Fanfics Brasil - Hades eps 4 - Expiação do Imortal Saint Seiya e a Deusa Afrodite

Fanfic: Saint Seiya e a Deusa Afrodite | Tema: Cavaleiros do Zodíaco


Capítulo: Hades eps 4 - Expiação do Imortal

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Esse é o episódio 4 da Saga de Hades, "Expiação do Imortal". Foi o que eu mais gostei de bagunçar! Onde estão os gêmeos eu estarei sempre! ;)




Expiação do Imortal


Miro, na Sala de Atena, se dirige a ela de joelhos e com polidez.


- Atena. O que está acontecendo aqui? Senti um forte cosmo desconhecido na Casa de Gêmeos!


Saori sorriu.


- Obrigada, mas você não precisa se preocupar.


- Mas Atena... Os Espectros de Hades estão nos atacando! Precisamos nos precaver!


- Miro, a pessoa cuja energia você sentiu não é nosso inimigo. Ele viu o lado da justiça e se juntou a nós. Ele veio ao Santuário para nos ajudar!


- Ainda assim, a energia dele é estranha. Quem é essa pessoa?


Saori sorriu novamente, complacente.


- Ele é o irmão gêmeo de Saga, Kanon.


Miro não conseguiu conter sua indignação e surpresa.


- O quê? Está me dizendo que ele ainda vive?


- Sim. E esse homem protege atualmente a Casa de Gêmeos.


"De Gêmeos...", pensou Miro, horrorizado.




Enquanto isso, Saga, Shura e Camus, agora que haviam se tornado Espectro de Hades, se encontravam na Casa de Gêmeos face a face com o inimigo.


- Incrível. Ele ainda está vivo. – disse Saga, mas sem nenhuma emoção.


- E quem seria esse? – perguntou Shura, olhando para a armadura de Gêmeos diante deles, bloqueando o caminho.


- Isso não importa! Eu irei cuidar dele da minha maneira! – Saga parecia agora exasperado.


- Então você sabe quem ele é? E por que ele usa a armadura de Gêmeos? – perguntou Shura.


- O cosmo do Cavaleiro de Gêmeos de repente se acendeu. Saga tomou novamente a liderança.


- É ele mesmo! Vocês dois, sigam para a próxima Casa! Eu cuido dele.


- De acordo. – disse Camus.


E os dois se foram.


Apenas Saga e a Armadura de Gêmeos ficaram.


- Por treze anos... Você esteve preso em Sounion, um lugar de onde nenhum ser humano poderia sair – começou Saga. – Mas depois do julgamento divino você ainda conseguiu escapar!


- Depois que recebi seu julgamento, Saga, não poderia ser apenas sua sombra. Por causa de sua ambição desmesurada você tentou matar Atena e dominar o Santuário. Se você não se submeteu ao sacrifício divino, só lhe resta o suicídio! E ainda por cima você foi ressuscitado por Hades e agora é espectro dele... E quer matar Atena!


- Quem você pensa que é para me julgar? Com certeza só está escondendo seu lado malvado e cruel! Você sempre odiou Atena! O plano de matá-la quando ela era apenas um bebê era seu!


- E no entanto, não fui eu quem o executou.


- Isso não importa! Como conseguiu essa armadura de ouro de Gêmeos para proteger essa Casa? Retire sua máscara e me responda! Quem permitiria que você voltasse à vida?


- Escute bem, Saga. Quando eu estava em Sounion, a deusa Atena rezou por mim e elevou seu cosmo para me socorrer. E Afrodite me ajudou, no templo de Poseidon e assim, elas abriram meus olhos para o lado da justiça! Não permitirei que nenhum ser maligno passe por esta Casa!


Saga riu, desdenhoso.


- Você diz isso, mas como deixou Camus e Shura passarem?


- Deixei? Camus e Shura ficarão presos no Labirinto da Casa de Gêmeos. Agora mesmo devem estar correndo por ele.


- Você não triunfará, Kanon. Sei que só há maldade em seu coração. Está fingindo! Vou matá-lo e desfazer esse labirinto. Irei fazer você em pedaços!


Ambos os Cosmos se elevaram, preparando-se para a batalha.


- Vou arrancar primeiro sua máscara, para ver esse rosto que, durante treze anos, desejou apenas o mal!


E Saga levantou o punho, jogando um jato de poder contra a máscara da armadura de Gêmeos.


Mas quando esta caiu, não havia cabeça.


- Que truque barato!


E ele atingiu novamente a armadura que desmontou e caiu no chão, vazia.


- Então sua intenção é mesmo se esconder, não é? Achou que eu fosse cair nesse truque? Eu sei onde você está! Sentirá meu poder!


Uma forte luz iluminou a Casa de Gêmeos. Era tão poderosa que gerou um enorme cometa, que atravessou as Casas até chegar à Sala do Mestre.


Miro e Saori sentiram o impacto.


- Espere aqui! – pediu Miro a Saori.


Ao chegar à Sala do Mestre, Miro ficou pasmo.


- Como alguém de tão longa distância pôde controlar a Casa de Gêmeos? Sinto aquele cosmo estranho novamente. Irmão de Saga, Kanon. Você precisa ter autorização de Atena para ser Cavaleiro de Gêmeos!


Miro se aproximou de Kanon, que fora atingido pelo golpe de Saga e ainda tentava se levantar.


- Você possui apenas ferimentos superficiais. Vá logo embora daqui! Mesmo que Atena o perdoe, nós, os Cavaleiros de Ouro, não o perdoaremos! Vá embora, desapareça do Santuário!


Kanon já estava de pé, de costas para Miro.


- Eu me nego, não irei embora!


- Então eu, Miro de Escorpião, darei o castigo que você merece!


- Reconheço meus pecados. Pode me punir por eles se quiser!


- Pois irei. Usarei toda minha força contra você. Você realmente não vai embora?


- Eu não posso. Jurei proteger Atena.


- Não me faça rir! Quem iria acreditar em uma pessoa que se utilizou de Poseidon em benefício próprio?


E Miro, furioso, com sua longa unha do dedo indicador que lembrava um aguilhão, atirou a primeira agulha escarlate. Mas no chão, perto dos pés de Kanon, como um aviso.


Kanon, por sua vez, não moveu um passo.


- Vou pedir mais uma vez. Vá embora daqui.


- Não posso! Prefiro ficar aqui e morrer injustamente!


Em um piscar de olhos, Miro se posicionou na frente de Kanon e disse:


- Nesse caso, você irá receber o meu golpe! Agulha Escarlate!


O golpe certeiro atingiu Kanon, mas ele suportou a dor com toda a dignidade que conseguiu.


- A "Agulha Escarlate" criou uma ferida tão pequena quanto uma agulha – disse Miro, orgulhoso. – Mas a dor e o sofrimento dessa agulha serão inimagináveis para você! É uma dor que se espalhará por todo o seu corpo, como o veneno do escorpião!


- E Miro desferiu mais três agulhadas. Kanon dessa vez urrou de dor e voou pelo chão arrastando consigo pedaços do piso.


- A Agulha Escarlate lhe dará duas opções, que são a loucura... ou a morte.


Kanon tremia de dor e agonizava.


- Mas isso só acontecerá quando você receber as quinze agulhas da Constelação de Escorpião.


Kanon finalmente se levantou. Mas Miro soltou mais três agulhas, fazendo com que ele caísse no chão novamente. Ele crispou os punhos de dor.


"Estranho...", pensou Miro. "Por que ele não reage nem se defende? Seu cosmo é tão poderoso quanto o de seu irmão Saga. Se nós lutássemos, talvez ele até me vencesse! Por que ele não reage?"


Kanon se pôs de pé novamente, dessa vez curvado de dor.


- Miro... O que está esperando? Vamos, continue! Quero receber as quinze picadas da Constelação de Escorpião! Mas não ficarei louco ou morrerei. Pode atacar e ainda assim, estarei firme em meu propósito!


"Ele não irá resistir por muito tempo... Então aceitou meus golpes como sendo um castigo por seus crimes passados?"


- Então veremos até onde você pode aguentar. Irei acertá-lo com os quinze tiros de meu ataque, Kanon!


E disparou mais quatro tiros.


Kanon gritou, em desespero. Foi quando no meio daquele tormento, daquele sangue, ele ouviu aquela voz... que sempre encantava a todos.


- Miro!


Miro parecia surpreso. O ela estava fazendo ali justo naquele momento? Mas ele se controlou e disse com paciência:


- Afrodite, fique fora disso. É perigoso.


- O que está fazendo? – ela perguntou, indignada, seus olhos azuis arregalados e a boquinha cor de cereja franzida a deixavam ainda mais bonita. E aquele maldito traje, que mostrava quase todo seu corpo...


- Não vê o estado dele? Você o deixou assim? Por quê? Ele está aqui como um aliado!


Aquela beleza toda o cegava, atrapalhando-lhe o raciocínio. Miro não gostava dela, definitivamente.


- Estamos aqui para proteger Atena. Ele é um traidor. Estou apenas cumprindo meu papel.


Afrodite fez beicinho e deu um muxoxo.


- Pobre indefesa Atena, sempre precisando tanto de proteção... Ainda bem que ela tem seus Cavaleiros Escravos, não é mesmo? – ela disse, sorrindo numa simpatia falsa e açucarada. – Eu, por minha vez, não poderia me importar menos. Se desferir mais um golpe, será a última coisa que fará na vida, Miro de Escorpião.


O olho direito de Miro tremeu e ele trincou os dentes. Maldita criatura arrogante... Mas antes que ele pudesse se defender, Kanon suplicou:


- Afrodite, deixe... – ele estava apoiado sobre o joelho direito, tentando se levantar. Afrodite foi até ele e o ajudou.


Miro estava irado. Aquela criatura frívola e intrometida...


- Afrodite, o que está fazendo? Muito sangue foi derramado por causa desse homem!


Ela riu, irônica.


- E você também não nos ajudou a derramar muito sangue inocente? Eu não me escondo atrás dos meus erros. Você também teve participação na quase morte de Aten—


Miro praticamente rosnou, dominado pela raiva que sentia por aquela mulher.


- Não ouse terminar! Sabe que fomos enganados! Pelo falso Mestre e por você! Você – ele disse, apontando na cara de Afrodite o dedo que atirava as agulhas mortais – você que aparentemente perde a razão quando se trata desses gêmeos!


Afrodite estava ultrajada. Miro fora longe demais.


- Isso não está em discussão, Miro de Escorpião. Não vou permitir que você o mate a não ser que me dê um bom motivo. E saia da minha frente agora mesmo, volte para Atena como o cachorrinho fiel que você é.


Miro respirou fundo e se conteve. Ele sabia que jamais poderia desafiar uma deusa. Por mais que a odiasse.


- Segundo ele, Kanon agora também é um cachorrinho fiel de Atena. – disse Miro.- Não vou dizer que confio nele inteiramente, mas não tenho a menor intenção de matá-lo. Se uma deusa o protege e ele está disposto a morrer por outra, então eu o reconheço como o Cavaleiro de Ouro de Gêmeos. As pessoas se arriscam às vezes para saber como é o lado negro da vida. E Kanon estará se arriscando nessa batalha que está por vir.


- Miro – Kanon disse, emocionado.


E com uma reverência, Miro deixou o recinto.


Mas o que Miro dissera sobre os gêmeos não passava da mais pura verdade... Por isso a atingira tanto. Saga quase a destruíra. E Kanon? Um homem que lembrava alguém que ela tanto amava... E isso a tornava fraca, exposta.


Ela estava assim, devaneando, quando a voz de Saga, ou melhor, de Kanon, a trouxe de volta à realidade.


- Afrodite... – balbuciou Kanon – Obrigado. Por salvar minha vida.


Kanon mal conseguia ficar de pé. Afrodite ajudou-o a andar até o outro aposento e a se sentar na cadeira do Mestre. O aposento era vasto, as paredes de ouro maciço, cheias de entalhes de querubins. O chão era coberto por um tapete vermelho. A Cadeira jazia solitária no fundo.


Doía até para respirar. Ele estava quase desmaiando.


Ela o amparou. Ele sentiu uma cálida cosmo-energia que estava fazendo toda a dor desaparecer. Cálida como a de Atena, mas muito mais amorosa... Kanon já não estava mais ferido.


Afrodite tocou o rosto de Kanon de leve e perguntou:


- Por que decidiu arriscar sua vida por Atena? Isso é tão importante assim para você? O que aconteceu agora não é nem uma amostra do que o aguarda. Kanon, você pode morrer.


- Afrodite – ele disse, segurando as mãos da deusa – Atena salvou minha vida quando eu planejei matá-la. Ela foi grande o suficiente para me perdoar. Essa é a única chance de reparar meus erros.


- Sim, reparar seus erros. Como seu irmão está fazendo...


Ele soltou as mãos dela bruscamente e se levantou, chateado.


- Não fale no meu irmão. Isso não tem nada a ver com ele. Saga destrói tudo o que toca! Ele só sabe fazer os que o amam sofrerem.


Afrodite deixou uma lágrima escorrer. Sim, "exposta e fraca". Definitivamente.


- Ele não a merece, Afrodite. Eu a amo. Sempre a amei. Desde a primeira vez em que a vi, pensei em colocar o Santuário abaixo para ter você reinando ao meu lado. E era isso o que teria feito se Saga não tivesse sido mais rápido. Por mais condenável que seja esse pensamento tentador de quando eu estava dominado pela maldade. Mas Saga sempre conseguiu tudo... E no fim ele sai ileso!


Ela não se deixaria levar pelas emoções. Não desta vez.


- Kanon. Você deve saber que já ouvi inúmeras declarações de amor e elogios sem significado.


- Não são palavras sem significado! – ele agora parecia irritado. – Não vou entrar numa guerra da qual posso não voltar sem ter tido você em meus braços pelo menos uma vez! Não vou perder o amor da minha vida para o meu irmão, que não pensa em ninguém!


O rosto de Afrodite queimava, ela estava corando. Não queria admitir, mas nunca ouvira declarações tão acaloradas e elas definitivamente pareciam sinceras.


"Fraca e exposta. A paixão será seu declínio."


Mas ele estava fazendo seu coração bater tão rápido e forte, o sangue pulsar em suas veias loucamente...


Ela tentava manter o controle da situação.


- Não vou participar dessa disputa entre vocês dois. Não vão competir por mim!


Ele se pôs de pé atrás dela, sorrateiro, tocando seus braços de leve e sussurrou em seu ouvido como um amante:


- Você é quem decide a quem dar seu coração.


Ela se voltou, incomodada.


Mas seu rosto estava muito perto do dele. Ela sentiu seu hálito, sua respiração morna quando ele falou:


- Mas que seja a alguém que o mereça.


E a beijou nos lábios. E ela não protestou. Não tinha mais forças para lutar. Agora era novamente só uma mulher, fraca e submissa.






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Autor(a): Lonely Loony

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