Fanfics Brasil - 2 Holding you, and swinging

Fanfic: Holding you, and swinging | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: 2

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Capítulo 02 –


As férias haviam terminado e os garotos se preparavam para o segundo ano de faculdade juntos.


O dia estava ensolarado e havia várias caras novas. Mal haviam chegado e Miro já estava flertando com uma loira turbinada, que piscou para ele.


- Bem, agora pelo menos você não pode reclamar – riu Mu.


- Uma piscadela, é o máximo que eu consigo extrair delas. É a minha sina, meu amigo. Mas não conte a ninguém.


Para a surpresa de Miro, risadas ressoaram em suas costas. Ele se voltou, ultrajado.


Eram aqueles dois.


- Quer dizer que você não tem muita sorte com as mulheres, Suzuki? Como conseguiu chegar à faculdade sem que alguém lhe quebrasse a cara? Seu perdedor!


Eram Shura e Camus. E Camus só olhava para cena com aquele seu olhar frio, impassível, enquanto Shura fazia as piadinhas.


Watanabe. Eu é que vou quebrar sua cara. O que eu acho incrível é que eu tenha me controlado até hoje.


- A qualquer hora e em qualquer lugar, Suzuki.


Shura levantou o punho ao mesmo tempo em que Miro. Mas Mu, balançando a cabeça negativamente e olhando fixamente para o amigo, abaixou o punho deste e sussurrou:


- Não vale a pena.


Miro, por mais que odiasse, sempre ouvia Mu. Havia algo nele, uma força, um magnetismo... Era impossível desobedecê-lo, tirar-lhe a razão.


- Ora, Suzuki... Você obedece ao seu namoradinho, é? Eu poderia facilmente dar uma surra nos dois!


- Abaixe esse punho e pare de me envergonhar, Shura – disse Camus, que até agora só olhara para a cena, impassível. – Você sabe que não tem nenhuma chance contra os dois.


Shura olhou para Camus, ultrajado. Mas antes que ele retrucasse, o sinal tocou.


Mu se virou para ir e com um último olhar, Miro o seguiu. Shura, irado, seguiu Camus na direção oposta.


As aulas da manhã se passaram sem nenhum incidente. Mu e os outros combinaram de se encontrar para o almoço após este passar na biblioteca. Era seu lugar favorito naquela faculdade. Tão vasta e ele já havia lido quase todas as obras literárias de lá...


E quando ele entrou, ele a viu.


Aqueles cabelos vermelhos mais pareciam chamas. Brilhavam, pareciam iluminar o recinto. Quando ela movia a cabeça eles pareciam brilhar ainda mais. Ela traçou uma linha com o dedo indicador na página em que estava lendo, olhou para cima, pensativa, como se estivesse absorvendo o conteúdo... E ele pôde ver que seus olhos eram verdes, pareciam esmeraldas. Ela encostou a lapiseira rosa nos lábios, abaixou novamente a cabeça, fazendo com que seus longos cabelos vermelhos se sacudissem e anotou alguma coisa.


Então, fechou o livro e foi colocá-lo no lugar. Como ela se movia com graça e delicadeza! Ele nunca havia visto ninguém assim. O que será que ela estava lendo?


Ele tremia. Queria falar com ela. Mas o que diria? Sua boca estava seca. Suas pernas pareciam feitas de geleia. Seu coração estava acelerado e batia tão alto que era impossível que ela ou alguém lá não estivesse ouvindo.


Ele sentiu que a conhecia de algum lugar. Sentiu-se imediatamente conectado a ela. Precisava falar com ela. Se fosse, saberia o que dizer.


E ele finalmente começou a se mover, quando ela olhou para ele e sorriu, um sorriso radiante. Ele parou de respirar e seu coração também quase parou.


Mas na direção dela, veio um garoto loiro, bonito. E a abraçou. Ela disse a ele alguma coisa e os dois saíram de mãos dadas da biblioteca.


Ela passou por ele sem sequer notá-lo. E Mu, ao vê-la de mãos dadas com aquele garoto loiro, sentiu uma profunda tristeza, sem saber por quê... Mas não teve mais vontade de pegar nenhum livro. Só queria sair daquela biblioteca o mais rápido possível.




- Mu, você ouviu alguma coisa do que eu disse? – perguntou Saga, atirando nele um pedaço de seu bolinho.


- Não, ele não ouviu. – disse Kanon. – E com certeza está melhor assim.


Saga nem se dignou a olhar para o irmão.


- Eu disse que hoje a Lavelle veio falar comigo. Eu me fingi de idiota, é claro.


- Você não precisa fingir. – disse Kanon.


Todos riram, menos Saga.


- O que eu quero dizer, é o seguinte. Ela me chamou para sair e eu fingi que não sei que ela está totalmente na minha.


- Saga... – disse Mu – Eu não conheço essa pobre garota, mas não acho que ela mereça passar por isso. Quer mesmo fazê-la sofrer? O que vai ganhar com isso?


- Não quero fazer ninguém sofrer. Só quero me divertir.


- Pelo menos alguém aqui se diverte – disse Miro.


- Mu – interrompeu Aioria – por que você está tão chateado?


- Ah, então você também percebeu? – disse Shaka. – Eu não ia dizer nada para depois nós dois conversarmos a sós, mas...


Todos olharam bravos para Shaka.


- Mu é nosso amigo tanto quanto seu – disse Saga, olhando com aquele olhar sério, perturbador. – Só porque você acha que pode monopolizá-lo não significa que nós não nos preocupemos.


Shaka corou.


- Eu... Eu não... Bem, é claro que somos todos amigos, não é minha intenção monopolizar...


- Pessoal... – disse Mu, rindo – Fico muito lisonjeado. Não deem uma bronca em Shaka, vocês todos são meus amigos, todos significam para mim.


- Ack, que bichisse. – disse Miro. - Vamos parar com isso. Senão eu vou chorar aqui, ou vomitar.


Todos riram. Mas Mu parou no meio da ação ao ver alguém adentrar o refeitório.


Era Lavelle. Os cinco olhavam para Mu intrigados.


- Mu. – disse Saga, piscando para ele. – Ainda somos amigos, não somos?


Mas não era Lavelle que chamara atenção. Era a garota que estava a seu lado.


Aquela menina ruiva.


As mãos de Mu ficaram úmidas de suor. Por que ele ficava tão nervoso? Nada era capaz de afetá-lo assim. Afinal, era só uma garota! "Qual o problema? Vá lá e fale com ela!", ele pensava.


Lavelle e menina ruiva se sentaram numa mesa para seis. Logo depois, aquele garoto loiro, Shura e Camus vieram se juntar a elas.


Saga suspirou.


- Como aqueles perdedores conseguem estar no mesmo grupo que a Lavelle?


- Não sei do que você está reclamando. – disse Miro. – É de você que ela está a fim.


Kanon estava praticamente soltando fumaça.


- Quem é aquela garota que está com eles? – perguntou Mu, tentando parecer indiferente.


Eles se entreolharam trocando sorrisinhos de cumplicidade, para a vergonha de Mu. Mas ele fingiu não perceber nada.


- Não fazemos ideia - disse Shaka, ainda sorrindo. – Acho que é uma caloura. Por quê?


- Ora. Não posso perguntar? Nunca a vi por aqui também.


- Se quiser posso ir lá perguntar – disse Saga. – É uma boa desculpa para ir à mesa da Lavelle e tirar aquela carinha de satisfação do Watanabe.


- Não precisa ir por minha causa – disse Mu, ainda tentando parecer indiferente, mas soando ansioso. – Não quero que você arrume confusão.


Saga sorriu com o canto da boca e se dirigiu à mesa de Lavelle.


Lavelle estava deslumbrante como sempre. Seus cabelos loiros platinados eram como o luar. E aqueles olhos que mudavam de cor, sinceros, amorosos. Ora estavam acinzentados, ora azuis como o oceano, de acordo com seu humor. E seus lábios eram da cor de cereja. Ela era pequena e delicada e parecia tão frágil quanto seu corpo.


Saga era o único que tinha coragem de olhá-la nos olhos sem se desmanchar, e ainda falar com ela. Ele foi chegando e simplesmente se sentou à mesa, ao lado do garoto loiro, o único lugar vago.


- Olá, Lavelle. – ele ofereceu a ela seu sorriso mais provocante. – Olá, a todos vocês.


- O que você faz aqui? Quem o convidou? – perguntou Shura.


- Ora, Watanabe. Não podemos esquecer nossas diferenças pelo menos desta vez? Afinal, por que nos odiamos tanto? – ele disse, tentando parecer inocente.


O que sempre fazia o coração de Lavelle bater mais rápido.


E deixou Shura sem resposta.


- Saga... – Lavelle falou. – Já conhece meus novos amigos? Esta aqui é Kyoko Aikawa e este é Hiro Takahashi, o noivo dela. Eles estão um pouco nervosos com o primeiro dia.


- Muito prazer – disseram os dois, em uníssono.


- E você, como sempre, ajuda a todos. – disse Saga, pegando a mão direita de Lavelle, que estava a sua frente, e tocando de leve com os lábios. A garota corou violentamente. Camus virou os olhos. Shura levantou uma das sobrancelhas e se segurou para não rir.


Lavelle estava nervosa, mas tentou retomar.


- Eu... eu... – ela disse, passando a mão pelos cabelos, desconcertada – Kyoko-chan é na verdade minha priminha. Ela veio transferida da Alemanha, onde estava estudando. Mudança drástica, não é? E é claro, Hiro e ela não conseguem ficar separados um do outro. Foi bom ela ter vindo para cá, eu estava com muita saudade.


As duas sorriram uma para a outra.


Saga fez uma cara de desdém, mas disfarçou rapidamente, antes que alguém pudesse perceber.


- Lavelle, você nunca me disse que tinha uma prima.


- Bem, Saga, nós dois nunca conversamos muito até hoje... Há muito que você não sabe sobre mim.


O sinal tocou.


- Bem, Lavelle. Espero vê-la após a aula, ou senão, em breve. Muito prazer Aikawa, Takahashi. Até mais.


E ele se foi.


- Imagine só! – disse Shura. – Não se deixe enganar, Kyoko. Ele chega aqui, todo pomposo, agindo como se fosse um cavalheiro!


Lavelle riu, aquela risada musical que encantava a todos.


- Com certeza ele não é tão mau assim, Shura.




Mu olhava para Saga com expectativa enquanto eles andavam pelo corredor para a sala de aula. Saga parecia muito mais distraído que de costume. Aioros, Miro, Shaka e Kanon davam risinhos.


- Bem, é aqui que nos separamos. Tenho aula de Física. Até mais, Mu. – disse Saga.


E se foi.


Mu parecia uma pintura de Munch ao ver Saga se despedir dele sem dizer nada de relevante.


Shaka pensou em rir, mas teve pena.


- Nós dois vamos vê-lo daqui a pouco. Aí perguntamos. – ele disse, passando o braço em volta do amigo.


- Não sei do que está falando – ele disse, num fio de voz.


Aula de Literatura. E hoje eles discutiriam "David Copperfield", de Charles Dickens.


Essa era a matéria favorita de Mu, mas ele não estava com humor para prestar atenção ou responder perguntas no momento.


O professor discorria sobre a vida de Dickens e a sociedade na época, nada que fosse novidade para Mu. Até que fez uma pergunta e apenas uma mão se elevou. Ele, como estava muito distraído, não ouviu o que o professor perguntou. Mas como todos, se voltou para ver quem foi ousado o suficiente para se oferecer.


E era ela. Novamente.


- Muito bem. Deixe-me ver, seu nome é...


- Kyoko Aikawa, senhor.


Então era esse o nome dela! E o coração dele acelerou novamente.


- Não é referente à pergunta. É mais um protesto. Acontece que há uma personagem chave que sempre fica de fora nas discussões.


O professor parecia curioso.


- Prossiga, senhorita Aikawa.


- É a Rosa Dartle. Tece-se muitas considerações sobre as personagens mais etéreas de Dickens, mas comparadas a ela, elas não têm tanta expressividade. O senhor também não mencionou que Dickens tem uma tendência a mostrar as mulheres como se fossem etéreas, não é? Pois então. Rosa Dartle é a personagem que mais se aproxima do real. Sua cicatriz, que tanto perturbava David talvez fosse para demonstrar isso. Além de tudo, ela foi retratada com uma histeria talvez exacerbada.


Shaka estava sorrindo, e isso significava que aquela garota passara pelo seu crivo. Mu a escutava com atenção, sorvendo cada palavra. Sim, era exatamente o que ele achava sobre Rosa Dartle e sobre a obra David Copperfield. Em meio a um torpor, ele se imaginou segurando a mão daquela garota ruiva, tendo longas conversas sobre livros com ela, lendo de mãos dadas sob árvores...


O professor continuou fazendo suas observações e a aula transcorreu bem. Mas Mu não parou de olhar para aqueles cabelos vermelhos até que o sino tocasse.


E ao se dirigirem para a próxima aula, ela passou por ele novamente, esguia, movendo-se como uma bailarina. E ele não conseguiu encará-la nem dizer nada.


- Vamos, Mu. Agora temos aula com Saga e os outros. – Shaka disse, quase rindo, puxando o amigo pela manga da camisa branca.






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Autor(a): Lonely Loony

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