Fanfic: Lembranças de Você ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

O Hotel Quatro Estações era o local onde Annie conhecera Poncho; fora ali também que eles tinham jantado juntos pela primeira vez e onde, depois, ele lhe dera o colar que pertencera a sua avó, numa das mesas do restaurante.

Anahí evitava o local desde que seu casamento começara a declinar, mas agora sentia novamente vontade de estar ali, por isso sugerira a Gwen o restaurante do Quatro Estações.

A última vez em que estivera ali fora para uma confraternização de Natal da Rodriguez, e Anahí ainda se lembrava da raiva e da angústia que sentira naquele dia, pela suspeita cada vez mais forte de que Alfonso e Dulce tinham um caso.

Na noite anterior Dulce estivera em sua casa, a pretexto de com­binar com Alfonso os detalhes de uma importante reunião marcada para o dia seguinte. Nessa época, o casamento já estava abalado, e Annie já se mudara para o quarto de hóspedes, portanto não pudera protestar ao ouvir o som da conversa e das risadas de ambos. No entanto, pela manhã, encontrara um par de meias de seda embaixo da cama de Alfonso.

A noite, quando chegaram em casa após o jantar, Annie explodira:

— Estou farta dessa situação com Dulce!

— Que situação? — perguntara Poncho, com o cenho franzido. — Ela é apenas uma funcionária da empresa...

— Sei. E estou farta de suas reuniões de negócios a dois com ela, também.

— É? Pois eu também estou! — Ele agarrara o braço de Annie, tomando-a de surpresa. — Estou farto de seus joguinhos!

— Que joguinhos?!

— Você simplesmente decidiu mudar para o quarto de hóspedes, não é? Pois volte para o nosso ou vá embora de uma vez!

As palavras inesperadas atingiram Anahí em cheio, ferindo-a pro­fundamente.

— Voltar para o nosso quarto para quê?—rebatera.—Para dividir você com Dulce?

— Claro que não!

— Ah, então pode me explicar por que as meias dela estavam embaixo de sua cama?

— Não faço a menor idéia. Ela deve tê-las tirado e deixado lá.

— Sim, ela tirou as meias, na verdade uma meia-calça de seda, e você nem reparou! Acha que sou idiota?!

Os olhos de Poncho baixaram para o colar de safira no pescoço de Annie, e ele o segurara. Então os olhares de ambos se encontraram.

— Eu vou embora — dissera ela.

— Não vai, não!

Annie inclinara o pescoço para trás, e a corrente arrebentara entre os dedos de Poncho.

Os dois olharam para o colar partido, e o simbolismo do fato os atingira de imediato. Annie subira para o quarto de hóspedes e passara a noite fazendo as malas.Alfonso nem chegara a subir, saíra de casa e, pela manhã, ainda não voltara. Annie partira com a firme determinação de pedir o divórcio, e essa situação se prolongara até o dia do acidente.

— Annie?

A voz de Gwen despertou-a do devaneio.

— Nossa, você estava longe...

— Desculpe-me... Eu estava, mesmo, pensando... Vamos para a mesa?

Estavam examinando o cardápio, escolhendo os pratos, quando Gwen, um tanto sem graça, começou:

— Annie... não sei bem como lhe dizer, mas... ouvi você falando ao telefone com Poncho, sobre o que está acontecendo na empresa, e... concordo que algo esteja realmente acontecendo.

— É mesmo?

— Sim... Acho que alguém quer prejudicar Poncho, e estou preocu­pada. E sabe como é, para mim, qualquer coisa me deixa com enxa­queca. Esta semana tive dor de cabeça quase todos os dias. Mas se quer saber, eu desconfio de Theo. Ele tem muita inveja do irmão.

Annie recostou-se na cadeira.

— Theo? Tem certeza?

Gwen fez que sim com a cabeça.

— Eu morro de pena de Poncho, ele gosta do irmão, e confia nele, não merecia isso...

— Mas por que você acha que Theo quer prejudicar Poncho?

— Seu telefonema não foi o único que ouvi. Escutei Theo falando com Pedro Damian. Não sei... pode ser coisa da minha cabeça, mas... achei melhor você saber.

Annie não podia acreditar. Theo!

— Bem, se ele está, mesmo, passando informações a Pedro, deve ser por causa de Dulce — analisou. — Os dois estão sempre juntos. Tenho certeza de que ela está envolvida.

Gwen meneou a cabeça.

— Olhe, sei que você não gosta de Dulce, mas ela quer que a empresa tenha sucesso. É Theo quem quer que ela fracasse. Só não tenho provas, mas... sei que ele se ressente por Alfonso ter todo o poder lá dentro. — Gwen fez uma pausa para tomar fôlego e continuou: — Você é quem sabe, é lógico, mas eu não diria nada a Poncho, pelo menos por enquanto. Ele ficaria muito magoado! Espere que ele se recupere por completo. Eu só queria que você soubesse que eu sei que você não é a espiã de quem se fala. E pode contar comigo para o que precisar.

— Poncho falou com você sobre desconfiar de um espião na empresa?

— Não, mas Theo e Dulce tocaram no seu nome algumas vezes. E eu concluí o resto.

O maítre se aproximou para anotar os pedidos, mas Annie perdera completamente o apetite. Não podia ser Theo!