Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

— Não parece que isso foi fácil.

Annie sorriu.

— Você nem imagina.

Ele a seguiu até a cozinha.

— Como está o braço?

— Qual deles? — brincou ela.

Poncho pôs a caixa que carregava no chão, pegou a mão de Annie e subiu delicadamente a manga do roupão. O polegar deslizou pela pele macia. Os pontos pareciam bem apertados e a pele ao redor estava rosada.

— Parece bom. Conseguiu um pouco mais de flexibilidade? Anahí ecoou um pequeno sussurro, então retirou a mão e se afas­tou, movimentando o braço para que a manga voltasse ao lugar.

— Sim. Os pontos ainda repuxam um pouco, mas estou melhor. O silêncio reinou por um longo momento enquanto ele a via enrubescer.

Poncho pigarreou.

— Você fez café?

Annie meneou a cabeça.

— Não pude erguer o braço o suficiente para alcançar o coador de papel.

— Vá se vestir, que eu preparo uma garrafa. Então estarei apto para começar a trabalhar no teto.

— Certo. — Ela virou-se e saiu da cozinha.

Alfonso ligou a cafeteira e foi para a caminhonete pegar os pãezinhos e o restante dos equipamentos que comprara na loja de ma­teriais de construção. Colocou a caixa de equipamentos no balcão e o pacote de pães sobre a mesa.

Annie voltou para a cozinha vestindo jeans e uma camiseta com estampa de Los Angeles.

Ele lhe estendeu uma xícara de café.

— Há pãezinhos sobre a mesa.

— Obrigada. — Ela olhou na direção da geladeira. — Tem cer­teza de que não quer que eu esquente um prato de macarrão com atum?

Poncho sorriu e meneou a cabeça.

— Ainda sobrou?

Annie acomodou-se numa das cadeiras da cozinha.

— Chegaram mais três pirex depois que você foi embora ontem. Aparentemente, minha vinda a Ferndale foi anunciada por e-mail e rodou o computador de todo mundo. Você sabe, as notícias cor­riam de boca em boca quando eu morava aqui. Agora, os fofoqueiros da cidade devem estar se utilizando de tecnologia. Posso apostar que a sua chegada aqui já foi informada. — Ela abriu o saco da padaria e pegou um pão doce de framboesa.

Parecia desgostosa.

— E a aborrece que as pessoas saibam que estou aqui?

— Não. Claro que não — respondeu Annie. — O que me aborrece é que todos pensem que eu necessito que a minha presença seja divulgada pelo rádio. Isso não é de interesse público e nem da conta de ninguém.

— E esse é um dos motivos pelo qual você gosta de morar em Los Angeles.

— Sim. Lá, nem mesmo conheço meus vizinhos, não me importo com o que eles estão fazendo.

Aquele comentário disse muito a Alfonso.

— E acha que isso é uma coisa boa?

Annie endireitou-se na cadeira e o encarou.

— Esse é o jeito que eu gosto de viver — respondeu, irritada.

 Ele ergueu as duas mãos.

— Tudo bem. Eu só estava tentando conhecê-la melhor.

Após um silêncio incômodo,Annie falou:

— Você precisa que eu o ajude com a argamassa?

Alfonso queria que ela descansasse. Com certeza, ainda estava dolorida pela queda do dia anterior.

— Não. Aquilo é trabalho para um homem só. Ou uma mulher só — acrescentou apressadamente.

Ela sorriu perante a correção.

— Então vou trabalhar nos armários daqui de baixo e deixá-los prontos para a pintura.

— Você precisa ir devagar. — Assim que as palavras saíram de sua boca, Poncho se arrependeu.

Annie ergueu o queixo.

— Preciso acabar esta casa e voltar para a minha vida. — O tom e a posição dos ombros desafiavam-no a discordar.

Mas ele não faria aquilo. Já a irritara. Se ela começasse a abu­sar, o próprio desconforto causado pelas dores a faria diminuir o ritmo.

Poncho deu de ombros e mudou de assunto:

— Eu trouxe removedor em pó. — Ele alcançou a caixa sobre o balcão e tirou um recipiente. — Você tem um balde?

Annie relaxou.

— Está brincando? Bessie era a rainha da limpeza. Acho que devia ter um balde para cada dia da semana. Há equipamento de limpeza nos armários da varanda dos fundos suficiente para os próximos anos. — Ela saiu pela porta de trás e apontou os armários na varanda.

Mais uma vez Alfonso detectou uma nota de amargura na voz dela ao mencionar a avó. Será que Annie tinha consciência de que de­monstrava aquilo cada vez que falava na mulher? Provavelmente, não. Parecia não gostar de revelar coisas pessoais sobre si mesma.

Ele pegou um balde e o encheu no tanque. Abriu a tampa do recipiente e pôs um pouco do removedor dentro do balde.

Anahí alcançou o recipiente.

— Você não precisa medir isso?

Ler instruções e fazer cálculos era tão difícil para Poncho desde o acidente que evitava fazê-los sempre que podia.

— Uso muito esse produto — retrucou ele. — Esta medida está correta.

Ela leu as instruções na caixa e olhou para Alfonso com ar de dúvida.

— Tudo bem. Se você diz...

Poncho levou o balde para a cozinha e o colocou no chão, ao lado dos armários. Então voltou à varanda e encheu um outro balde, enquanto Annie apanhava alguns trapos e começava a trabalhar.