Fanfics Brasil - 9 Holding you, and swinging

Fanfic: Holding you, and swinging | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: 9

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Capítulo 09


Mu geralmente adorava fins de semana. Ficar com seu irmão, ver seus amigos... Mas hoje ele veria só um deles.


Ao olhar pelo monitor preto e branco no interfone da parede da cozinha, viu que Saga já estava no portão. Começou a ficar nervoso. O que diria? Pretendia brigar com um de seus melhores amigos?


Mas Mu precisava esclarecer aquela história que estava tirando seu sono.


- Pessoal? – chamou Saga, com aquela voz marcante.


- Estou na cozinha, Saga. – disse Mu. Saga entrou, um tanto surpreso por ver amigo sozinho.


- Ora, Mu. Onde estão todos? Cheguei cedo demais?


- Não vem mais ninguém. Precisamos conversar.


Conversar? – Saga pressentiu o perigo no tom severo de Mu. – O que houve? Algum problema?


- Não sei. É o que eu gostaria de lhe perguntar.


- Mu... – Saga respirou fundo. Ainda estava abatido com os eventos daquela semana. – Você deve saber que minha vida não anda fácil. Não vou aguentar um dos meus melhores amigos me acusando também.


Sem que pudesse evitar, Mu amoleceu diante das palavras de Saga. Mas precisava ser severo.


- Saga, sente-se, por favor. – disse Mu, puxando um banco para perto do balcão. – Eu vou ser franco e direto com você. Não sei quanta consideração tem por mim, mas a Kyoko não merece pagar pelas minhas atitudes impulsivas. Sim, Saga, eu já estou sabendo. E como você pôde perceber, não foi ela quem soltou a língua sobre sua traição. Bem, isso não importa. Suas atitudes foram equivocadas. Com Lavelle, com Kyoko... Comigo, Saga. Seu amigo. Você não foi sincero comigo. Sinto-me traído. Estou muito decepcionado.


Saga espremeu os lábios até que eles formassem uma linha, pensando no que dizer.


- Mu, eu realmente só posso pedir a você que me perdoe. Agi como um idiota e só agora percebi que minhas ações teriam consequências. Sabe, eu sempre saí ileso de tudo. Kanon me mostrou quão enganado eu estava. Mesmo que não tenha sido intencional, eu devo isso a ele. Perdi a garota que amo. Mas não vou suportar perder a sua amizade.


Mu olhava para ele com aquele olhar sempre tranquilo, sereno, analisando. Saga estava falando sério.


- Eu não pensei quando estava com Victoria. Ainda estava na fase de ser um imbecil e não me apaixonar. Então Aikawa apareceu... Eu não sabia o que fazer e me aproveitei do fato de que tinha visto vocês dois se beijando sob a árvore... E foi uma sorte eu estar lá, aliás. Aquele chato do noivo dela a estava procurando. Eu o desviei para outra direção. Mu, eu jamais contaria. Jamais faria algo que o prejudicasse. E quanto à Aikawa... Eu nunca tive nada contra ela. E se você gosta tanto dela, então ela deve realmente valer a pena.


- Saga... – Mu disse, segurando-lhe a mão.


Entre os dois amigos ficaria tudo bem.




Já Kyoko e Lavelle era outra situação.


Lavelle estava novamente no quarto de Kyoko, olhando para todo aquele rosa, todos aqueles bichinhos de pelúcia e se sentindo sufocada. Estava arrependida de ter aceitado o convite da prima. Aquela discussão não chegaria a lugar nenhum.


- Lavelle, por favor. Eu sei que errei. E estou disposta a passar a vida inteira reparando esse erro, se for necessário!


Lavelle escarneceu.


- Não seja melodramática, Kyoko. Na hora em que realmente precisei de você, você não estava lá. Sabia a verdade o tempo todo, sabia que eu era uma palhaça e permitiu que Saga continuasse esse joguinho! E Kanon ainda tenta justificar seu lado, dizendo que talvez você tenha motivos! E até agora não me deu nenhum!


Kyoko roía as unhas, um hábito que ela nunca teve.


- Lavelle... Eu fui egoísta. Esse é o motivo.


- E me diz isso assim, como se fosse algo casual? Você era minha melhor amiga! – Lavelle agora chorava.


- Lavelle – Kyoko também começou a chorar. As duas se abraçaram.


- Tudo bem – disse Kyoko, secando as lágrimas com as costas das mãos. – Se ainda for possível, gostaria que continuássemos melhores amigas. E eu vou compartilhar com você todos os meus segredos. Inclusive o motivo de eu não ter lhe contado.


Lavelle arregalou os olhos lacrimejantes, curiosa.


- Eu não sou uma noiva fiel, Lavelle. Eu já traí Hiro inúmeras vezes. Em ações e inclusive... Em pensamentos... – ela disse, corando.


- O quê? – Lavelle se aproximou de Kyoko, sussurando, ávida para saber mais e ao mesmo tempo chocada.


- Eu amo outro homem. Hiro é... como um irmão para mim. Não consigo mais pensar nele como um namorado há muito tempo. E depois de conhecê-lo...


- Conhecer quem? Hiro?


Kyoko respirou fundo.


- Não. Mu.


Os olhos de Lavelle quase saltaram das órbitas. Ela levou as mãos à boca e soltou um gritinho.


- Eu juro, Kyoko-chan... Jamais esperei por essa...


- E na noite da festa na Fraternidade... Foi a primeira vez em que nos beijamos. E Saga nos viu. Ou pelo menos, disse que viu. Eu fui idiota o suficiente para acreditar. E fiquei com medo da chantagem dele, Lavelle. Ele disse que se eu contasse a você, ele contaria a Hiro sobre Mu e eu. Me perdoe, priminha. Eu deveria ter contado tudo a você. Mas me sinto tão culpada quando vejo a carinha do Hiro...


Lavelle olhava para a prima, fascinada.


- E você ia esconder isso de mim? Eu não devia, mas vou perdoá-la. Só que... De todos os rapazes você tinha de escolher aquele tibetano esquisito? Ele é sério demais. Bem, de qualquer forma, eu também tenho uma confissão a fazer.


- Sério? O que é?


- Eu também já traí Saga. Em pensamento.


Lavelle deu risadinhas.


- Bem, ninguém é de ferro. Com quem?


- Isso é o mais estranho. Com o irmão gêmeo dele. Se eu pudesse, ficaria com os dois. E para piorar, ontem ele disse que me amava, Kyoko! Senti meu coração acelerar... Fiquei tão aliviada quando vi que não era você o objeto das afeições dele! Podia jurar que havia algo entre vocês dois ali, por isso ainda estou surpresa sobre o Mu.


- Entre mim e o Kanon? Nunca nem me passou pela cabeça. O que você vai fazer, Lavelle?


- Bem, agora que estou sozinha, se o Kanon me quiser... Eu jamais perdoarei Saga, é claro. E você, Kyoko-chan, o que vai fazer? O problema maior aqui é o seu...


Kyoko suspirou e abraçou um Totoro de pelúcia.


- Não sei, realmente, Lavelle... Não vejo ninguém mais além de Mu. É como se outro homem não existisse.


- Kyoko... Você deve conversar com Hiro antes que o magoe irreversivelmente. Seja franca, Kyoko-chan. Hiro é bem grandinho. Ele não é tão frágil assim, vai superar.


Kyoko ponderou. Será que ele iria mesmo?




- Kanon, se você veio aqui só para isso, está perdendo tempo – disse Shaka, sentado ao lado de Kanon no sofá.


Kanon fora à casa de Shaka para cumprir sua promessa à Victoria. As reuniões costumavam ser na mansão de Mu e a casa de Shaka destoava completamente da do amigo. Era uma casa no estilo oriental, com suas portas de correr e nem havia televisão. Shaka servira curries com chá verde para os dois. E em casa, ele sempre usava seu dhoti.


- Você é um cara estranho. Considere o fato de mais nenhuma outra garota se interessar por você, pois intimida a todas. Victoria foi a única com coragem o suficiente para assumir uma posição, mesmo fazendo o que fez. E admita que isso massageou seu ego. Uma mulher que chegou a extremos por você.


- E agora você é porta-voz dela?- disse Shaka, se servindo de mais chá verde.


- A garota não me pediu para falar com você, Shaka, mas eu vejo como ela está sofrendo. Ela está apaixonada, você não tem coração? Sei que o que ela fez não justifica, mas não foi com a intenção de destruí-lo. Victoria não é aquilo que aparenta.


- Então quer que eu fique com ela por pena? Ou se está tão preocupado assim, se se importa tanto, porque não fica com ela você?


Kanon bateu no chão com a palma da mão fazendo um barulho alto que assustou Shaka. Ele parecia estar no limite de sua raiva.


- Isso é simplesmente desprezível, Shaka. Não vou mais insistir. Não posso forçá-lo. Mas se tiver o mínimo de coração, faça algo decente e seja humano. Essa sua atitude esnobe é uma novidade para mim. Bem, eu já vou.


Esnobe? Eu? A garota me rogou uma praga! Que escolha eu tive? Não quero ter nada a ver com ela!


- Bem, você tem que admitir que talvez a tenha forçado a fazer isso por não ser muito... acessível, de acordo com as palavras de Mu.


Shaka não reclamou por se ver livre de Kanon durante aquela tarde, mas a conversa que os dois tiveram o fez pensar. Um pouco.




O dia seguinte na faculdade era promissor a todos. Kanon já tinha seus planos. Falaria com Lavelle antes da aula. E antes de Saga.


E lá estava ela, no corredor. Perfeito.


- Lavelle, Lavelle! Preciso falar com você.


Ela olhou para ele com tanta raiva que o fez estremecer.


- Não temos mais nada a conversar.


Ele riu, entendendo.


- Sou eu, Lavelle. Kanon. – ele disse, tomando a mão da garota.


Ela enrubesceu e falou:


- Kanon! Desculpe, vocês são iguais, é muito difícil não confundi-los.


Ele não considerou o comentário um elogio nem de longe.


- Lavelle, eu e meu irmão somos completamente diferentes e gostaria de uma chance para provar isso a você. Eu não sei se você ouviu, mas eu disse algo na Biblioteca... Foi um acidente, mas ainda assim, eu disse...


- Sim, eu ouvi... – ela disse, sorrindo.


- E eu repetiria se fosse do seu agrado. Mas gostaria de demonstrar de outra forma.


Antes que Lavelle pudesse reagir, Kanon cobrira os lábios dela com os dele. Os dois estavam se beijando em pleno corredor. Mas isso não importava, passavam por eles sem se incomodar. Lavelle não via nada nem ninguém mais, só se concentrou naquele beijo... Toda a suavidade, a delicadeza. Ela sempre quis saber a diferença de um para o outro. O beijo de Saga era mais direto, mais áspero, mas nem por isso menos doce. Até que os dois foram interrompidos bruscamente por alguém que puxou Kanon.


- Desgraçado!


E Kanon voou pelo corredor com o soco certeiro que Saga lhe deu na cara.


Saga! – gritou Lavelle, desnorteada.


- O que pensam que estão fazendo? Vou matá-lo, Kanon! Vamos resolver isso lá fora, agora mesmo!


Lavelle estava ajudando Kanon a se levantar, ao mesmo tempo em que ele limpava um filete de sangue que escorria de sua boca.


- Eu vou arrebentar você, Saga.


Saga foi na direção de Kanon passando por cima de Lavelle e o levantou pela gola da camisa preta de seda.


- Como ousa tocar na minha garota? Você vai se arrepender!


- Me largue! – Kanon socou Saga que dessa vez foi ao chão.


Juntou gente no corredor. As pessoas estavam em frenesi, loucas por uma briga e não ousavam interromper os irmãos mais populares do colégio lutando pela liderança.


Saga e Kanon se posicionaram. Mas Lavelle se colocou entre os dois.


- Saia da frente, Lavelle! Vou mostrar a esse idiota o que acontece com traidores! – disse Saga.


- O único traidor aqui é você! – falou Lavelle. – Kanon não estava me forçando a nada! Fiz o que fiz por vontade própria e não me arrependo! Saga, já disse que está acabado! Deixe-me em paz. Deixem-me em paz, vocês dois! Preciso de ar, preciso pensar!


E Lavelle saiu correndo. Saga e Kanon pensaram em ir atrás dela, mas resolveram deixá-la em paz por hora. Mal sabiam os gêmeos que eram mais parecidos do que imaginavam e que a pobre garota estava dividida...




Na hora do almoço, Lavelle não se sentou à mesa com Kyoko e Hiro. Shura e Camus só ficavam por perto quando ela estava junto. Logo, Kyoko e Hiro se encontravam sozinhos.


- Kyoko-chan... Você está tão quieta.


- É. – foi a única resposta ridícula que Kyoko conseguiu articular.


Ela estava perturbada. Kyoko e Hiro moravam na mesma casa e até agora ela não conseguira conversar com ele sobre aquele assunto... Será que agora era a hora? Parece que a oportunidade nunca surgia.


- Kyoko, há algo que a perturba?


Hiro parecia sempre saber.


- Hiro... Essa não é a melhor hora para se conversar sobre isso.


E antes que ela pudesse evitar, já havia dito.


- Então você está com problemas? Eu sabia! Está estranha há semanas! Aliás, desde que chegou aqui. Sabe, Kyoko-chan, eu estive pensando. Que tal se fôssemos para os Estados Unidos?


Kyoko quase engasgou.


- Por que a surpresa? Minha família toda está lá. Você sabe que realmente só estou aqui por sua causa. Não tinha a menor intenção de vir para o Japão. E a época que passamos na Alemanha foi maravilhosa, mas sinto falta de casa. Podíamos nos casar lá. – ele disse, ao mesmo tempo em que lhe apertou a mão.


- E você esteve planejando tudo isso desde quando?


- De fato, desde que cheguei aqui. E confesso que não estou gostando da forma negativa como esse lugar a está afetando. Você anda sonhadora ao extremo e parece preocupada comigo em excesso. E não é bem sem razão, já que não estou conseguindo me adaptar – ele riu.


- Hiro. Há algo que quero lhe contar. – Kyoko falou, agora mais séria que de costume. Hiro sentiu a mudança no ar e pareceu preocupado.


- Kyoko, teremos tempo o suficiente para conversar muito depois. Você não está comendo.


Mas Kyoko já não sentia mais fome.


- Hiro, escute... Eu amo você e não quero magoá-lo... Mas...


- Então não magoe. – disse Hiro, numa voz um pouco ressentida.


E com isso, os dois encerraram a conversa.




Victoria andava com a bandeja de comida pensando onde iria se sentar. Talvez com Shura e Camus. Ela gostava deles o suficiente para isso. Mas não pôde deixar de notar que o indiano não estava sentado junto com seus amigos... Onde estariam Saga, Kanon e Shaka, principalmente?


Bem, não tinha importância. Ela estava se dirigindo à mesa de Camus quando alguém lhe cutucou de e ela se voltou.


- Bom dia. Quer se sentar com a gente?


Victoria quase derrubou a bandeja. Seu coração pulsava em seus ouvidos. Sentiu-se uma idiota por suas mãos começarem a tremer tanto e ela mal conseguir disfarçar.


- Shaka! – ela disse, surpresa, olhos arregalados. Mas logo se recompôs o melhor que pôde. – Bem, não faria diferença. Se você faz questão...


Suas mãos estavam úmidas e ela se sentia idiota a cada resposta errada que dava.


Ele riu.


- Ótimo. Vamos, então. – ele disse, pegando a bandeja dela como um cavalheiro, antes que ela a derrubasse.


- Sinceramente, Shaka, não estou entendendo. O que está querendo? – ela perguntou, francamente surpresa e desconfiada.


- Victoria, tivemos um começo ruim, mas isso não significa que não possa se sentar conosco. Por sua causa meu casaco favorito está queimado, mas nenhuma outra garota foi tão longe por mim. Honestamente, me sinto lisonjeado.


- Isso é humilhante.


- Você ainda pode dar meia volta e ir se sentar com o pessoal da Omega Chi.


Agora que ela estava com Shaka de alguma forma, não perderia isso por nada nesse mundo.


- Agora já estou tão perto... Tarde demais para mudar de ideia.


Os dois sorriram e foram silenciosos em direção à mesa, olhando para as caras surpresas de Mu, Miro e Aioria.






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Autor(a): Lonely Loony

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