Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Annie o observou subir na escada portátil, arrancar um pedaço destruído do revestimento de madeira da parede da sala de jantar e então abaixar os braços, entregando-o a ela.

Anahí levou cada pedaço para fora e os depositou sobre o restante do entulho.

— Como você sabe que não gosta de cidades grandes se nunca morou em uma?

Poncho secou a testa no ombro da camiseta.

— Nunca vivi numa toca de rato, mas sei que não gostaria disso.

Mãos nos quadris, ela lhe fez uma careta.

— Rude, Poncho, rude.

 Ele deu de ombros.

— Bem, todas as coisas de que mais gosto estão no campo.

— Por exemplo? — Annie ergueu o queixo de maneira hostil.

— Ar puro.

Ela era obrigada a admitir que realmente havia pouco daquilo em Los Angeles.

— E?

— Nada de engarrafamentos.

Bem, Poncho também estava certo sobre aquele ponto. Antes que Anahí pudesse dizer mais alguma coisa, ele falou:

— Espaços amplos e abertos. Cuidar de animais e montar. Ca­valos. Você pode manter um no seu apartamento?

— Certo, você está numerando apenas os pontos negativos de uma cidade grande. Mas há muitos pontos positivos para equilibrar tudo isso.

— Como por exemplo?

Ele imitou a postura hostil dela e Annie riu.

— Teatro. Cinemas. Concertos.

— De fato Ferndale é um pouco carente dessas coisas. Você vai muito a cinemas e teatros?

Ela não estivera em alta atividade cultural nos dois últimos anos, mas não admitiria a ele.

— Isso é importante para mim. — Era bom saber que poderia ir se quisesse.

— O que mais? — Poncho usou uma chave de fenda para arrancar um pedaço da parede que se recusava a desgrudar.

Annie pensou por um momento.

— Restaurantes.

Poncho riu.

— Sim, imagino quanto isso é importante para alguém que não sabe cozinhar. Você poderia morrer de fome em Ferndale.

— Eu sei cozinhar. Apenas não acho que vale o tempo que toma da gente.

— Não acho que sanduíche de geléia seja qualidade de uma cozinheira — brincou ele.

Ela ergueu as mãos para pegar mais uma madeira.

— Pare de tentar mudar de assunto.

Assim que Anahí falou aquilo, recordou-se de como Alfonso a beijava toda vez que não queria conversar sobre determinada coisa. E ficou tentada a prolongar a conversa até o limite dele.

Em vez disso, disse:

— Amigos.

Poncho meneou a cabeça.

— Eu tenho amigos em Ferndale.

— Quero dizer muitos amigos. Você tem de admitir que os gru­pos aqui são muito pequenos.

Ele a estudou.

— Talvez você seja muito seletiva.

— Você está me chamando de esnobe? — indagou ela, irritada.

— Não. Mas há uma diferença entre quantidade e qualidade. Ele estava julgando os amigos dela e nem mesmo os conhecia.

— Você acha que os seus amigos são melhores que os meus?

Poncho ergueu uma mão de luva.

— Calma. Não me refiro à qualidade de uma pessoa, mas sim a amizade.

— O que isso significa?

Ele fez uma pausa no trabalho e pensou, como se estivesse es­colhendo as palavras.

—Quantos dos seus amigos vieram a Ferndale ou telefonaram, oferecendo-se para ajudá-la na casa?

Nunca lhe ocorrera que alguém viajaria todo aquele trajeto para ajudá-la. E, de qualquer forma, a maioria de seus amigos não pos­suía habilidades.

— Bem, nenhum, mas...

— E quantos lhe telefonaram para ver como você estava passando?

Nenhum. Mas, então, a maioria nem sabia que ela estava fora de Los Angeles. Porque não era próxima o bastante para contar-lhes seus planos. Eles eram o tipo de amigos com os quais você vai a festas, não o tipo que compartilha seus planos do dia-a-dia.

Annie deixou de lado o pensamento. Não era o tipo de pessoa que possuía amigos próximos com os quais compartilhava intimidades.