Fanfic: DESCOBRINDO O AMOR ( AyA) Adaptada - FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Vasculhando a sacola da loja de materiais de construção, sepa­rou as ferramentas indicadas no livro. Em Los Angeles, jamais pensaria em sair com alguém que não conhecesse. Mas ali em Ferndale, ninguém era verdadeiramente um estranho.

Voltando a atenção ao trabalho, pôs os óculos e a máscara e subiu na escada para começar a remover o revestimento arruinado. Minutos depois de ter começado a descascar as paredes, havia pó desde os cabelos até dentro do sutiã.

Ela espirrou, e uma nuvem de poeira foi levantada.

Por que alguém escolheria uma profissão como aquela? Pensou em Poncho enquanto limpava o rosto com a manga da camisa.

No meio da tarde, os braços doíam e os olhos ardiam. Mas fizera um bom progresso. Todo o revestimento velho estava no chão.

Cansada demais para continuar, tomou banho e começou a pen­sar no que fazer com o restante da tarde.

Os armários. Bessie tinha uma vida inteira estocada nos diver­sos armários da casa. Annie se sentia uma intrusa em remexer nos pertences da avó, mas aquilo tinha de ser feito.

Relutante, tornou a subir a escada e dirigiu-se ao quarto no qual dormira quando menina.

Havia caixas e mais caixas de chapéus e incontáveis luvas. Bes­sie sempre usava chapéu para ir à igreja aos domingos.

Anahí perguntou-se se aquilo tudo valeria alguma coisa num brechó. Conhecia um bom em Los Angeles. Telefonaria, pensou en­quanto empilhava os chapéus num canto do quarto.

Depois de terminar a faxina do armário, tirou os sapatos, puxou uma cadeira, subiu e abriu o maleiro. Estava lotado de caixas gran­des etiquetadas como "cobertas". Será que sua avó guardava co­bertas tanto quanto guardava roupas velhas?

Ela esticou-se toda e tentou puxar a caixa do alto. Mas parecia que estava grudada na caixa de baixo. Deveria ir buscar a escada, porém estava tão exausta que decidiu puxar a caixa com força. Um pedaço da tampa de papelão ficou em sua mão enquanto a caixa escorregava em sua direção. Uma enxurrada de livros a atingiu, fazendo-a cair da cadeira.

Atordoada, viu que os livros eram da contabilidade do negócio de seguros que seu avô dirigira por anos em Ferndale.

Furiosa consigo mesma por ser tão tola, esforçou-se para se sen­tar. O braço direito doeu de imediato e um corte no cotovelo começou a sangrar. As pernas pareciam bem, assim levantou-se e pegou uma toalha no banheiro para estancar o sangue do corte.

Ao chegar ao alto da escada, começou a se sentir tonta. Então se sentou no primeiro degrau e recostou-se contra a parede. Pre­cisava de um momento de descanso.

Alfonso pulou os dois degraus arruinados da varanda de Anahí e parou à porta da frente. Olhou para as ferramentas que levava nas mãos. Estava decidido a insistir na oferta de ajudá-la.

Pegando na argola de metal, tocou a campainha.

— Entre!

Ele a ouviu de longe através da pesada porta. Adentrando o hall, deu uma olhada para a escada e encontrou-a sentada no pri­meiro degrau de cima. Annie lavara os cabelos e trocara de roupa.

Poncho sorriu.

— Parada por exaustão?

— Algo assim — respondeu ela em voz baixa.

Annie estava zangada, e Alfonso nem oferecera ajuda ainda. Sem dúvida, notara a pá de pedreiro na mão dele.

Mas, então, olhando-a mais atentamente, notou algo errado. Ela estava recostada na parede como se precisasse de apoio, o rosto pálido e tenso.