Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

De repente, precisava descobrir. Necessitava dizer-lhe que co­metera um terrível engano.

Poncho golpeou o tronco morto da árvore. O esqueleto do velho carvalho estava a cerca de cinqüenta metros da casa e bem no meio de sua vista do oceano Pacífico. Aquilo o supriria de lenha para um inverno inteiro. Fogo diante do qual se sentaria, sozinho.

Não sabia o que faria quando terminasse de cortar a árvore. Já cortara tudo em volta e ainda não começara a trabalhar na ferida que a partida de Annie lhe causara.

Quando parou para limpar o suor da testa com as costas da luva, ouviu o som de um veículo na estrada. Antes que pudesse reconhecer quem era, o carro logo desapareceu atrás da casa, e ele ouviu o motor sendo desligado. Alfonso encostou o machado na cerca e caminhou para ver quem era.

Anahí apareceu no canto externo da casa, e o primeiro pensa­mento de Poncho foi que seus olhos estavam lhe pregando uma peça.

Ela ficou imóvel na sombra da parede.

Mas o que Annie estava fazendo ali? A ferida se abriu ainda mais para sufocá-lo. Ele se aproximou.

— O que você quer? — perguntou em tom rude.

— Vim trazer o dinheiro que lhe devo. — Ela levantou um en­velope com o timbre da imobiliária.

Sem esquecer-se da dor que a partida de Annie lhe causara, Poncho a fitou por um longo momento. Ela parecia magrinha e pálida. E os olhos estavam inchados e com enormes olheiras.

— Você poderia tê-lo enviado.

Annie abanou o envelope.

— Eu... eu quis trazê-lo para você. Pessoalmente.

Poncho notou a maneira como a mão dela tremia. Anahí estendeu-lhe o envelope e esperou.

Os braços de Poncho continuaram fixos na lateral do corpo.

Aquele envelope era a última ligação entre os dois. Se ele pe­gasse o dinheiro, não haveria mais nada.

Pensamento tolo.

Não havia nada agora. Annie destruíra tudo que existia quando lhe virará as costas.

— Por quê? Por que você dirigiu toda essa distância até aqui?

— Quero me desculpar. Pelo jeito que fui embora.

Ele não respondeu.

Ela o encarou novamente e então olhou para o mar.

— Eu menti para você.

Poncho se sentiu como se não pudesse respirar.

Sobre o que Annie lhe mentira?

Era casada? Noiva? Ele estivera no apartamento dela em Los Angeles. Não havia nenhum sinal de presença masculina lá. Sepa­rada? Sua mente correu sobre as possibilidades e ele não encontrou nenhuma que quisesse aceitar.

— Mentiu sobre o quê? — perguntou finalmente, a voz raivosa.

Ela respirou fundo e começou a chorar.

Ficar parado foi tudo o que Poncho pôde fazer para não alcançá-la e confortá-la nos braços.

— Sobre amar você — sussurrou Annie entre soluços.

Ele deu um passo na direção dela, então conteve-se. Aquele não era o único problema entre eles, mas Poncho sentiu um fio de es­perança.

— E o que você vai fazer sobre isso? — Se Annie estava disposta a se comprometer, apesar dos medos, ele podia encontrá-la no meio do caminho.

Mudaria para Los Angeles.

A idéia lhe desagradava imensamente, mas era melhor do que não ter Anahí em sua vida.

Ela pareceu confusa.

— Não tenho certeza. O que você está pedindo?

Poncho precisava de um compromisso com ela. Uma vida inteira de compromisso.

— Minha proposta original ainda está de pé. Você vai se casar comigo?

Annie pareceu aterrorizada, mas assentiu.

— Eu adoraria. Mais que tudo nessa vida.

— Você quer que eu me mude para Los Angeles?

Annie o olhou surpresa.

— Você faria isso? Por mim?

Sem hesitar, ele respondeu:

— Sim.

Ela começou a chorar outra vez.

Poncho desistiu de resistir a vontade de tocá-la e envolveu-a nos braços, apertando o delicado corpo trêmulo contra o seu peito.

Quando o tremor diminuiu e os soluços amenizaram, ele a segurou pela parte superior dos braços e a afastou gentilmente, fitando-a.

A infelicidade de Annie lhe deu uma estranha vontade de sorrir.

— É tão ruim assim? Amar-me?

Ela ergueu os grandes olhos azul-esverdeados que ele tanto ama­va e falou com voz trêmula:

— Tenho tanto medo...

Poncho beijou-lhe a testa.

— Eu sei. E a garantia,Annie? Ainda não posso lhe dar nenhuma garantia além de amá-la até o fim da minha vida.

— Sei disso. Mas parece que não posso suportar viver sem você. Então, decidi superar o medo.

Alfonso sorriu de felicidade.

— Vou ajudá-la a superar, acredite em mim, meu amor.

— Tenho certeza disso. — Ela o abraçou pela cintura e descan­sou o rosto no peito dele.

— Estou suado.

Annie ergueu a cabeça e deu-lhe um beijinho na boca.

— Seu aroma é maravilhoso.

Apesar do desejo despertado naquele momento, Alfonso retirou os braços das costas dela e se afastou um pouco, antes que perdesse o controle. Havia ainda um grande acordo para ser feito ali.

Ele deixou que seus olhos corressem por aquelas terras que tan­to amava.

— Devemos ir até a cidade para pôr este lugar à venda?

Annie meneou a cabeça, amando-o mais ainda pela oferta.

— Não, Poncho. Andei pensando muito sobre isso. Não é de Ferndale em particular ou de cidades pequenas que eu não gosto. — Precisava ser absolutamente sincera com ele. — Você estava certo. Eu estava me escondendo na cidade grande. — Na verdade — ela deu um passo atrás e olhou ao redor —, acho que aqui será um lugar maravilhoso para escrever. Sem muitas distrações.

Poncho a puxou para os seus braços e lhe deu um beijo doce e demorado.

E pareceu satisfeito com o olhar de desejo que Annie lhe dirigiu quando o beijo terminou.

— Depois que nos casarmos, tenho muitas distrações planejadas para você.

Ela deslizou os braços ao redor da cintura dele e o puxou com firmeza contra seu corpo.

— Oh, caubói, estou contando com isso.

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