Fanfics Brasil - Capítulo seis ANJO GUERREIRO

Fanfic: ANJO GUERREIRO


Capítulo: Capítulo seis

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Capítulo seis Christopher estava parado na calçada do outro lado da rua, vigiando a janela do apartamento de Dulce. Ele já estava naquele posto há horas, esperando que ele retornasse de seu encontro. Ele tinha esperança de que ela voltasse sozinha, de que Dulce percebesse a verdadeira natureza de Javier e lhe dissesse para deixá-la em paz. Ele tinha esperança disso. Tinha até rezado por isso, mas então se lembrou que Deus não atendia preces. Pelo menos não as dele.Christopher viu a limusine chegar, e se escondeu nas sombras para que não percebessem que estava ali. Ele notou a aparência desarrumada de Dulce quando ela saltou do carro, e ouviu quando Javier mandou o carro embora, um tom de triunfo em sua voz.Christopher viu as luzes se acenderem no apartamento de Dulce. Ele esperou que ela recuperasse a razão. Esperou que Javier saísse logo do prédio.- Eu vou ficar muito satisfeito em chamar um táxi para você! – Christopher murmurou para si mesmo.Mas Javier não saiu. As luzes se apagaram. Christopher ficou ali parado exposto ao ar frio da noite, seu coração sangrando. Ele estava furioso com ela, tanto que chegava a doer; mas estava muito mais preocupado por ela, uma preocupação tão intensa que fazia sentir-se doente.Primeiro, foi sua raiva que falou. Ela devia ser cega ou então estúpida para não enxergar além do disfarce de Javier, sua atitude pomposa e arrogante, suas exibições extravagantes de riqueza! Deixe ela sucumbir ao seu charme, então! Ela merecia tudo que acontecesse com ela.Daí ele pensou no perigo que Dulce corria. Não havia nenhum anjo da guarda para protegê-la. E que mulher não se deixaria seduzir por Javier? Ele tinha boa aparência, era gentil, charmoso. Até Christopher era obrigado a admitir isso. O quê o arquidemônio queria com ela? Qual seus objetivos? Christian suspeitava que tinha algo a ver com o trabalho dela no mercado financeiro, mas eles precisavam de provas. E era o trabalho de Christopher obtê-las. Mas o que ele podia fazer? Ele não passava de um porteiro!Então a raiva se manifestou novamente. Mulher tola e estúpida. Ela mesma se colocou em perigo. Ela mesma havia convidado as forças que conspiravam contra seu bem estar para sua cama. Christopher estava com a chave-mestra do condomínio, apenas para um caso de emergência. Ele ansiava por entrar no apartamento dela e matar o arquidemônio ali mesmo! Mas isso seria desobedecer às ordens. Arcanjo Dominic ficaria furioso, e as Hostes Celestiais perderiam a chance de descobrir o que os servos do Mal estavam planejando.Christopher estava impotente para deter Javier. Ele precisava se controlar, esperar que o demônio fizesse o primeiro movimento. Aí então, com sorte, ele poderia agir e salvar Dulce de si mesma. Até que isso acontecesse, ele teria de esperar ali no frio, apertando a chave em sua mão com tanta força que as pontas do metal cortaram sua pele. Sangue começou a escorrer da palma de sua mão.Ele permaneceu em seu posto de sentinela a noite inteira, vigiando a janela de Dulce, protegendo-a, da melhor maneira que podia. Na manhã seguinte, Dulce acordou com o cheiro de bacon frito. Ela olhou para o outro lado da cama, procurando por Javier, relembrando a noite anterior. Ela se sentia envergonhada e desconfortável em vê-lo. Ela chegou a desejar que ele tivesse ido embora no meio da noite, e sentiu-se tentada a fingir que ainda estava dormindo, na esperança de que ele se cansasse e partisse.Mas aquilo não seria certo, afinal, ele estava cozinhando para ela. Era melhor enfrentar logo a situação.Ela se levantou da cama, vestiu seu roupão e entrou no banheiro. Olhando no espelho, lavou o sono e o resto da maquiagem do rosto e escovou os dentes. Na cozinha, ela encontrou Javier, só de roupa de baixo, fazendo torradas francesas com bacon.- Bom dia, meu anjo – ele a cumprimentou.Dulce ficou ali parada, olhando. – De onde veio toda essa comida? Eu não tinha ovos, bacon, e nem pão, por falar nisso. E que horas são?Javier passou-lhe uma caneca de café. – Aqui, sente-se e beba um pouco de café. Você ainda não acordou direito, acordou? – Ele voltou para o fogão, para terminar de cozinhar. – Respondendo à sua primeira pergunta, eu notei o triste estado de abandono de sua geladeira, então fui até a mercearia aqui perto e comprei algumas provisões. Quanto à segunda pergunta, são oito horas da manhã. Eu costumo levantar cedo, e não quis te acordar. Você parecia estar muito cansada de ontem a noite – ele completou, num tom malicioso.Dulce tomou o café, pensando que aquela era provavelmente a manhã mais confusa de sua vida. Eles estavam sentados à mesa, quando Javier começou a falar do trabalho dela.- Então, você já se decidiu?- Decidiu sobre o quê? – ela perguntou de volta, apesar de saber exatamente a que ele se referia.- Você sabe... aqueles negócios que eu quero que você faça. Falamos disso ontem à noite. A hora é boa. O mercado está aquecido e você sabe. Lembra-se quando discutimos seu futuro? Está desperdiçando seus talentos trabalhando para os outros. Gandia não percebe isso. Você é brilhante na Bolsa. Imagine o que poderia fazer se tivesse total autonomia, sem a coleira da firma em seu pescoço.Dulce já tinha ouvido tudo aquilo antes. Ela e Javier tiveram essa mesma conversa na noite passada. Subitamente, ela percebeu que aquela era, para eles, A Conversa. Não uma discussão sobre seu relacionamento pessoal, mas sim sobre o financeiro.Ela pensou que pelo menos ele não tinha lhe dado um beijo no rosto e dito que ligaria. Pelo menos ele estava pensando sobre o futuro dela. Ela se sentiu melhor sobre a noite anterior.- Gandia está se aproveitando de você – Javier disse, persuasivo. – Ele te dá umas esmolas enquanto enriquece às suas custas. Você deveria se demitir e trabalhar para si mesma.- Como eu já expliquei, meu querido, o único jeito de fazer isso seria com meu próprio assento na Bolsa, e eu não tenho dinheiro para isso. O último assento foi vendido por milhões.- E se houvesse uma maneira de levantar esse capital? Você o faria? – Javier perguntou, olhando diretamente para ela.- Na hora! – ela respondeu, rindo. – Mas eu não sou boa em roubar bancos. Aqueles uniformes laranja de prisão me fazem parecer gorda.Ela sorriu para ele ainda segurando a caneca de café.Javier não retribuiu o sorriso. Ele estava bastante sério. – Existe uma maneira, Dulce. Pelo menos, para começar. Eu tenho um amigo que é dono de um computador Globex. Você pode negociar com ele on-line.- Você realmente andou pensando nisso, não é mesmo?Javier falava com tanta convicção que Dulce começou a acreditar também. Ela sonhava em ser dona de um assento na Bolsa desde seu primeiro ano no pregão, quando viu tantos outros corretores quebrarem ou entrarem em colapso, ou ambos. Ela sempre tinha sido bem-sucedida. Não estava quebrada, longe disso. Ela era boa no que fazia. Muito boa.Livrar-se da abordagem tacanha, conservadora e sem riscos do mercado de Gandia era uma idéia atraente. Se Dulce tivesse seu próprio assento, poderia fazer negócios próprios. Poderia negociar sem se preocupar com clientes ou com a firma. Ela assumiria todos os riscos, mas também colheria todas as recompensas sozinha. Esse era o sonho de qualquer corretor.Mas assentos eram em número limitado e muito difíceis de conseguir. Geralmente eram passados de pai para filho e, em alguns casos raros, de marido para esposa. Mas se Dulce conseguisse um, seria sua própria chefe.Tudo que ela precisava fazer era dizer sim para Javier. “Deixa-lo me seduzir de novo” ela pensou com certa tristeza, mas também excitada.Ela conhecia o tipo de negócios que ele estava propondo. Eles não eram exatamente ilegais, mas certamente eram antiéticos. Ela nunca fizera algo assim, mas conhecia muitos corretores que faziam e se davam bem. O risco era mínimo, na verdade.Javier veio sentar do lado dela, passando a mão em seu braço.- Eu venho pensando um bocado nisso, Dulce. Esta é uma oportunidade que você não pode deixar passar.Dulce sentiu-se tonta por um momento. Ela ainda devia estar cansada, vinho demais e descanso de menos na noite passada. Ela estava tentada a concordar com Javier. Se fosse apanhada fazendo aquelas negociações, ela poderia ser repreendida. Mas os gerentes podiam deixar para lá, quando pensavam que você valia o risco, em outras palavras, se você fazia dinheiro para eles. Às vezes as firmas até pagavam as multas impostas aos corretores. Realmente, seria tão problemático para ela? Dulce tinha uma ficha completamente limpa.Javier a observava atentamente. – Dulce, o que você tem a perder? Além disso, você dormiu comigo noite passada. Eu poderia contar para o seu cefe.Dulce o encarou, alarmada.- Relaxe – ele disse, sorrindo. – Só estou te provocando. Pense sobre o dinheiro.Ele estava certo. Gandia vinha ganhando dinheiro às custas dela durante anos. Ela merecia aquilo.- Ok, eu vou pensar – ela disse, sentindo uma pontada de excitação. – Mande-me os detalhes por e-mail esta semana.Ele lhe deu um beijo.- Vamos celebrar. Vamos sair quinta-feira à noite.- Quinta é a noite do meu clube de leitura – Dulce lembrou-lhe.Ele já deveria saber a esta altura, ela pensou. Ele sabia que aquilo era importante para ela, ou pelo menos deveria saber. Ele já a havia convidado para sair em outras quintas-feiras, e uma ou duas vezes tinha até tentado fazê-la mudar de planos. Ela esperava que não fizesse isso desta vez.Para sua surpresa, ele disse: - Eu sei que quinta é o dia do clube de leitura. Acho que todos deveríamos sair para comemorar. Quero conhecer suas amigas.Dulce soltou uma risada nervosa. – Não acho que seja uma boa idéia, meu bem. É tipo “Só para Garotas, Menino Não Entra”. Nenhuma de nós jamais levou um namorado.Javier olhou para ela como se estivesse magoado, sua voz perceptivelmente mais fria. – Tem algum motivo para que você não queira me apresentar suas amigas?- Não, claro que não! – Dulce respondeu. – É só que nós não falamos de assuntos que vão te interessar. Só fofocamos e rimos, e agimos como idiotas quando estamos juntas. Eu só acho que você vai se entediar.- É por isso que você não quer que eu as conheça? Porque você me acha tedioso? – ele a estava provocando, mas Dulce percebeu que também estava começando a se zangar.- Eu não disse que você é tedioso. Eu disse que nós podíamos entediar você... ah, quer saber? Eu adoraria que minhas amigas te conhecessem. Elas já ouviram tudo a seu respeito mesmo. Vamos jantar na quinta, tudo bem?Dulce estava um pouco confusa com a insistência dele em ir no jantar semanal dela com as amigas. Mas não valia a pena discutir por causa daquilo.Javier sorriu com satisfação. – Ah, finalmente vou saber o que acontece quando você foge de mim na quinta à noite e não retorna minhas ligações até a manhã seguinte! Obrigado por me deixar ir. Que livro vocês estão lendo esta semana? Quero estar preparado.Ela se sentiu tentada a dizer “Adoráveis Mulheres”, só para ver se ele realmente leria o livro, mas não o fez. Ele poderia não aceitar bem a piada.- Não se preocupe – ela respondeu. – Nós paramos de ler livros faz tempo. Fim do Capítulo.

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Autor(a): mal2000

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Capítulo sete O sinal tocou e os negócios finalmente terminaram por aquele dia. Alguns corretores jogaram seus cartões para o alto e xingaram o mundo pela sua má sorte. Outros se mexeram para fechar seus negócios ou resolver disputas. Dulce, como sempre, correu para o banheiro. Não havia intervalos enquanto o mercado estava aber ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • nath13 Postado em 09/08/2008 - 22:33:48

    UAUU!!
    que web em!!
    to amando!!

  • nathyneves Postado em 28/08/2007 - 10:43:03

    pooossttaaaaaaaaaaaaaa

  • nathyneves Postado em 27/08/2007 - 20:07:32

    Postaaaaaa

  • nathyneves Postado em 24/08/2007 - 15:03:59

    postaa mais !

  • nathyneves Postado em 21/08/2007 - 23:23:32

    1ª leitooraa
    ebaaaa
    amando ta parecendo muito interessante !
    Postaa mais

    Beijooos


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