Fanfics Brasil - 7 Holding you, and swinging

Fanfic: Holding you, and swinging | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: 7

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Capítulo 07 –


Estava se tornando impossível falar com Shaka. Victoria parecia saber dos planos de Mu. Ela sempre acompanhava Shaka conspicuamente a todos os lugares em que ele ia. Mu já nem conseguia mais falar com ele antes das aulas de Literatura, pois lá estava ela, sempre ao lado de seu antigo amigo... E para completar, Shaka sempre se sentava longe dele.


Mas não hoje.


Mu esperou a aula terminar e foi atrás de Shaka antes que o outro pudesse fugir.


- Essa brincadeira idiota de gato e rato já está ficando ridícula, não acha, Shaka? – perguntou Mu, em um tom tão venenoso que assustou até a ele mesmo.


Mas Shaka riu.


- É você quem insiste em continuar me seguindo. Por que não vai atrás da Kyoko? Não percebe que quando você não está olhando ela o observa?


Como ele se distraía fácil... Mu se sentiu envergonhado por dar tanta importância a esse fato diante de uma questão tão importante quanto a sanidade de seu melhor amigo. Ele se conteve para não fazer nenhuma pergunta sobre Kyoko e seus olhares furtivos em sua direção. Mas agora não conseguia mais parar de pensar nisso. Para se tranquilizar prometeu que cuidaria disso depois e de fato, faria isso. Ainda não havia terminado o assunto com Kyoko.


Mas Shaka estava sorrindo aquele sorriso sinistro de olhos vidrados.


- Foi o que pensei. Veja, lá está ela, você ainda pode alcançá-la.


Kyoko olhou em sua direção. Mu mordeu o lábio inferior.


Não. – disse ele. – Shaka, precisamos conversar.


Naquele instante, Hiro Takahashi apareceu para conduzir a noiva a sua próxima aula ou a algum lugar, não importava. O coração de Mu parecia estar se partindo. Mas Shaka estava bem ali, na sua frente... E Kyoko estava tão distante...


"Eu juro que cuido disso depois. Ainda não acabou, Kyoko." – ele pensou, olhando para ela. E podia jurar que ela o havia escutado.


Kyoko se foi, mas Shaka ainda estava lá. Mu iria perdê-lo novamente se continuasse hesitando.


- Shaka, eu sei que você agora está com Victoria... E como seu amigo com certeza o apoiarei. Mas eu e os garotos estamos preocupados com sua súbita mudança. Desculpe se temos agido como imbecis. Dê-nos uma chance para nos desculpar. Pelos velhos tempos, vá à minha casa hoje. Por favor. Precisamos muito ver você, sentimos sua falta.


Shaka parecia estar tremendo e lutando contra algo. Quando falou, sua voz saiu estrangulada.


- Não sei... se Victoria iria querer...


Mu olhou para ele intensamente e pensou o mais forte que pôde:


"Não conte a ela. Você não precisa contar-lhe tudo. Ela entenderá."


Shaka soltou um longo suspiro e concordou, como se fosse algo que não pudesse ser evitado.


- Tudo bem, eu vou. Mas só hoje. E vamos acabar com essa brincadeira de uma vez.




Shaka entrou na casa de Mu. Foi até a área onde havia a piscina e os cinco amigos se encontravam todos parados, encarando-o, como se já o esperassem.


Mesmo não se encontrando em seu estado normal, percebeu que havia algo errado.


- Eu vim porque você insistiu, Mu. Mas não deveria estar aqui. Fale logo o que quer e vamos acabar com isso de uma vez por todas.


- Com certeza, Shaka. É aqui que isso acaba. Por que está usando esse sobretudo se o tempo nem está fresco? – perguntou Aioria.


Shaka lançou-lhe um olhar desafiador.


- Desde que conseguiu esse casaco de volta você tem agido como um idiota! Vamos arrancá-lo de você! – disse Miro.


- Não sejam patéticos! Eu vim aqui para isso? Para vocês me tirarem o casaco? Eu o uso porque Victoria gosta! – disse Shaka, já se esquivando, preparando-se para fugir.


- AGORA! – gritou Mu, a plenos pulmões.


Aioria, Kanon, Miro e Saga foram para cima dele e começaram a arrancar-lhe o casaco. Shaka lutava como um maníaco. Ele parecia louco, demente, de tão histérico que ficou. Não era do feitio dele. Isso encheu os olhos de Mu de lágrimas.


- Foi ela! Foi aquela bruxa da Victoria! Aquela víbora! – gritou Kanon, ainda segurando Shaka, que lutava contra eles.


- Vamos queimar esse casaco! – gritou Mu – E foi correndo até a lareira acesa.


Ele jogou aquele sobretudo tão lindo, que guardava tantas boas lembranças, no fogo. O tecido parecia gritar e emitir uma fumaça negra. A pele de Mu ficou arrepiada.


Shaka foi se acalmando, sua respiração foi se tornando mais suave... Até que ele dormiu.




Shaka sabia o que o aguardava no dia seguinte. Ele se dirigia à aula de Matemática com toda a calma que conseguiu reunir, pois iria encontrá-la.


E lá estava ela. Victoria. Vindo em sua direção com aquele vestido colado, aquelas curvas pecaminosas, aqueles cabelos pretos brilhosos, os olhos faiscantes e os lábios de carmim...


Talvez, em um outro momento, isso lhe tivesse chamado atenção. Ela foi chegando nele para abraçá-lo como se fosse sua amante. Mas Shaka a segurou pelo braço direito e a arrastou para um canto. Soltou-lhe o braço bruscamente e a encarou com olhos azuis, duros e frios.


Ela olhou para ele, confusa.


- Achou que eu fosse ser seu fantoche para sempre?


Então, Victoria finalmente caiu em si. Mas continuou mantendo a pose, altiva. Não disse uma palavra.


- De agora em diante, fique longe de mim. Eu posso ser perigoso sem suas bruxarias. Não posso simplesmente ser controlado por ninguém. Nunca a perdoarei por isso.


E Shaka, sem nenhuma satisfação a mais, se virou e saiu.


Victoria derramou uma lágrima que caiu negra, por causa do seu rímel.




Mu sabia onde a encontraria. Ela sempre estava lá depois das aulas de Física (que por acaso os dois não assistiam juntos). Era como se ela quisesse tirar todas aquelas fórmulas e contas inúteis da cabeça, assim como ele.


Kyoko estava sentada a uma mesa sozinha, lendo um livro Mu chegou sorrateiro, para ver qual era.


Danielle Steel? – ele falou um pouco alto demais, assustando-a, mas o que ela estava lendo o surpreendeu. Algumas pessoas chamaram-lhe a atenção com onomatopeias pedindo silêncio.


Kyoko estava com o rosto pegando fogo, extremamente embaraçada.


- O que está fazendo aqui? Seu bisbilhoteiro! – ela sussurrou, ainda vermelha e nervosa.


- Desculpe, mas fiquei um pouco surpreso. Não imaginei que você gostasse desse tipo de é... bem... Literatura. – ele tentou disfarçar o desdém em seu tom, mas sem sucesso.


- Veio aqui para me humilhar? Pois aposto que você nunca leu um livro dela! E fica aí contando vantagem!


Mais onomatopeias atrapalhando a conversa dos dois.


Mu riu.


- Vamos conversar lá fora? Ou o livro está muito interessante?


Kyoko sorriu sem-graça e colocou o livro dentro da bolsa.


- Nem vou perguntar... Não me diga que comprou esse lix—


- Fique quieto. – ela o repreendeu. – Você precisa abrir mais a sua mente.


Os dois se encontravam lá fora onde o sol brilhava timidamente por entre algumas nuvens.


- Kyoko... – Mu começou. – Não vim aqui para discutir sobre livros com você, na verdade, embora eu vá adorar fazer isso um dia. Mas não pude deixar de notar que você tem me evitado. E agora que estamos aqui, quero saber por quê.


Kyoko se sentia incapaz de inventar uma mentira que o convencesse. Então resolveu ser evasiva.


- Não é meu segredo para dividir com você, Mu...


Ele se aproximou dela, a ponto de ela poder sentir a respiração dele perto de seu rosto e disse, tocando-lhe os ombros:


- Isso a está afetando, Kyoko. Isso está nos afetando.


E antes que seus lábios pudessem se tocar ela se afastou.


- Não devemos mais nos ver. Se me ama como disse, aceite isso. Eu também o amo, mas certas coisas não podem ser—


Antes que ela pudesse completar a frase, ele a beijou. E ela sentiu novamente aquela onda de energia que parecia derreter seus ossos e deixá-la à mercê daquele homem. Nenhuma razão, nenhum raciocínio, ela não conseguia mais pensar. Não se importava mais com nada, ninguém ou com as consequências. Mas uma voz ecoou no fundo de sua mente...


"Está mesmo disposta a colocar Mu no meio dessa confusão que você vai criar?"


E só assim ela conseguiu forças para afastá-lo.


- O que estamos fazendo? – ela perguntou, com os olhos cheios de lágrimas. – O que eu estou fazendo!


- Kyoko...


- Já chega, Mu! Não vamos mais nos ver! Eu estou noiva! E todo esse nosso comportamento pernicioso e egoísta está trazendo problemas para todo mundo! Não quero magoar Hiro e estou fazendo exatamente o oposto! Não estou pensando em ninguém, não estou me importando com nada...


- Kyoko, eu não quero que você fique tão infeliz. Mas eu não sei... Eu não sei, eu posso sentir que há alguma coisa errada... Que você não está me contando.


"Diga-me o que é..."


- Pare com isso, Mu! Não faça esses truques baratos com a minha mente! Eu vou lhe dizer o que é pois não aguento mais guardar esse segredo! Mas você deve prometer que não vai me julgar!


Mu ficou um pouco desconcertado. Isso nunca acontecera antes quando ele usava esse "truque". Mas ao mesmo tempo ele prometeu.


- Naquela noite em que nos encontramos na festa! Saga nos viu, Mu! Ele nos viu!


- Saga? – disse Mu, perplexo. – Mas Kyoko, ele é meu amigo...


- Mas não é meu amigo! Eu fui ao banheiro e entrei num dos quartos por engano e o peguei com Victoria. Victoria! Ele estava traindo minha prima logo com ela! Primeiro eu achei que fosse o irmão gêmeo dele, mas quando percebi... Então eu fui correndo contar para Lavelle, mas ele não permitiu que eu saísse do lugar. Disse que se eu mencionasse à Lavelle, Hiro ficaria sabendo... sobre nós dois...


Mu sentiu seu estômago revirar. Não conseguiu articular uma sílaba.


- Você tem ideia, Mu? Eu não sei o que Hiro faria! Não sei se ele aguentaria!


- Kyoko... – Mu a segurou pelo braço – Você deve contar a Lavelle. Ela é sua prima e sua amiga. É sua obrigação moral. Aliás, você já deveria ter contado. Se não o fizer, estará sendo omissa.


- Mas Mu!


- Kyoko. – ele disse, cada vez mais sério. – Você deveria ter me dito isso muito antes. Saga não seria capaz. Ele só ficou desesperado por ter sido pego. Converse com Lavelle. Ela faria o mesmo por você.


Kyoko se sentia mais leve, como se a solução estivesse lá o tempo inteiro. Ela se sentiu estúpida.


- Quanto a nós dois... – disse Mu. – É realmente melhor pararmos por aqui. Não podemos mais correr o risco de magoar a terceiros. Você já tinha uma vida quando eu a conheci. Seja forte, Kyoko.


Ela apenas concordou com um aceno.


Os dois não se tocaram de nenhuma forma mais nessa despedida. Cada um se virou para o lado oposto e se foi.






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Autor(a): Lonely Loony

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