Fanfic: Lembranças de Você ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

De repente, as palavras do detetive voltaram a sua mente. Charles era um alvo insignificante, Alfonso não. Podia haver alguém interessado em destruir o presidente de uma das maiores empresas imobiliárias da América.

Uma estranha sensação de medo e culpa a tomou. Olhou pela porta, vendo Poncho adormecido. Não podia e nem queria ficar ali, mesmo ele tendo lhe pedido tanto. Chegou a descer as escadas, apressada.

No entanto, ao sair para a rua, deu meia-volta e tornou a subir os seis andares, a pé, como sempre fazia. E permaneceu ao lado da cama de seu marido, sem conseguir as respostas para muitas perguntas que iam surgindo em sua mente.

O homem, na pequena casa em Silverlake, trabalhava no que es­tava acostumado: manipular substâncias pesadas, proibidas pela lei. Drogas destinadas apenas a doentes mentais muito graves. Mas ele produzia os medicamentos e os vendia sem se preocupar para onde iriam ou com quem os usaria. Recebia dinheiro em troca dos remédios, e era isso o que importava.

Seu pensamento transferiu-se do cuidado que devia ter ao manu­sear as substâncias químicas para o amigo morto, Charles Rowden. Tinham sido parceiros naquela atividade como sempre tinham sido, desde a universidade.

Charles estava morto, agora. Assassinado.

Sentiu o medo invadi-lo. O mesmo medo que experimentara quan­do aquele executivo entrara intempestivamente em sua casa e sur­preendera a ele e a Charles. Com o medo, viera a raiva. Sentira vontade de estrangular o sujeito.

O medo o fez deixar de manusear as substâncias e sentar-se, tenso, pensativo.

— Então é aqui o local para onde vem o dinheiro! — esbravejara o homem.

Charles o fizera sair dali, e pouco depois estava morto! E então tinham começado os telefonemas...

Ele olhou para o aparelho, desligado da tomada, tentando pensar no que fazer. Mas o desespero bloqueava sua capacidade de raciocí­nio. Precisava de ajuda. Mas... de quem? Talvez de Annie, a garota de Charles...

Levantou-se rapidamente, guardou tudo em que estivera trabalhan­do e foi para o quarto, onde enfiou algumas roupas numa mala pe­quena. Foi então que ouviu o motor do carro e correu até a janela da frente para ver quem chegava.

Seu coração parecia querer sair-lhe pela boca. Era melhor não esperar para ver quem era o visitante. Saiu pela porta dos fundos e embrenhou-se pelo bosque que ficava logo atrás da casa, correndo sem parar.