Fanfic: Lembranças de Você ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Capítulo IX

Annie foi até o escritório que Pedro montara junto a seu canteiro de obras. Ali encontrou, a secretária dele, que a recebeu com um sorriso.

— Tem certeza de que quer falar com ele? — Tina perguntou, quando Annie lhe disse que tinha assuntos pendentes com o ex-chefe.

— Não, mas acho que não tenho escolha.

— Bem, ele está vindo para cá. Ah, deixe-me avisá-la... Desde que seu marido conseguiu comprar a propriedade Brunswick, o chefe está uma fera.

Tina deixou-a à vontade no escritório e retornou a seus afazeres.

Sozinha, Anahí voltou a pensar no que acontecera na noite anterior. As lembranças de Alfonso pareciam tê-lo afastado dela outra vez. Ele a deixara com receio de que o pesadelo que fora seu casamento voltasse, pois ele a deixara de lado novamente; chamara Newcastle e conversara com ele em par­ticular, sem dizer a ela do que se tratava. E Annie estava disposta a agir desta vez para evitar que seu marido se afastasse como antes. Precisava fazer alguma coisa! Por isso fora falar com Pedro. Queria saber mais sobre o espião que ele tinha na Rodriguez. A discussão com Dulce ainda estava vívida em sua mente e precisava ser colocada a limpo.

Meia hora depois, Pedro chegou. Ao vê-la, chegou a parar de andar, para recomeçar logo em seguida.

— O que está fazendo aqui? — inquiriu ele, sem cumprimentá-la.

— Como vai, Pedro? Eu queria conversar com você.

— Sobre o fato de seu marido ter me passado a perna e comprado a propriedade Brunswick?

— Você nem ao menos tinha fechado negócio com ele, embora apregoasse isso. Só chegou perto porque Dulce passou-lhe as infor­mações de que precisava.

— Mas do que você está falando, criatura?

— Ela me acusou de ser sua espiã. Boa tática de defesa. Queria que Alfonso perdesse a confiança em mim. Mas, como não fiz nada de errado, concluí que era ela a informante.

— Olhe, eu realmente não sei do que você está falando!

— Primeiro, Dulce tentou culpar Theo. Até conseguiu que a secre­tária de Poncho desconfiasse dele. Agora está envolvida com Theo e quer culpar a mim. Mas além de nós dois, só ela tinha conhecimento de informações importantes.

Pedro encarou-a.

— Acabou? — perguntou, irritado.

— Não acho que o acidente de Alfonso tenha algo a ver com a es­pionagem na empresa — Annie prosseguiu —, mas o detetive Newcastle está interessado em qualquer pessoa que possa ter algo contra Poncho. E seu nome é o primeiro da lista.

O rosto de Pedro ficou vermelho.

— Annie! Não posso acreditar que esteja me acusando!

— Estou, sim, mas apenas de receber informações de Dulce. Eu o ouvi ao telefone no dia em que pedi demissão.

Pedro estava pasmo. Pela primeira vez na vida, parecia ter sido tomado de surpresa.

— E eu só vim para lhe dizer que sei de tudo sobre suas maqui­nações com Dulce — Annie concluiu, dando-lhe as costas em seguida e indo embora.

Abalada e nervosa depois do confronto com o ex-chefe, Anahí voltava para casa quando passou diante do pub de MacNaughton. Decidiu dar uma parada ali e estacionou o carro numa rua ao lado. Foi o próprio MacNaughton quem veio atendê-la.

— Parece preocupada — ele observou logo.

— É verdade. Acho que vou querer um pouco de sua cerveja irlandesa.

Junto com a bebida, o dono do pub trouxe também uma tigela de sopa de carne, que Annie mal experimentou. Estava tensa e reconhe­cia que era mais por causa da atitude estranha de Alfonso do que pelo que dissera a Pedro. Não queria voltar para casa ainda. Por isso foi até seu apartamento, recolheu os jornais deixados no hall e verifi­cou a secretária eletrônica. Não havia recados, mas uma longa lisla de telefonemas de aparelhos públicos apareceu no identificador de chamadas.

Annie sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo. Saiu depressa e pegou o carro novamente. Verificou as chamadas em seu celular e o recado de Alfonso soou autoritário a seus ouvidos: "Ligue para mim". Ela vacilou por um instante, mas decidiu não ligar. Tinha medo que o marido estivesse voltando a ser o que era antes do acidente. Por isso deixou apenas outra mensagem:

— Poncho, falei com Pedro. Parece que Dulce é nossa espiã. Tenho algumas coisas a fazer. Nos vemos mais tarde, em casa.

A noite estava caindo e o céu pareceu amedrontador a Annie. Dis­cou o número da casa dos Rowden, e Alma atendeu, mas havia muita estática e foi quase impossível comunicar-se. Mesmo assim, Annie avisou que estava indo para lá.

Antes, porém, de tomar a estrada que levava à casa dos Rowden, passou por um caixa eletrônico e retirou uma grande quantia em di­nheiro. Ao voltar para o carro, deu-se conta do quanto se acostumara a levar dinheiro em espécie para o casal de idosos ao invés de depositar na conta deles. Mas aprendera a agir assim quando ainda se conside­rava casada com um homem autocrático e cruel, e queria esconder sua generosidade dele. Nunca quisera que Alfonso soubesse que dava dinheiro aos Rowden para ajudar no tratamento de Robert e que, se eles repassavam o dinheiro ao filho, isso era problema deles. Era uma pena, mas passara a agir sem confiança em Poncho justamente por achar que ele não confiava em seu amor.

Poncho tomou a ligar para o celular de Annie ao sair do escritório. Ela também não estava em casa, e não voltara ao escritório. Chamaria um táxi, e a primeira coisa que faria ao chegar em casa seria tomar um banho e vestir-se para a reunião de Natal da família. Esperava que, a essa altura, Anahí já tivesse dado notícias. Em outros tempos ele desconfiaria logo de que ela estava com Charles...