Fanfics Brasil - Angst The Butterfly

Fanfic: The Butterfly | Tema: Disney - O Corcunda de Notre-Dame


Capítulo: Angst

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Capítulo 07 – Angst


`Não... não...` dizia Éadaoin, (ou pensava dizer), enquanto mãos delicadas, porém habilidosas tentavam forçar a garota semi-acordada a beber alguma mistura estranha.


Éadaoin não conseguia abrir os olhos direito, mesmo estando na penumbra. Nada ainda parecia fazer sentido. Tentava falar, mas parecia não conseguir articular as palavras propriamente. Descobrira o verdadeiro significado de "letargia".


"Onde estou, o que aconteceu?... Não, não... Não quero tomar isso...", pensava.


`Cale-se, Éadaoin.`, disse Keira, fazendo a garota ver que não estava apenas pensando, mas também falando.


`Mamái...?` ela finalmente começava a tomar consciência e sua visão se tornava menos turva.


`Você está dormindo há três dias, Éadaoin. E isso porque teve sorte! Tem idéia das conseqüências do que fez? Ou nunca pensa nisso? Você matou um ser inocente, e além de tudo, pode nunca mais ter filhos!`


A garota, abatida, apenas abaixou a cabeça.


`Vou chamar seu pai. E ele não está nada contente, mocinha.`


`Não, espere, mamãe! O Quasi... Ele sabe? Ele veio me ver algum dia...?`


Keira deu um risinho de escárnio.


`Menina estúpida! Você está cega! Gostaria que ele lhe visse assim? Quasímodo é um homem ocupado, diferente de você, que como não tem nada melhor a fazer, está sempre arranjando problemas! Vou chamar seu pai, fique aí!`


Éadaoin pôde ouvir a mãe gritando "Clopin! Ela acordou!" e passos rápidos seguiram essas palavras.


`Éadaoin! Que susto você nos deu! Ficamos tão preocupados quanto desapontados! O pobre Zephyr, então...`


`Papai...`


`Ah, filha... Onde foi que erramos com você? Eu e sua mãe nos perguntamos isso o tempo todo...`


`Não foi culpa de vocês! Eu sou uma cigana, não é? Qualquer um de nós sabe preparar poções, ainda mais uma simples como essa!`


`É, e deu no que deu. Preferiria que você se contentasse a vender amuletos, dançar, ler a sorte... Poções definitivamente não são seu forte.`


`Papai... Mamãe tem tanto em comum com os ciganos... Por que ela destoa tanto?`


`Não sei... Sua mãe sempre foi peculiar... Mas não estamos discutindo sobre ela aqui, não tente mudar de assunto!`


`Papai... Eu nem saberia por onde começar, mas... Me perdoe, certo? Sei que tenho agido como uma idiota...` ela disse, tentando não chorar.


`Éadaoin... Acha que não sei como é ser jovem? Mas você precisa ser mais cautelosa e pensar um pouco mais nas outras pessoas... Um pouquinho mais, pelo menos para começar.`


Éadaoin ia dizer algo, mas nesse momento Zephyr entrou.


`Oh! Desculpe, eu não—`


`Oh, não se preocupe. Eu já estava de saída. Só vim ver se a minha garotinha já estava melhor. Comportem-se vocês dois, hein?`


Mal Clopin saiu e Zephyr começou a falar.


`Éadaoin. Que susto você nos deu.`


Éadaoin estava confusa. Em primeiro lugar, o que ele estava fazendo lá, assim? Ele não deveria estar com ódio, ou algo parecido? Era o bebê dele, afinal... E olhando para Zephyr naquele estado, ela foi tomada por uma súbita vergonha...


`Você... você sabe...?`


`Não seja estúpida. Eu e sua mãe encontramos você naquele cemitério nojento. O que estava pensando, Éadaoin? Por qu—`


`Olha, Zephyr, se foi para isso que veio...`


`E por que acha que vim? Para lhe dar os parabéns? Você merece uma boa surra, Éadaoin! Mas suponho que já saiba o seu castigo? O de ter a certeza de que nunca mais precisará recorrer a poções como essa novamente?`


`Sim! Sou tão estéril quanto as terras abandonadas por Deméter! Veio me jogar isso na cara?`


`Maldição, Éadaoin! Você só tem 17 anos! Eu não consigo entender, simplesmente não consigo! Que direito tinha?`


`E de que adianta tentar explicar alguma coisa? A resposta é uma só, e sequer chega a ser uma justificativa! Mas você não vai querer ouvir, não é, Zephyr, não é? Você não vai me deixar falar a verdade. A verdade é que eu não am—`


`Chega, Éadaoin! Eu não estou pedindo a você que se justifique! Mas se era tão... tão doloroso carregar em você uma parte de mim...` ele disse, a voz embargando.


Zephyr agora chorava como uma criança desconsolada e Éadaoin, completamente atônita e impotente, só assistia. Não conseguia pensar em absolutamente nada de útil para dizer.


`Ria, pode rir! Vamos, o que está esperando, Éadaoin? E grite, grite que Zephyr chora como uma garotinha!`


`Ze... Zephyr...`


`Mas sabe porque eu choro? Sabe? Porque meu coração está sangrando, Éadaoin! E não importa o que você faça... Não importa! Eu vou continuar amando você! E eu não acho que eu seja um idiota por isso! Só amo, e não posso evitar! Eu bem que gostaria de lhe mostrar esse amor! Mas o que é o "amor"? Pode ser que não passe de uma ilusão, pois eu o sinto, mas não o vejo, não consigo tocar nele... E não posso provar meu amor a você por esse motivo, não é, Éadaoin? Você sempre está me olhando com uma expressão "Onde está o amor...?" Pois bem, aqui está ele, Éadaoin! Mas você não pode vê-lo, porque só eu posso sentí-lo... E você só ficará satisfeita quando ele me consumir de dentro para fora... E se essa for a única maneira... Que seja, então! Que seja, Éadaoin!`


Zephyr chorava copiosamente e Éadaoin levara as mãos aos lábios, rezando para que alguém viesse interromper aquele espetáculo. A garota estava comovida, com certeza, mas precisava fazer algo por ele.


Ela se levantou da cama, sem saber como. Arrastando os pés, foi andando até Zephyr, que só percebeu quando as mãozinhas da menina o tocaram de leve no ombro. Os dois se abraçaram e choraram juntos. Ela não conseguiu dizer nada.




 


`Quasi... Eu não disse a Éadaoin que você foi visitá-la enquanto ela esteve doente, embora ela tenha naturalmente perguntado...` disse Keira. `E Quasi... Eu percebi que você tem evitado... Mas precisamos conversar...`


`Conversar, Keira? Conversar sobre o quê, exatamente? Sobre o que quer falar, hein?`


`Bem... Na verdade, parece que algo o perturba...`


`Você acha? Ora! Eu imagino que então você já saiba o que é!`


`Quasi...` ela falou, triste.


`Vamos, Keira. Pergunte logo. Pergunte "por que trouxe o passado à tona?" Foi para isso que veio, não foi?`


`O quê?`


`Não se faça de boba, Keira! Está vendo Juan por aqui?`


`Oh, Quasi... Não foi culpa-`


`Não? Então foi de quem? Eu só deveria ter interpretado melhor suas palavras enigmáticas! Ele pulou dali, Keira! Assim que me contou o que houve com Madelleine... Madelleine, Keira...! Ela não merecia ter morrido daquele jeito... Você sabia, Keira? Por isso está chorando...? Você a viu-`


`Pare, Quasímodo!`


`Você não tinha o direito de me esconder nada! Não tinha esse direito, é a minha vida! E você descobre as coisas com as suas bruxarias, dá conselhos que não ajudam... E agora Juan está morto, Keira! Morto!`


`E está dizendo que a culpa foi minha? De que adiantaria eu ter lhe contado como Madelleine morreu? Você não sabia que ela jamais voltaria? Não sentiu isso assim que ela partiu?`


`E você, não sabia que ela partiria? Com certeza, já sabia de antemão! Afinal, o que você não sabe, Keira?`


`Eu nunca soube de antemão! Mas não era preciso bola de cristal, Quasímodo! Ou você acha que ela nunca reparou como você olhava para um certo alguém... Ou como você falava de um certo alguém... O que me surpreendeu foi ela fugir com Juan! Mas ela sempre se achou inferior a todo mundo, inclusive a Esmeralda, e você sabe disso!`


`Como... Como ousa...! Está me dizendo que... Está me culpando? E por que ela não fugiria com alguém como ele? Qualquer uma fugiria!`


`Ora! Eu não fugiria! Éadaoin não fugiria! E você não conhece todas as mulheres do mundo! Algumas poucas que você conhece jamais fugiriam com ele!`


Quasímodo começou a chorar. Keira pensou que talvez tivesse exagerado.


`Quasi...`, ela disse, tocando no ombro do amigo, `Se estiver chorando por algum motivo, não chore porque se sente culpado. Para tudo tem um jeito, e suicídio nunca é uma ação justificável. As coisas sempre podem ter um final diferente. Olhe para mim, Quasi... O que tiver que ser, será...`


Quasímodo abraçou Keira, mas não tinha nem idéia do que ela estava falando, como sempre. Mas nunca perguntava, e desta vez, não seria diferente.


E antes de ir, a cigana se voltou para dar uma última olhada no amigo, os olhos azuis dela, faiscando na escuridão.






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Autor(a): Lonely Loony

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