Fanfic: A Lista ayd-finalizada | Tema: Portiñon
Capitulo VII
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54. Por Dulce Maria.
Quando acordei, girei minha cabeça em busca de alguém no quarto. Até que meus
olhos pararam numa figura familiar. Maite estava sentada na poltrona vermelha
em frente da minha cama, me observando amargamente. Dei um sorriso, mas não foi
correspondido, foi ai que eu senti que algo estava errado. Ela se levantou
devagar, abrindo a bolsa e tirando de lá um papel totalmente amassado e jogando
em cima de mim.
— Essa loucura acaba aqui! — Eu
olhei sem entender, me esticando para pegar o papel, assim que comecei a ler
percebia que aquela era minha lista. — Se está disposta a continuar, vai ter
que fazer isso sem mim, desculpe! — A ultima palavra saiu quase como um
sussurro. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa ela se adiantou. — Estou de
castigo, por cinco meses. Parece pouco pra você? — Eu a olhei sentindo remorso,
tudo era mesmo culpa mim. — Pois pra mim vai ser uma eternidade.
— Eu sinto muito! — Uma lágrima
escorreu do meu rosto, enquanto colocava o papel na mesa do lado da cama. — É
tudo culpa minha.
— Ainda bem que você admitiu
isso! Estou de saco cheio, de ser induzia a fazer as coisas pra você! — Ela
fechou a bolsa e colocou em um dos ombros. — O problema é esse você só faz
pedir desculpas, nada além disso.
55. Por Anahi.
Engoli todo meu orgulho e peguei uma carona com meu pai até o hospital em que
Dulce estava, e ele trabalhava. Ele continuou andando enquanto eu parei na
recepção. A mulher indicou o quarto onde ela estava, era em um corredor longo e
incrivelmente gelado. Andei em passos rápidos, quando minhas mão iam tocando a
maçaneta, escutei gritos dentro do quarto, alguém estava brigando, e eu tinha
uma sensação de sabia de quem era as donas das vozes. Antes mesmo de girar a maçaneta,
a porta se abriu sozinha e eu esbarrei em Maite. Ela me olhou nervosa e deu um
pequeno sorriso.
— Oi! — Ela disse ajeitando a
bolsa no seu ombro. Ela tentou passar mais eu a impedir.
— O que aconteceu? — Mai olhou
para o chão e não soltou nenhuma palavra. — Vocês brigaram? — Ela deu um
pequeno riso, e depois olhou para mim.
— Faça um favor, fiquei com ela
até o médico chegar, certo? — Ela se esticou dando um beijo no meu rosto e foi
embora. Abrir a porta de vagar colocando só minha cabeça para analisar o local.
Dulce me olhou e sorriu.
— Bom dia! — Eu lhe desejei,
enquanto me aproximava.
— Oh não! — Ela disse sem graça
colocando as mãos sobre o rosto. - Estou horrível. Você vai se assustar!
— Desde quando liga pra o que eu
penso? — Ela riu e eu me aproximei tirando suas mãos. — Você é linda Dulce! —
Seu rosto passou de pálido para vermelho. — Mas... — Ela me olhou e sorriu. —
Está mesmo acabadinha! — Nós dois rimos, e ela bateu no meu braço.
— Você é ridícula mesmo, tava
muito bom para ser verdade. — Eu a olhei sem entender, e ela corou novamente. —
Você entendeu né? Você é sempre tão sem noção, chata, sei lá. — Dulce riu e
tentou mudar de assunto. — Mas o que esta fazendo aqui?
56. Por Anahi.
— Eu vim fazer uma visita! - forcei um sorriso
perfeito. Ela me olhou sem acreditar no que eu havia dito. — Sonhei com você
ontem..— Ela me interrompeu
— Sonhou comigo? - rindo. — Você
é estranha!
— Não foi bem um sonho. Tava
mais para um pesadelo. — Eu puxei a cadeira, ficando do seu lado.
— Nossa então eu provoquei um
tipo de trauma para você? — Ela riu e eu a olhei serio.
— No pesadelo você me dizia que
estava morrendo, e não tinha muito tempo. —
O barulho de seus risos cessou, seu rosto voltou a ficar pálido de novo.
Seus olhos estavam vermelhos, se esforçando para que as lágrimas não caiassem.
— Esta tudo bem? — Disse tocando seu delicado e branco rosto.
— Não! — Ela disse liberando as lágrimas
que escorriam com velocidade em seu rosto.
— Mas por quê? O que houve com
você e Mai? — Quando ela ia responder,
ouvimos três batidas na porta, como eu esta de costas para a mesma, não
observei quem era. Mas sua voz o denunciou.
— Como vai minha paciente favorita? — Ele
falou ainda na porta, escrevendo alguma coisa em seu bloco.
— Oi. — Eu pude ver seu rosto
iluminado e com um sorriso encantador. Ela — Anahi... Esse é o meu médico, me
olhou e apontou para o homem na porta. - Dr...
— Henrique! É eu sei! — Ela me
olhou assustada, e eu me virei e o olhei. — Oi pai!
Ele era um dos oncologistas
mais famosos do Estado inteiro. Muita coincidência, meu pai ser o medico dela,
a não ser que... Não, não podia ser. Meu coração e meu subconsciente se
recusavam a aceitar que Dulce estava com câncer. Por um instante sentir vontade
de chorar. Eu a olhei triste e ela retribuiu o olhar. Meu pai estava parado,
completamente parado sem nenhuma reação. Eu me levantei da cadeira quase num
pulo e comecei a andar em direção a porta. Quando estávamos lado a lado, e
sussurrou para mim.
— Eu sinto muito!
57. Por Dulce
Maria.
Eu fiquei atordoada com a situação, me sentir numa novela que vivia de drama.
Sentir Anahi soltar-se das minhas mãos, e se levantar em direção a porta, fiz
um pequeno movimento pra segui-la, mas o olhar repreensivo do Dr. Henrique me
fez hesitar. Ele murmurou algo para a suposto “filha” e logo em seguida só
escutei o barulho da porta batendo com força. Aquilo tudo fez meu coração bater
de forma descompassada. Os aparelhos começaram a apitar atrás de mim, Dr.
Henrique se aproximou rapidamente e tocou minha mão.
E você já sentiu como se estivesse sozinho? E você já desejou que
ninguém o conhecesse?
—Relaxe e se acalme Dulce, esse
nervosismo pode causar coisas ruins para você! — Ele acariciou devagar minha mão,
tirando seu estetoscópio e me examinando. — Não ligue para ela, é muito
imatura.
— Ela é sua filha? — Perguntei
ainda atordoada. — Acho que ela não gostou muito de ver-lo por aqui. — Forcei
um sorriso e ele me ofereceu um dos seus melhores.
E você já sentiu que as coisas aqui não estão certas? E você já
sentiu o tempo escorregando?
58. Por Dulce
Maria.
— Não, não! — Eu disse rápido
parecendo uma criança boba. — Ela não é minha namorada. Ela só faz me encher o
saco, é todo cheia de si. Nunca iria querer uma amizade com alguém assim, muito
menos namorar.
— Porque não experimenta conhecê-la
melhor. — Ele riu, e aguardou seu estetoscópio dentro da bolsa. — Ela não é tão
ruim assim, é uma boa garota.
E você já disse a si mesmo "não experimente"?
— Você fala isso porque ela é
sua filha! — Nos rimos um pouco e ele se levantou com a sua mala em mão.
— Bom, agora eu já vou Dulce. Tenho que
resolver e ter uma conversa com Anahi. — Eu o olhei e assenti tristemente.
— Eu sempre perco a nossa do
tempo conversando com o senhor. — Ele riu, passando a mão em seus cabelos. — E
eu já não tenho muito... — Disse meio irônica, ele parou de rir e me olhou.
— Já lhe disse Dulce, sem
pensamentos negativos. — Ele passou a mão sobre a minha cabeça assanhando meus
cabelos. — Sabe... — Eu o olhei caminhando até a porta, e virando-se para mim.
— Vocês fariam "bem" uma para a outra. — Depois ele se despediu dando
um último tchau antes de fechar a porta.
Assim que ele saiu, me estiquei e peguei o papel amassado por Maite, abri e
sorri tristemente, sabia que não ia conseguir sozinha, e o tempo estava passando.
Peguei uma caneta vermelha que minha mãe estava fazendo cruzadinha antes de ir
lanchar e risquei os itens da lista.
2.Patinar no gelo.
3.Quebrar uma regra..
E você já se viu apaixonado? E você já se arriscou meu amor?
59. Por Anahi.
Parece que eu sempre te conheci e juro que sonhei com você.
Andei sem destino praticamente parte da manhã e pela toda à tarde. Lutava
contra meus pensamentos tenebrosos. Meus pés ardiam, mas a dor não se comparava
nem um pouco com a do meu coração que passou de recém curado, para quebrado em
segundos. Eu já estava num lugar mais afastado da cidade, arvores faziam sombra
por todo o âmbito. Os cantos dos pássaros trilhavam uma linda melodia melancólica.
Aproximei-me de uma das arvores, a grama verde ao redor da mesma era muito
convidativa, e meu corpo pedia um pouco de paz, precisava descansar, me
desligar um pouco do mundo.
Estou caindo, pensei que soubesse como era
Mas com você parece que é o primeiro dia da minha vida.
Ao sentar, senti o vento gelado em meu rosto, bagunçando meus cabelos. Por um
momento senti um pouco de liberdade, naquela prisão que eu vivia. Meus
pensamentos me corroíam o juízo. Imagens, palavras, ações... Invadiram minha
cabeça, tornando aquele pequeno momento de liberdade, a dor mais agonizante que
eu já senti na vida. Balançava a cabeça tentando afastar tudo de ruim que
estava acontecendo nos últimos tempos... Minha mãe foi embora, o convívio com
meu pai é péssimo, e... Dulce. Ela está morrendo? Essa é a pergunta que eu
estou fazendo a mim mesma desde que eu saí do seu quarto. E aquele sinto muito
do meu pai, poderia ter vários significados, bons ou ruins, dependia da maneira
que fosse interpretado.
Você consegue me desarmar, minha alma está brilhando.
Não posso evitar me render a você.
60. Por Anahi.
Pensei que pudesse resistir a você, pensei que eu era forte.
De alguma maneira você é diferente do que eu conheci, não vi chegando!
Sentia-me novamente naquele pesadelo da semana passada. Estou presa nele, agora
a única diferença e que dessa vez é tudo real. Ela pode morrer, e eu não
poder ajudá-la ou mudar seu destino. O máximo que eu podia fazer era aproveitar
cada momento ao seu lado. Um cachorro apareceu do nada, e se aproximou de mim.
Observei ele me cheirando, talvez estivesse sentindo o cheiro do meu medo e
decepção. Ele deitou do meu lado, e eu sorri com isso.
— Oi amigão. — Disse acariciando
o dorso do animal peludo. Ele levantou a cabeça me encarando com sua enorme língua
para fora. — Está com sede?
O que eu estava fazendo? Conversando com um cachorro? Minha sanidade estava
mesmo se esgotando. Fiquei ali por mais algum tempo acariciando o pelo do cão
caramelo. O sol já estava quase desaparecendo no horizonte, fazendo com que o céu
azul mesclasse com um tom alaranjado, até que ele desapareceu totalmente. Me
levantei com uma má vontade incrível, por mim ficava ali até acordar desse
pesadelo. Assim que comecei a andar pelo caminho que tinha vindo o cachorro se
levantou rapidamente e passou a me acompanhar, ainda com a língua para fora.
Olhei ao redor e procurei água. Foi quando achei um pequeno buraco onde à água
se acumulou, com certeza por causa da chuva. Eu assobiei e o cão veio correndo
em minha direção. Eu o observei bebendo aquela água com um sorriso no rosto.
Quando menos percebi já tinha pegado uma afeição muito grande pelo cachorro, me
sentia realmente uma idiota.
Você me tomou de surpresa e roubou meu coração antes que eu pudesse
dizer não.
61. Por Anahi.
O cachorro me seguiu até em casa. As
luzes estavam todas acessas, com certeza estavam todos a minha procura.
Respirei fundo antes de entrar na casa. Assim que girei a maçaneta e abrir a
porta o cachorro me acompanhou, não olhei para os lados, só fechei a porta e
subi até a metade da escada quando escutei alguém me chamar.
— Anahi? — Meu pai gritou,
quando me virei ele estava no pé da escada. — Onde você estava filha? Eu estava
muito preocupado.
— Você... Preocupado? Só pode está.. — Quando uma briga
ia começar, uma sombra se colocou atrás do meu pai. Ela levantou a cabeça e me
deu um sorriso me deixando sem fala. O Cachorro correu em sua direção.
Você me deixa sem fala, quando fala comigo.
Você me deixa sem ar da maneira como olha pra mim.
— Oi Anahi? — Ela disse tirando
a franja que caia em seu rosto.
— O que significa isso? — Seu
pai perguntou se referindo ao cachorro. — Aonde o arrumou Anahi? — Meu olhar
mantia-se fixo nela, nem liguei para o que meu pai reclamava. — Ele esta
melando tudo de lama. — o Cachorro foi até Dulce, e ela agachou para acariciá-lo.
— Anahi? — — Ele chamou de novo.. Dulce soltou um risinho que me tirou dos
pensamentos.
— O que ela esta fazendo aqui? —
Eu disse grosseiramente. Dulce ficou rígida e meu pai me lançou um olhar de
reprovação.
— Não fale dessa maneira! — Ele
falou três vezes mais alto e ignorante. — Acho que nós precisamos conversar. —
Ele disse fazendo um gesto indicando os três como nós. Eu bufei com ma vontade
e fechei a cara. Dulce segurou o braço do meu pai e disse baixinho.
— Não precisa, acho que vou
embora! Ela não me quer aqui.
— Dulce ela não tem querer nada,
se ela não quiser falar com você, nós jantamos sem ela, e depois a levo em casa
62. Por Dulce
Maria.
Você me deixa sem ar da maneira como olha pra mim.
— Oh Dr. Henrique, não é necessário!
Bom... — Eu disse me virando. — Acho que já vou embora.
— Minha querida, desnecessário é
você ir. Pode jantar aqui, já lhe disse. — Sorri constrangida e depois olhei
para Anahi que já estava no topo da escadaria. — Não ligue pra ela, você é minha
convidada! — Eu neguei com a cabeça.
— Desculpe, mas eu acho que eu
realmente tenho que ir. — Ele me olhou triste e me acompanhou até a porta. —
Tchau, doutor! Até próxima semana.
— Deixe pelo menos, eu ligar
para seus pais, para um táxi. Você acabou de sair de um hospital Dulce. — Ele
me pediu com o olhar trasbordando de preocupação.
— Quer que eu a leve em casa? —
Uma voz surgiu, me fazendo olhar o segundo
andar. Ele deu um meio sorriso e começou descer os degraus.
— Isso era o mínimo que você
poderia fazer por ela, depois das suas grosserias Anahi. — O pai dela falou
enquanto a observava.
Você consegue me desarmar, minha alma está brilhando.
— Tudo bem você ir com ela
Dulce? — Eu o olhei ainda em choque, afirmei com a cabeça e depois sorrir. — É
bom que vocês podem conversar a sós. — Quando Anahi desceu e estava caminhando
em minha direção, Dr. Henrique a puxou pelo braço, ficando de cara a cara com
ela. — E você... — Apertou os braços dela com a mão esquerda. — quando chegar
iremos conversar.
Ele nos guiou até a porta da casa. Murmurou um boa
noite e boa sorte para mim. Quando já estávamos fora da casa, atravessando
o imenso jardim da mesma, Anahi não parava de me olhar, e aquilo era
extremamente constrangedor, me fez lembrar do primeiro dia que nos conhecemos.
Eu ri e parei no meio do caminho.
Não posso evitar me render a você.
63. Por Dulce
Maria.
— O que houve? — Ela disse se
aproximando de mim. — Por que está rindo?
• • •
— Você não
acha que esta olhando demais para mim? — Então ela riu diante de mim, uma
gargalhada tão alta que eu acho que o planeta terra todo escutou. — Qual é a
graça? Você por acaso é louca? — Ela se virou de lado e continuou a olhar para mim. — Já chega, pare de olhar para mim.
— É proibido olhar agora? —
Disse com um sorriso sedutor.
—É. — Foi minha ultima resposta
até que o toque para a próxima aula soou entre os corredores do antigo colégio.
• • •
— Me lembrei da primeira vez que
nos conhecemos. — Disse entre risos.
— E o que isso tem de tão engraçado?
— Ela me olhava de uma forma tão
enlouquecedora, que meu rosto corou na hora. Eu fiquei em silencio,
consumida pela timidez. — Não vai responder? — Perguntou seria, pegando minha mão.
— Vamos... — Ela começou a me puxar. — Já esta ficando tarde! — Sua mão
fechou-se sobre meu pulso como uma algema bem travada, me puxando pra lado
esquerdo da rua.
— Mas, minha casa é pro outro
lado. — Disse sem entender. Ela se virou e sorriu para mim, confesso que me
assustei com seu sorriso malicioso. — Minha casa não é por aqui Anahi! Eu quero
ir para casa! — Gritava enquanto ela ainda me puxava.
— Eu sei qual é o lado certo da
sua casa, mas vamos a um lugar primeiro.
64. Por Dulce
Maria.
Se ela queria me deixar assustada, estava conseguindo. Cada passo apressado que
eu dava sobre o chão daquela noite fria, me fazia ter vários pensamentos
macabros. Imagina que Anahi, poderia fazer algum mal para mim. Assustei-me mais
ainda quando estávamos em um lugar coberto por arvores, e comecei a sentir algo
roçando em minhas pernas, relaxei um pouco mais quando eu vi que era o cachorro
que chegara horas atrás com Anahi em casa. A vontade de chorar era quase
incontrolável. O medo ia me dominando aos poucos, travando uma batalha violenta
contra a esperança de que ela nada faria. De repente nos paramos, e ele me
olhou sorrindo.
— Não está achando que eu vou
lhe matar, não é? — Ela soltou meu pulso, agachando para acariciar o cachorro.
Quando eu menos percebi uma lágrima teimosa saiu do meu rosto. Eu me achava uma
idiota, tendo dos mais variados pensamentos medonho sobre ela. — Está
chorando? — Ela perguntou levantando, se pondo frente a frente a mim. Eu virei
o rosto, mirando o lado ao contrario da dela.
— O que? Não estou chorando! —
Minha voz saiu embriagada. Ela se aproximou e tocou meu rosto, virando-o para
ela.
— Não acredito que você pensou mesmo que eu
iria te matar! — Ela riu descontroladamente. E depois me olhou. — Nunca faria
isso Dulce! Se eu te matasse, estaria me matando também.
Prometo te guardar no fundo do meu coração.
65. Por Dulce
Maria.
Prometo acender no seu dia especial uma vela
e soprá-la por ti, prometo não esquecê-lo jamais.
Quando menos percebi, os braços de Anahi se fechando em volta do meu corpo.
Encostei minha cabeça entre seus seios, fazendo uma pressão forte entre mim e
ela, de tal forma, que pude ouvir seu coração, batendo desregulada mente como
estivesse querendo sair. Minhas lagrimas, ensoparam a roupa dela. Não sabia o
real motivo porque estava chorando. Quando olhei para cima Anahi estava com os
olhos cerrados.
— Pense duas vezes... — Eu disse
fazendo ela abrir os olhos e me encarar. — Antes de destruir um coração, pois
você pode estar dentro dele! — Disse por fim, minhas palavras saiam como uma
prece.
— Eu sei! —Seu rosto
transparecia uma tristeza imensa. — Vamos, você não queria conversar comigo? Eu
também preciso conversar com você... — Apontou para uma grande arvore, e saiu
me puxando até ela.
Tinha tanto para te dar, tantas coisas pra te contar.
— O que você quer falar comigo?
— Perguntei me sentando, na grama esverdeada, logo apos dele.
— Você fala primeiro, acho que
você tem a dizer é mais importante... — Ela me olhou e encostou a cabeça no
tronco. — Não é? — Perguntou novamente.
— Acho que nós duas, queremos
fazer mil perguntas, e esperamos uma resposta coerente. — Imitei, também me
encostando ao tronco. — Acho que não é justo, eu começar, se você também quer
perguntar muitas coisas.
— E o que sugere? — Ela pegou
minha mão, e começou a brincar com meus anéis, os rodando.
Recordo na vida as coisas acontecem sem um porquê.
66. Por Dulce
Maria.
— Você faz uma pergunta, e eu
respondo e vice-versa! — Ela me sorriu, e afirmou com cabeça. — Quer perguntar
primeiro? — Perguntei.
— Pode ser... — Ela pensou um
pouco, e depois falou: — Por que foi na minha casa hoje? — Ela me olhou
sorrindo.
Ainda pergunto que parte do seu destino ficou comigo,
pergunto que parte fico pelo caminho.
— Acho, que te devia uma
conversa! — Eu disse corando. — Não é?
— Por que me devia? — Ele girou
mais uma vez meu anel.
— Isso, já está contando como a segunda pergunta! — Nós
rimos, e ela se calou. — Minha vez... — Escolher uma pergunta entre tantas que
eu queria fazer, era meio complicado, então comecei com a mais simples: — Por
que nos seguiu até o galpão abandonado? — Ela parou de brincar com meu anel, e
entrelaçou sua mão na minha.
— Pergunta difícil... — Ela
murmurou. — Na verdade nem mesmo eu sei. — Eu a olhei com dúvida, a curiosidade
gritava dentro da minha cabeça. — Acho que.. Queria desvendar seus mistérios. E
hoje finalmente descobri. — Ela respirou profundamente. — Dá pior maneira possível.
Aquilo realmente fez meu coração doer, não que eu tivesse culpa de algo, mas vê-la
sofrer de alguma forma me fazia o mesmo. Os seus olhos estavam marejados, e eu
temia que eu meus também estivessem. Ela me olhou e tentou sorrir.
— Você não vai morrer, vai? —
Meu coração parou de bater, o ar faltou em meus pulmões. Ao perceber minha reação
e falou em seguida. — Não precisa responder isso. E mesmo que responda, não
quero ouvir.
Tinha tanto para te dar, tantas coisas pra te contar.
67. Por Dulce
Maria.
Envolvi minhas pernas, cruzando meus braços. A dor daquela pergunta, era pior
que qualquer tratamento, pior que qualquer dor, pior até da própria idéia de
morrer. Por mais consciente que eu estava da minha morte e da certeza se eu
conseguisse escapar do linfoma, viveria dentro de um quarto de hospital,
ligada a varias maquina, levando raios ultravioletas diariamente em minha pele,
mas para confirmar isso a ela, era mais difícil do que para qualquer outra
pessoa que me fizesse essa pergunta. Quando a idéia de chorar passou pela minha
cabeça, sentir seus braços sobre mim, e com um abraço forte, com seu abraço
forte, me senti segura. Eu levantei a cabeça devagar, encontrando o olhar dela.
Quando meu mundo se despedaça, Quando não há nenhuma
luz para quebrar a escuridão é quando eu.. Eu olho para você!
— Me desculpe! — Ela sussurrou,
colando sua testa na minha. — Não devia ter te perguntado isso. — Disse
segurando meu rosto com as duas mãos. — Não quero te perder de jeito
nenhum.
O resto do meu coração
explodiu, em pequenos pedaços que seriam dificilmente colados depois. Eu forcei
um sorriso, e recostei minha testa na dela. Sentindo sua respiração estava
pesada contra meu rosto, fechei os olhos e tentei controlar toda a minha emoção.
Quando menos percebi senti algo úmido em meu rosto. "Eu estava
chorando", pensei. Mais assim que abrir os olhos percebi que aquelas
lagrimas não eram minhas, eram dela. Seu rosto estava muito próximo do meu,
fazendo com que elas caíssem, e escorregassem por ele.
68. Por Dulce
Maria.
— Por favor, — Coloquei minhas mão
em seu rosto. — Não chore... — Segurei com mais força, forçando a abrir os
olhos vermelho cheio de lagrimas. — Muito menos, por mim. — Eu disse
baixinho, soltando devagar o seu rosto. — Eu n-não mer-reço. — Gaguejei, quando
sentir suas mão por cima das minhas.
— Me peça tudo Dulce! — Ela soltou uma das
mão, e a levou até minha bochecha, acariciando-a. — Não vejo nada de errado
chorar por quem se ama.
Você me ama por quem eu sou, e eu sei que não estou sozinha.
— Você não pode amar alguém com
um futuro incerto. — Falei com fúria com os olhos cerrados. — Amanhã você pode
acordar, e eu.. — Respirei fundo antes de falar. — Posso não estar mais aqui.
— Não fale isso! — Ela rebateu,
com a mesma fúria que eu. — Eu posso amar quem quiser, e nem você nem ninguém
podem se meter nisso.
— Você precisa entender, que não
é assim tão fácil como parece!
— A única dificuldade que eu
vejo aqui é: Você não me amar! É isso? Você não me ama? Ou o que? Você
está doente para mim não importa.
Você apareceu apenas como um sonho para mim
Como as cores de um caleidoscópio que provam para mim,
tudo que eu preciso é de cada respiração que eu dou.
Autor(a): camilasilva321
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capitulo VIII . 69. Por Anahi. Acordei mais cedo que o normal, com um sorriso estampado no rosto desci correndo as escadas. Quando tentei abrir a porta, Gabi apareceu, colocando a cabeça na porta da cozinha me olhando e sorrindo. Retribui o sorriso, e ignorei totalmente um "bom dia, ou qualquer coisa do tipo. Pedalei o mais rápido que pude com minha biciclet ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 32
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amywinchester Postado em 13/04/2012 - 21:23:11
Ai gente,quase chorei :( (controle-se mulher!) muito linda essa história!Tô de coração partido,nem sei se tenho mais dó da Anahí,da Dulce ou da Maite que foi a ulima a ver a Dulce,e viu a melhor amiga morrer :(
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diou Postado em 03/04/2012 - 14:28:39
quee booom.. com certezaa eu voo leeer.. :D
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portinon Postado em 03/04/2012 - 14:15:54
ahh já li essa... a história é muito lindaa ! COncerteza vou reler ela =D
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diou Postado em 03/04/2012 - 14:11:53
Essa proximaa que tu vai posta vai ser Portinon Tbm??
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diou Postado em 03/04/2012 - 14:09:24
girl que fic lindaaa.. supeeer tristee.. to chorando aki..aaaaaii .. :).. linda lindaaaa.. <3 ..
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portinon Postado em 03/04/2012 - 14:08:53
AHHHHHHH que desesperoooooooooooooo, chorei todaaaaaaaaaaaaaaaaaa.. GENTEN que que foi issu, UAU.. já pode postar outras web's autora!! u.u
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diou Postado em 03/04/2012 - 14:02:00
aaaaaaaai quee lindoo.. quee tristeeeee.. haaaaaaa..
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portinon Postado em 03/04/2012 - 14:01:02
Ahhhhhhhhhh que lindo que lindo que lindo que lindo que lindo que lindo que lindooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
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portinon Postado em 03/04/2012 - 13:19:18
Aí meu godyyyyyyyyyy posta pelo amorrrrr da Nossa senhora, protetoraaa dos leitores desesperados por mais!!
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diou Postado em 03/04/2012 - 13:06:01
ai ai ai.. posta maaaaaaaais