Fanfic: Lembranças de Você ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

A explosão fora três dias atrás. No escritório, Alfonso fazia uma avaliação mental de sua vida e confirmava mais uma vez sua deter­minação em manter sob controle tudo o que era seu. Por isso chamou Gwen e pediu-lhe que ligasse para Christopher. Ela estranhou o pedido, e ele explicou:

— Christopher está esperando minha ligação. Pedro não pode ter tudo como bem entende. Chegou a hora de eu reagir.

Annie decidiu visitar as obras da Damian. Estava inquieta com o silêncio por parte de seu antigo chefe; não lhe parecia um bom sinal. Pedro até podia ter um espião dentro da Rodriguez, mas não era mau-caráter e ela precisava saber o que realmente estava acontecendo.

Estava já pegando sua bolsa para sair quando a porta de sua sala foi aberta abruptamente. Como sempre, era Dulce quem entrava da­quela maneira.

— E então? Vai contar a ele, ou eu mesma conto? — ela intimou.

— Mas... do que está falando?

— Vai contar a Poncho que você espionou para a Damian por anos, ou eu conto?

Anahí estava pasma. Não conseguia sequer responder. E não foi preciso, porque Dulce continuou:

— Ajudou Alfonso a comprar a propriedade Brunswick de volta, não? É admirável a sua habilidade para trocar de lado, sabia? Pelo menos desta vez, você está do lado vencedor!

Annie estava mais do que surpresa. Alfonso tinha comprado a pro­priedade outra vez?

— Claro que estou feliz por Pedro não ter ficado com a proprie­dade e o projeto — Dulce prosseguiu. — Mas com certeza Poncho teve a sua ajuda para enganar Pedro! Sabia que ele está ao telefone, pela décima vez esta manhã, gritando que quer sua cabeça numa bandeja?

— Pedro? Bem, ele está sempre gritando e sempre querendo a cabeça de alguém. Então Alfonso conseguiu o projeto novamente... Ina­creditável!

— Ah, vai fazer de conta que não sabia...

— Eu gostaria de ter sabido, sim.

Dulce vacilou, depois disse:

— Bem, acho que devo ficar satisfeita por você estar do nosso lado agora. Mas até quando? Porque poderá trair Mark outra vez, não?

— Olhe aqui, vamos deixar algumas coisas claras por aqui, Dulce. Acho que é você quem vende informações a Trevor, sabia? E eu já disse isso muitas vezes a Poncho. Aliás, você fala dele com bastante intimidade... mais do que seria de esperar, tratando-se de um con­corrente.

Um silêncio opressivo caiu entre ambas, e Annie reconheceu que atingira a outra.

— Foi você, não foi, Dulce? — murmurou. — Gwen achava que era Theo, mas era você.

— Você está delirando! Tentando pôr a culpa em outra pessoa, como sempre.

— Não... Você passou as informações, não sei bem em troca do quê. Tinha interesse primeiro em Alfonso, depois em Theo... nem sei o que pensar, sabia?

— Você não sabe de nada!

Dulce deu-lhe as costas e saiu tão intempestivamente quanto en­trara. Annie pegou a bolsa e saiu também, mas dirigiu-se à sala de Alfonso. Porém Gwen avisou, antes que ela entrasse:

— Ele saiu para uma reunião. Mandou chamar um táxi. Disse que depois vai para casa, para uma sessão de fisioterapia, e que encontra você lá.

Annie assentiu e voltou para sua sala. Pegou o telefone e ligou para Pedro, para esclarecer tudo diretamente com ele. No entanto, foi atendida pela secretária eletrônica. Desligou, frustrada, com os pen­samentos emaranhados.

Precisava pensar com clareza. Quem poderia ter sangue-frio sufi­ciente para querer tanto alguma coisa a ponto de cometer assassinato? Dulce até podia ser uma espiã, mas... matar?

Talvez fosse bom espairecer um pouco, voltar a seu antigo apar­tamento, arejar as ideias.

Em casa, Alfonso dispensou a fisioterapeuta depois daquela última sessão, já que ela lhe garantira que sua perna estava praticamente curada. Em seguida, desceu e encontrou Mary na cozinha. Desde o episódio na escada ela evitava olhá-lo de frente, e Ponchosentia-se um tanto culpado por isso.

Mary passou-lhe uma série de orientações sobre a comida que estava deixando semi-pronta. Ele ouviu com atenção, e depois da saída dela pôs-se a acariciar Ouro, pensando nas negociações que tivera com Brunswick. Fora gratificante saber que passara à frente de Pedro mais uma vez. E estava ansioso por falar com Annie a respeito. Mas... onde estava ela? Já era hora de ter chegado em casa. Alfonso lembrava-se agora do que Christopher lhe contara sobre Pedro.Ucker não gostava dele, dissera que ele não tinha caráter. E parecera feliz por poder assinar, finalmente, um contrato com Alfonso, cancelando o que tinha feito com a Pedro. Na verdade, Neil nunca assinara o contrato com Pedro. E Alfonso ligara para Pedro para con­firmar isso naquela mesma tarde.

Theo entrara logo em seguida, dizendo que o departamento fiscal da empresa estava recebendo ligações alucinadas da Damian. Poncho explicou ao irmão o que tinha acontecido, dizendo que demorara a assinar o contrato por estar tentando descobrir quem era o informante de Pedro, e que este, realmente, nunca tinha recebido a assinatura de Christopher nos documentos de venda da propriedade. Theo parecera não gostar muito de ter sido mantido fora de toda a situação, mas não reagiu mais do que isso.

Preocupado com a demora de Annie, Alfonso  já ia ligar para o celular dela quando a ouviu chegar.

— Humm, que cheiro bom! — disse ela, ao entrar na cozinha. Deu um beijo em Poncho, depois ergueu as tampas das panelas que Mary deixara sobre o fogão. — Que delícia!

— Eu ia ligar para saber por que você estava demorando.

— Ah, passei em meu apartamento. Estou pensando em vendê-lo ou alugá-lo. Havia muitas chamadas para mim, mas nenhum recado na secretária eletrônica. Verifiquei a origem das chamadas. Eram to­das de telefones públicos da área urbana de Seattle, acredita?

— Acha que é aquele sujeito?

— Talvez...

— Esqueça isso. Venha cá, vamos subir um pouquinho, está bem?

—  Não, não. Vamos jantar primeiro. Depois, quem sabe... um banho a dois...

Poncho sorriu. A idéia era tentadora.