Fanfics Brasil - 3 Holding you, and swinging

Fanfic: Holding you, and swinging | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: 3

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Capítulo 3 –


E durante todo aquele dia Mu não viu mais aquela garota. Ele foi para casa, frustrado e cansado.


- Mu! – Kiki pulou nele quando ele chegou.


- Chegou cedo da escola! Era para eu ir buscá-lo!


- Eu vim com a Sayoko.


Kiki tinha os mesmos cabelos e olhos da mãe. Os cabelos de Kiki eram curtos alaranjados e os olhos azuis, ao passo que os de Mu eram longos e possuíam um tom violeta e os olhos poderiam ser verdes ou lilases, conforme seu humor ou o clima, ninguém sabia ao certo.


O mais estranho nos dois irmãos eram aquelas marcas de nascença na testa. Dois sinais na horizontal. Como se já não fosse bizarro o suficiente ter marcas assim, as de Kiki eram azuis e as de Mu, vermelhas. Mas Mu tinha uma teoria sobre isso. Talvez esses sinais fossem a fonte de seus estranhos... "dons". Eles tentavam manter isso em segredo, é claro. Mas podiam mover e levitar objetos. E Mu também conseguia influenciar pessoas.


Ele sempre disse a Kiki que não abusasse desse dom, inclusive enquanto não conseguisse compreendê-lo. O que ele não sabia é que, se tentasse, também poderia levantar pessoas. Kiki sabia disso porque já o fizera em algumas ocasiões: quando sofria abuso de colegas por causa de suas marcas de nascença e para escapar de surras de valentões. Agora ninguém se metia com ele e todos o admiravam e respeitavam. Mu nunca ficou sabendo do quase sofrimento de seu irmão. Kiki não gostava de dar trabalho a ele. E depois, ele já era suficientemente mimado.


- Então, como foi seu dia na escola hoje? Fez mais amigos?


- Não mais que o esperado. Mas a Sayoko me disse—


Mu balançava a cabeça e dizia "hm" e "ah" nas horas certas, mas não conseguia prestar atenção de fato. Olhava para os cabelos ruivos de Kiki e pensava na mãe. Eram exatamente como os da mãe. E aquela garota também era ruiva... Mas seus cabelos eram como fogo, indecentemente vermelhos...


- Hein, Mu? Por que você não responde?


- O quê? Me desculpe, Kiki, me distraí por um momento.


- Eu disse que beijei a Sayoko! Ou melhor, ela me beijou.


Mu finalmente percebeu a importância de prestar atenção.


- O quê? – Mu estava perplexo.


- Sim, foi exatamente como nos filmes, só que melhor! Mu, agora tenho uma namorada! E sou o cara mais popular da escola!


Mu resolveu dar corda. Era bonitinho, afinal. Seu irmãozinho crescendo. Mas era um pouco assustador... Ele só tinha nove anos!


- Mas então isso não faz dela uma interesseira? Quer dizer, não quero que você sofra tão jovem, Kiki.


Kiki riu como se Mu estivesse falando disparates e como se fosse adulto o suficiente para entender o que estava acontecendo.


- Não, não, Mu, você entendeu tudo errado! Ela não gosta de mim só porque eu sou popular. A Sayoko sempre esteve ao meu lado quando eu mais precisei. E isso é o que é mais importante num relacionamento.


Mu riu.


- Você é só uma criança, Kiki. Deveria estar correndo descalço por aí e aproveitando a vida, e não discutindo com um homem nove anos mais velho que você sobre relacionamentos.


Kiki pareceu ofendido e Mu se arrependeu do que disse na mesma hora.


- Desculpe-me, Kiki. Não estou fazendo pouco de você. Mas não quero que cresça tão rápido.


Kiki sorriu e o abraçou. E Mu pensou... Não tinha nenhum bom conselho sobre mulheres a dar para o irmão nessa situação delicada. Daqui a pouco seria Kiki quem o estaria aconselhando...




Já estava quase na hora da aula e Hiro Takahashi se encontrava completamente perdido pelos corredores. Ele não gostava de pedir informações. Bem, não é que não gostasse, mas não tinha muito jeito para falar com estranhos. E Lavelle desaparecera do mapa com Kyoko para uma outra ala e lá estava ele, sozinho.


Estendeu a mão e cutucou de leve o primeiro que alcançou.


O rapaz que se virou tinha olhos verdes e gentis. Hiro imediatamente se sentiu calmo e seguro para solucionar seu problema. Além disso, achava que já o havia visto antes.


- Oi, com licença, você sabe onde fica a Ala B-2?


O garoto sorriu e respondeu, mas Hiro não ouviu nada porque ficou prestando atenção nas duas pintinhas vermelhas que haviam na testa dele. "Muito estraho, mas interessante", Hiro pensava. E quando se deu conta não ouvira a resposta. E agora? Não poderia perguntar de novo, o que alegaria?


-...e de fato, eu também estou indo para lá. Se quiser podemos ir juntos - ofereceu o rapaz das pintas estranhas, que era Mu, claro.


- Desculpe-me, mas... Eu não o conheço? - perguntou Hiro, enquanto caminhavam.


E naquele instante, Mu se lembrou da garota de cabelos vermelhos. É claro, era o loiro que sempre estava com ela! Com certeza era algum primo, algum parente distante... E percebeu só agora que o garoto usava óculos, o que o deixava ainda mais bonito e aumentava um pouco seus olhos, que eram azuis. Um azul limpo como o do céu. Por favor, que ele seja só um primo...


- Eu sou amigo de Saga, você o conheceu ontem no almoço. E você é amigo da Lavelle, não é?


Como ele chegaria ao assunto sem chamar atenção?


- Na verdade, a Kyoko é prima dela.


- Oh, sim! - Só de ouvir o nome dela... - Eu noto uma certa semelhança entre você e a Lavelle. Vocês três são todos primos?


- Não, não - Hiro sorriu. - Não somos parentes. Sou noivo da Kyoko. Mas conheço a Lavelle desde criança, de qualquer forma. Somos todos muito unidos. Eu sou amigo de infância da Kyoko, então sabe como é. Destino, está escrito.


Mu sentiu seu coração falhar. Sempre achou que almas gêmeas destinadas a ficar juntas fosse algo muito bonito, mas pela primeira vez a ideia lhe trouxe tristeza. Não queria sentir nenhuma emoção negativa por Hiro, que parecia estar gostando dele. Estava tudo acabado. Eles eram noivos, amigos de infância, muito unidos... E ela nem sabia que Mu existia. E se soubesse, por que haveria de se importar?


- Onde é, afinal? - perguntou Hiro, ainda sorridente e simpático. E Mu percebeu que já haviam passado do local há horas.


- Desculpe, me distraí com a conversa... É mais para trás.


- Eu vi. Nossa, nunca pensei que eu fosse ser interessante para mais alguém a não ser a Kyoko - Hiro brincou. Mas Mu não conseguiu nem forçar um sorriso. Continuou sério, mas Hiro pareceu não perceber que o outro estava incomodado.




 


Ao sair da aula, Mu só queria ir para casa. Ele andava o mais rápido possível pelos corredores para não encontrar Shaka e cia. Não estava a fim de conversa, brincadeira, nada.


Ao sair, ele ficou observando como o prédio da faculdade era imponente. Parecia quase um castelo, mas sem as torres. O dia estava lindo, o Campus lotado gente deitada na grama verde conversando e lendo sob as árvores...


"Vou só pegar um livro. Nada mais.", ele pensou.


Mas ele sabia por que queria ir até a biblioteca.


A biblioteca ficava localizada nas adjacências e era um prédio um pouco mais moderno que o da Universidade. Mas era muito vasta, cheia de prateleiras e estantes, dava para se perder por ela. As bibliotecárias que ficavam atrás dos balcões sempre atendiam os alunos com um pouco de má vontade.


Ele andou por entre as mesas observando os vários estudantes, estudando em grupo ou sozinhos. As mesas de mogno brilhavam impecáveis.


- Psst! Psst!


Mu olhou. Era Lavelle que o chamava.


- Olá, Mu. - ela falou, sussurrando. - Quer sentar comigo?


- Claro, Lavelle. – ele disse, puxando uma cadeira a seu lado.


- Então. Você é bom em Literatura, não é? O Saga me disse. Mas por favor, não fale que eu te contei isso. Ele me pediu para dar uma ajudinha com esse trabalho dele, mas não consigo resolver essa pergunta de jeito nenhum.


- O Saga está pedindo para outras pessoas fazerem os trabalhos dele? - disse Mu, indignado.


Psst! É só dessa vez, ele me prometeu. Ele disse que você ficaria assim se eu contasse. Eu pediria ajuda à Kyoko, mas é para amanhã e hoje ela está ocupada. E não fica bem copiar o trabalho dos outros sendo que as respostas são subjetivas. E eu prometi ao Saga que faria, mas o fato é que... Não sou muito boa em Literatura! Minha área é Exatas...


- Que absurdo, Lavelle. Dê-me o papel, eu o farei, mas só por você. Mas não devia.


"Vou ter uma conversa com o Saga...", ele pensou.


- Lavelle... Há algo que precisa saber. Sabe, eu sou muito amigo de Saga. Jamais iria querer o mal dele. Mas... Tome cuidado onde está pisando. As coisas nem sempre são o que parecem. Sei que Saga não tem a intenção de magoá-la, mas...


- Mu o que está tentando me dizer? Que Saga não é bom para mim?


Mu ficou preocupado com o impacto de suas palavras. Não queria prejudicar nenhum dos dois.


- Não, não, Lavelle. Quem sou eu para dizer isso. Só acho que... Não se mostre tão vulnerável.


Lavelle se levantou, fazendo muito barulho e assustando Mu com sua impetuosidade. Mas ainda assim, continuou sussurrando.


- Ele é o primeiro homem que não me trata como se eu fosse um objeto! E é seu amigo! E acha que você é amigo dele! Achei que você também fosse diferente. Pode deixar que eu me viro. - e arrancou o papel das mãos de Mu. - Tchau!


Lavelle deu as costas para Mu e foi embora. Ele ficou pasmo.


Mu ficou na biblioteca até escurecer. Não leu nada, só ficou parado, pensando. Quando viu que perdera a noção do tempo, correu para casa pensando em Kiki.




Ele odiava trens, metrôs, ônibus e afins. Gostava de dirigir seu Hyundai pela cidade iluminada.


Sua casa era numa parte mais calma da cidade, onde havia menos prédios e gente. Mas a essa hora, tudo começava a ficar perigoso.


Ele passava pelo Parque quando a viu, andando apressada no seu vestido amarelo e laço no cabelo da mesma cor.


Ela olhava para trás o tempo todo. Mu teve um pressentimento ruim.


Foi quando ele viu. Dois homens a estavam seguindo, de longe. E ela caíra no erro de correr em direção ao Parque. Se entrasse lá a esta hora, estaria encurralada. E era isso o que eles queriam, com certeza.


Mu saiu do carro, batendo a porta e praguejando. Ele ainda estava relativamente longe, do outro lado da rua, e Kyoko e os marginais já haviam entrado no Parque. Se ele não chegasse a tempo...


Mu correu mais como se sua vida dependesse disso. Mas ela não estava em lugar nenhum. Ele só via bancos de praça e silhuetas de árvores na escuridão. Muito conveniente o parque estar praticamente deserto àquela hora. Não, havia um homem dormindo ali na grama. Infelizmente isso era algo que acontecia hoje em dia.


Mu se embrenhou pelas árvores, desesperado. Se ela não estava em lugar nenhum à vista, então se escondera. Ele rezava para que ela tivesse conseguido se esconder.




Kyoko tateava no escuro por entre as árvores, tentando perder de vista aqueles marginais que a seguiam . Isso nunca acontecera em seu trabalho antes. Eles esperaram que ela saísse para pegá-la! A forma como eles a olharam quando ela estava lá atrás do balcão... Ela sentiu o perigo e a hostilidade emanando deles...


E agora ela estava sozinha.


Alguém a agarrou pelo braço e a arrastou mata adentro.


Havia um laguinho do outro lado, escondido entre as árvores. Se a situação não fosse tão desesperadora, Kyoko teria parado para admirá-lo. Mas aquela mão era forte como aço em seu braço delgado. Ela tentou lutar, mas em vão. E viu que não tinha mais jeito, quando o outro se aproximou.


- Eu vi você lá na padaria... – um deles disse, chegando muito perto do rosto dela, ao passo que ela recuava – Você fica tão linda sem aquele avental...


Ela o chutou e acertou bem onde deveria, ao que parecia. Mas o outro ainda a segurava e começou a rir.


- Mas ela não é nervosinha? Vem cá vem... – ele dizia, enquanto a forçava a se deitar no chão.


- Desgraçada, vou te dar o que você quer! - disse o outro em que ela batera, se levantando com algum custo.


- Me larguem, seus malditos – ela chorava.


- Pode gritar, eu gosto. Ninguém aqui vai te ouvir.


Um deles segurava-lhe os braços enquanto o outro se deitava por cima. Ela ainda tentava lutar.


- Por que você tem que ir primeiro? Fui eu que apanhei!


- Por isso mesmo, ela não te quer. – O outro escarneceu.


Kyoko lutava, mas mal conseguia se mexer.


- Socorro! Me larguem, me larguem!


Mas eles não estavam mais ouvindo nada.


De repente o que estava em cima dela gritou e ela se viu livre dos dois.


Um terceiro homem apareceu e Kyoko entrou em choque. Mas para sua surpresa, ele bateu a cabeça de seus agressores uma contra a outra e os surrava, dizendo, a cada soco, irado, com a voz embargada pela fúria:


- Nunca - tente – possuir – uma mulher – à força.


Kyoko se encolheu encostada no tronco de uma árvore, tremendo, observando a cena. Foi então que ela se deu conta. Estava salva. Aquele estranho a salvara.


Os dois marginais jaziam no chão como lixo, inconscientes. O estranho que a salvara passou por cima deles e foi em direção a ela, estendendo a mão.


- Você está bem?


Os olhos de seu salvador faiscavam na escuridão. Kyoko se sentiu atraída por aquele olhar, como se estivesse sendo tragada... Ela pegou a mão que ele estava oferecendo e na mesma hora sentiu seu corpo formigar, da ponta dos dedos até a sola dos pés. O tempo pareceu parar. Ela virou a mão, de modo que as palmas dos dois se tocassem e entrelaçou seus dedos com os dele.


Eles ficaram assim durante um longo tempo, se olhando, seus corações batendo como um só. Até que ela, parecendo acordar de um sonho, mas sem soltar-lhe a mão, disse:


- Obrigada... Por me salvar. Se não fosse por você, eu teria perdido muito mais do que a vida hoje.


Mu não estava mais irracionalmente nervoso como nas primeiras vezes em que a vira. Agora parecia incrivelmente fácil conversar com ela. Parecia que ele já havia feito isso a vida toda.


Canalhas. Pode andar?


- Sim - ela disse, se levantando com a ajuda dele.


Eles saíram do Parque em silêncio, e em nenhum momento soltaram as mãos um do outro. Mu a levou até seu carro.


- Vou levá-la até em casa.


- Muito obrigada. Sei que já dei muito trabalho por hoje... Qual seu nome?


- Não deu trabalho nenhum. – Por trás daquela calma, Mu estava radiante. – Por favor, me chame de Mu.


- Mu. Adorei seu nome, é impossível de esquecer - ela disse, sorrindo para ele e fazendo seu coração acelerar, de novo. E ele que achava que isso já havia passado... – Eu sou Kyoko. Aikawa Kyoko.


- Eu também nunca vou esquecer, Kyoko.






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Autor(a): Lonely Loony

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Capítulo 4 – - Uau, Mu. Que história. – disse Miro, ao mesmo tempo em que protegia seus olhos do sol. Mu, Shaka, Miro, Aioria, Saga e Kanon estavam todos sentados na grama do Campus, conversando durante o breve intervalo. Mu contara a história, mas omitira certos detalhes... - E você a consolou? – perguntou Saga, com os o ...


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