Fanfics Brasil - 8 Holding you, and swinging

Fanfic: Holding you, and swinging | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: 8

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Capítulo 08 –


Saga e Lavelle andavam de mãos dadas pela Universidade. Eram o casal mais adorado e invejado por todos. As garotas queriam ser como ela. Os garotos, como ele. E mesmo que fosse ou se fingisse ignorante, Kanon também tinha sua cota de popularidade. Mas sabia que não havia aquela aura de superioridade e orgulho em volta dele como havia em Saga. A maneira como seu irmão se movia e falava... Kanon não conseguia ser assim e temia sempre ficar à sombra do irmão. Mesmo sendo gêmeos, eles eram diferentes e todos notavam isso.


Sempre houvera uma rivalidade entre os dois, mas agora a competição pela supremacia se tornara mais acirrada. E tudo isso por causa de uma mulher. E Saga, como sempre, estava na frente. Mas Kanon tinha um talento que faltava ao irmão. Ele era mais calculista. Sabia esperar a oportunidade certa para agir. E ele sabia que mais cedo ou mais tarde, o momento chegaria. Sempre chegava... Ele conseguiria subjugar Saga e junto, o coração da mocinha.


Alguém se aproximou dele e fez sombra no livro que ele estava lendo.


Era Victoria. Como ela andava abatida aqueles dias. Nem a maquiagem conseguia disfarçar sua palidez e suas olheiras.


- Kanon, eu só vim porque você disse que era urgente e do meu interesse – ela disse, sentando-se ao lado dele no banco que mais fazia com que essa parte do Campus parecesse uma praça.


- E eu mão menti, Victoria. Quando foi que a enganei? Ouça-me. É sobre Saga.


- Você e essa sua fixação com Saga... – ela suspirou. – Mas se for algo a ver com ele, não poderia me interessar menos.


- Não é Saga que a interessa, disso eu sei e já chegaremos lá. Mas eu preciso de uma confirmação. E uma maneira de provar que é verdade o que me contou.


- Não estou entendendo. – ela olhou para ele com as sobrancelhas erguidas.


- Victoria. Na noite da festa... Você e Saga desapareceram. Não pense que eu não notei. E os olhares que você dirigiu a ele... Ele correspondeu, não foi? Vocês por acaso... Aconteceu algo entre vocês naquela noite?


Victoria riu, uma risada rouca.


- Então é isso? E qual seu interesse nisso tudo?


- Victoria. Se você confirmar e puder provar... Eu vou expor meu irmão. – Kanon disse, cheio de raiva.


- Ora, ora... Acho que o problema se chama... "Lavelle", não é?


- Da mesma forma que o seu se chama "Shaka".


- Se é assim, não temos nada a discutir – disse ela, se levantando, ofendida.


- Espere – ele tocou de leve sua mão. – Você ainda não ouviu tudo. Não seja tão impaciente, sente-se.


Victoria franziu os lábios imaginando se não se arrependeria por isso mais tarde. Confabulando com Kanon...


- Você tem dez segundos para me convencer. – ela disse, sacudindo seus cabelos longos e extremamente lisos que brilhavam ao sol.


- Eu falarei com Shaka a seu favor. Irei convencê-lo de que você vale a pena, o que é verdade.


Ela franziu as sobrancelhas. Adulação? Chegamos a esse ponto? Kanon devia estar mesmo desesperado. Mas Victoria mordeu a isca.


- E o que o faz pensar que pode fazê-lo mudar de ideia sobre mim? Ele me odeia e já deixou isso bem claro.


Victoria falou tudo isso sem demonstrar nenhum sentimento, mas a cada palavra ela sentia sua garganta queimar.


- Você não o conhece, Victoria. Eu sou amigo dele. Shaka é incapaz de odiar. E sendo amigo dele, sei que ele vai me ouvir.


- E essa é a única garantia que você vai me dar? Eu o ajudo a derrubar Saga e fico só com suas promessas vazias?


- Eu prometo. Farei o que for preciso para convencê-lo.


Victoria, de repente, sentiu-se ridícula. Estava realmente entrando em um joguinho por um homem? Pedindo ajuda para conseguir um homem, um simples homem? Não ela, não Victoria Valentine! Mas ela não disse nada, sequer protestou. Sim, ela estava realmente perdida...


- Eu dormi sim com seu irmão na noite da festa. E a priminha da Lavelle, Kyoko Aikawa, nos pegou. Se você a fizer abrir a boca terá o que quer. Boa sorte, Kanon. Fiz a minha parte.


Kanon ficou radiante. Era mais do que o que ele precisava.


- E é bom que você não seja só promessas, Kanon – ela disse, apontando-lhe uma unha longa e vermelha. – Nunca faça tratos com o demônio.





 


- Kyoko, você ouviu o que eu disse? – Lavelle perguntou à prima. Elas estavam uma de frente para a outra, sentadas a uma mesa durante a tarde, no grupo de estudo que Lavelle e Saga haviam formado.


O fato de Saga estar lá a perturbava. Ela ainda não havia conseguido falar com a prima. E ele parecia olhar para ela o tempo todo, como se a estivesse vigiando. Mas hoje, hoje ela contaria!


- Algum problema, Kyoko?


Dessa vez foi Kanon que perguntou. Dele, Kyoko gostava.


- Eu, bem... Não entendi a conta. Sou péssima em Matemática. Não vejo razão para estar estudando isso, para começar. Quero ser Tradutora e Intérprete e não sei como vou conseguir sobreviver desse jeito.


- É fácil – Kanon disse, solícito. – Eu a ajudo.


Hiro olhava para Kanon com um olhar fulminante. Antes que o outro pudesse se debruçar sobre sua noiva, ele mesmo ofereceu:


- Exatas é minha área e você sabe, Kyoko-chan. Comigo por perto você nunca terá problemas. Por exemplo... Deixe-me ver, aqui... Você errou a soma! Só você mesmo, Kyoko.


Lavelle decidiu passar a tarde com os gêmeos simplesmente porque gostava da companhia deles, então inventou a desculpa de estudarem todos juntos. Achou muito divertido o fato de Kanon estar interessado em Kyoko e sequer fazer questão de esconder isso. Nunca vira Hiro tão indignado. Kyoko parecia nem notar os avanços do irmão de Saga.


Kanon, por sua vez, só pensava em arrastar Kyoko para fora dali para arquitetar com ela um plano de como separar Lavelle de Saga. Estava tudo bem aí, na sua frente. Ele só precisava esticar a mão. Mas a oportunidade não vinha. Ele precisava de uma brecha para falar com Kyoko. Ela era sua única esperança agora. Ele perguntaria por que ela ainda não contara. E aproveitaria a traição de Saga ao máximo.


- Eu vou ao banheiro. Toda essa álgebra está me deixando maluca – disse Lavelle, tirando Kanon de seus pensamentos.


Kanon tinha esse talento, o de reconhecer oportunidades. E Kyoko bem poderia nunca mais se levantar dali. E Lavelle estava bem mais acessível. Então, por que não ir direto à fonte?


- Boa ideia, e eu vou pegar um livro. Vou aproveitar a carona. – disse Kanon, desinteressado.


E como era sua intenção, ninguém desconfiou. Saga nem olhou em sua direção. Agora ele iria aprender a não tratá-lo como se ele fosse insignificante.


Kanon ia atrás de Lavelle, se dirigindo às estantes. Mas ao ver que já estavam longe o suficiente da mesa, segurou o braço da garota de leve e a arrastou um tanto bruscamente para trás de várias prateleiras cheias de livros, sussurrando:


- Precisamos conversar. Ouça-me, por favor.


- Kanon! – Lavelle ainda sussurrando, parecia surpresa. – O que foi?


Ela já imaginava. Ele ia falar sobre Kyoko. Mas o que poderia ser feito? Sua prima estava praticamente casada. Kanon não tinha chances, ela não via ninguém além de Hiro.


- Lavelle, eu não sei como lhe dizer isso, mas... Lembra-se daquele dia, da festa na Fraternidade?


Isso foi inesperado. Lavelle olhou para Kanon, sem entender e acenou com a cabeça.


- Não sei como lhe dizer isso, Lavelle. Perdoe-me pelo que estou para lhe contar. – Kanon hesitava.


- Kanon... Você está me assustando.


- Lavelle – ele olhou dentro dos olhos dela. – Eu jamais mentiria para você. E eu... sempre a amei...


Não, não! Estava tudo errado, não era isso o que ele deveria dizer!


- Kanon...! – ela disse, surpresa.


- Lavelle, no dia da festa... Saga dormiu com Victoria.


Pronto, estava dito. O rosto de Lavelle perdeu toda a cor.


- Do que está falando?


- É verdade, eu posso provar! Sua prima, Kyoko, ela sabe! Pergunte a ela, ela viu! Ela surpreendeu os dois no ato!


O lábio inferior de Lavelle tremia. Então por isso Saga desaparecera... Agora tudo fazia sentido... Mas ela ainda não queria acreditar...


- Mas então por que, por que Kyoko não me contou?


- Pergunte a ela depois. Sua prima não me parece ser alguém que age sem motivo.


Lavelle enxugou algumas lágrimas e se recompôs. Bem, não totalmente. Estava com raiva, mais raiva que jamais sentira na vida. Empurrou Kanon para que ele saísse do caminho e andou pela biblioteca como um furacão, sem se importar com o barulho que estava fazendo.


Assim que chegou à mesa, antes que Saga pudesse raciocinar, deu-lhe um tapa na cara com toda a força de seu ódio.


Lavelle? Mas o quê...? – Saga perguntou, com o rosto latejando.


Kanon apareceu logo atrás com os braços cruzados, olhando sem expressão. Não tinha como saber o que ele estava pensando. Kyoko levou as mãos aos lábios e choramingou. Hiro, assustado, abraçou Kyoko. Lavelle parecia possuída.


- Então é esse o amor que você sente por mim? – Lavelle estava falando numa voz aguda, sem se importar com a perturbação que ela estava causando na biblioteca silenciosa. Mas de fato, agora todos lá haviam parado para assistir à cena. – É isso o que eu sou para você! Uma piada! Pois não mais, Saga! Acabou! Se chegar perto de mim de novo, eu o mato!


E saiu, seus cabelos louro platinados se agitando enquanto ela corria, dando a ela um ar ainda mais mítico.


Saga olhou para Kyoko, que ainda guardava a mesma expressão, e depois para Kanon, que não sorria, apenas olhava para ele solene, ainda na mesma posição.


Com a mão no lado do rosto onde doía, ele se levantou e se forçou a sair da biblioteca, passando por todos aqueles olhares curiosos e até mesmo acusadores, lutando contra as lágrimas.






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Autor(a): Lonely Loony

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