Fanfics Brasil - Zephyr The Butterfly

Fanfic: The Butterfly | Tema: Disney - O Corcunda de Notre-Dame


Capítulo: Zephyr

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Capítulo 02 - Zephyr


`Quasi! Quasi!` gritava Éadaoin na Catedral, subindo as escadas correndo para vê-lo, com uma cesta na mão.


`Olá, Éadaoin!` disse Zephyr, alegremente.


O olho direito da garota tremeu.


`Zephyr...` disse ela, entre os dentes `O que faz aqui?`


`Ora! Como fazia tempo que eu não via o Quasi... Vim vê-lo e fazer um piquenique! Eu não sabia que você viria, senão teria esperado!`


Éadaoin apenas olhava para o jovem, praticamente fuzilando-o. Se olhar matasse, Zephyr teria sido feito em pedaços naquele momento.


`O que faz aí em pé, Éadaoin? Sente-se aqui! Afinal, somos amigos do Quasi, não é?`


`Somos?` disse Éadaoin, tentando se conter.


`Venha, Éadaoin! Sente-se e coma conosco!` disse Quasímodo, alegremente, como se não tivesse notado algo estranho no ar.


`Não estou com fome.`


`Ah, não faça isso... Sente-se aqui, vamos... É sempre um prazer tê-la aqui em minha casa.`


Éadaoin não pensou duas vezes. Sentou-se rapidamente ao lado de Quasímodo.


`Nossa!` ela disse. `Into está uma delícia!`


`Ora, fui eu quem fiz.` disse Zephyr, com um sorriso de orelha a orelha.


Éadaoin deu uma risada de escárnio.


`Você? Hah! Você não consegue nem se vestir sozinho!`


`O quê? E você, quem pensa que é para falar assim? Como se conseguisse fazer melhor!`


`Não é isso que estou discutindo. Mas no caso, se não consigo fazer melhor, não digo que o trabalho dos outros é meu!`


`Que provas você tem para fazer uma afirmação dessas?`, disse Zephyr, sem conter a indignação.


`Bem, estamos falando de você, Zephyr...`


`Ora, vocês!` disse Quasímodo `Parem com isso! Parecem crianças!`


`Ela começou, Quasi!` choramingava Zephyr.


Éadaoin pensava em como Zephyr era idiota, e como Quasi ficava engraçadinho dando bronca nos dois. Droga, se aquele moleque não tivesse resolvido aparecer e atrapalhar tudo! Tudo... Mas "tudo" o quê? Éadaoin percebia que esse "tudo" era ainda "nada"... E hoje ela perdera mais uma oportunidade, graças ao inútil do Zephyr... Mas o que ela teria feito se ele não estivesse lá? A mesma coisa de sempre: conversas, piqueniques... O que nunca dava em nada, e provavelmente nunca daria... O que fazer...?


Mas, enquanto Quasímodo e Zephyr conversavam, Éadaoin de repente teve uma "idéia genial".


`O que foi?` perguntou Quasímodo a ela, diante da estranha reação da garota. Ela se levantara subitamente.


`Ah... Eu... Nossa, já é tão tarde! Quasi, eu preciso ir embora! Você não sabe como o papai vai ficar bravo se eu voltar tarde hoje!`


`Pra mim, já vai tarde.`, disse Zephyr.


`Mas você acabou de chegar!`


`Quasi...!` protestou a garota.


`Tudo bem... Eu a levo, então.` disse Quasímodo.


Éadaoin mordeu o lábio de ansiedade e se levantou. "Sim, é claro", ela pensava "não precisa ser assim... Ele ainda pode escolher... Só depende dele... Ele ainda tem muitas chances..."


`Zephyr, eu já volto. Comporte-se, está bem? Quando eu voltar, continuamos a nossa conversa.`


Zephyr suspirou e respondeu desanimado. `Certo...Temos mesmo muito a conversar...`


E Quasímodo saiu, escalando as paredes da Catedral, com Éadaoin nas costas.




 


`Vejo você amanhã?` disse Éadaoin, assim que chegou.


`Provavelmente. Boa noite, Éadaoin.`


Ele ia se retirando, mas a garota o segurou e disse:


`Espere... Quasi, eu... Eu ainda tenho... Uma coisa pra coisa para conversar com você...`


Quasímodo, pressentindo o perigo, resolveu encerrar o assunto:


`Seja lá o que for, Éadaoin, podemos conversar amanhã... Você mesma já tinha dito que está muito tarde...`


`Por que você faz isso comigo, Quasi?`, ela disse sentida.


Com pena, Quasímodo colocou as mãos nos delicados ombros da garota e disse com firmeza:


`Éadaoin... Assim como há coisas impossíveis, há coisas que jamais devem ser ditas.`


`Por quê?`


`Porque... Porque é melhor assim. Porque tudo está onde tem que estar.`


`Não concordo. Se fosse assim, não existiria o que chamamos de "evolução".`


Por que ela simplesmente não calava a boca e ia embora?


`Certo, seja lá o que for, não importa! Boa noite, Éadaoin!`


Antes que ele se virasse, ela o agarrou e beijou.


`Eu amo você!`


Quasímodo, ainda muito espantado para dizer alguma coisa, conseguiu se recompor apenas para articular algumas palavras:


`Éadaoin... Existindo ou não "evolução"... Isso sim, é algo impossível. E não faça mais perguntas.`


`Mas, Quasi...!`


`Eu também a amo, você sabe! Mas será que você não está confundindo as coisas? Além do que, você é só uma criança!`


`Eu não sou mais uma criança!` ela respondeu, ultrajada `E só você parece não perceber isso!`


`Éadaoin... Perdoe-me... A última coisa que quero é magoá-la... E eu fico extremamente lisonjeado, mas... Eu não tenho esse tipo de sentimentos por você... Eu me sentiria mal só de pensar, Éadaoin! Eu a vi crescer!`


`Oh, Quasi...!`, ela disse, passando a mão nos cabelos dele `Tem mesmo que ser assim...?`


`Eu temo que sim, minha menina.`


`É uma pena...` ela disse, retirando a mão do cabelo de Quasímodo desajeitadamente.


`Ai!` protestou ele.


`Desculpe! Melhor eu ir mesmo... Já lhe causei problemas demais...`


`De maneira nenhuma. Eu já disse, é sempre um prazer estar em sua companhia.`


"Mal sabe ele como torna tudo pior para mim quando fala desse jeito comigo..." ela pensou, com os olhos cheios de lágrimas.


`Boa noite, querida.`


`Boa noite, Quasi.`


Enquanto Quasímodo sumia na escuridão, Éadaoin observava o tufo de cabelos ruivos em sua mão com os olhos brilhando.


`Sim... Ele teve muitas chances...`




 


`Sinto muito pela demora, Zephyr! Mas muito obrigado por ter esperado! Ocorreram alguns... probleminhas...`


`Não faz mal...`


`O que houve? Você está bem?`


`Foi a minha mãe, Quasi.`


`O quê?`


`Foi ela que cozinhou. O trabalho foi dela e eu fiquei lá, me gabando... Estou cansado de me fazer de idiota pra ela!`


`"Ela"? "Ela", você diz...`


`Éadaoin!`


"Pobre garoto..." Quasímodo se sentia um pouco culpado.


`E pensar que eu tenho todo esse trabalho por ela! Nem me lembro quando ela começou a me odiar assim!`


`Ela não odeia você, Zephyr.`


`Odeia sim!`


`Não, não odeia. Só acho que—`


`Não me interessa o que você acha! A culpa é sua mesmo!`


`O quê?`


`Ora! Acha que eu não percebo a maneira como vocês se olham? Eu posso ser um idiota, como ela mesma diz, mas não sou tanto assim!`


`Zephyr! Seja lá o que você estiver pensando, está enganado!`


`Não estou pensando nada! Eu não sou cego! E por que demorou tanto, seu traidor? Acha que eu não sei o que estava fazendo?`


`Zephyr! Zephyr, como pode—`


`Não vou mais ouvir! Não quero saber de suas desculpas esfarrapadas! Achei que fosse meu amigo, Quasi! E vim aqui só pra ter certeza do que eu já sabia! Éadaoin fala de você o tempo todo, como se você fosse algum tipo de deus ou algo parecido... E você vem me apunhalando pelas costas durante todos esses anos?`


Quasímodo não conseguia dizer nada. Ele não reconhecia aquela pessoa que estava diante dele. Se ele fosse falar com Keira sobre isso, ela diria apenas "`Ora, Quasi... As pessoas mudam...`"


`Eu vou embora! Nunca mais volto aqui para ver você!`


Quasímodo sentiu algo estranho e ruim, algo que ele não se lembrava de ter sentido muitas vezes.


`Quer saber? Pois vá! Por que não foi antes? Teria sido muito melhor se eu não tivesse tido o desprazer de encontrá-lo ainda aqui para evitar esse tipo de discussão! Não tenho mais nada a lhe dizer, Zephyr! FORA!`


Zephyr estava branco como giz. Olhava embasbacado para Quasímodo, que tremia de raiva. Não havia mais nada a fazer. O garoto simplesmente correu, chorando.


Nada mais importava para Quasímodo, nem mesmo aquela dor de cabeça colossal que ele estava sentindo. Ele só queria desaparecer. Madelleine, Zephyr, Esmeralda, Frollo... "Pedras não podem falar..." E não havia ninguém... Era um nada, um nada absoluto. Um vazio tão assustador que parecia palpável.


A sua cama nunca se mostrara tão atraente. Ele deitaria nela e nunca mais sairia de lá.






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Autor(a): Lonely Loony

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