Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Quando chegou à cozinha, ele estava servindo os pratos. Ela olhou para baixo e viu um amontoado de macarrão no prato.

— Não agüento mais essas comidas que ganhei — disse Annie, enrolando o macarrão no garfo. — O que vou fazer com tudo isso que está na geladeira?

Poncho inclinou-se sobre a mesa.

— Podemos jogar na lata de lixo depois que escurecer — sus­surrou em tom de conspiração. — Colocar toda essa comida dentro dos vidros que Bessie guardou no armário da varanda e jogar em todas as latas de lixo dos vizinhos.

Annie riu. Ele tinha razão. Bessie, aparentemente, guardara todo tipo de embalagem que esvaziara.

— Vou cuidar disso depois do almoço. — Ela nunca mais queria ver um pirex. Estava louca por uma salada.

Alfonso levantou-se e carregou os pratos de ambos para a pia.

— Até mais tarde.

Agora que o analgésico fizera efeito, Anahí planejava tirar van­tagem disso. Retirou todas as travessas da geladeira e pôs a comida nos vidros vazios de Bessie.

Parou de fazer aquilo por um momento, quando um pensamento lhe veio a mente. Sentia-se como se estivesse na casa de um estra­nho. Morara lá por quatro anos e nunca conhecera verdadeiramente sua avó. O pensamento a deixou triste. O rangido das tábuas sendo arrancadas dos degraus da varanda chamou-lhe a atenção. Afastou os pensamentos e voltou ao trabalho. A maioria das travessas estava marcada com nomes de pessoas, e ela conseguiu combinar os pratos com os donos, exceto dois deles. Não lhe agradava a idéia de devol­vê-los. Já tinha tagarelado o suficiente com a vizinhança.

Lavar e secar a louça com uma única mão era uma tarefa tediosa e demorou mais tempo do que esperara. Quando terminou, Alfonso entrou para beber um copo de água e anunciou que estava indo verificar a caminhonete.

— Quer dar uma caminhada?

Annie olhou para a sua blusa úmida e amarrotada.

— Não, ficarei por aqui mesmo.

— Você precisa de alguma coisa? — perguntou ele antes de deixar a cozinha.

Ela olhou as diversas travessas sobre a mesa. Preciso sair desta cidadezinha...

— Não — respondeu.

Depois de um tempo, ouviu o som do martelo na varanda da frente. Quando olhou pela janela, ainda não havia caminhonete. Abriu a porta da frente e observou enquanto Alfonso batia vigorosa­mente em uma das tábuas novas.

— Más notícias da caminhonete? — perguntou, e ele parou por um momento, posicionando um novo prego.

— Nenhuma notícia ainda. Ele não descobre o problema. Vol­tarei lá em algumas horas.

Annie pensou em seu pequeno carro esporte, agora inútil para ela.

— Você pode usar o meu carro.

Poncho pareceu surpreso.

— Bem, obrigado pela oferta, mas eu não poderia chegar à es­trada que leva a minha propriedade num carro tão baixinho. As pedras furariam o cárter. Preciso de um veículo com tração nas quatro rodas para tal trajeto.

— A estrada para a sua casa não é asfaltada?

Ele sorriu.

— Nem mesmo tem cascalho nos últimos oito quilômetros.

Por que alguém escolheria morar num lugar tão inacessível, ela não entendia, mas reprimiu o comentário.

Annie voltou ao trabalho de remover o verniz dos armários. Por volta das quatro da tarde, Alfonso anunciou que iria voltar a verificar a caminhonete. Ela subiu e vestiu uma blusa seca. Os pontos es­tavam cocando, mas não repuxavam mais. E o ombro doía menos.