Fanfics Brasil - Capítulo Quatro ANJO GUERREIRO

Fanfic: ANJO GUERREIRO


Capítulo: Capítulo Quatro

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Capítulo quatro

 

Dulce correu pelo apartamento, jogando jornais fora, enfiando roupas sujas na máquina de lavar, limpando e tirando pó de tudo. Depois, foi consertar o estrago sem seu cabelo e rosto provocado pela chuva. Ela estava nervosa com o jantar logo mais à noite, e com o que poderia acontecer depois dele.

Ela estava parada na frente do espelho, se maquiando, tentando se lembrar como o estilista no salão havia feito, quando foi subitamente atingida pela realidade do que aquele jantar significaria para ela. Nenhum homem era santo. Javier devia estar esperando que ela dormiria com ele. Na verdade, ela não conhecia homem nenhum que sairia com ela três dias, ainda mais três meses, sem querer... aprofundar a relação. Ele não era gay. Seus beijos apaixonados no banco da limusine deixavam claro que ele a queria.

Dulce não sabia porque essa noite seria a especial, exceto que o fato dele a ter convidado para jantar num restaurante onde a conta seria igual à prestação do seu apartamento indicava de que ele estava pronto para que algo acontecesse entre os dois.

Dulce pensou nisso tudo enquanto terminava de se arrumar. Ela ia usar o vestido novo, e por debaixo dele sua lingerie mais sexi.

Sempre preparada, era o seu lema.

Vestida, perfumada e usando algumas jóias finas e de bom gosto, mirou-se mais uma vez no espelho, para conferir o resultado final.

- Perfeito – ela disse para seu reflexo.

Quando o telefone tocou, Dulce quase deu um pulo.

“Pare com isso”, ela pensou. “É só mais um encontro, como qualquer outro que os dois já fizeram. Você não sabe o que vai acontecer hoje à noite”.

- Dulce, é Javier. Estou aqui embaixo.

- Oh, já está na hora? – ela disse, como se não tivesse ficado conferindo o relógio a cada quinze segundos. – Vou me apressar. Só me dê mais um minuto.

Ela respirou fundo, apanhou a bolsa e as chaves, e saiu.

Esquecendo seu casaco.

 

Christopher assistiu a limusine estacionando na frente do prédio. As janelas do carro eram escurecidas e ele não podia ver do lado de dentro. O motorista deixou o motor ligado, e Christopher saiu para ver se o ocupante do carro queria que ele abrisse a porta, mas ninguém apareceu.

Christopher permaneceu do lado de fora do prédio, na esperança de ver o ocupante do carro, enquanto mantinha um olho no lobby. Instantes depois, a porta do elevador abriu.

Dulce saiu do elevador e deslizou pelo lobby na direção dele. Seus cabelos balançavam com seus movimentos. Os saltos dos sapatos ecoavam no piso de mármore. Sua beleza, e o risco que ela corria, apertavam seu coração, e ele subitamente se viu de volta no passado, vendo outra cena, outro piso de mármore, este num castelo.

Lady Isouda. Ele tinha quatorze anos de idade, e ela 22, casada com seu lorde suserano. Christopher podia vê-la em sua mente, vestida de preto, como Dulce, exceto que o vestido de Isouda era adornado com pérolas. Experiente, Isouda havia percebido que Christopher estava encantado com ela, apesar dos dois nunca terem trocado qualquer palavra que não fosse apropriada entre uma dama nobre e um jovem cortesão. Uma vez, ela permitiu que ele com ela, e Christopher tinha ficado em êxtase. E em outra ocasião, ela o presenteou com uma fita de seus cabelos.

Ele tinha fantasiado que ela estava desesperadamente apaixonada por ele, e que apenas seu marido se interpunha entre a felicidade dos dois. Mais tarde, mais velho e experiente, ele se deu conta de que ela só estava sendo gentil com um menino deslumbrado.

Lady Isouda havia sido uma mulher muito forte, lembrou-se Christopher de repente. Uma vez seu castelo fora sitiado enquanto o lorde estava ausente. A lady assumiu pessoalmente a defesa do castelo e, apesar de pegar em armas, naturalmente, planejou a estratégia que rechaçou os atacantes. Ele estava lembrando dela no dia do ataque: sua beleza em seu vestido negro, e o perigo que corria; ele jurou defendê-la com sua vida naquele dia.

Estranho. Christopher não pensava em Lady Isouda há séculos. E ainda assim, um dia ele pensara que ela era um presente de Deus para ele; mas isso foi antes de Deus desapontá-lo e abandoná-lo. Seria possível que Deus estava tentando reparar Seu erro? Seria Dulce um presente de Deus para ele?

Não, Christopher lembrou para si mesmo asperamente. Deus não dava presentes para os homens. Deus ensinava lições, lições severas. O Deus que Christopher conhecia era um Deus de Ira, não de amor.

Mesmo assim, Christopher não pode deixar de reconhecer que Dulce era inquestionavelmente bela, elegante e graciosa. Nesta noite, vestida tão finamente, ela estava estonteante, mas ele já havia sido atordoado por sua beleza naquela manhã: o riso em seus olhos, e as gotas de chuva brilhando em seus cabelos como diamantes, não parecendo se importar que sua maquiagem estivesse toda escorrida em seu rosto.

E ela estava em perigo, perigo não apenas para sua vida, mas também por sua alma imortal. Ela era forte, mas também orgulhosa e obstinada.

E Christopher a tinha ofendido novamente. Não apenas ofendido, mas enfurecido. Christopher balançou a cabeça. Quando se tratava de mulheres, como Christian lhe havia dito, ele era como um touro numa loja de cristais.

Ele segurou a porta para ela, que lhe dirigiu um olhar simplesmente glacial.

- Sinto muito – ele disse. – É que eu adoro gosto de couro de sapato.

Ela ficou surpresa com o comentário.

- É por isso que eu continuo enfiando o pé na minha boca – ele completou.

Ela suavizou um pouco a expressão, até sorriu.

O motorista da limusine desceu para abrir a porta para o ocupante do carro. Dulce parou debaixo da marquise do prédio para esperar seu acompanhante. Um vento frio seguiu-se à chuva, soprando do Lago Michigan, e ela estremeceu e esfregou os braços com as mãos.

Christopher se perguntou por que ela não estava usando um casaco. E lhe veio à mente o pensamento amargo de que deveria estar tão excitada com o encontro que esqueceu o casaco.

O homem que desceu do carro era alto, com cabelos e olhos negros como os poços do Inferno. Ele estava na casa dos quarenta, e até Christopher, que não entendia nada de roupas, nem se importava, percebeu que ele estava impecavelmente vestido com roupas extremamente caras.

Christopher olhou de rabo de olho para Dulce. Os olhos dela brilhavam. O sorriso que dirigia àquele homem era radiante. Ela estava encantada com ele. Christopher podia ver isso claramente.

E Christopher sabia porquê.

Aquele não era um homem. Aquele era um arquidemônio disfarçado. Christopher não precisava de um sinal de Deus para saber que ele era perigoso, não apenas para Dulce, mas para qualquer um que cruzasse seu caminho.

- Olá – disse Dulce, meio sem fôlego, dando um beijo em Javier. – Você parece magnífico. Sério, você se superou hoje.

Javier deu um passo para trás para admirá-la. E você está tão linda quanto um sonho.

- Obrigada – Dulce seu uma risada. – Agradeça a Chanel.

Ele a olhou, preocupado. – Você está tremendo.

- Eu esqueci meu casaco – respondeu Dulce. – Estava tão quente hoje, que não pensei...

- Por favor, fique com o meu – Javier tirou o sobretudo e colocou sobre os ombros de Dulce. Ela começou a protestar, mas ele sorriu e negou com a cabeça.

- Vamos entrar no carro antes que você congele.

Ele pôs o braço ao redor dos ombros dela, forte, protetor e autoritário. Christopher percebeu que Dulce ficou um pouco tensa, e achou que ela ia colocar o sujeito no lugar dele, como havia feito com ele mesmo no elevador. Mas Javier sorriu e ela pareceu derreter. Meiga e modesta, Dulce permitiu que a conduzisse escadas abaixo.

Enquanto observava, Christopher teve de lembrar a si mesmo que era só um espião, e que não podia seguir sua própria vontade, que era socar o demônio no seu perfeito nariz e deixá-lo esparramado na calçada.

Javier fez um gesto para o motorista, indicando que estavam voltando para o carro, e agora estava quase pegando a maçaneta da porta. Christopher, correndo escadas abaixo se adiantou a ele. Num pulo ele estava abrindo a porta para Dulce. Quando ela passou por ele segurando o sobretudo ao seu redor, Christopher tentou lhe mandar um aviso mental.

“Eu estou aqui por você”, ele disse silenciosamente, seus olhos presos nos dela.  “Você não sabe o que este homem realmente é. Ele é mais perigoso do que você jamais poderá imaginar. Se quiser mandar esse demônio de volta para as chamas do Inferno de onde ele veio, eu estarei do seu lado e a protegerei”.

Christopher estava tão concentrado que achou que a tivesse alcançado, e, por um breve momento, pensou que ela ia seguir seu alerta.

Dulce ficou parada, olhando para ele, hipnotizada.

- Por favor, Dulce, entre no carro – Javier disse atrás dela. – Antes que pegue um resfriado.

Dulce piscou e com uma última olhada confusa para Christopher, sorriu para Javier e deslizou para o banco de couro preto da limusine. Mas ela não estava olhando para Javier, e sim para Christopher, uma expressão intrigada no rosto.

Christopher deu um passo para trás e Javier passou por ele. Os olhos negros como os poços do Inferno se fixaram nele, olhos tão vazios que Christopher não pode evitar um arrepio na espinha.

- Você está babando, menino – Javier disse numa voz suave, baixo o bastante para não ser escutado por Dulce. Puxando uma nota da carteira, passou-a para Christopher. – Não fique acordado esperando.

Christopher não aceitou o dinheiro. Sua mão direita estava apertada num punho, e ele precisava de toda sua disciplina mental para não plantá-lo na cara de Javier.

Javier sorriu como se soubesse o que Christopher estava pensando. Ele colocou a nota no bolso da frente do uniforme de Christopher e entrou no carro fechando a porta, e o carro arrancou em seguida.

- Ele não sabe quem eu sou! Christopher percebeu e sorriu. – O arquidemônio pensa que sou apenas um porteiro apaixonado. Bem, meu amigo, vamos ver o que podemos fazer a esse respeito.

Seu punho finalmente relaxou. Ele descobriu que estava tremendo de raiva. Ele ficou observando a limusine de afastar até as luzes traseiras sumirem na distância.

Christopher nunca se sentira tão frustrado. Ele possuía o poder de parar aquela limusine com um pensamento. Ele possuía a força para arrancar a porta do carro de sua moldura de metal com as mãos nuas, arrastar Javier pela rua e, com um chamado aos querubins guardiões dos portais, poderia mandá-lo de volta às fossas fétidas aonde ele pertencia. Ele possuía o poder de revelar à Dulce a verdadeira natureza do demônio.

Mas ele nada fez. Ficou ali parado na calçada, com a nota de cem dólares de Javier em seu bolso. Ele não podia fazer nada exceto observar o arquidemônio partir com a primeira mulher que havia tocado seu coração. Não o deslumbramento de um garoto. O amor de um homem.

Mas ele não era realmente um homem, Christopher recordou a si mesmo. Ele era um anjo, um guerreiro sagrado, enviado para a Terra numa missão extremamente importante. Ele não podia se arriscar a revelar sua identidade. Ele era humano agora, e proibido de usar seus poderes. Ele tinha que obedecer suas ordens.

Por mais que detestasse admitir, aquelas ordens faziam sentido agora. Ele tinha visto em primeira mão o quão perigosos os Anjos Sombrios eram para os mortais. Ele precisava descobrir o máximo possível sobre os planos dos demônios.

Mas com ordens ou não, ele pretendia vigiar Dulce. Ele permaneceria em seu posto até ter certeza de que ela estava salva e segura.

            Quando o porteiro da noite chegou, Christopher lhe deu a nota de cem dólares e o mandou para casa.


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Autor(a): mal2000

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • nath13 Postado em 09/08/2008 - 22:33:48

    UAUU!!
    que web em!!
    to amando!!

  • nathyneves Postado em 28/08/2007 - 10:43:03

    pooossttaaaaaaaaaaaaaa

  • nathyneves Postado em 27/08/2007 - 20:07:32

    Postaaaaaa

  • nathyneves Postado em 24/08/2007 - 15:03:59

    postaa mais !

  • nathyneves Postado em 21/08/2007 - 23:23:32

    1ª leitooraa
    ebaaaa
    amando ta parecendo muito interessante !
    Postaa mais

    Beijooos


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