Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Alfonso acabou de lavar os pratos e aproximou-se dela.

— Preciso ir dar uma olhada na casa da sra. Trimball, mas, depois disso, volto.

Betty Trimball, a viúva do pastor e a única pessoa que Annie podia chamar de amiga em Ferndale, morava a duas quadras dali. Ela empurrou a cadeira para trás.

— Quando Betty volta? — Queria vê-la de novo. Havia poucas pessoas com as quais se sentia assim.

— Em duas semanas. — Poncho agachou-se ao lado da cadeira, pegou o tornozelo de Annie e o colocou sobre sua coxa. Então calçou um pé com a meia e repetiu o movimento para colocar a outra meia. A sensação das mãos másculas em sua pele enviou tremores através da perna de Anahí.

Então, Alfonso se ergueu novamente, pegou a escova e começou a pentear-lhe os cabelos. Entre o calor do corpo dele em suas costas e a sensação da escova no couro cabeludo, ela teve que se segurar para não escorregar da cadeira.

Onde ele aprendera a lidar com cabelos compridos daquela ma­neira? Uma inesperada pontada de ciúme a invadiu. Mas por que se importava com aquilo?

— Rabo-de-cavalo?

— O quê? — Annie tentou levar os pensamentos de volta ao que Poncho indagara.

— Quer seus cabelos presos num rabo-de-cavalo ou soltos?

Ela quase lhe perguntou como ele gostaria.

— Presos. — Annie pegou o elástico da cadeira a seu lado e levantou para ele o máximo que o cotovelo permitiu.

Quando Alfonso  terminou de fazer o rabo-de-cavalo, entregou-lhe a escova e disse:

— Antes de ir até a minha casa, darei uma passada aqui para ver se você precisa de algo.

Havia muito tempo que ninguém se importava o bastante com ela para lhe perguntar se precisava de alguma coisa. As lágrimas que haviam sido suprimidas ameaçaram retornar. Annie conteve mais uma vez a emoção, se levantou e virou-se para encará-lo.

— Obrigada por tudo.

Alfonso  enfiou as mãos nos bolsos da calça e deu de ombros com um jeito de garotinho.

— Por nada. Até mais tarde.

Depois que ele saiu, Annie voltou a sentar-se na cadeira e pon­derou o que deveria fazer. Se contratasse Alfonso, teria a casa arru­mada na hora que tivesse de voltar a Los Angeles. Dessa forma, poderia pôr a casa à venda. Se esperasse até poder fazer o serviço sozinha, provavelmente teria de fazer algumas viagens extras para Ferndale e não poderia vender a casa até o próximo outono. Com o preço da gasolina e o desgaste de seu carro com as viagens, fazia sentido contratar o caubói.

E sabia que ele faria um bom trabalho. Afinal, não estava cons­truindo a própria casa sozinho? Porém ela planejara ser a própria chefe, tomar as próprias decisões.

Já o vira em ação. Alfonso gostava de estar no controle.

Contudo ela poderia ajudá-lo enquanto ele trabalhasse e, assim, continuaria no controle. Aquilo aceleraria o processo. Alfonso tinha habilidade e experiência, e poderia aprender com ele.

Ficou sentada por um longo tempo, os dedos brincando com as cerdas da escova de cabelos. Dinheiro e controle não eram os únicos problemas, pensou.

Sentia-se atraída por ele.

Muito atraída.

Se o contratasse para trabalhar, poderiam começar um relacio­namento que não levaria a lugar nenhum. Alfonso deixara claro que gostava de cidades pequenas e, em algumas semanas, ela estaria de volta a sua vida em Los Angeles.

Levantou-se com cuidado e tentou esticar os músculos doloridos. Então subiu a escada, enquanto se perguntava: poderia trabalhar com ele e manter distância? Poderiam ser apenas amigos?

Claro que ela poderia.

Conhecera diversos homens bonitos. Alguns eram até mesmo seus amigos. Annie riu. Por que transformaria seu salva-vidas em algum tipo de príncipe encantado num cavalo branco?

Alfonso era apenas mais um rapaz.