempo tiveram de suportar separados! Ele não estava entendendo, mas não queria saber de explicações. Só a apertava contra si como se ela fosse sumir de novo.
- Mu, o Hiro já sabe. Já sabe de tudo. – ela disse, recuperando o fôlego. – Não consigo mais ficar longe de você.
- Kyoko... – ele a abraçou mais forte. Não conseguia dizer nada que fizesse sentido. Mas estava tão feliz.
Saga e Kanon tinham de admitir. Estavam ao mesmo tempo surpresos e extáticos por estarem no quarto de Lavelle. Como era arrumadinho, com todas aquelas prateleiras cheias de bibelôs e aquela cama enorme. Era diferente do padrão dos quartos da Zeta Capa Pi.
Ela parecia bem à vontade quando se sentou na beirada da cama vestida com aquele moletom rosa de veludo ostentando a letra grega símbolo de sua Irmandade. Então, começou a falar.
- O motivo de eu tê-los chamado aqui após a aula com certeza os surpreenderá. Mas parece que não há mais como negar. Saga, Kanon... Eu estive bem confusa durante esse tempo todo com relação ao que sinto por vocês dois. Mas para mim, vocês são um só. Não consigo separá-los. Sei que são diferentes. Mas o que sinto pelos dois... é igual. Não posso mais mentir para mim mesma. Saga, o que você fez me magoou demais e ficar sem você me machuca muito. Kanon, quando confessou seus sentimentos, percebi que também sentia o mesmo... Então... O fato é que, não quero ter de escolher entre um dos dois. Não posso. Vou ser direta. Ou fico com os dois, ou fico sozinha.
Nada, nada nesse mundo poderia tê-los preparado para o discurso de Lavelle. Eles estavam esperando ser dispensados em detrimento do outro e agora pensavam que até teriam preferido isso. Olhavam para Lavelle, a pura e doce Lavelle, embasbacados. Não encontravam palavras para responder.
- Você perdeu o juízo. – Saga conseguiu articular. – E eu não divido mulheres. Muito menos com ele. – Saga acenou com a cabeça na direção do irmão.
- Isso é absurdo, Lavelle! Essa é a única vez em que concordo com Saga. Não acredito que esteja propondo algo assim. Além do mais, o que está pedindo é imoral em qualquer religião! Não sou realmente nenhum exemplo de vida, mas tenho meus limites.
Lavelle parecia preparada para esses argumentos e sequer pestanejou.
- Kanon, não seja tão moralista. Você sabe que no Oriente Médio, um homem pode ter até quatro esposas se tratá-las com igualdade.
- Mas não estamos no Oriente Médio e estamos falando de homens! E como você nos "trataria com igualdade"? Que palhaçada, não acredito que estejamos sequer conversando sobre isso!
- O que quer dizer com essa afirmação, Saga? Não seja machista! E eu já disse que amo os dois na mesma intensidade, não faria distinções. Mas tenho uma exigência a fazer.
Saga estava indignado e Kanon parecia até estar se divertindo com aquela situação.
-E você ainda tem uma exigência? É claro, por que não? O que mais você poderia pedir? Não acredito que esteja se levando a sério, Lavelle. – disse Saga.
- Saga, deixe-a falar, por favor. Uma vez na vida não imponha suas opiniões como se fosse a pessoa mais importante no recinto.
Lavelle pareceu satisfeita. Saga, ainda mais perplexo com a atitude de Kanon.
- O que eu gostaria de pedir, acima de tudo, é que vocês dois se tornem amigos. Vocês são irmãos, e gêmeos! Não há laço mais forte que esse! Eu sempre quis ter uma irmã, mesmo com todas as vantagens em ser filha única. Saga, Kanon... Mesmo se vocês decidirem não aceitar minha proposta, parem com essa briga eterna. Não há porquê. Eu só quero ver vocês felizes. Saga, é muito difícil ler você, mas posso ver como Kanon sofre com a maneira como o trata. Reconsidere... E não façam isso por mim, sim por vocês. No futuro, vocês podem precisar um do outro, se é que já não precisam.
Saga olhou para Kanon e viu que este estava chorando. Ele era menos emotivo que o irmão, mas também sentiu-se emocionado. Não sabia, achava que esse tempo todo só havia ódio entre eles. E agora não precisava mais ser assim. Segurou a mão do irmão e a pressionou gentilmente.
- Perdão, Kanon, eu não queria fazê-lo sofrer.
- Perdoe-me também, Saga...
Lavelle não ousou interromper o momento dos dois. Foi Saga quem falou primeiro, ainda segurando a mão do irmão e perguntando-lhe diretamente:
- E o que faremos quanto à outra situação?
- Bem... Saga, eu amo a Lavelle, de verdade. Amo muito. Não vou conseguir mais viver sem ela.
- É, eu também a amo. E já a magoei, acho que devo a ela. Mas não quero tomar nenhuma decisão baseada na culpa. Lavelle – ele a olhou nos olhos – Você seria capaz de manter sua promessa? Tem certeza de que ama os dois da mesma forma? Estou indo contra todas as minhas crenças e princípios, mas faria qualquer loucura antes de perdê-la.
- Deem-me uma chance para provar.
- Lavelle, há algo em que você não pensou – ponderou Kanon. – Vai tornar isso público? Seria um escândalo e acabaria com a sua reputação. E com a nossa, claro. Não vou pregar e ser hipócrita, para membros de uma Fraternidade e ainda mais líderes, reputação é tudo.
Lavelle passava o dedo indicador pelo lábio inferior, considerando.
- Sim, Kanon, eu pensei. Infelizmente, não poderemos deixar isso vir à tona. Por mais que eu ame vocês, também sou uma pessoa influente. Mas se acabar mal, no sentido de manchar minha reputação, estou disposta a abandonar a Irmandade por vocês. Não farei nada que fique no nosso caminho. A minha prioridade agora é essa.
Saga suspirou.
- Eu sei que vou me arrepender por isso.
Lavelle olhava para os gêmeos com um sorriso safado. Sentada na beira da cama, estendeu a mão para os dois e disse:
- Chegamos a um acordo, então. Agora é minha hora de provar a vocês que tudo o que eu disse é verdade.
Deitado no colo de Victoria sob as cerejeiras, Shaka experimentava um misto de prazer e confusão. Não sabia se gostava dela ou não. Mas tinha de admitir que era muito confortável. Bem, por que não, afinal? O que tinha a perder?
Ela estava sempre cheirando a flores, e dessa vez era jasmim (não que ele soubesse identificar o aroma). Esses seus olores corporais sempre o deixavam entorpecido. E agora ele aprendera a gostar dessas sensações que ela lhe causava.
Como o toque de suas mãos em seu rosto era macio, gentil. Ele não podia evitar fechar os olhos.
O sol brilhou forte em seu rosto. Ela fez sombra com a mão como se quisesse protegê-lo. Shaka sorriu, agradecido.
Victoria nunca podia resistir àqueles sorrisos fortuitos... Ela abaixou a cabeça e o beijou nos lábios. Ele retribuiu, sempre lisonjeado com tamanha devoção.
Mas ele realmente não sabia que ela era sua escrava, corpo e alma.
O avião sacudia muito. Hiro teve sorte por achar um voo para a Califórnia sem antes ter feito uma reserva. Ele não parava de pensar em Kyoko. Mas agora eles seguiriam caminhos diferentes.
Ele sabia que jamais haveria outra. Estava preparado para viver sozinho, apenas com a lembrança dela o assombrando. Aquelas sardas, aqueles cabelos ruivos... Hiro suspirava, sabendo que nunca mais sentiria a textura de seda deles novamente. E antes que pudesse perceber, estava chorando novamente.
- Senhor... O senhor está bem?
A garota no assento ao lado de Hiro parecia mesmo preocupada. Olhava para ele com olhos azuis cheios de maquiagem. E era bonita, muito bonita.
- Não... – ele respondeu. – Mas vou ficar. Não se preocupe.
Até que ele percebeu que estavam conversando em inglês. Isso fez com que ele se sentisse um pouco melhor.
- Quer que eu chame a aeromoça? Posso fazer algo pelo senhor?
Como a vida era engraçada. Mal ele havia sido deixado pela sua mulher, aparecia outra. E ela parecia muito interessada. Deve ter percebido que ele era estrangeiro. Ela mesma parecia americana...
- Não, eu só preciso descansar.
E com isso, ele encerrou a conversa e se virou, colocando um travesseiro sob a cabeça. Jamais haveria outra. Ninguém mais interessava.
Mu estava com os amigos em casa, mas dessa vez, o grupo incluía Kyoko, que se sentia deslocada em meio a tantos homens. Estavam todos sentados em cadeiras de plástico em volta da piscina, tomando cervejas, margueritas e Bloody Mary.
- É, Mu, sempre soube que isso aconteceria no final. – disse Miro. – Eu via a forma como vocês dois se olhavam. Mas não acredito que até você tenha arrumado uma namorada antes de mim.
- Que vergonha, Miro. – disse Aioria. – Até o Kiki já tem namorada.
- Sim, e está na casa dela agora mesmo. - disse Mu.
- Isso podem rir. Mas você também não tem, Aioria. Só vive de "rolo".
- Já é alguma coisa. – ele disse, tomando um gole de sua cerveja. - E vocês, Kanon e Saga? Estão muito quietos, não pensem que não percebemos. E no final, quem ficou com a garota?
- Aioria! Não seja inconveniente! – disse Mu.
- Não se preocupe, Mu. – disse Kanon, sorrindo para si mesmo. – Eu e Saga não vamos mais brigar por nada que não seja sério o suficiente.
Miro e Aioria quase se engasgaram com suas bebidas. Miro sentiu muita dor, pois como sempre, seu Bloody Mary estava salgado demais.
- Que história é essa? Vocês dois agora são amigos? Finalmente? – perguntou Aioria, sem esconder a felicidade que esse fato lhe causava. Por causa dessa antiga inimizade, Saga e Kanon brigavam a qualquer hora e em qualquer lugar, causando perturbações inclusive no grupo. Isso fazia com que eles destoassem e atrapalhassem a harmonia.
- Bem, estamos levando, fazendo tudo o que é possível – disse Saga, animado com a felicidade do amigo. – Vimos que você tem razão, Aioria. Aliás, vocês todos têm. Não está certo irmãos se odiarem assim. Se Kanon me aceita como sou, estou disposto a aceitá-lo também.
- Sim, claro que sim, e já até falamos sobre isso. – disse Kanon.
- Que lindo. – Miro disse, tomando um gole de seu drink salgado e cheio de limão. É, dessa vez ele havia se superado. Estava ruim mesmo.
- Vamos brindar a isso! – disse Aioria, levantando a garrafa de cerveja.
- Espere, o infeliz do Shaka ainda não chegou, esqueceu? – disse Miro. – E afinal, o que ele está fazendo? Mu, você sabe? Ele sumiu durante a tarde inteira depois das aulas.
- Não, eu não sei... – disse Mu, parecendo preocupado. – Mas desconfio. É aquela mulher de novo. Ela deve ter feito algo contra o Shaka. Não sei o que fazer para livrá-lo dela.
E assim que ele terminou a frase, o interfone tocou.
- Olha só, deve ser ele – disse Miro. – Vai lá atender, Aioria.
- O quê? Vá você!
- Não briguem, eu vou – disse Mu rindo e já se levantando.
- Nem pensar – falou Kanon, também se levantando. – Eu vou. Você está com sua namorada e ela não parece querer soltar sua mão.
Kyoko corou ao perceber que ainda segurava a mão de Mu, mesmo após ele ter se levantado. Mu sorriu para ela e voltou a se sentar.
Em alguns segundos, Kanon reapareceu com Shaka.
- Shaka! Onde esteve a tarde toda? Não atendeu celular, sumiu na faculdade! Ficamos tão preocupados! – disse Miro.
Shaka sorriu e se sentou ao lado de Kanon.
- Olá a todos vocês, oi Kyoko – ele acenou na direção dela, que respondeu, animada. – Desculpem. Eu estava... estava com a Victoria.
- O QUÊ? – dessa vez Mu se levantou bruscamente, assustando a todos, inclusive a Kyoko.
- Pessoal, eu posso explicar...
- Explicar o quê, Shaka? – Mu vociferava, indignado. Eles nunca o viram assim. – Não me diga que vamos ter de queimar outro casaco? O que ela fez dessa vez? Shaka, essa mulher é perigosa, ela não presta! Lembra do que aconteceu da última vez?
- Mu – Shaka manteve a calma, como sempre – Sente-se. Por favor, deixe-me explicar.
Mu se sentou, contrafeito. Todos lá eram da mesma opinião, e Shaka sabia disso. Talvez Kanon o apoiasse. Ele foi interceder por Victoria. Mas até ele parecia um pouco preocupado...
- Eu sei que Victoria fez coisas erradas. E eu admito que ela ainda me surpreende. Mas Victoria, no fundo, é uma garota comum. Ela não é má. Se fosse, eu poderia sentir isso. Ela me ama. Conversamos hoje. Ela esclareceu tudo. Tenho certeza de que ela jamais se exporia assim para alguém. O que posso fazer? Sinto-me responsável, até mesmo pelo que aconteceu comigo. Resolvi dar uma chance a ela e a mim mesmo.
Todos ficaram em silêncio. Dessa vez Victoria podia até não ter usado bruxaria, mas Shaka parecia outra pessoa. Seus amigos nunca pensaram que fossem ouvi-lo falar com tanto ardor sobre um assunto que há cinco minutos atrás não lhe despertava o menor interesse.
- Nossa, Shaka... – Miro foi o primeiro a dizer – Bem, que noite! Saga e Kanon amigos e Mu e você com namoradas! Ninguém tem mais nada realmente escandaloso para dividir? Estou achando tudo isso muito divertido.
Saga e Kanon não ousaram se entreolhar e muito menos encarar nenhum dos amigos. Ficaram olhando para os sapatos. Felizmente, ninguém percebeu que havia algo estranho com os dois. Mas Miro não parou por aí. Parecia realmente haver mais vodka que o necessário em seu Bloody Mary.
- E vocês dois, Saga e Kanon, não responderam à pergunta que não quer calar. Então no fim, nenhum dos dois vai ficar com a garota?
- Bem, parece que não, não é? – disse Kyoko e Miro a achou muito intrometida. – Agora eles provavelmente vão se concentrar no relacionamento entre eles. Uma garota só iria atrapalhar. Não é, Kanon, Saga?
- Sim, sim, claro... – respondeu Saga, aliviado com a intervenção de Kyoko.
- Com certeza... – disse Kanon, só querendo que aquele assunto se encerrasse logo.
- E eu estou ficando com fome... – disse Kyoko. – Não podemos cortar o bolo que eu fiz?
- Eu apóio totalmente essa ideia. – disse Aioria, já indo até a cozinha pegar o bolo.
- Isso, isso mesmo! – Miro dizia, animado em excesso. – Bolo!
- Miro, acho melhor me dar isso, já é seu terceiro drink.. – disse Saga, tirando o copo da mão do amigo.
Enquanto os cinco se dirigiam à cozinha onde Aioria já estava cortando o bolo, os olhares de Saga e Kyoko se cruzaram. Ela deu um sorriso de cumplicidade e piscou um olho, agitando o dedo indicador. Saga prendeu a respiração. Lavelle, sua linguaruda...
Ele riu e entrou na cozinha com os amigos. Estava curioso para saber de que sabor era o bolo.
Autor(a): Lonely Loony
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