Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Decidindo que já tinham conversado muito sobre aquele assun­to, mudou a direção.

— Aposto que se você fizesse uma tentativa na cidade grande, gostaria mais do que pensa.

— Duvido.

— Mas não é impossível. Ou você tem medo de estar errado?

— Não. Quando erro, posso admitir. — Uma expressão de tris­teza surgiu no rosto dele. Silenciosamente, desceu da escada e mo­veu-a alguns passos.

Annie se intrigou. Por que o comentário lhe causara aquela rea­ção? Eles trabalharam por mais alguns minutos sem conversar. Por fim, Poncho perguntou:

— Por que sua avó tampou essas janelas com madeira? — Eles tinham removido a madeira de duas paredes da sala de jantar, descobrindo janelas que deixavam a sala cheia da luz do sol.

— Ela fez isso antes que eu viesse morar aqui. Comentou que foi por causa dos selvagens que se mudaram para a casa ao lado.

— Selvagens?

Anahí riu.

— Era assim que ela chamava os vizinhos. Eram adeptos da causa nudista e aparentemente nunca fechavam as cortinas.

Poncho desceu da escada e inclinou-se na janela para espiar.

— Mostre-nos a tentação — brincou.

— Eles se mudaram daí há alguns anos — respondeu ela, rindo.

— Bem, acho que fica muito melhor sem a madeira. — Ele passou a mão pela parede sem o revestimento. — E está em bom estado. Vou cobrir o buraco dos pregos e você decide se quer pintar.

— Certo. — Alfonso tinha razão. A casa pareceria muito melhor com a sala cheia de luz.

A voz dele a tirou dos pensamentos:

— Seus pontos podem ser tirados hoje. Quer que eu faça isso ou prefere voltar ao médico?

Annie o encarou por alguns instantes.

— Você sabe mesmo como tirar os pontos?

— Claro. Fiz isso diversas vezes. É muito mais fácil do que tirar um gesso.

— Você também já tirou gesso? — perguntou ela, surpresa. Ele assentiu.

— Quebrei o braço três vezes quando criança. Cada verão por três anos seguidos.

— E sempre removeu seu próprio gesso?

— Apenas na segunda e na terceira vez. Estava um calor ma­ravilhoso e eu queria nadar.

Remover o próprio gesso não soava como uma boa idéia. — E o osso quebrado?

Poncho flexionou o braço num gesto inconsciente e os bíceps sal­taram sob o algodão macio da camiseta.

— Bem, eles recomendam que você fique com o gesso por seis semanas, mas o osso já está quase bom depois de um mês.

Annie engoliu em seco.

— Como você conseguiu tirar o gesso?

— Tesoura de jardim e um pouco de paciência. Paciência. Certo.

Ela riu.

— É que você parece não ter muita.

Poncho deu de ombros.

— Eu era criança.

De alguma maneira, Anahí não achava que ele mudara tanto assim.

Hesitante, ela indagou:

— O que você precisa para remover os pontos?

— Você tem uma tesourinha? E uma pinça?

Bessie adorava costurar e a cesta de costura se encontrava na sala de estar.

— Vou ver.

Annie retornou à sala com os itens requisitados.

— Aqui estão.

— Ótimo. Vamos para a cozinha.

Poncho foi até a pia e lavou as mãos, então posicionou duas cadeiras, uma em frente a outra.

Ele a guiou até uma das cadeiras e sentou-se na outra, tão perto que as coxas de ambos se tocavam. Segurando o braço dela, estudou os pontos.

— Parecem bons. Pronta?

O calor que veio do corpo dele a deixou segura. Apoiando um dos pés na cadeira de Anahí, Poncho pegou-lhe o pulso e colocou o braço dela sobre seu joelho.

Annie respirou fundo e fechou os olhos, relembrando-se da dor que sentira quando tinham suturado seu corte no hospital.

— Pronta.

Encolhendo-se ao sentiu correr os dedos de Poncho pelos pontos, contou até dez e se perguntou quando ele iria começar. A espera a estava deixando maluca.

Evitando baixar a cabeça e ver o braço, ela abriu os olhos e o fitou. Então pediu que ele fosse rápido.

Poncho sorriu e se inclinou sobre ela.

— Certo.

Annie fitou-lhe os lábios. Realmente gostava daquela boca. Uma boca que a distraía do que ele estava prestes a fazer.

— Vai demorar? — Ela enrijeceu um pouco mais.

— Já acabei.

Anahíu olhou para o corte, e todos os pontos pretos haviam desa­parecido.

— Como você fez isso? — Ela correu o dedo pela cicatriz. Não sentira absolutamente nada.

Poncho ainda continuava a segurar-lhe o braço e estava deslizando o polegar pela cicatriz rosada, seguindo o dedo dela.

— E infinitamente mais fácil tirá-los do que colocá-los aí.

Annie ficou muito ciente da sensação da mão dele em seu braço e do calor do corpo másculo próximo ao seu. Teve vontade de bei­já-lo e ver aonde a situação os levaria.

Aparentemente, Poncho estava pensando a mesma coisa quando os olhos desceram até os lábios dela e ele a puxou para si.

No instante em que ia beijá-la, a campainha soou, interrompen­do o momento.

Poncho murmurou alguma coisa por entre os dentes e soltou-lhe o braço.