Fanfic: Lembranças de Você ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Capítulo IV

Anahí estava se enrolando numa toalha quando ouviu Ouro cho­ramingar e arranhar a porta do quarto. O pobre cão estava sen­tindo falta de companhia. Ela riu, lembrando-se de que, em breve, quando trouxesse Félix, os dois animais poderiam fazer companhia um ao outro em seu eterno jogo de corre-corre pela casa.

Terminou de se vestir, arrumando-se para outra visita ao hospital; e, quando desceu a escadaria, acompanhada de perto pelo cachorro, seguiu para a cozinha, onde viu a corrente com o pingente que deixara ali. Havia tantas histórias envolvendo aquela jóia! E nenhuma delas boa. Com mãos vacilantes, abriu a corrente e colocou-a no pescoço. Sabia muito bem que aquela seria uma mensagem silenciosa para Poncho e sentiu a boca seca de repente...

Os sonhos continuavam. Primeiro, estava pisando em muita água; depois em um campo onde havia grama que precisava ser cortada e alguns tufos de mato. Havia um homem a sua frente, que dizia cha­mar-se Charlie; e, de repente, ele estava numa cozinha suja, onde havia pratos e restos de comida e de bebida, em garrafas imundas; e também frascos de diferentes tipos e formatos. Reconheceu frascos de remédios. Logo em seguida estava na água outra vez e agora estava se afogando.

— Poncho! — a voz de Kelly o despertou. O rosto dela, preocupado, estava muito próximo. — Desculpe acordá-lo, mas você parecia estar tendo um pesadelo.

— Estou... eu... estava sonhando com frascos... de remédio. E gar­rafas de bebida. E água. A propósito, pode me passar aquele copo?

— Claro. — Ela colocou um canudinho na água que lhe serviu, vendo-o beber com vontade.

— Acho que eu estava com sede, por isso sonhei com água.

— E os remédios e bebidas?

— Não sei. Eu estava numa cozinha suja e eles estavam manu­seando frascos...

— Eles?

— É... estavam... — Poncho parou, pensou um pouco e então em­palideceu.

— Poncho, o que houve?

— Nada... eu só estava tentando entender.

— Será que seu sonho tem a ver com Charles? Você disse que havia garrafas de bebida. E a água... bem, o avião caiu no rio... e Charles bebia um pouco.

Alfonso encarou-a. Um pouco! O homem era uma esponja! Anahí devia, sim, ainda sentir algo por aquele sujeito e isso o deixava arra­sado. Só então notou o pingente que fora de sua avó. Annie devia ter mandado consertá-lo... Uma emoção forte o tomou, deixando-o emu­decido.

— Já... se mudou para nossa casa? — perguntou, depois de alguns segundos.

— Sim, já levei minhas coisas para lá.

— Mal posso esperar para sair daqui.

— Você me parece mais forte cada vez que o vejo.

— Acho que vou ter uma luta pela frente com o dr. Alastair para que ele me dê alta.

Ela sorriu de leve.

— Alfonso Herrera geralmente ganha suas lutas — comentou. — Já sinto pena do doutor, se ele tentar manter você aqui por muito tempo.

— Você... está usando o colar com o pingente.

— Sim. E você se lembra dele.

— Eu me lembro de muitas coisas.

— Mesmo?

— A maioria. Não de tudo. Não me lembro do acidente e pretendo não dizer a todos que estou me lembrando bem das coisas, se não se importar.

— Claro que não me importo. Até acho mais aconselhável.

— Também não confia em minha família?

— Não muito, mas você sempre confiou.

— Pois não confio mais. — Poncho olhou mais uma vez para o pingente e murmurou: — Sinto muito pelo que fiz a ele.

— A culpa foi minha, eu estava irritada e provoquei você... — reconheceu Annie.

Os olhos verdes de Poncho fixaram-na por um longo e intenso mo­mento. Por fim ele murmurou, num fio de voz:

— Quero uma segunda chance, Annie.

Aki está , meus amores.

Capitulo dedicado a Carol_17 , JL, eharumi.