Fanfics Brasil - 43 DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA

Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso


Capítulo: 43

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— Lembra-se de que você se ofereceu para me ajudar com a leitura?


— Claro. Eu o ajudarei em tudo que puder. A qualquer hora — disse ela, sorrindo.


— Esta noite? Depois que terminarmos o trabalho?


— Ótimo. Tudo que você tem a fazer é preparar o jantar. — Annie  apontou a geladeira.


— Combinado. — Alfonso estendeu a mão por cima da mesa e alcançou a dela. Delicada e macia, pensou. E de forma especial, encaixava-se na sua.


Anahí vasculhou a estante da sala de jantar. Parecia que Bessie não comprara um único livro novo nos últimos dez anos. Ela não tinha idéia de quantos problemas Alfonso tinha, mas podia dizer que fora muito duro para ele solicitar sua ajuda. Teria que ter bastante cuidado para não ferir o ego masculino.


Escolheu três livros de diferentes graus de dificuldade, um deles da Seleções, com letras bem grandes; outro, um romance gótico; e o terceiro, um romance de Penélope Fitzgerald, que ela dera a Bes­sie no Natal do último ano. Pelo estado do livro, podia dizer que Bessie nunca o abrira.


Olhando para os livros, pensou no que aprendera no último se­minário sobre ensinar crianças que apresentavam dificuldade para ler. A parte difícil seria localizar o atual problema de Poncho.


Annie pôs os livros sobre a mesa de jantar e se dirigiu à cozinha.


Ele estava junto ao balcão cortando ingredientes para a salada. Ela sentiu o cheiro do frango que comprara aquela manhã, assando no forno, e havia uma panela fervendo no fogão.


— Que cheirinho gostoso. Quando vamos comer? Poncho a olhou por cima do ombro.


— Daqui a meia hora.


— Ótimo. Então, tenho tempo para um banho. Ele assentiu.


— Mas não abra a torneira da pia. — E virou-se de volta para o que estava fazendo.


Quando Anahí começou a subir a escada, percebeu a rotina con­fortável em que eles haviam caído. Trabalhavam bem em conjunto, prevendo as necessidades do outro. Era bom tê-lo ali.


Sentiria falta dele quando fosse embora de Ferndale.


Ela parou no meio da escada, reprimindo a súbita sensação de melancolia. Claro que sentiria falta. Haviam se tornado amigos.


Porém, havia alguma coisa a mais. Mas ela não queria alguma coisa a mais.


Entrou no quarto, pegou algumas roupas limpas e foi para o banheiro.


Era perigoso demais ficar tão perto de certas pessoas. Necessitar delas pessoas em sua vida.


Amá-las.


Porque quando as ama e elas partem, isso machuca tão profun­damente que você nunca mais se recupera do dano.


Então, ela e Alfonso seriam amigos. E quando ela partisse, eles se separariam e ambos ficariam bem.


Porque não o amaria. Ou a ninguém mais. Nunca.


Annie entrou embaixo do chuveiro, sentindo-se muito melhor ago­ra por ter tido aquela pequena conversa consigo mesma.


Anahí ouviu Alfonso contar-lhe o que os médicos tinham lhe dito para esperar depois do acidente. Então ela o fez ler até que ele começou a gaguejar e mostrar sinais de frustração.


Ela pôs a mão no braço dele.


— E o bastante por hoje.


Poncho ergueu os olhos do livro.


— Eu consigo ler mais.


— Você quer dizer que consegue forçar a si mesmo?


— Sim.


— Suspeito de que você sempre se força, independente do que está fazendo.


Ele franziu o cenho.


— A maioria das vezes, sim.


Annie tirou-lhe delicadamente o livro das mãos.


— Bem, não acho que isso seja uma boa idéia agora. Você está começando a se frustrar. — Ela o viu se enrijecer um pouco quando a olhou, a expressão ilegível.


Então lembrou-se de uma matéria que lera sobre danos cerebrais.


— Você também está com dor de cabeça, não está?


— Sim — concordou ele.


— Sempre fica com dor de cabeça quando lê?


— Se leio por muito tempo, sim.


Annie se inclinou para a frente e o fitou diretamente nos olhos.


— Não acho que os seus olhos estejam funcionando apropria­damente.


— Estão melhores do que costumam ser.


Velhas notícias para ele, pensou Anahí. Mas Alfonso não mencio­nara isso. Ela se perguntou o que mais ele não havia lhe contado.


— Mas você quer que fiquem perfeitos, certo? Poncho suspirou.


— Sim.


Danos cerebrais eram muito imprevisíveis.


— Isso pode nunca acontecer. Você pode viver com isso?


— E eu tenho escolha? — murmurou ele.


— Não. Quando as coisas acontecem, você não tem escolha. — Ela pensou sobre a morte dos pais.


Alfonso empurrou abruptamente a cadeira para trás e se levantou.


— Eu sei. Nem sempre se pode estar no controle.


Annie decidiu perguntar a respeito do acidente. Poderia fazer muito bem a ele falar sobre aquilo.


— Você vai me contar o que aconteceu no acidente?


Poncho deu de ombros e ficou em silêncio por tanto tempo que ela pensou que ele não iria contar. Então, Alfonso voltou a se sentar e inclinou-se para a frente, cruzando os braços sobre a mesa.


— Nós estávamos na América do Sul. Jimmy e eu pertencíamos a um grupo avançado que fazia interdição de drogas. Estávamos montando explosivos, e algo saiu errado.


— Você sabe o quê? — perguntou ela, gentilmente. Ele meneou a cabeça e olhou para a parede.


— Tenho tentado me lembrar todos os dias desde que acordei do coma num hospital em San Diego. Nem mesmo me recordo do dia anterior ao acidente. Não me lembro da missão ou de ter saído dos Estados Unidos.


— E os outros que se encontravam lá?


— Eles estavam bem longe. Sabiam o que nós fazíamos. Mas não o que causou a explosão.


A voz de Poncho estava cheia de dor, e Annie sofreu por ele.


— Você acha que foi culpa sua, não é?


— Jimmy era um especialista em explosivos — disse Poncho. Ela estava começando a compreender.


— Então você assumiu que só podia ter sido falha sua?


— Sim — admitiu ele.


— Se Jimmy era o especialista, não deveria estar controlando seu trabalho?


Alfonso bateu o punho na mesa.


— Sim, mas eu devo ter feito alguma bobagem.


Pobre Poncho, pensou Annie.


— Essa é uma hipótese ampla demais. Ele a fitou.


— Bem, eu estou aqui e ele está morto. Isso conta muito a his­tória, não é?


Ela lhe acariciou o braço, então pegou-lhe a mão entre as suas.


— Essa situação incógnita parece muito mais clara para você do que para mim. — Annie apertou-lhe a mão. — Sei o que é so­breviver com culpa. Meus pais morreram num acidente de carro quando eu tinha catorze anos.


Poncho relaxou um pouco.


— Você estava no carro?


— Não. Mas eles estavam indo me buscar na casa de uma amiga. Então, foi culpa minha.


— Não, não foi. — Poncho acariciou-lhe o pulso com o polegar.


— Não do seu ponto de vista. Mas foi o que pensei por muito tempo. Não há nada racional sobre sentir culpa por sobreviver. Você simplesmente sente e fim. E depois de um tempo, aprende a conviver com isso. E, se tiver sorte, um dia aprende a superar.


— Você superou? — Ele levou as mãos dela até os lábios e bei­jou-as gentilmente.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 218



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  • alinneportilla Postado em 03/08/2012 - 00:05:43

    amei essa web. muito linda. chorei com o final.

  • alinneportilla Postado em 03/08/2012 - 00:05:42

    amei essa web. muito linda. chorei com o final.

  • alinneportilla Postado em 03/08/2012 - 00:05:42

    amei essa web. muito linda. chorei com o final.

  • danimap Postado em 24/04/2012 - 10:08:22

    acabou mesmo ? =( mesmo assim a web inteira, sem tirar nem por, cada detalhe foi perfeito ! Parabéens ! a web tava PERFEITA !

  • danimap Postado em 16/04/2012 - 04:30:53

    MAIS MAIS MAIS por favor ! MAIS MAIS MAIS

  • danimap Postado em 16/04/2012 - 04:30:17

    acabou ? Oo. nãaaao podeee =(

  • joannacarolina Postado em 13/04/2012 - 21:46:55

    ACABOU??? oO CADE O FIIM ??ué eu pensei q teria o casamento e tal

  • jl Postado em 13/04/2012 - 08:28:03

    Pera ai... acabou? '-' Não vi o fim O.o HSAUDAHUSDHUAHDUASHDUHD tão perfeito a annie voltar *-*

  • jl Postado em 13/04/2012 - 08:28:02

    Pera ai... acabou? '-' Não vi o fim O.o HSAUDAHUSDHUAHDUASHDUHD tão perfeito a annie voltar *-*

  • jl Postado em 13/04/2012 - 08:28:01

    Pera ai... acabou? '-' Não vi o fim O.o HSAUDAHUSDHUAHDUASHDUHD tão perfeito a annie voltar *-*


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