Fanfics Brasil - Eagerness The Butterfly

Fanfic: The Butterfly | Tema: Disney - O Corcunda de Notre-Dame


Capítulo: Eagerness

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Capítulo 03 - Eagerness


Quasímodo, no dia seguinte, se sentia pior que no anterior. Mal ouviu a voz de Éadaoin chamando por ele ao chegar.


Mas Éadaoin percebeu, logo ao chegar, que havia algo errado por lá.


`Quasi?` sussurrou a garota.


Encontrá-lo largado na cama feito um saco de batatas àquela hora da manhã não poderia ter-lhe causado mais surpresa. E logo ele, que por nada no mundo fraquejava ou abandonava as responsabilidades.


`Pela Deusa, Quasi! O que houve com você? Ainda dormindo? Você está bem?` ela perguntava, se aproximando.


`Éadaoin... Oi...`


Pobrezinho... Dava pra ver que ele esteve chorando... Mas de qualquer forma...


`Nossa, Quasi... Sabe, eu trouxe algo que com certeza vai animá-lo!` ela disse, alegremente. `Por que não conversamos enquanto você bebe?`


`Ah... Sabe, Éadaoin... Hoje não... Eu sei que estou sempre desapontando você, mas... Me perdoe mais uma vez... Eu gostaria de ficar sozinho hoje, por favor... Isso... Só me deixe sozinho...`


`Quasi! Pobre Quasi! O que houve? O que, em nome da Deusa, pode ter acontecido para deixá-lo assim?`


`Não se preocupe com isso, querida... Obrigado... Só faça o que eu pedi, por favor... Hoje não é um bom dia...`


`Certo...` ela disse, desapontada. `Não quer nem que eu cuide dos sinos pra você?`


`Não, não precisa, querida. Pode ir em paz. Não estou nem aí, na verdade.`


`Puxa... Tudo bem...`


Éadaoin deu um beijinho nele e recolheu suas coisas, pensativamente. Como se sentia impotente. Logo agora, quando ele mais precisava dela... Melhor fazer o que ele queria, então.


Infeliz, a garota já estava quase saindo, quando ouviu uma vozinha fraca:


`Éadaoin...`


Ela sequer esperou que ele terminasse de chamar seu nome e voltou correndo.


`Sim?`


`Desculpe... Será que... você poderia ficar mais um pouco...?`


Ela esboçou um sorriso afável.


`O tempo que você quiser.`


Éadaoin sentou-se ao lado dele, decidida a descobrir o que de tão ruim poderia ter acontecido.


`Ah, não é uma coisa só...` disse ele. `É complicado, sabe... Uma junção de fatos mal-resolvidos... Ou até mesmo bem resolvidos...`


`Acho que entendo.`


`Mas obrigado por se preocupar. Não gostaria de deixá-la mal... Você tem sido uma amiga e tanto...`


"Não quero ser só sua amiga!" pensou ela, irritada com a sinceridade de Quasímodo.


`É o mínimo que posso fazer... Gostaria de poder ajudar mais...`


`Oh, não, não... Não diga isso. Você tem sido uma amiga e tanto. Só que às vezes, há coisas que fogem ao nosso controle...`


`Sei exatamente o que você quer dizer.`


`E o Zephyr? Você o viu chegar ontem? Ele chegou bem?`


"Zephyr. Sempre o Zephyr."


`Sim, sim, eu o vi. Não, não me parecia nada bem.`


Na verdade ela não o tinha visto, mas algo dizia que essa resposta a levaria ao lugar certo.


`Ah, Deus... Espero não ter exagerado... Sabe, Éadaoin, eu vou lhe dizer uma coisa, mas não tire conclusões precipitadas. Prometa.`


`Prometo.`


`Eu e o Zephyr brigamos ontem.`


`Brigaram? Mas ontem? Assim que eu saí, você diz?`


`Isso mesmo. Mas por favor, não diga nada a ele. Não diga que eu contei.`


`Ora, Quasi. É claro que eu não vou dizer.`


`E também, não pense mal dele. Você não sabe o motivo.`


"E nem quero saber! Zephyr deveria ser coroado Rei dos Tolos todo ano! Nunca mais vem visitá-lo e quando vem, briga! É mesmo um idiota!"


`É claro que não Quasi. Não pensarei nada.`


`Mas... ele estava mesmo muito mal?`


"Não sei. Não o vi ontem à noite quando voltei."


`Oh, sim. Estava transtornado.`


`Acho que fui muito duro com ele! Como isso pôde ter acontecido? Por que isso aconteceu?`


"Droga! O que será que houve?"


`Fique calmo, Quasi... É normal que ele tenha ficado daquele jeito. Afinal, vocês são amigos e ele sente sua falta...`


`Oh, Éadaoin... Se você soubesse...`


`Ah, Quasi... Não fica assim...`


Se era algo que Éadaoin sabia era reconhecer o "Momento Oportuno". E este era ele.


Ela chegou mais perto dele e o beijou. E pela primeira vez, ele não a empurrou, nem virou o rosto. Se isso desse certo, ela nem precisaria executar seu "plano B"!


Éadaoin foi se deitando de olhos fechados. Quasímodo parou de beijá-la e se levantou.


"O quê?"


`Vou ver que horas são.`


Enquanto saía, Quasímodo podia ouvir Éadaoin praguejando em irlandês. Isso o entristecia, mas já tinha ido longe demais.


Éadaoin estava emburrada quando ele voltou.


`Eu trouxe algo para nós bebermos.`


`Não quero nada.`


`Não quer? Foi a bebida que você mesma trouxe...`


E Éadaoin sorriu, sentindo-se novamente inundada pela Esperança.


`Claro que quero! Vamos, vamos! Vamos beber!`, ela disse, animada.


Éadaoin observava Quasímodo nervosamente, enquanto ele tomava o primeiro gole.


`Hm... É... Não sei... Bom? Acho que é bom! De qualquer fora, é estranho! Não consigo imaginar o que seja isso!`


`Ah, é um... chá! De... Flores e frutos! É bem trabalhoso para se preparar...`


`E tem uma cor estranha... Púrpura...? Bem! Seja lá o que for, dá vontade de beber mais!` e ele bebeu um copo inteiro num só gole. Éadaoin olhava surpresa.


`Não vai beber o seu?`


`Ah, claro, claro!`


Mas não era prudente beber. Só fingir.


`E como vai a sua mãe, Éadaoin? O Clopin tem pegado muito no pé dela?`


`Ah, que nada! O papai nunca perturba a mamãe, você sabe. E ele anda acomodado... Deixa tudo na mão dela! Uma folga só!`


`Mas aposto que ela não se importa. Ah, eu tenho pensado muito na voz dela... Como eu gostaria de poder ouvi-la cantar novamente!`


`Você que sumiu, Quasi. Todos sentimos sua falta.`


"Mas que droga! Quando essa coisa vai fazer efeito?"


`Ai, ai... Não me sinto bem... Não me sinto nada bem... Estou tão tonto... Desculpe, Éadaoin, vou deitar um pouquinho... Ai, nossa...`


E saiu.


`Quasi?` ela o seguiu.


Quasímodo caiu no chão como um morto. Éadaoin correu até ele apavorada, mas viu que ele ainda vivia. Ainda bem, então. Deitou-se ao lado dele, frustrada, e deu um longo suspiro.


Ficou olhando para o teto. Por que será que ele e Zephyr brigaram ontem?... Provavelmente culpa de Zephyr. Quasímodo nunca provocaria uma briga. Se bem que isso também não era do feitio de Zephyr... E ele não contaria a ela. Pensando bem quando foi que ela e Zephyr haviam começado a brigar à toa? Todos mudaram tanto—


Éadaoin teve seus pensamentos interrompidos de repente por uma mão em seu seio.


Ela continuou imóvel, e ao que parecia, Quasímodo também. Exceto por aquela mão... Éadaoin apenas olhou para o lado. Quasímodo ainda estava de olhos fechados, mas assim que ela o olhou, ele os abriu.


Eram os olhos mais estranhos que ela já vira. Vidrados, sem emoção... O pior foi quando ele sorriu.


`Éadaoin!...`


Ela não sabia o que pensar. Estava horrorizada até para falar.


`Oh, oh, Éadaoin...` ele se deitou por cima dela e começou a cheirar-lhe os cabelos. `Você cheira tão bem...`


`Quasi! Quasi... O que está fazendo...?` ela não sabia se deveria estar feliz com isso.


`Shhh...` ele a beijou.


Mas desta vez, ela não gostou.


"Não! Assim, não! Não deste jeito!"


`Quasi...` ela ria, nervosa `Pare, vamos, comporte-se! Você não é assim!`


`Você é tão linda!` ele dizia, beijando o pescoço e passando a mão pelos contornos do corpo da garota.


`Sério? Obrigada! Nossa, Quasi, preciso ir embora! Meus pais devem estar preocupad—`


Ele a segurou pelos pulsos e disse:


`Você não vai a lugar algum.`


Éadaoin não conseguia mexer os braços. Muito menos gritar. Sua voz não saía. Seu coração batia tão rápido que ela achou que explodiria.


`Quasi, não... por favor...`


Mas ele parecia não ouvir nada. Forçou as pernas de Éadaoin a permanecerem abertas e manteve seus braços imóveis. Mas nem precisava mais, pois ela já desistira de lutar e agora só chorava. Se ao menos tivesse ouvido sua mãe... Quasímodo rasgou a parte de cima do vestido da garota. Mas logo depois disso, ela ouviu uma voz conhecida.


`Quasímodo? PARE! O QUE ESTÁ FAZENDO?`


Era Clopin, gritando indignado.


`Papai!`


Keira viu a cena e ficou estática.


`Saiam daqui! Saiam! Éadaoin é minha, eu a amo!`


`Você enlouqueceu? Solte minha filha, desgraçado!` gritava Clopin.


`Clopin, nã—` Keira tentou avisar, mas seu pobre marido recebeu de Quasímodo um forte soco na cara, que o fez voar longe.


`Papai!`


`Deixem-nos em paz!` berrou Quasímodo. `Vamos embora, Éad—`


Keira golpeou Quasímodo, que caiu inconsciente.


Éadaoin chorava. O pior de tudo era ter de se deparar com o olhar severo de sua mãe.


Clopin, limpando o sangue que escorria de sua boca, cambaleou em direção a Éadaoin.


`Filhinha...! Você está bem.?` disse, abraçando-a.


`Muito bem, Éadaoin.` disse Keira, impassível. `Explique-se.`


`Explicar o quê, Keira!`, disse Clopin `Ele é louco!`


`Quieto, Clopin! O que você fez, Éadaoin?`


`Mamãe!...` ela disse, ainda chorando `Eu não sabia que seria tão grave! Era só... Era só uma poção do amor... Era simples...`


`Ah, céus!` disse Clopin `Isso que dá ensinar essas coisas pra ela!`


`O que você usou?`


`Cabelo... Ervas...`


Keira respirou fundo e puxou a mão esquerda de sua filha, onde havia um corte ainda fresco.


A mulher deu-lhe um tapa no rosto.


`Menina inconseqüente! Será que você não aprende? Quantas vezes eu terei que lhe dizer? Jamais use magia em seu benefício e para prejudicar os outros! Você sabia que poderia tê-lo matado?`


Éadaoin chorava, com a mão no lado em que Keira batera.


`Eu... Eu também fiz um antídoto...` ela disse.


Keira tinha certeza de que nunca sentira tanto alívio na vida.


`Onde está?`


`Naquele frasco... Ali do lado...`


`Pensa que isso é brincadeira, Éadaoin? Vá já para casa!`


`Mas mamãe... Ele vai ficar bem?`


`Tomara que sim!`


`E vai se lembrar de algo...?`


Keira olhou para a garota com um olhar tão fulminante que fez com que ela se calasse.


`Boa sorte, meu amor.` Disse Clopin a Keira. `Vamos, mocinha! Veja só o que você me apronta...`


Clopin e Éadaoin foram embora, enquanto Keira tentava reanimar Quasímodo.


`Quasi... Acorde, querido...`


`Hm... Éadaoin?`


`Não, sou eu, Keira. Beba isso. Vamos, beba. Se você beber, ela virá.`


Quasímodo bebeu, mais avidamente que antes. Depois de algum tempo, ficou pálido e enjoado.


`Ai... Keira... Keira? Mas o quê...`


`Shh, shh... Não se exalte, querido. Éadaoin veio visitá-lo, mas você acabou dormindo.`


`Ah, é?... Nossa, que falta de educação! Ela ficou brava...?`


`Não, na verdade não. Ela entendeu. Resolvi ficar aqui, pois além de estar com muita saudade, tenho um recado para lhe dar.`


`Qual?`


`Amanhã é aniversário de Éadaoin. Haverá uma grande festa.`


`Nossa! Que absurdo, tinha até esquecido do aniversário dela! Obrigado por me chamar, Keira. Imagino que ela não tenha me convidado porque não me quer lá, será? Deve estar brava porque eu não comentei nada...`


`Tenho certeza de que ela não está pensando nada disso e também deve ter esquecido. Você irá, não é?`


`Só se você cantar.`


`Com certeza. E vou até tocar a harpa que Clopin me deu.`


`Mal posso esperar. E também, eu não deixaria de ir à festa de Éadaoin por nada, claro. Ela é muito importante para mim, só queria que ela soubesse disso...`


`Ela sabe. Será ótimo tê-lo por lá, Quasi. Vejo você amanhã.`


`Se a Deusa quiser.`


Keira riu, deu-lhe um beijinho na testa e se foi.






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Autor(a): Lonely Loony

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