Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

— Preciso de algumas coisas do trailer. Vou pegá-las agora e colocá-las na caminhonete.

Annie assentiu.

— Vou dar uma volta por aí. — Então observou Alfonso correr para os fundos da casa. Ele nunca andava, pensou com um sorriso.

Ela voltou pelo caminho que eles tinham feito e saiu na ampla varanda. O caubói era impressionante. A casa iria ficar realmente especial. Até mesmo seu olhar destreinado podia ver aquilo.

Desceu os degraus da varanda e parou de costas para a casa. Não podia ver um único sinal de civilização. Nenhuma estrada, nenhum fio de rede elétrica ou poste de telefonia. Observou o céu. Perfeitamente azul, sem nuvens e vazio.

E silêncio. Não havia nenhum som, exceto o canto de pássaros.

O lugar era tão solitário que ela teve vontade de correr de volta para Poncho e reassegurar-se de que não estava sozinha. O silêncio dava muita oportunidade para reflexões indesejáveis e a fazia sen­tir-se fraca e pequena. Ela se conteve. Certamente, poderia lidar com cinco minutos de silêncio.

Sua respiração havia se acelerado e as palmas estavam suadas quando Alfonso a encontrou na frente da casa.

Anahí virou-se e o pegou estudando-a. Parecia tão importante para Poncho que ela gostasse daquilo tudo. Então deu-lhe um sorriso brilhante.

— A casa é impressionante. Você é impressionante.

 Ele pareceu surpreso e contente.

— Obrigado.

— É sério. Não há muita gente capaz de fazer o que você está fazendo.

Poncho deixou o olhar viajar pela paisagem e sua expressão se amenizou.

— Não é tão difícil assim. — Então a pegou pela mão. — Vamos dar uma caminhada. Vou lhe mostrar onde vou construir o estábulo e o curral.

Ele falou enquanto andavam, mas Annie mal ouviu as palavras, perdida em suas reflexões.

Sabia que Alfonso ainda se sentia culpado pela morte do amigo, porém estava lidando com aquilo. Aquela propriedade era dele por­que o amigo morrera. Como conseguia fazer daquilo um sonho?

Poncho dissera que não era tão difícil. Mas Annie sabia que era. Perseguir sonhos era difícil. De repente, estava tomada por uma emoção tão forte e desagradável que ficou surpresa consigo mesma.

Estava com inveja.

Inveja da paz que Poncho encontrara. Uma paz que ela estivera procurando desde os catorze anos.

Ele ainda sentia culpa, mas estava seguindo em frente. Em bus­ca do sentimento de pertencer a algum lugar. Ela estudou o solo a seus pés.

Devia ter feito algum ruído, porque Alfonso parou no meio de uma frase e apertou-lhe a mão.

— Qual é o problema?

Annie esforçou-se para disfarçar a emoção antes de encará-lo.

— Nenhum. Por quê?

Ele abriu a boca, então aparentemente desistiu do que ia dizer. Dando de ombros, continuou a descrição sobre o estábulo.

A mente de Anahí se acelerou. Quando adolescente, não suportara viver em Ferndale. Tivera certeza absoluta de que encontraria seu lugar em uma cidade grande. Mas também não conseguira realmen­te encontrar-se lá, apenas substituíra o modo de continuar perdida.