Fanfics Brasil - CAPÍTULO XII DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA

Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso


Capítulo: CAPÍTULO XII

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Ela considerou o comentário por alguns instantes.


— Não. Mas eu queria que você tivesse gostado.


— E gostei.


Annie riu.


— De qual parte? Da poluição ou das multidões? Ou talvez por ter esperado metade da noite para comer?


— Gostei porque estava com você.


O coração dela disparou no peito e, sem palavras, disse sim­plesmente:


— Obrigada.


Enquanto trafegavam pela maravilhosa estrada costeira, Annie se deu conta de que a melhor parte da viagem para Los Angeles era estar voltando para Ferndale.


 


 


CAPÍTULO XII


 


Anahí abriu mais uma caixa de papelão com livros velhos de contabilidade dos negócios de sua avó. Não vira Alfonso desde que ele a ajudara a tirar aquelas coisas da parte de cima dos armários. Devia estar trabalhando na casa dele pelos últimos dois dias.


Sentia saudade. Não queria aquele sentimento nem necessitava dele. Iria embora em breve e para sempre.


Para sempre. Frase interessante.


Tentou espantar o humor obscuro. A viagem para mostrar Los Angeles a Poncho havia sido um desastre. Ele fora educado e não tecera comentários, mas Annie sabia que tinha sido horrível para o caubói, apesar do comentário a respeito de estar com ela.


Tudo que Anahí quisera lhe mostrar dera errado. Adoraria dizer que o tumulto de pessoas, o trânsito e a poluição eram uma casua­lidade da sorte, mas bem sabia que não era assim. Sempre os con­siderara o preço a pagar por viver numa cidade grande.


Agora perguntava-se quais eram as vantagens.


Abriu uma caixa de papelão etiquetada "Annie" e encontrou seu diploma do colegial no topo. Recordou-se do momento em que sua professora de preparação profissional lhe entregara. Ela não qui­sera aquilo. Seu sonho sempre fora formar-se o mais rápido possível e ir embora de Ferndale. Não compreendera as lágrimas e a nos­talgia dos outros estudantes ao receberem seus diplomas.


Ao tirar o diploma da caixa, viu um livro grosso de capa dura e de folhas em branco. Sua mãe lhe dera aquilo de Natal logo antes do acidente que matara seus pais.Anahí ficara felicíssima com o presente. Naquela época, escrevia poesias e, secretamente, decidira que aquele seria seu primeiro volume de poemas.


Segurou o livro por um momento e alisou a capa, então o abriu e leu a dedicatória que sua mãe fizera na contracapa:


Expresse aqui suas idéias e sentimentos, porque eles são o que você é. Amor,


Mamãe


De repente, ela se deu conta de que seus pais tinham partido havia quase metade de sua vida. Parecia impossível que já fizesse tanto tempo. Ainda sentia tanta falta deles.


Virou a página para o único poema que registrara no livro.


Acredito no sol com seu espírito de amor e honestidade.


Acredito que as lágrimas dancem na margem da verdade e da magia.


Acredito nas ondas que dançam e na neve que cai contra a margem da inteligência promissora.


Acredito nas janelas que se abrem para a sombra escura e trazem de volta uma linda lua.


Acredito na neve que cai além da janela e pinta de branco a parte escura de nossas mentes.


Acredito na mágica das janelas, que podem transformar um céu tedioso num mundo bonito.


Acredito que lágrimas solitárias formam uma ilha mágica no caminho dos sonhos.


Acredito que as lágrimas partem nossos corações e que o amor da família une cada pedaço partido.


Annie fechou o livro e chorou. Acreditara em tudo aquilo no pas­sado. Agora sabia quanto a vida podia machucar quando se per­diam pessoas amadas ou quando não se era amado em retorno.


Nunca mais iria se colocar naquela posição, porque tinha certeza de que não poderia sobreviver à perda.


Pôs o livro de lado para vasculhar o restante da caixa. Mas não encontrou nada que interessasse guardar.


A última caixa continha diversos diários com capa de couro. Ela abriu o primeiro e reconheceu a letra de sua avó. Estava datada de 1934. Anahí calculou rapidamente e concluiu que sua avó tinha por volta de trinta anos quando começara a guardar seus diários. Ela abriu todos os volumes e os organizou em ordem cronológica, do mais antigo ao mais novo. Leu volume após volume, descobrindo coisas sobre Bessie que nunca soubera.


Leu os relatos de Bessie a respeito da própria vida. Como se sentira sobre a maneira que fora tratada pelos pais e avós. Annie começou a entender por que sua avó havia sido uma pessoa tão fechada e reservada. Aparentemente, não fora apenas impedida de expor seus sentimentos, mas também criticada por ter sentimentos.


Bessie era incapaz de expressar amor e não gostava de ser to­cada. Anahí nunca recebera muito mais que um abraço da avó.


Continuou lendo os diários com seus comentários tristes. Talvez ninguém nunca tivesse realmente abraçado Bessie. O pensamento a deixou infeliz.


Adiantou-se até o diário em que a avó escrevera seu desespero acerca da adolescência da filha, e teve de rir.


Nunca imaginara que sua mãe dera trabalho a Bessie quando adolescente.


Certa vez, a mãe lhe contara quanto desejara fugir de Ferndale e ir estudar fora. Matriculara-se em Humbold State e aparente­mente nunca mais olhara para trás.


Fora assim que seus pais haviam se conhecido. Tinham fugido e se casado sem contar aos familiares.


Annie folheou o diário mais à frente, em que contava o momento da morte de seus pais e a ida dela para Ferndale.


Ficou surpresa ao ver o sofrimento de Bessie pela morte da filha. Sua avó nunca mostrara nenhum sinal de saudade ou que sofria pela perda da mãe de Anahí.


Mais à frente, Bessie descrevia o ano em que Annie chegara para morar com ela: "A menina é rude e fala apenas o essencial".


Ela pousou o diário no colo.


Supunha que era verdade. Estava mortalmente machucada e fora tirada do único lar que conhecera e de todos os amigos, e enviada para viver com uma mulher que não a queria.


Ainda assim não devia ter sido fácil para Bessie aceitar o súbito destino de cuidar de uma adolescente.


De repente, Annie sentiu que precisava ver Betty. Ela conhecera sua avó e poderia responder-lhe a algumas perguntas.


Com o diário em mãos, andou dois quarteirões até a casa de Betty, que a recebeu com um abraço caloroso.


— Oh, querida, que bom ver você! — Ela fez um sinal para que Annie entrasse e fechou a porta. — Como vai?


— Estou bem, Betty. Como foi de viagem? — A casa parecia a mesma de quinze anos antes, aconchegante e harmoniosa.


— Maravilhosa. Mas é sempre bom estar de volta ao lar, não?


Annie gostaria de dizer o mesmo. Sentia-se como se não tivesse um lar havia anos.


Betty a levou para a cozinha e preparou um chá, então senta­ram-se à mesa.


Anahí pôs o diário de couro sobre a mesa e uma mão por cima.


— Eu estava limpando os armários e encontrei os diários de Bessie.


— Fazendo uma viagem pelas memórias do passado... — disse a mulher mais velha.


Aquilo era uma afirmação.


— Sim. Está sendo interessante ler.


— O quê? — perguntou Betty, estendendo o açucareiro para Annie.


— Oh, o ponto de vista do tempo, suponho. Betty sorriu.


— As coisas parecem um pouco diferentes quando você tem ca­torze anos.


— Eu nunca tinha considerado os sentimentos de minha avó — disse Anahí, servindo-se do chá.


A mulher meneou a cabeça.


— Ela ficou apavorada.


— Apavorada?


— Oh, sim. Apavorada de cometer com você os mesmos erros que havia cometido com sua mãe.


— Quais erros? — As anotações no diário de Bessie faziam pa­recer que todos os erros tinham sido de sua mãe. E de Annie.


— Sua mãe alguma vez lhe contou sobre os anos do colegial aqui em Ferndale?


— Apenas que queria sair daqui e fazer faculdade em outro lugar. Por quê?


— Bem, imagino que ela não lhe contou a respeito dos seus últimos anos aqui. Não é o tipo de coisa que uma mãe conte para uma filha.


Anahí tentou imaginar a que Betty estava se referindo. A mãe que ela se recordava era uma dona de casa suburbana normal.


— Sobre o que está falando?


Betty hesitou.


— Era a segunda metade da década de 1960 e as coisas por aqui estavam mudando. Havia drogas disponíveis e era o começo da revolução sexual.


Ela devia estar enganada, pensou Annie. Sua mãe fora até mes­mo presidente da Associação de Pais e Mestres da escola.


— Tem certeza de que minha mãe estava envolvida nisso?


— Oh, querida, o colegial inteiro estava. A pobre da sua avó ficou arrasada e, quanto mais rebelde sua mãe ficava, mais rígidos Bessie e Herb tentavam ser. Virou um círculo vicioso.


Anahí estava estupefata.


— O colegial inteiro?


— Sim, os cidadãos sadios de Ferndale iam para a escola acom­panhados das mães. Você ficaria assustada com algumas histórias que ouvi.


— E Bessie ficou com medo de que eu seguisse o mesmo caminho de minha mãe?


— Sua avó tinha medo de não ser capaz de educar uma criança. Não era nada fácil para ela extravasar as emoções, e você estava tão arrasada quando chegou aqui... Infelizmente, não era uma boa combinação.


Annie assentiu, concordando. Aquilo não fora nada bom. Pensara que Bessie não a amasse. Nunca lhe ocorrera que a avó simples­mente não fosse capaz de demonstrar esse amor.


Ela agradeceu a Betty e voltou para casa, vendo Ferndale agora com outros olhos. Durante todo o tempo em que vivera ali pensara apenas no momento de partir. Mas, agora, entendia que não era da cidade que não gostava, mas sim das circunstâncias que a ti­nham levado para lá. Alfonso estivera certo o tempo todo.


Alfonso... Que saudade! Sentiria falta dele quando partisse. Mais do que queria admitir. Mas iria embora, porque o caubói repre­sentava perigo.


Ela poderia se apaixonar por ele. E quando se ama alguém, corre-se o risco de se machucar, pensou.


Então, a única maneira de se proteger era evitar apaixonar-se.



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  CAPÍTULO XIII   Annie se encontrava em pé na calçada e repetiu para si mesma o que acabara de ouvir: — A casa está terminada. — Ainda faltava o jardim, mas aquela era a parte fácil. Durante todo o verão pensou que se deliciaria quando pudesse pronunciar tais palavras, porém agora elas lhe provocavam ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 218



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  • alinneportilla Postado em 03/08/2012 - 00:05:43

    amei essa web. muito linda. chorei com o final.

  • alinneportilla Postado em 03/08/2012 - 00:05:42

    amei essa web. muito linda. chorei com o final.

  • alinneportilla Postado em 03/08/2012 - 00:05:42

    amei essa web. muito linda. chorei com o final.

  • danimap Postado em 24/04/2012 - 10:08:22

    acabou mesmo ? =( mesmo assim a web inteira, sem tirar nem por, cada detalhe foi perfeito ! Parabéens ! a web tava PERFEITA !

  • danimap Postado em 16/04/2012 - 04:30:53

    MAIS MAIS MAIS por favor ! MAIS MAIS MAIS

  • danimap Postado em 16/04/2012 - 04:30:17

    acabou ? Oo. nãaaao podeee =(

  • joannacarolina Postado em 13/04/2012 - 21:46:55

    ACABOU??? oO CADE O FIIM ??ué eu pensei q teria o casamento e tal

  • jl Postado em 13/04/2012 - 08:28:03

    Pera ai... acabou? '-' Não vi o fim O.o HSAUDAHUSDHUAHDUASHDUHD tão perfeito a annie voltar *-*

  • jl Postado em 13/04/2012 - 08:28:02

    Pera ai... acabou? '-' Não vi o fim O.o HSAUDAHUSDHUAHDUASHDUHD tão perfeito a annie voltar *-*

  • jl Postado em 13/04/2012 - 08:28:01

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