Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

CAPÍTULO V

Anahí saiu da cama às sete, depois de uma noite irrequieta. Adoraria dormir um pouco mais, mas imaginava que Alfonso era do tipo que levantava bem cedo. Certa­mente, estaria na porta de sua casa em uma hora. Ela fizera muito no dia anterior: remover o verniz antigo dos armários da cozinha, porém ainda não finalizara nem um quarto do serviço. A clavícula quebrada latejara a noite toda. Por fim, se levantara e tomara um analgésico, apenas para ter sonhos eróticos com Poncho quando vol­tara a dormir.

Então acordara diversas vezes em função de um barulho que vinha do andar de baixo, quase como se alguém estivesse arra­nhando a porta dos fundos.

Reunindo coragem, levantara-se, armara-se com um martelo e descera a escada. Mas não havia ninguém ali.

Ficara acordada por horas. Tudo tão silencioso e solitário. Es­tava acostumada ao barulho da cidade grande.

Devaneando, observou a nova argamassa no teto, que sobressaía nas manchas escuras da velha pintura, e recordou-se de Alfonso des­crevendo suas terras na Costa Perdida. Até o nome parecia solitá­rio, mas ele estava superanimado com o que construía lá. A única coisa que a fazia sentir aquela mesma emoção era quando estava escrevendo histórias. Personagens surgiam em sua mente e ela podia criar um mundo para eles.

Dirigiu-se ao banheiro, livrou-se da camisola e entrou embaixo do chuveiro, rezando para que Poncho aparecesse e preparasse um café.

Quando desceu a escada, ficou desapontada por Alfonso ainda não ter chegado. Nada de Poncho. Nada de pão-doce. Apenas a terrível quietude que a fazia reviver memórias indesejáveis da época em que morara ali.

Quando ouviu o ruído de um carro se aproximando, correu para a janela da frente e reconheceu a caminhonete de Alfonso.

Virou-se, voltou à cozinha e preparou a cafeteira, esperando que ele batesse à porta.

Deveria dar uma chave a ele, pensou. Assim, se acontecesse de sair, Poncho poderia entrar para trabalhar. Na verdade, ela era pro­vavelmente uma das únicas pessoas que trancavam a porta de casa em Ferndale, mas vivera na cidade grande tempo suficiente para que isso se tornasse um hábito.

O café começou a passar e ainda nada de Alfonso. Annie voltou à janela da frente e o viu vasculhando dentro do capo.

Mau sinal.

Abriu a porta, desceu e atravessou o jardim até a calçada.

— Problemas?

Ele ergueu a cabeça e a fitou.

— Bom dia. Sim, veio enguiçando no caminho.

Poncho parecia tão cansado quanto ela se sentia.

— Você entende de motores? — perguntou Annie.

— Mais ou menos. Chequei as coisas óbvias e não pude detectar a causa. — Ele bateu o capo e a olhou mais atentamente. — Dormiu mal?

Ela meneou a cabeça. Não iria admitir que exagerara no traba­lho no dia anterior. Em vez disso, provocou-o:

— Não. Por quê? Pareço mal?

Poncho riu enquanto a seguia para a varanda.

— De jeito nenhum eu tocaria nessa questão.