Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

CAPÍTULO IV

Enquanto Alfonso fazia sua corrida matinal, seu pen­samento retornou a Anahí. Aparentemente, ela era uma mulher confiante, mas parecia haver uma vulnerabilidade es­condida sob a superfície. Talvez ele estivesse apenas imaginando aquilo, mas sentia que havia muito mais sobre Anahí Giovanna do que ela permitia que as pessoas vissem.

Todavia não era problema seu, lembrou a si mesmo. Ela era sua chefe agora e seria melhor manter o relacionamento num nível puramente amigável.

Finalizou sua corrida de dez quilômetros no ponto mais alto de sua propriedade, bem no momento em que o sol apontou no hori­zonte. Então observou aquele panorama através dos olhos de Jimmy, antes de ver por si mesmo.

A imponente vista da costa nunca deixava de impressioná-lo. Crescera longe da água e a visão do oceano Pacífico estendido a sua frente sempre lhe provocava uma sensação de temor.

Até mesmo dois anos depois de haver adquirido aquelas terras, tudo ainda o impressionava. Não gostava de vasculhar o motivo. A morte de Jimmy fora dolorida demais para ele em muitos níveis.

Alfonso caminhou de volta ao seu trailer. Quando ele e Jimmy haviam escrito o testamento durante o treinamento na Marinha, ambos tiveram a mesma atitude. Eles eram felizes, nada iria lhes acontecer. O testamento fora apenas uma formalidade que os ca­pitães achavam necessário.

Poncho não tinha a menor idéia de que Jimmy o nomeara seu beneficiário até que tivesse acordado no hospital um mês depois do acidente. Eles nem mesmo lhe contaram que Jimmy falecera. Quando, finalmente, tivera coragem de perguntar a seu chefe, re­cebera uma resposta direta. Uma que o deixara arrasado.

Tirou o short e o tênis e dirigiu-se para o chuveiro provisório atrás do trailer. Podia ser verão, mas ainda fazia um pouco de frio na Costa Perdida. Ele deixou cair um jato de água do reservatório com aquecimento solar pendurado no galho de uma árvore e quase gritou sob a água gelada.

Normalmente, trabalhava ao ar livre o dia inteiro e tomava ba­nho mais tarde, depois do serviço terminado. Mas naquele dia es­tava indo para a cidade começar o trabalho na casa de Anahí e queria chegar perfumado.

Enquanto se ensaboava, recordou-se da sensação que os cabelos dela provocaram quando ele os havia roçado na noite anterior.

Seria capaz de tomar banho sozinha? Visões de Annie nua com a água jorrando sobre a pele macia surgiram em sua mente. Nem mesmo a água gelada pôde conter os óbvios sinais que a imagem evocava. Deixou mais água fria cair sobre a cabeça, numa inútil tentativa de esfriar os pensamentos.

Após enxugar-se, entrou no trailer e vestiu roupas limpas. Que­ria estar na residência de Anahí quanto antes para conseguir adian­tar bem o trabalho e ainda voltar para casa a tempo de pegar um pouco da luz do dia e fazer uma parte do telhado sobre a cozinha.

A caminhonete engasgou duas vezes antes de Alfonso conseguir fazer o motor funcionar. Pelo longo trajeto, pensou sobre os meses que viriam.

Podia tomar banho lá fora agora, mas logo estaria frio demais. No outono, pretendia já estar morando em sua casa. Venderia o trailer e, com o dinheiro que ganharia de Annie, iria até o leilão público em Acton e compraria o começo de seu rebanho.

Antes de chegar à casa de Anahí, parou na loja de materiais de construção e na padaria.

Ela atendeu à porta com um roupão largo e uma toalha ao redor da cabeça.

Tomara banho.

Com dificuldade, Poncho suprimiu as imagens que tivera mais cedo e apontou a toalha.