Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Poncho mergulhou e em alguns instantes as fortes braçadas o le­varam para longe.

Annie deitou-se de costas e deixou que o sol esquentasse o rosto enquanto boiava na relaxante água salgada, adorando a sensação do leve movimento das ondas balançando seu corpo. Não esperara uma sensação tão grande de serenidade. A vastidão do oceano deve­ria ser preocupante, mas ela estava achando aquilo tranqüilizador.

Os pensamentos voltaram a Alfonso e ao alívio que sentira ao vê-lo em sua varanda naquela manhã. O que estava acontecendo? Sen­tira saudade dele.

Não queria aquele tipo de sentimento. Ele morava em Ferndale, construindo uma vida da qual ela não fazia parte.

E ela queria voltar a Los Angeles, para o tumulto e a energia da cidade grande.

Ferndale era tranqüilo demais. Havia muito tempo para pensar e os fantasmas do passado voltavam com força para atormentá-la.

A maré a balançou gentilmente, e Anahí recordou-se de como fora quando chegara à casa de Bessie após a morte de seus pais. De quão sozinha se sentira. Possuía amigos e família em Los An­geles. Em Ferndale, nada.

Poncho aproximou-se e, com alegria, ela abandonou os pensamen­tos depressivos.

— Pronta para ir embora? — perguntou ele.

Annie teria gostado de ficar um pouco mais, percebeu com sur­presa, mas havia ainda muito trabalho a fazer naquele dia.

— Pronta.

— Eu a levo até atravessarmos a arrebentação. Apenas relaxe e me deixe conduzi-la.

Poncho virou-a em direção à praia e envolveu um braço em sua cintura. A sensação do braço molhado e quente contra seu corpo foi o paraíso.

E colado a seu corpo, Alfonso conduziu-a para a beirada e só a liberou no instante em que os pés de Annie puderam tocar a areia. Ela ficou surpresa quando andou através da arrebentação e sentiu as pernas bambas.

— Quanto tempo ficamos aqui?

 Poncho olhou para o sol.

— Provavelmente, uma hora. Nossa! Não parecera tanto assim.

Eles foram para o carro, se secaram e Annie pôs a camiseta sobre o maio.

— Faminta? — perguntou ele.

Anahí pensou por um momento e então assentiu. Ela fazia aquilo o tempo todo, pensou Poncho. Dava a tudo uma séria consideração, até mesmo a coisas simples como estar ou não com fome.

Ele pegou os sanduíches e entregou-lhe um com uma garrafinha de água.

— Quando a casa for vendida, você vai usar o dinheiro para comprar algo em Los Angeles? — Poncho sabia que ela morava de aluguel agora. E detestava a idéia de vê-la partir de Ferndale.

Annie o fitou por um longo tempo, como se estivesse decidindo entre responder ou não.

— Não. Vou pedir licença do meu emprego para escrever.

Perante a hesitação dela, Poncho imaginou que havia alguma coisa ali que Annie não queria compartilhar com muitas pessoas.

— Uau! Isso é ótimo! Que tipo de coisa você escreve?

— Livros infantis. Quero escrever livros para crianças de dez a doze anos.

— Que tipo de histórias?

—Histórias de aventura. Crianças dessa idade adoram litera­tura excitante.

— Já começou a escrever alguma coisa? — perguntou ele, inte­ressado.

— Sim. Tenho um livro finalizado e mais dois elaborados. — Ela suspirou. — Levei dois anos para fazer tudo isso. Quero parar um pouco de lecionar a fim de aguardar por uma proposta real­mente boa antes de publicá-los.

Ele não sabia nada sobre publicar livros.

— Isso é importante?

— Sim. Quero que saibam que estou levando a sério uma carreira.

 Poncho sorriu e mordeu o sanduíche.

— Posso lhe fazer uma pergunta? — disse Annie.

— Claro.

— Onde você está conseguindo dinheiro para construir a sua casa?

Ele não esperava tal pergunta.

— Meu amigo me deixou as terras. — Depois que o matei. Poncho tentou manter um ar satisfeito. — E recebi o seguro de vida dele. Noventa mil dólares.

Ela arregalou os olhos perante a quantia.

— E ele deixou tudo para você?

— Sim, exceto 10 mil dólares.

Annie pareceu confusa.

— Quem ficou com os 10 mil?

— O pelotão da Marinha. — Ele sorriu.

— Para quê?

— Os rapazes solteiros normalmente designam 10 mil dólares para uma festa.

Ela o fitou incrédula.

— Você quer dizer, para o velório?

Ele considerou a questão.

— Acho que podemos chamar assim.

— Deve ter sido uma festa e tanto.

Poncho ainda estava no hospital e perdera aquilo, mas a despedida de Jimmy havia se tornado lenda no time das Forças Especiais.

— Sim, uma festa e tanto. — Que bom que ele a perdera. Não seria capaz de comemorar.

Ainda tinha meio sanduíche na mão quando Annie se levantou.

— Precisamos voltar. Há muitas coisas que eu quero terminar ainda hoje.

Feliz por encerrar o assunto, Poncho ligou o carro e partiu.