Fanfics Brasil - capitulo 9 A Lista ayd-finalizada

Fanfic: A Lista ayd-finalizada | Tema: Portiñon


Capítulo: capitulo 9

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Capitulo XIX



78. Por Maite
Perroni
.



As internações de Dulce estavam se tornando cada vez mais constantes. Odiava
ver minha amiga sofrendo, aquele câncer estava comendo-a viva. E nada nem ninguém
poderia mudar isso. Ela estava a exatamente um mês tomando quimioterapia,
ela estava vomitando direto, tonturas... Durante o dia ela ia para o colégio,
de tarde ele toma a injeção, e quando ela passava muito mal, virava a noite no
hospital, e Anahi não perdia a fé de que ela fosse se salvra, não que eu não
pense que ela vá se salvar, mas não consigo agüentar vê-la sofrer. Todos da
sala já sabiam quem Dulce está mal, mas não sabiam ao certo o que ela tinha.
Alguns a viam vomitando, e pensavam que ela tinha bulimia, Arianny como
sempre destilando veneno, espalhou para todo colégio que Dulce contraiu HIV,
com alguém. Esse mês realmente foi cansativo, a única coisa boa, será o Baile
de Primavera
. Eu iria com Megan Fox, pra mim ela era a menina mais
linda de todo o colégio.



         — Dulce! — Eu gritei, indo em
sua direção. — Amiga vou me arrumar na sua casa! — Ela sorriu e afirmou com a
cabeça. — É pra eu ir de que horas?

         — Mai, você que sabe! — Típico
jeito Dulce de ser. — Se quiser ir agora, passamos na sua casa, e minha mãe vai
nos buscar.

         — Já sei! De seis horas eu passo
pra meu pai me levar até lá! Certo?

         — Por mim está tudo combinado! —
Anahi apareceu e cravou seus lábios nos dela.

         — Ih, já vi que sobrei. Até logo
gente, de seis horas eu passo na sua casa, ok? — Mandei beijos para as mulheres
apaixonadas e fui para minha casa.



 



Por favor, venha agora! eu acho que estou caindo.

Estou me segurando em tudo que penso ser seguro!







         — Dulce! Anda logo! Faz mais de
meia hora que você ta trancada no banheiro. — Disse batendo na porta. — Eu
preciso me maquiar. — Ela não respondia, e eu estava cada vez mais ficando
preocupada. Mas o silencio foi quebrado com choro. — Amiga, o que aconteceu?
Por favor, abra a porta!



Depois de muito insistir ela finalmente abriu a porta. De primeira, eu me
assustei com a cena, Dulce estava muito pálida e em suas duas mãos, ela segurava
muito fios de cabelo. Quando eu olhei para o seu cabelo havia quase um buraco lá.



         — O que aconteceu? — As lágrimas
saiam aos montes de seus olhos, enquanto ela passava as mãos pelo cabelo, fios
e fios caiam a medida que ela passa as mãos por ele. — Dul? — Eu a chamei com
os braços abertos e ela correu, o meu abraço era a única coisa que naquele
momento poderia reconfortá-la.





Abrace me agora, estou a seis passos do precipício,

e estou pensando que talvez seis passos, não sejam tão distantes!







         — Mai... — Ela falou entre os
soluços com a cabeça encostada em meu ombro. — Amiga, eu acho que meu tempo aqui
está se esgotando! Acho melhor você ir embora, não quero ir mais para o baile.

         — Eu sei amiga! — Peguei meu
celular e disquei o número de Megan, ela ficou me olhando a todo o momento. — Megan?
É sou eu, não vou poder ir ao baile, me desculpe.
— E desliguei antes que
ela falasse algo, ou Dulce tomasse o celular e disse se que eu iria a todo o
custo.



 



79. Por Maite
Perroni
.



Ficamos abraçadas um bom tempo. Ela já estava se acalmando, sua respiração
estava mais tranqüila, poucas lágrimas caiam e os soluços mais controlados.
Acariciava seus cabelos com todo o cuidado possível, para que os fios não caíssem
novamente, começando todo aquele "desespero". Ouvimos a voz de tia
Blanca gritando por nós, Dulce se afastou do meu corpo e me olhou desesperada.



         — Se ela me ver assim... — Não
deixei que ela terminasse.

         — Calma! — Quase gritei. — Não
vejo nada de errado ela lhe ver assim Dulce, ela é sua mãe. — Dito isso,
batidas na porta ecoaram pelo quarto.

         — Meninas? — Falava do outro
lado da porta. — Abram essa porta, estão atrasadas.



Dulce me olhou com piedade. Mas o que eu podia fazer? Quando mais cedo contar o
que aconteceu melhor, talvez Tia Balnca tivesse a solução, ou talvez não.
Levantei-me sem olhar para Dulce que continuava deitada na cama. Assim que eu
abri a porta dei passagem para a mãe de Dulce. Ela ficou parada na porta, com
certeza observando a quantidade de "fios de cabelos" pelo quarto.



         — O que aconteceu aqui? — Ela
perguntou, fazendo Dulce chorar. Olhando-me desesperada ela perguntou: — De
quem são esses cabelos Mai?



A pergunta era totalmente retórica, já que os fios eram avermelhados. Eu a
olhei sem saber ao certo o que falar, como explicar o que aconteceu... A única
coisa que eu podia falar era:



         — São dá Dulce tia! — Uma lágrima
solitária escorreu do meu rosto, dando inicio a outras que jorravam sem permissão.

         — Oh meu Deus! — Ela primeiro me
deu um abraço apertado e rápido, logo depois correu para onde Dulce estava e
agarrou se a ela.



 



80. Por Maite
Perroni
.



Assisti toda aquela cena, parada em pé, com o rosto coberto por lágrimas. Tia
Blanca tentava manter a calma, enquanto Dulce chorava. De repente Tio Fernando
entrou no quarto com o telefone na mão. Assim como todas, ele ficou
impressionado e assustado com a quantidade de cabelos no chão.



          — Anahi no telefone! — Disse
olhando para o chão depois para mim. — O que aconteceu aqui?

          — A Dulce tio, o cabelo dela
está caindo. — Ele passou o telefone pra mim, e correu para junto delas. —
Alô?
— Disse com o telefone no ouvido. — É a Mai... A gente não vai
mais, a Dulce..
. — Antes de terminar a frase, o grito de Dulce ecoou pelo
quarto.

          — Não diga nada a ela Mai, não
quero que ele me veja assim.

          Mai? Alô? O que aconteceu
com ela?
— Ela perguntava do outro lado da linha.

          — Mai! — A mãe de Dulce me
chamou. — Peça para ele passar para Luís.

          Anahi? Por favor passe o
telefone para o seu pai.




Depois de relutar muito Anahi passou o telefone para seu pai, Tia Blanca
conversou um pouco com ele, contando cada detalhe que ela imaginava que tinha
acontecido. Enquanto isso Dulce chorava para que Anahi não viesse e a visse
como estava. Depois de algum tempo ouvimos a campainha tocando, devia ser Anahi
e seu pai. Mandaram-me atender a porta, obedeci imediatamente sem pensar duas
vezes. Logo quando abri pai e filha me cumprimentaram, e eu apenas sorri em
resposta. Doutor Henrique sumiu as escadas apressadamente, e quando Anahi ia
subir, o puxei pelo braço.



          — Por favor, não suma agora!

          — Por que? — Ela perguntou
inconformado.

          — Ela não que você veja o estado
que está!



 



Tive que dizer todos os
argumentos possíveis e imaginários para convencê-la a não subir para o quarto
de Dulce. Implorei para que ela sentasse no sofá e relaxar e para minha
surpresa ela não discutiu comigo e sentou sem dar uma palavra. Sentei junto com
ela, e passei meus braços sobre seus ombros.



          — Não se preocupe, ela vai
ficar bem.

          — Me sinto uma inútil, eu nem
sei o que está acontecendo.





• • •



 



81 . Por Dulce
Maria
.





A tensão tomou conta de mim quando a porta se abriu, com uma agilidade tremenda
deitei no colo da minha mãe, tapando assim meu rosto. Mas para minha surpresa,
não tão surpresa assim, a voz do pai de Anahi ecoou pelo quarto.



          — Não se preocupe Dulce, estou
sozinho.



Eu levantei a cabeça devagar, e alguns cabelos grudaram em minha mãe. Cada vez
que eu olhava para os cabelos espalhados pelo quarto, gotas de lágrimas caiam
sem esforço. Em um piscar de olhos minha vida passava cada vez mais rápida, os
ponteiros do relógio giravam, e horas, dias, meses se passam e com eles um pedaçinho
de mim, minha vida ia embora sem permissão. Mas eu estava me acostumando,
depois de um tempo você tem que se acostumar. Se acostumar a ser forçada a
parar de sonhar freqüentemente, porque esses sonhos não se realizam ou
simplesmente se acostuma a desistir de teus objetivos. Ter paixões e amores
moderados, pois a qualquer momento você pode ir embora, e eles iram sofrer. Mas
a vida não aceita comodidades nem costumes. Então, ela vem e te trás todos os
sonhos, paixões e objetivos de volta, só para me ver sofrer de novo. Porque a
vida mais do que ninguém sabe que fortes são aqueles que sofrem, porque sabem
que vão sobreviver. Mas eu não sei se vou escapar dessa, eu não vivo, eu
sobrevivo, sempre foi assim. Quando eu tinha quatro anos, cai da escada e
ganhei uma cicatriz na perna, aos oito uma cobra me picou na fazenda, aos
quatorze tive meningite aguda, ninguém percebeu, mas... Passei a vida inteira morrendo!



 



82 . Por Dulce
Maria
.





          — Como você esta se sentindo? —
Ele me perguntou.

          — Além de feia? — Me esforçava
para que minha voz saísse firme. — Um pouco tonta, triste, cansada... Nada além
do de costume.

          — Você não está feia Dulce! —
Ele olhou para meus pais e depois para mim. — Você sabe o que está acontecendo
não é?

          — Estou um pouco confusa! — Ele
sentou ao meu lado, e segurou minhas mãos.

          — Tentarei lhe explicar! —
Respirou fundo e disse: — A quimioterapia é um tratamento muito complexo, que
tem por alvo matar células tumorais. Uma característica comum das células
tumorais é sua alta taxa de crescimento. Desta forma os medicamentos utilizados
em quimioterapia, de uma maneira geral, são desenvolvidos para matar células em
alta taxa de divisão celular. Contudo, células do epitélio capilar e mucosas,
como a mucosa intestinal, encontram-se em alta taxa de divisão celular e acabam
por sofrer os efeitos do quimioterápico. Dessa forma, uma pessoa que faz
quimioterapia pode ter perda de cabelo e náuseas, devido ao efeito colateral da
quimioterapia.

          — Então... Eu vou ficar careca?



Um silencio assustados quase tomou conta do meu quarto, se não fosse pelo choro
da minha mãe. Doutor Luis apertou ainda mais minha mão e disse calmamente:



          — Eu sinto muito...



"Eu sinto muito" com certeza era uma expressão principal na
vida de um médico. O que mais eles poderia fazer? Salvar uma vida, além de um dom,
é sorte! Mas perde-la, mesmo que não seja uma pessoa próxima, sem sombra de
duvidas deve ser um sentimento péssimo de incapacidade.



 



Duas alternativas: Ou
cortamos seu cabelo agora, ou esperamos ele cair. — Ele me olhou curioso
sedento por uma resposta, não só ele, mais meu pai e minha mãe também. — Então
Dulce? o que nos diz?

          — Não sei... EU já não sei mais
nada, não sei se vou ficar bem ou se vou morrer, não sei se quero ou não cortar
o cabelo, não sei se quero esquecer de tudo, e apenas dormir, e se possível não
acordar mais!

          — Não fale isso Dulce! — Minha
mãe gritou.

          — Dulce... — Doutor Henrique
segurou o meu rosto e falou: — Há duas formas para viver a sua vida: Uma é
acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são
um milagre. — Ele depositou um beijo em minha testa. — Basta acreditar nesse milagre.

          — Não quero cortar o cabelo, e quero para
esse tratamento idiota, que só faz me matar aos poucos.



De repente eu o vi sair, e meus pais o seguiram, a porta se fechou me deixando
na completa solidão, meu coração batia acelerado, as lagrimas já caiam, enlacei
meus braços em volta das minhas pernas. De repente a porta se abre uma luz
forte entra no quarto, levantei o rosto devagar, e lá estava ela.





E você está lá parado ao lado da porta, chorando. E eu imaginando se
eu voltaria,

eu disse que eu não vim aqui para deixar você!



 



83 . Por Anahi.





Fiquei paralisada de baixo da soleira da porta. Dulce escondeu seu rosto quando
finalmente acordou do transe de me ver parada a sua frente. Aquilo me partiu o
coração, a ver naquele estado; tão frágil, tão vulnerável... Fazia-me sentir
uma idiota por não poder salva-la. Esse sentimento de incapacidade me matava
por dentro. Aproximei-me devagar depois de fechar a porta. Ao sentar na cama,
pude ouvir claramente seu choro nos intervalos de seus soluços. Eu tentei abraçá-la,
mas ela se esquivou me fazendo abraçar o vento.



          — Por que está se escondendo e
fugindo de mim? — Não houve resposta. — Você está me machucando... sabe disso não
é?



Seu corpo ficou rígido,e pelo que eu pude perceber o seu choro cessou por um
tempo. Ela levantou a cabeça devagar, deixando a amostra, apenas seus pequenos
olhos amendoados. Eu sorri, e com um pouco de agilidade a puxei pelo ombro,
prendendo-a em um forte abraço.



          — Odeio quando você fica
assim... — Eu sussurrei em seu ouvido.

          — Me.. me descu-lpe. — Ela
disse entre os soluços.

          — Sabe que não precisa se
desculpar!



Sentir suas delicadas mão traçaram meu corpo, até enlaçarem completamente em
minha cintura. Sorri quando as mesmas apertaram com força minha pele, enquanto
acariciava suas costas.



          — O que aconteceu? — Perguntei
enfim.

          — Meu cabelo... — A resposta
foi mais simples do que eu esperava. — Querem que eu o raspe.





Eu só quero lhe dizer nada que você não quer ouvir!



.



          — Qual é o problema disso?



O silêncio tomou conta
novamente do quarto, por um momento me arrependi amargamente de ter perguntado
o que havia acontecido. As lagrimas de Dulce voltavam a cair. E eu murmurava: "Calma,
tudo vai dá certo!"
, mas seu choro não cessava.



          — Não quero ficar careca... —
Ela hesitou por um momento, e levantou o rosto na altura do meu, fixando seus
olhos nos meus. — Não quero que você me ache feia! Não quero que você pare de
gostar de mim...



Minhas mãos traçaram um caminho até seu rosto, mantive firmes, segurava-o
tentando mostrar que eu nunca a deixaria, que estávamos juntas naquela luta.
Devagar meus dedos brincaram com sua pele, contornando um circulo imaginário.



          — Eu nunca vou deixar de gostar
de você, eu nunca vou achá-la feia... Você me acharia feia se eu raspasse o
cabelo também? — O meu tom de deboche, fez pela primeira vez na noite ela
sorrir.





Eu só quero ver você rir e não chorar.







          — Também nunca a acharia
feia...

          — Então o que estamos
esperando? — Anahi deu um pulo da cama. — Vamos raspar o cabelo.



Seus olhos tinham um brilho intenso, um misto de curiosidade e medo. Estiquei
minhas mãos em sua direção, ela as fitou por um tempo, para só depois agarrá-la.



          — Não está falando sério, está?
— Dulce perguntou enquanto entravamos no banheiro.



 



84. Por Dulce
Maria
.





Ela segurou forte minhas mãos, eu sentia sua força sendo transferida para mim,
naquele momento não estava mais me sentindo sozinha. Ela abriu todas as gavetas
da cômoda do banheiro até achar uma tesoura velha, e me olhou sorrindo.



          — Primeiro eu, ou você? — Senti
minhas pernas ficarem bambas. — Ou um pouquinho de cada uma?



Eu tenho um anjo. Ela não usa nenhuma asa, ela usa
um coração que pode derreter o meu.




Ela cortou um pedaço do seu cabelo, e depois do meu... Cada pedaço que caia no
chão ia junto com uma lágrima. Não estava pronta para tantas transformações e
mudanças, em tão pouco tempo. Anahi era perfeita, todo esse tempo, para poder
conhecê-la, e por só um olhar, por um simples ato, por uma palavra conseguiu me
conquistar e tomar de vez meu coração. Eu tinha necessidade de ter ela perto de
mim ou em meus sonhos e pensamentos, ela para mim era uma Anja.



          — Terminei. — Ela disse
enquanto colocava a tesoura em cima da pia. — Mas falta passar a maquina...
Vamos olhe o espelho. — Antes de qualquer movimento meu, eu a olhei e ri. — O
que foi?

          — O seu cabelo está cheio de
buracos! — Ela olhou para o espelho e também riu. Juntei toda coragem, mas foi
em vão não consegui ver minha imagem refletida.

          — Não vai olhar?

          — Estou com medo!



 



85. Por Dulce
Maria
.



          — Medo? — Ela perguntou rindo.
— Está com medo de que? De ser careca? O meu e o seu pai são, e eles não tem
medo disso. — Fui obrigada a rir, mesmo que meu medo passasse longe disso.

          — Não é isso! É só que... —
Antes que eu pudesse falar alguma coisa ela me interrompeu.

          — Por favor, não comece com
isso! — Ela segurou meu rosto com as duas mãos e selou nossos lábios
rapidamente. — Você é linda, sempre vai ser, com ou sem cabelo, e
sinceramente... — Falou enquanto acariciava meu rosto. — Só existem três
pessoas que você deve ligar se dizem se você é linda ou não. Sua mãe, seu
pai... — Deu um riso debochado e disse: — E eu!



Meu riso se misturou com o dela, era incrível como ela me fazia se sentir bem,
mesmo que o mundo dissesse: Nada e nem ninguém pode fazê-la feliz. Tudo
na minha vida era complicada, mas Anahi era algo realmente contraditório, e
isso era o que eu realmente mais gostava nela.





Você está tão ocupado mudando o mundo. Um sorriso pode mudar
todo o meu.







          — Eu amo você! — Murmurei com
um sorriso estampado no rosto. — Obrigado por sempre estar ao meu lado quando
eu preciso.

          — Eu que agradeço, por está
lutando não por mim, ou por ninguém, mas por você... — Ela me olhou
profundamente e sorriu. — Sabe que eu farei de tudo, para que no final
continuarmos ser sempre eu e você, não é?

          — Não diga isso, por favor! Só
faz com que eu sofra mais, não quero que viva pra mim, talvez eu nem esteja
aqui amanhã... Só quero que não esqueça que eu te amo!



 



86. Por Dulce
Maria
.





          — Eu nunca vou esquecer, e você
não vai morrer! — Ela me sorriu singelamente, aquele sorriso que me passava forças,
que me convencia que tudo era possível... — Eu e você para sempre!





Você é tudo o que eu pedia, o que a minha alma vazia, queria sentir.







Ela me puxou lentamente para si, e grudou nossas testas... Seus lábios estavam
centímetros dos meus, aquilo era uma tortura mais dolorosa do que qualquer
tratamento de radioterapia, quimioterapia ou de qualquer agulha perfurando
minha pele. Antes de iniciarmos um beijo, ele sussurrou: "Eu e você,
para sempre
! Cada beijo que trocávamos pareciam melhores que os anteriores,
me sentia uma boba apaixonada, mas quem não sentiria se tivesse uma Anahi
dessas? Alguém bateu na porta nós forçando a afastarmos uma da outra.



          — Dulce? — A voz de Maite ecoou
pelo quarto.

          — Vou matá-la, por nos
atrapalhar! — Ela sussurrou ao pé do meu ouvido, fazendo-me rir como uma criança.





Você chegou a acender cada parte de minha alma, cada espaço do meu
ser,

já não tenho coração nem olhos para ninguém! Só para você...







          — Oh meu Deus! — Exclamou ao
abrir a porta do banheiro. Por um momento me senti um mostro, uma figura
deformada... mas antes que qualquer pensamento continuasse, Anahi apertou minha
mão sorriu. — Você cortou o cabelo! — Ela sorriu de ponta a ponta, me abraçando
logo em seguida. — Você está linda!



 



— Sem mentiras Maite! — Me
arrependi amargamente de ter dito isso, o olhar de Anahi e Maite se voltaram
contra mim. — Ok, ok não falo mais nada!

          — Assim que eu gosto! — Anahi
disse num tom debochado, depositando um beijo estalado na minha bochecha. —
Agora que a Mai está aqui, você quer nos dá a honra de se olhar no espelho?

          — O que? Você ainda não se
olhou no espelho? Vai se olhar agora Dulce Maria!



A minha situação estava critica, já não estava fácil evitar olhar o espelho só
com Anahi, imagine com as duas juntas. Sentir uma mão em cada braço, agora ia
ser impossível não me mirar no espelho. Assim que me viraram, fechei os olhos.
Parecia infantilidade, mas o medo sempre fala mais alto. A voz de Anahi bateu
contra meu ouvido, me arrepiava quando seu hálito quente entrava em contato com
minha pele.





E cada vez que olho para o passado, é que entendo que ao seu lado...
Sempre permaneci.







          — Vamos minha linda, abra os
olhos...



Sua voz era hipnotizadora, hesitei um pouco antes de abrir os olhos. O medo
fazia com que meu coração batesse lentamente, estava quase parando. Como eu
esperava o receio de me olhar no espelho, e ver aquela figura pálida e com os
cabelos baixos não foi fácil, lágrimas já escorriam por todo meu rosto. É fácil
admitir o medo de uma criança de ficar no escuro, é fácil admitir o medo de uma
mãe ao entrar em trabalho de parto, é fácil admitir o medo de um pai que quando
chega o final do mês e não tem dinheiro para pagar as contas... Meu medo era
mais egoísta e me dominava mais que qualquer medo.



          — Por favor amiga, não chore! —
Mai falava enquanto me abraçava. — Eu sempre vou estar aqui com você, não
importa a situação!



 



87. Por Dulce
Maria
.



Repetia para mim mesma: "Se controle, se controle!” Meu soluço já
estava controlado, Anahi, ficou acariciando minha mão. Eu sentia toda energia
positiva que passada dela, era algo renovador, estimulante.



          — Eu amo você! — Ela falou
outra vez no meu ouvido.



Eu a olhei, tentando controlar novamente os soluços, e forcei um sorriso. Ela
soltou minhas mãos, e antes que eu pudesse perceber, elas já se encontravam
acariciando meu rosto.



          — Você está linda, como sempre!
Talvez mais linda ainda! — Anahi segurou meu rosto com força. — Por favor, não
chore! Nem eu nem Maite queremos lhe ver chorando por uma coisa totalmente
irrelevante.

          — É verdade Dul... pare de
chorar!





Isso é de verdade, eu posso sentir. Sei que meu lugar é junto a você!



 



Eu já estava me acostumando
com a idéia de ficar sem meu cabelo, de continuar a quimioterapia. Assim quando
eu ia falar algo escutamos vozes chamando por meu nome.



          — AQUI! — Gritou Maite. —
Estamos aqui no banheiro!



Anahi me olhou e murmurou: "Seja forte, por nos ok?” Eu assenti, e
quando meu pais e o de Anahi entram no banheiro e me viram com o cabelo curto e
ela com o cabelo cheio de buraco não podiam deixar a expressão de surpresos de
lado, mas logo as feições deles, se transformaram em de surpresa para alivio.



 



88. Por Dulce
Maria
.



Meus pais correram ao meu encontro, me abraçavam fortemente. Minha agradecia
sem parar a Anahi e ela apenas falava "o mérito é todo dela!” Mas
nada que ela dissesse fazia-a parar de dizer obrigado. Meu pai trouxe um
maquina de barbear e retirou o resto de cabelo que permanecia em minha cabeça.
Anahi não soltou da minha mãe em nenhum momento. Assim quando o resto do meu
cabelo foi ao chão, Maite se despediu e foi para casa. Quando doutor Henrique
anunciou que estava também indo para casa, Anahi se adiantou e disse:



— Pai posso ficar mais um pouco? 
Henrique riu e disse:

          — Acho que não é a mim que deve
perguntar Anahi, e sim aos donos da casa. — Agora foi à vez de Fernando e
Blanca rirem. Anahi sorriu envergonhada e antes dela falar alguma coisa
Fernando falou na frente.

          — Nós lhe devemos muito minha
jovem... Minha casa é a sua casa. Pode ficar o tempo que quiser se for necessário
lhe levo em casa sem nenhum problema.



Depois de todas as despedias, meus pais subiram para o quarto, me deixando a sós
com Anahi. Ela me sorriu, e me puxou pelas mãos fazendo com que nossos corpos
chocassem.



 — Finalmente à sós. — Falou debochada,
me fazendo rir. — Pensei que não forcemos ficar sozinhas nunca! — Eu corei pelo
modo que ela falou. — Vai dizer que não queria ficar só comigo? — Ela me sorriu
e ajeitou o lenço que cobria minha cabeça.



Mas menina hoje você está tão bonita, sim você está!

Time Square não consegue brilhar tanto quanto você, eu juro que é verdade.



 



89. Por Dulce
Maria
.



Balancei a cabeça, num sinal positivo: [i*]Sim, eu queria ficar à sós com
ela![/i*] Não era fácil resistir ao magnetismo e encanto de Anahi, era quase
doloroso não poder tocá-la, não poder abraçá-la, beijá-la... Era uma das piores
torturas.



          — Me sinto segura, quando você
esta comigo! — Ela me abraçou forte.



Não se preocupe com a distância eu estou lá se você se sentir
sozinha!







— Então... — Me encostou na parede e murmurou em meu ouvido. — Posso contar-lhe
um segredo? — Eu assenti com um sorriso no rosto. — Feche os olhos minha
linda... — A obedeci sem hesitar, quando meus olhos estavam fechados ela falou
com aquela voz rouca no meu ouvido, me fazendo derreter totalmente. — Consegue
imaginar um lugar bonito?

          — Sim. — Disse com os olhos
ainda fechados.

          — Como é esse lugar? — Ela
perguntou enquanto beijava-me.

          — Arvores enormes, um céu com
varias estrelas, um clima frio, com um vento gelado batendo sobre a nossa
pele...



   — Nossa pele? — Ela perguntou
debochada. — Então quer dizer que eu estou com você? — Abrir os olhos, mas os
mesmos ficaram pouco tempo abertos. — Ei, feche os olhos ainda não terminei. —
Obedeci sorridente. — Se eu disser que esse lugar pode ser real você
acreditaria? — Eu assenti. — Fique sabendo, que na minha lista — Quando
ela mencionou sobre uma lista, não me agüentei e rir, e ela cedeu rindo junto
comigo. — Eu irei levá-la nesse lugar, você aceita?





Feche seus olhos, escute minha voz, é meu disfarce: Eu estou ao teu
lado!



 



90. Por Dulce
Maria
.



Eu sorri em resposta, qualquer lugar com Anahi era perfeito. Ela me abraçou com
força, e com a mesma rapidez que começou, ela me soltou e começou a me puxar
para fora da casa.



          — Pra onde estamos indo? —
Perguntei hesitante.

          — Lá pra fora... — Ela me
sorriu e continuou. — E sem mais perguntas, coloque isso. — Em suas mãos, ela
segurava um pedaço de pano. Fiquei totalmente rígida, não sabia o que estava
acontecendo. — Vamos Dulce, coloque! Não confia em mim?





Eu sei que os tempos estão se tornando difíceis,

mas acredite em mim menina... Minha palavra é de confiança.









          — Claro que confio! — Reuni
toda coragem, e expulsei o receio que crescia cada vez mais. Rapidamente
coloquei a venda em meus olhos. — Pronto. — Disse por fim.



Ela segurou minhas mãos e me guiou até algum lugar, eu não estava certa, mas
provavelmente estávamos no jardim. Ela me abraçou por trás e sussurrou no meu
ouvido:



          — Pode tirar a venda quando eu
disser... — Seus dedos trilharam meu corpo, até se afastarem de uma vez de mim.
— Agora!



Sua voz parecia longe, demorei um pouco para tirar a venda. Foi então que eu
ouvi um dedilhar característico de violão. A curiosidade já estava me corroendo
por dentro. Tirei a venda de vagar e me deparei com a cena mais linda de toda
minha vida.



Luzes enfeitavam o jardim, acompanhadas de alguns balões e Anahi sentada com o
violão pronto para extrair alguma música.





Eu ainda tenho tanto pra falar, se cada simples música que eu
escrevi pra você.









          — Essa é para você! — E a
melodia começou a surgir me fazendo sentir cada vez mais vontade de chorar, Anahi
era perfeita.



 



“Eu queria saber

Se eu vou dizer adeus para você, mas eu vou te ver de novo

Se o beijo que te dei, nunca vai acabar

Vê você, mesmo que eu tenha que ir na terra do nunca.

Te falar para relaxar ... Facilmente”




Eu nunca havia escutado aquela música, muito menos Anahi tocando. Já não podia
mais controlar, lágrimas caiam aos montem, ela cantava como aquela voz
melodiosa dela, que me fazia delirar de amor, dor, de esperança.



“Não há no céu, na terra ou mar

a melhor forma de amor, como você me ama

Porque eu te ensinei a amar

Pra então você poder transformar minha vida em melodia.

Não há no céu, na terra ou mar

Mesmo distante, eu sei que eu vou te ver em breve

Porque você está pensando em mim

e eu estou pensando em você”




Sentir minhas pernas amolecerem quando eu percebi que aquela música lembrava nós
duas, ela tinha feito para mim. Ela me olhou sorrindo, percebendo talvez minha
recém descoberta.





Eu escreveria todas elas e ainda mais apaixonada por mim você
ficaria.



“Você me disse que
você estava bem

Mas eu sei que é só para me fazer sentir melhor do que eu estou agora.

Estou contando os dias para ter você em meus braços

Vejo sorrir para mim... Graciosamente. "




Anahi superava qualquer forma de perfeição. Já faz tanto tempo que eu ando
sonhando acordada. Tempo que faz doer, tempo que demora pra passar. Desejo
tanto o futuro depressa, e temo-o. Temo não estar com ela, temo estar sonhando
em vão.



“ Porque eu te ensinei a amar

Pra então você poder transformar minha vida em melodia.

Desejo a cada ano, mês, semana, dia, hora, minutos, segundos, milissegundos.

Olhar em seus olhos... Amorosamente."



 



90. Por Dulce
Maria
.



A vida é difícil! Mas quem disse que seria fácil e indolor? Ela sempre foi
complicada e sofrida, e é difícil lutar quando a luta não é justa. Preciso que
Anahi saiba que eu pertencerei a ela até o fim. Que enquanto eu respirar eu
seguirei a amando. Mesmo que tudo pareça improvável, eu seguirei acreditando
em um final feliz. Ainda que sozinha, que todo esse amor, e toda essa dor, vão
valer à pena.



A música parou, e quando eu percebi Anahi vinha em minha direção. Minha visão
estava um pouco embaçada, provavelmente minha maquiagem já se fora.



          — Já que você não foi ao baile,
o baile veio até você! — Ela sorriu e me puxou pela mão, chocando nossos
corpos. Delicadamente com o indicador seguiu o caminho que minhas lagrimas
fizeram até minha boca. — Eu amo você!

          — Obrigada! — Foi à única coisa
que eu consegui dizer antes de perder o controle do choro.





Eu posso te prometer, que quando passarmos por tudo

O mundo nunca mais será o mesmo e você é a responsável!







          — Odeio te ver chorando! — Ela
disse segurando meu rosto com as duas mãos. — Tudo isso é pra você, a música,
os balões, as luzes e esse presente! — Ela disse entregando uma pequena caixa
azul marinho com um lindo laço vermelho.



 



Peguei a caixa, que cabia na
palma da minha mão. Observei-a tentando descobrir o que havia dentro dela.
Desistindo de tentar solucionar, tirei o laço que enfeitava a caixa e abri
lentamente. Para minha surpresa dentro dela havia duas alianças, e cada uma
estava escrito: "Eu e você, pra sempre" Com uma felicidade
imensa pulei em seu pescoço e uni nossos lábios, começando um beijo calmo.



Anahi fez com que a pior noite da minha vida, se transformasse na mais
perfeita, em questões de segundo. E assim terminou nossa noite, embalada pelo
seu violão e declarações de amor.





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Autor(a): camilasilva321

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Capitulo XX . 90. Por Narradora. Alguns dias haviam se passado desde a noite do baile. E Dulce havia percebido que Anahi estava um pouco distante dela. Doutor Henrique aproveitou o feriado que se aproximava e mandou Dulce ficar em casa e permanecer em repouso absoluto. Quando Anahi ia lhe visitar, passava poucas horas e dava uma desculpar qualquer par ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • amywinchester Postado em 13/04/2012 - 21:23:11

    Ai gente,quase chorei :( (controle-se mulher!) muito linda essa história!Tô de coração partido,nem sei se tenho mais dó da Anahí,da Dulce ou da Maite que foi a ulima a ver a Dulce,e viu a melhor amiga morrer :(

  • diou Postado em 03/04/2012 - 14:28:39

    quee booom.. com certezaa eu voo leeer.. :D

  • portinon Postado em 03/04/2012 - 14:15:54

    ahh já li essa... a história é muito lindaa ! COncerteza vou reler ela =D

  • diou Postado em 03/04/2012 - 14:11:53

    Essa proximaa que tu vai posta vai ser Portinon Tbm??

  • diou Postado em 03/04/2012 - 14:09:24

    girl que fic lindaaa.. supeeer tristee.. to chorando aki..aaaaaii .. :).. linda lindaaaa.. <3 ..

  • portinon Postado em 03/04/2012 - 14:08:53

    AHHHHHHH que desesperoooooooooooooo, chorei todaaaaaaaaaaaaaaaaaa.. GENTEN que que foi issu, UAU.. já pode postar outras web's autora!! u.u

  • diou Postado em 03/04/2012 - 14:02:00

    aaaaaaaai quee lindoo.. quee tristeeeee.. haaaaaaa..

  • portinon Postado em 03/04/2012 - 14:01:02

    Ahhhhhhhhhh que lindo que lindo que lindo que lindo que lindo que lindo que lindooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

  • portinon Postado em 03/04/2012 - 13:19:18

    Aí meu godyyyyyyyyyy posta pelo amorrrrr da Nossa senhora, protetoraaa dos leitores desesperados por mais!!

  • diou Postado em 03/04/2012 - 13:06:01

    ai ai ai.. posta maaaaaaaais


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