Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Para começar, o alto dos dois primeiros degraus de madeira da varanda estavam podres. Ele ergueu o olhar e viu que a calha de chuva estava corroída. Aquilo explicava a podridão da madeira.

Encostou a nova escada contra a lateral de sua caminhonete e descarregou cinco galões de argamassa de dentro da caçamba.

Desviando-se dos degraus destruídos, subiu para a varanda e pôs os galões ao lado da porta da frente. A campainha, uma enorme argola presa na porta, soou alta.

Após alguns instantes, avistou-a através da janelinha de vidro da porta. Ela estava com uma calça jeans confortável e uma camisa enorme. Ele sentiu saudade dos trajes do dia anterior.

Annie abriu a porta e arqueou as sobrancelhas.

— Olá, caubói.

Poncho riu e tocou a ponta do chapéu.

— Boa tarde, srta. Portilla.

— Annie, por favor. — Ela não pareceu surpresa por ele saber seu nome.

— Sou Poncho. Alfonso Herrera.

Ela lhe deu um grande sorriso, então baixou os olhos para os galões.

— Você trabalha na loja de materiais de construção?

— Não. Estou apenas fazendo um favor a Kuno. A caminhonete de entrega da loja não estava disponível.

Quando Alfonso pegou os galões do chão, Annie se afastou para que ele pudesse passar.

— Onde você vai usar isso?

— Lá em cima. Mas pode deixar aí mesmo.

— Vou levá-los para você. Mostre-me o caminho.

Ele admirou atentamente o balanço dos quadris enquanto ela subia a escada a sua frente e parou diante da porta de um dos quartos. Poncho entrou e pôs as latas no chão. Annie estivera ocupada. Toda a mobília fora arrastada para o centro do quarto e estava coberta com uma lona.

Ele assobiou quando ergueu os olhos e viu o estrago que a água fizera no teto e nas paredes. Grande parte da argamassa estava destruída.

— Culpa do telhado?

Ela assentiu.

— Sim. Bessie detestava gastar dinheiro e esperou até que as goteiras ficassem realmente incontroláveis.

— Muitas pessoas adiam o trabalho e então acabam pagando mais caro — comentou ele.

Duvidando de que uma novata tivesse chance de fazer um con­serto decente ali, observou as paredes danificadas e virou-se para olhar o livro que Annie tinha em mãos.

— Você já fez algum conserto com argamassa?

— Ainda não. — Ela jogou o livro sobre a lona que cobria a mobília e pôs as mãos na cintura.

Certamente parecia determinada.

Annie o estudou por um longo tempo, então endireitou os ombros e perguntou:

— Você já almoçou?

Poncho levou alguns momentos para reagir. Não esperava a per­gunta.

— Não.

— Ótimo. Almoce comigo.

Ele ficou tanto surpreso quanto satisfeito pelo convite. Estivera tentando decidir como convidá-la para sair. Agora podiam conver­sar enquanto comiam à mesa da cozinha.

— Claro. Seria ótimo.

— Mas preciso avisá-lo de uma coisa: tenho um motivo velado. Ele ergueu uma sobrancelha quando uma rápida fantasia atra­vessou-lhe a mente.

— Quero me aproveitar dos seus conselhos sobre técnicas de revestimento.

Oh, certo, pensou ele, sentindo-se um pouco decepcionado. Mas, pelo menos, ela quer almoçar comigo.

Poncho a seguiu para o andar de baixo e, em vez de virar para os fundos da casa onde ele imaginara ser a cozinha, ela dirigiu-se à porta da frente.

— Convite meu. Eu não cozinho.

Annie queria perguntar por que não. Cozinhar era algo básico para a sobrevivência. Será que ela fazia todas as refeições fora? Mas parecia um pouco cedo para perguntar.

— Tudo bem. — Ele não se sentiria confortável se ela resolvesse pagar a conta, porém discutiriam isso na hora certa.

Ele fechou a porta de entrada atrás de si e caminharam por meio quarteirão até a rua principal. Conversaram sobre como a cidade não havia mudado em nada durante os anos em que Anahí ficara fora.

— A Padaria Village está bem para você?

— Claro. — Ele comeria até no chão.

Acharam uma mesa desocupada e fizeram os pedidos à garçonete.

Annie sorriu, e o corpo de Alfonso esquentou. Como era bonita com aqueles cabelos castanhos levemente mechados e olhos azuis esverdeados.