Fanfic: A Lista ayd-finalizada | Tema: Portiñon

Capitulo XX

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90. Por Narradora.



Alguns dias haviam se passado desde a noite do baile. E Dulce havia percebido
que Anahi estava um pouco distante dela. Doutor Henrique aproveitou o feriado
que se aproximava e mandou Dulce ficar em casa e permanecer em repouso absoluto.
Quando Anahi ia lhe visitar, passava poucas horas e dava uma desculpar qualquer
para ir embora. Dulce se esforçava para não tentar imaginar coisas.

Coração secreto, do que você é feito? Do que você está com tanto
medo?

Faltando um dia para o feriado, Dulce recebeu uma visita inesperada, em seu colégio
todos já sabiam o que se passava, ou talvez mais do que ela.



          — O que veio fazer aqui? — Ela
perguntou para a garota parada na soleira da porta.

          — Vim te visitar e te alertar
sobre algo.



Finalmente Arianny deu alguns passos para dentro do quarto e ficou na frente da
cama de Dulce. A mesma fez um esforço para tentar se sentar na cama. Mas as
dores do corpo logo a fizeram desistir da idéia.



          — Então, seja rápida... sua
presença faz mais mal a minha do que qualquer outra coisa.

O que há de errado? Deixe-os entrar no seu coração secreto.

          — Acho que há pessoas que você
não sabe, mas fazem mais mal ainda, e você nem nota.

          — Do que está falando? — Dulce
perguntou receosa.

          — Anahi e Maite!



Os grandes olhos azuis e a voz traiçoeira de Arianny penetraram lentamente no
coração de Dulce, fazendo com que seu coração se contorcesse em resposta da
dor.

91. Por Narradora.

Coração secreto, por que tão misterioso?

          — Você me jura que não ira
contar nada a ela? — o tom da voz de Anahi era de total desespero. — Não sei
qual será a reação dela, mas eu tenho que contar.

          — Não se preocupe. — Ela disse
com um olhar penetrante.  — Por mais que
eu sinta que eu estou traindo-a, acho melhor você contar. E quem sabe, ela
consiga entender. — Os olhos de Maite ficaram um pouco marejados.

          — Fique calma Mai, tudo dará
certo! — Anahi sorriu, e a puxou para um abraço apertado.

Talvez você só esteja agindo duramente ou talvez você não é homem o
suficiente.

          — Mas com certeza ela já deve
suspeitar alguém já pode ter aberto a boca pra ela.

          — Acho que não... — Anahi se
soltou do abraço e a olhou. — Tudo bem, que eu estive um pouco longe dela, mas
eu a convenci que eu tinha "algumas" coisas pra fazer, mas não disse
o que era.

          — Espertinha! — Falou
debochadamente, enquanto apertada as bochechas de Anahi.







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          — Você tem certeza disso
Arianny? — Dulce tentava ao máximo não demonstrar fraqueza na frente da sua
pior inimiga.

          — Como eu já sabia que você não
iria acreditar em mim, lhe trouxe isso. — Arianny abriu sua bolsa e procurou até
achar uma foto. — Pelo que me disse ontem ela foi se encontrar com o pai. —
Dulce olhava a foto incrédula. — Que eu sei, o pai dela não é loiro, nem tem
cabelos, e não a abraça assim, como um casal apaixonado se abraçam no escuro do
jardim...

          — CALA A BOCA! — Dulce explodiu.
— Já chega, pode ir embora.

Tem algum segredo que você está tentando ocultar?

92. Por Narradora.



Assim que a porta fechou e Dulce teve a certeza que Arianny fora embora, deu
vazão as lágrimas, que molharam seu rosto que queimava de raiva. Ao olhar para
a aliança em seu dedo indicador, percebeu o quão tola havia sido. A nostalgia
lhe correu por dentro, dilacerando com violência todo seu coração e os
sentimentos bons que nele existia, deixando apenas a magoa e a ira reinar.

Coração secreto, revele e compartilhe isso.

O choro esgotou Dulce lentamente, até que a mesma adormecera com a foto de
Anahi e Maite se abraçando. A claridade do sol finalmente deu espaço para a
escuridão da noite, Anahi sabia que todos deviam estar dormindo, afinal o relógio
já marcava meia noite. Anahi se posicionou na diagonal da janela do quarto de
Dulce. Olhou para o chão, na esperança de achar algumas pedrinhas, que chamasse
atenção dela, sem fazer muito alarde. O barulho de algo batendo no vidro fez
com que Dulce acordasse de má vontade. Andando em direção a janela, percebeu
que pedrinhas se chocavam com o vidro, ao olhar para a direção onde elas eram
lançadas se deparou com Anahi, a mesmo murmurou: "Abra a porta!"

          — Era só o que me faltava! — Disse
com repugnância.

Essa solidão, alguns conseguem suportar, poderia ter algo a ver

com admitir que você não consegue passar por isso sozinho.

Anahi não entendeu quando ela negou com a cabeça, e saiu do alcance de sua visão.
Sem hesitar continuou atirando as pedras em direção a janela. Ela reapareceu na
janela, mas dessa vez abriu a mesma e colocou a cabeça para fora.



          — O que você quer? — Perguntou
amargurada.

          — Me deixe entrar!

Deixe-os entrar no seu coração secreto.

93. Por Narradora.



E mais uma vez ela negou com a cabeça, e sumiu. Anahi ficou totalmente
atordoada com a situação. Não entendia porque sua namorada se recusava a estar
perto dela.



Em seu quarto, Dulce gritava em silencio, por um alguém que jamais conheceu de
verdade. Ela olhava as paredes em sua volta e se imagina em outro lugar, e
sonha acordada. Sonha com um mundo que nunca irá existir. Ela buscou a perfeição
em um alguém que a enganou, e continua sonhando. Sonha com o dia em que tudo
vai ser diferente. Ela olha para dentro de si e vê uma garota que apenas Anahi
viu e amou. Ódio e amor se misturam em seu peito e como em uma explosão,
uma lagrima cai de seus olhos.

E levou muito tempo querida, mas eu entendi qual é a sua

E você está pensando que vamos ficar bem de novo, mas não desta vez.

Perdida em seus pensamentos masoquistas, Dulce que estava deitada em sua cama não
percebeu que alguém a observava.



          — Por que esta chorando? —
Anahi perguntou, fazendo com que ela levasse um susto, mas logo se recompôs
sentando e enxugando as lagrimas com a palma da mão.

          — Como conseguiu entrar aqui? —
Ela disse entre os soluços. — Se não percebeu não quero falar com você!

          — Eu sou a Mulher-Gato!



Mas a piadinha sem graça, não surgiu efeito em Dulce, nenhum músculo da face se
esforçou para formar um sorriso. O que fez Anahi ficar mais preocupada com que
estava acontecendo.

94. Por Narradora.



          — Está com raiva de mim?

Essa foi a última gota, não quero me machucar mais.

E você pode dizer que você sente muito

Mas eu não acredito em você, querido como eu acreditava antes.

Anahi sentou na cama de Dulce, e tentou aproximar sua mão, do rosto dela. Mas
rapidamente ela virou, e Anahi apenas sentiu o vento toca-lhe a pele.

"Droga, ela descobriu!" Anahi se martirizou por pensamento.



          — Você já sabe? — Fez a
pergunta crucial para Dulce. — Me desculpe como soube? Não queria que soubesse
dessa maneira, eu combinei com Mai, que eu mesma lhe contaria!

          — Como tem coragem? — Seu rosto
já estava inundado pelas lágrimas. — Não interessa quem me disse, só sei que não
esperava isso de você!

Parecendo tão inocente... E você teve seus segredos e eu estou
cansada

de ser a última a saber. E agora você está me pedindo para escutar.

          — Não entendo o que está
acontecendo Dulce, eu pensei que ficaria triste, mas, não revoltada desse
jeito.

          — Como é que eu iria ficar
revoltada Anahi? Isso é traição!

          — Eu sei que é traição, mas, o
que você queria que eu fizesse?



Dulce a olhava náuseas. "Cretina!" Dulce a condena por
pensamento. Anahi tentou mais uma vez se aproximar, mas dessa vez Dulce tomou
uma atitude mais drástica ao invés de se afastar, então só o barulho da pequena
mão de Dulce espalmando o rosto de Anahi tomou conta do quarto.



          — O que deu em você hoje? O que
aconteceu? Por que fez isso? — Anahi explodiu, com milhares de perguntas na
ponta da língua. — Sei que estou errada, que estava me afastando... Mas eu
estou aqui e quero resolver tudo que esta acontecendo!

Você costumava brilhar tão forte, mas eu vi nosso amor se apagar.

          — É? E como você pretendia
resolver isso? Não tem como voltar no tempo! Não vou acreditar se você disser:
[iEu não queria ficar com ela! — Disse mudando a voz e imitando Anahi.

          — Como? Ficar com ela? Ela quem Dulce? —
Anahi a olhou sem entender nada. — Do que você está falando? Eu não fiquei com
ninguém!

          — Você ta de brincadeira comigo
não é? Com Maite, Arianny veio aqui e me contou tudo.



Antes que Anahi pudesse se defender, Dulce se levantou rapidamente, e andou em
passos largos e abriu a porta, enquanto murmurava: "Já deu seu show,
pode ir embora!"



          — Dulce! — Anahi falou ao se
aproximar. — Entenda... Arianny mentiu você não esta entendendo as coisas.

          — Você disse que queria falar
comigo, concordou que tinha me traído... E agora se nega a dizer que não ficou
com Maite? Acho que é você que não esta entendendo que eu não sou idiota Anahi!

95. Por Narradora.



          — Não fiquei com Maite, entenda
isso! Eu estava preparando apenas uma surpresa para você!

          — Muito obrigado, essa surpresa
me fez chorar o dia todo!



Dulce tentava manter o equilíbrio emocionar, sentia algo estranho no peito.
Conseguir diferenciar aquilo que se passa dentro dela e diante dos meus olhos,
não era nem um pouco fácil, ela queria acreditar em Anahi, mas precisava
acreditar as provas que Arianny lhe dera.

Mas uma vez ela apontou para porta e pediu para que Anahi fosse embora.



          — Por favor, não faz assim! —
Anahi pediu se aproximando cada vez mais dela. — Você precisa me ouvir, não
pode sair acreditando em tudo que dizem por aí Dulce!

          — Ela me mostrou uma foto
Anahi!



Correndo até a cômoda, tirou da gaveta a foto que Arianny lhe dera pela manhã.

Essa é a última gota, não há mais nada para implorar!

          — Estamos só nos abraçando,
Dul, por favor... Entenda entre eu e Maite não há absolutamente nada!



Mais uma vez Dulce sentiu falta de equilíbrio, odiava não sentir controle no
seu corpo. Ao sentir que a fraqueza tomou conta do seu corpo, Dulce se encostou
rapidamente na parede, e logo depois Anahi foi ao seu auxilio.



          — Você está bem? — Anahi disse
tocando em seu rosto. — Ah droga, você está gelada. Sua pressão deve esta caindo
novamente. — Puxando pelo braço, fez um movimento rápido e Dulce já estava em
seus braços.

96. Por Narradora.



Anahi a colocou delicadamente sobre a cama. Por mais que Dulce ordenasse para
ele ir embora, Anahi se negava a abandoná-la. Dulce estava com a cabeça
encostada nos seios de Anahi, enquanto a mesma a acariciava.



          — Como se sente?

          — Só Deus, sabe o que eu estou
sentindo agora, e como eu queria que você fosse Deus nessa hora. — Ela disse
enquanto enxugava uma lágrima que insistia em cair.

          — Eu sou sua namorada... — Fez
uma pausa e depois continuou receosa. — Ainda sou não é? — Dulce nada disse e
ela entendeu como sim, se sentido mais tranqüila concluiu. — Isso já não
serve?

          — Não sei. Antes servia, mas
agora já não sei!



Anahi ficou rígida, lhe doía muito, pensar em perdê-la.



          — Você quer saber a verdade? —
Dulce levantou a cabeça e a fitou.

          — Talvez. Não sei se eu estou
pronta!

E você pode dizer que você sente muito, mas eu não acredito em você!

          — Você está fazendo uma
tempestade em copo d`água Dulce! — Anahi ria descontroladamente. — Nesse dia da
foto, nós estávamos nos abraçando, mas não porque tínhamos ficado.

          — Então por que foi? — Dulce
perguntou, com um ciúme evidente.

97. Por Narradora.

Flashback

          — Minha mãe finalmente deu as
caras! — Anahi disse para Maite.

          — Isso é bom, não é?



A conversa surgiu enquanto elas passavam na frente da casa de Maite.

Sem perceberem, Arianny as seguiam à surdina.



          — Não, não é. — Mai a olhou
assustada. — Ela quer me levar embora, mas graças a Deus meu pai não deixou,
mas concordou que eu iria passar o feriado todo com ela.

          — Ah, Anahi! Mas isso nem é tão
ruim, é só um final de semana!

          — Mas eu quero ficar com a Dul,
não quero deixá-la sozinha, entende? — Mai balançou a cabeça positivamente. —
Queria fugir com ela, ou sei lá. Os pais dela não iam deixar-la viajar comigo!

          — Mas comigo sim!



E rapidamente traçaram um plano para o final de semana perfeito. Como uma forma
de agradecimento, Anahi abraçou e rodou Mai no ar. E como Arianny não podia
perder aquela cena, pegou o celular na bolsa e registrou aquela cena.

Fim do flashback

          — Entendeu? — Anahi perguntou,
depois de ter explicado tudo pra Dulce.

          — Oh céus! Desculpe-me por
duvidar de você! — As lagrimas foram substituídas por bochechas coradas de
vergonha.

          — Você tem que entender meu
amor... — Anahi disse passando o polegar nas bochechas recém coradas. — Aconteça
o que acontecer amanhã ou no resto da minha vida, agora eu estou feliz, porque
eu te amo!

98. Por Narradora.



O dia amanheceu ensolarado, alguns raios de sol conseguiram penetrar a fina
cortina do quarto de Dulce. A mesma se remexeu incomodada, virando de um lado
para o outro na cama, quando sentiu os primeiros raios do sol em contato com
seu rosto.

Quando finalmente seu subconsciente lembrou-se da noite passada, Dulce abriu os
olhos, e com a mesma rapidez os fechou, a luminosidade fizeram os mesmo
arderam.



          — Anahi? — Ela murmurou com os
olhos ainda cerrados.



Sem ouvir alguma resposta, Dulce virou-se com os olhos já abertos, e não
encontrou ninguém, nem na sua cama e muito menos em todo quarto. Sentou-se na
cama e, pois a questionar a noite que passaram "Será que foi um
sonho?"

Tentando pensar em alguma coisa, qualquer coisa apenas para me
impedir de pensar em você.

Não havia uma resposta sensata, para aquela pergunta.

Desistindo de questionar sua própria vida, se levantou e andou lentamente, com
sinais evidentes de sono, e se encaminhou até o banheiro. E sorriu ao abrir a
porta e se deparar com o espelho riscado com seu batom vermelho.



"Eu e você, pra sempre"

Aquela era a resposta para suas duvidas, Anahi realmente tinha ido a sua casa,
nada que Arianny havia dito era verdade... E hoje, ela iria viajar com Anahi.

Um pensamento sobre você é o suficiente, para deixar o resto do
mundo para trás.

"Droga!" Pensou ao perceber que não havia feito a mala e nem
avisado aos pais sobre a sua viagem repentina e figurativa com Maite.

— Anahi! — Seu pai gritava no
andar de baixo. — Vai se atrasar, sua mãe vai estar lhe esperando na saída do
metro.



Anahi bufava enquanto terminada de arrumar a mala. Seu sorriso só aumentou ao
se dar conta da mensagem que havia chegado em seu celular: "Tudo
pronto, espero que se divirtam lá! Beijos Mai."

Bom, eu não pretendia que fosse tão longe como foi,

e eu não pretendia me aproximar tanto e dividir o que nós dividimos.

Tudo que havia planejado estava dando certo, e ela se sentia quase sortuda, só
faltava um problema.



          — Pai? — Ela o chamou enquanto
descia as escadas, com a mochila nas costas. — Será que em vez de ir de metrô,
eu posso pegar o seu carro? — Perguntou quando estava cara-a-cara com o pai.

          — De carro? Mas por que? — Luis
avaliou a filha, não entendia muito bem qual era a sua intenção, mas achou tudo
muito estranho. — Sua carta ainda não saiu minha filha, não se esqueça que tem
apenas 17 anos!

          — Eu sei, mas eu queria ir
dirigindo, sabe como é... Tentar me distrair um pouco, você entende que eu não
quero vê-la não é?

E eu não pretendia me apaixonar, mas me apaixonei.

E você não pretendia me corresponder, mas eu sei que correspondeu.

99. Por Narradora.



          — Você ainda está assim Dulce?
— A garota que estava inerte ao que se passava ao redor virou-se para mãe. —
Vamos! Maite vai passar daqui a poucos minutos.



Dulce abriu um sorriso de ponta a ponta. Enquanto ela quebrava a cabeça
tentando achar uma desculpa para a mãe, Anahi já havia feito tudo sozinha.



          — Ela mandou você levar roupa
de frio! — Ela disse enquanto pegava uma mala em cima do guarda-roupa. — Vá se
vestir, antes que eu desista de deixá-la ir.

E mais eu quero você aqui comigo, você sabe que os feriados se
aproximam.

Eu não quero passá-los sozinho.

Rapidamente Dulce juntou suas coisas e colocou dentro da pequena mala. Ela
procurava desesperadamente seus remédios, mas a buzina do carro na frente de
sua casa fez com que ela esquecesse os quão importantes eles eram.

Dulce sentiu o celular vibrar e ao ler a mensagem "Rápido, antes que
sua mãe me veja!" sentiu o coração apertar, não despedir-se de sua mãe
e do seu pai era difícil.





          — MÃE, PAI! — Ela gritou enquanto
se encaminhava para porta de saída. — A Mai chegou, eu já estou indo, amo vocês!



Dito isso a garota correu até o carro que estava estacionado na frente de sua
casa.



          — Oi minha linda! —Anahi falou
depois de receber um selinho da namorada. — Está pronta? — Ela fez um sim com a
cabeça. — Então... Sant Sophie aí vamos nós.

Eu sei que não é a coisa mais inteligente a se fazer.

100. Por Narradora.



Sant Sophie era uma cidadezinha ao norte.

Anahi prometeu que não demoraria muito, já que tal cidade era perto da delas.
Dulce sorria empolgada com a historia que a namorada contava, sobre como havia
conseguido achar um lugar como ela descreveu no dia do baile.



        — Na verdade, nem foi tão difícil
assim. Na internet se tem de tudo hoje em dia. — Anahi sorriu para ela. — Mas
aposto, que você vai se surpreender, o lugar é totalmente incrível e calmo.

É fácil amar você, amar você é fantástico e puro.

        — Qualquer lugar é incrível com
você! — Dulce disse antes de olhar para janela.



Dulce estava encantada com os lindos campos floridos que via através da janela
do carro. Estava adorando a idéia de passar dois dias inteiros ao lado de
Anahi, mas toda aquela distração não a fazia esquecer de seus pais, ela se
sentia muito irresponsável por não contar a verdade para eles.

É tão errado, e sei que devo ir.

        — Veja Dul! — Anahi exclamou
enquanto tirava uma das mãos da direção do carro e apontava para uma casa feita
de madeira com uma grande varanda. — É aquela casa!



Dulce não pode deixar de ficar feliz, e esquecer um pouco dos pais, agora mais
do que nunca ela sabia que seu feriado seria perfeito.



        — Lembre-me de agradecer a Mai! —
Dulce falou.

 — Não se preocupe! — Disse ao estacionar o
carro na frente da casa. — Agora me faça um favor, e pegue um envelope de
dentro do porta-luvas.



Sem hesitar, Dulce abriu o porta-luvas, e retirou um envelope verde um pouco
maior que sua mão. "Abra!" Anahi sussurrou debochada. Mesmo
achando aquela situação meio estranha, ela novamente a obedeceu.



        — O que é isso? — Perguntou sem
entender.



Havia escrito no envelope: "A Lista para um feriado perfeito"
Dulce puxou todo ar até encher totalmente seus pulmões. O nome escrito sobre o
papel verde a fez lembrar da doença e conseqüentemente dos remédios que havia
esquecido em casa.



        — Não gostou? Você nem o abriu.

        — Não é isso... — Ela se virou
para ele e sorriu. — Só estou surpresa.

Pois estou viva e estou com tudo. Grito alto como estrelas
explodindo no céu.

        — Preparei tudo para nós, vamos
abra. Preciso riscar o item número um não é assim que você faz? — Ela assentiu
com a cabeça, e assim que abriu o papel a entregou e a mesmo riscou o primeiro
item.

1. Conseguir levar Dulce para Sant Sophie.

Anahi riscou e a olhou com orgulho estampado em seu rosto. Assim que os cintos
de segurança foram tirados, elas saíram de dentro do carro.



        — Ah, está frio! — Dulce reclamou
assim que sua pele quente entrou em contato com a atmosfera fria de Sant
Sophie.

101. Por Narradora.



Anahi a olhou, e sorriu brevemente ao perceber que Dulce estava toda encolhida.
Realmente a temperatura da cidadezinha era baixa, e depois de uma hora e meia
de viagem ela devia está bem cansada.



        — Entre na casa! — Anahi jogou a
chave da mesma e foi até a mala do carro. — Vou tirar as coisas e logo depois,
eu entrarei. — Dulce assentiu com a chave já na mão, e se encaminhou até ela.



Dulce subiu devagar as escadas que davam para a imensa varanda. Com passos rápidos
se aproximou até um canto da varada, e lá pode visualizar melhor os campos, as
flores, o ambiente geral.

Antes de explorar a casa deu uma ultima olhada para Anahi que se esforçava para
tirar tudo de dentro da mala do carro. Pensou em esperá-la para desbravar a
desconhecida casa juntos, mas a curiosidade como sempre a impedia de esperar
nem sequer um minuto a mais.

Eu não quero deixar passar nem mais um dia, vou dizer a você o que
estou pensando.

Parece que estão todos terminando e jogando o amor fora, mas eu sei que tenho
uma coisa boa aqui...

De cara a cara com a porta, não pensou duas vezes antes de encaixar a chave na
fechadura e girar a maçaneta, em pouco tempo a porta já estava aberta e Dulce
se encontrava dentro da mesma explorando-a.

102. Por Narradora.



Anahi murmurou um [i"Yes" feliz por ter conseguido convencê-la de
dormirem juntas.

O dia passou rapidamente, e elas curtiram cada segundo uma ao lado da outra.
Logo apos o almoço, vários itens da lista que Anahi havia preparado, tinham
sido realizados.

2. Passear pelo local.

         — Anahi! — Ela gritava ofegante
enquanto corria atrás da namorada.

         — Vamos Dulce corra, se demorar
tanto assim não vamos encontrar o píer, e não realizaremos o terceiro item! —
Disse sorrindo debochada. — Não quer que eu vá ai te buscar não é?



Dulce riu, e correu em direção contraria de Anahi. Aceitando como um desafio,
Anahi, pois a correr tentando alcançá-la, o que não foi muito difícil já que
suas pernas e agilidade eram três vezes maiores que as dela.

Quando estava a poucos centímetros dela, correu agarrando-a pela cintura. As
duas rolaram sobre a grama verde e lindos lírios que nasciam naquele lugar.
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3. Achar o píer e o lago que estavam no
site.

         — Ali amor! — Anahi apontou o
lindo lago. — O site disse que aqui é um dos lugares mais românticos!



Dulce concordou e elas caminharam até o final do píer, e sentaram colocando as
pernas dentro da água gelada. Dulce reclamou de inicio, mas logo se acostumou
com a temperatura da água, nada importava para ela, estar ao lado de Anahi já
valia por tudo.



         — Agora vem a melhor parte! —
Anahi disse olhando para o relógio.



Dulce ficou sem entender, até que Anahi apontou para a linha do horizonte, e lá
o sol começava a se esconder, o céu estava num colorido incrível, amarelo e
laranja brincavam com o azul, o misto tornava-o uma das coisas mais lindas que
Dulce já vira na vida.

4. Ver o pôr-do-sol.

— Eu amo você! — Anahi disse
passando seus braços sobre os ombros de Dulce, ela se aconhegou no abraço e
pousou sua cabeça perto dos seios da namorada.

         — Eu também amo você, e não e
nem ninguém vão mudar isso!



Elas se beijaram até o crepúsculo do dia. E quando a escuridão da noite
finalmente tomou conta do céu eles voltaram para a casa.

Não quero deixar passar mais um dia, vou dizer a você o que estou
pensando.

Do jeito que a gente vive a nossa vida, ninguém vai se meter entre nós!

104. Por Narradora.





A escuridão da noite, trazia consigo milhões de estrelas no céu.

Dulce e Anahi jantavam em uma mesa colocada estrategicamente do lado de fora da
casa, por Anahi.

Você já viu uma noite tão linda? Eu quase poderia beijar as estrelas
por brilharem tanto.

As horas passavam, e elas conversavam dos mais variados assuntos. Dulce achou
um pouco estranho, o celular de Anahi havia tocado várias vezes, e a mesmo
ignorava totalmente a existência do aparelho.



         — Anahi... — Dulce a
interrompeu, tocando-lhe na mãe esquerda, enquanto falava. — Não vai atender
seu celular? — Anahi ficou rígida, e Dulce percebeu. — Quem é que está ligando
Anahi? O que está havendo?

         — Não vai ficar com raiva se eu
contar uma coisa? — Dulce negou com raiva. — Bem, você se lembra que minha mãe
me chamou para ir passar o feriado com ela não é?

         — Claro que lembro, mas o que isso
tem haver?

         — Acontece, que a essa hora, eu
devia estar jantando com ela, e não com você!

         — Oh não! — Dulce levou a mão até
a boca, dando indícios que estavam realmente surpresa. — Quer dizer que... Estão
atrás de você?

         — Creio que sim, e temo que eles
já devem saber que você está comigo!

         — Por isso que você pegou e
escondeu meu celular! Você deveria ter me dito isso antes Anahi, que loucura é
essa! Meu Deus! — Dulce tagarelava com nervosismo. — Quero ir pra casa agora,
sabia que algo aconteceria, alguma coisa me disse que algo ruim ia acontecer!

105. Por Narradora.



         — Por favor... — Anahi se
levantou e se ajoelhou ao lado da cadeira de Dulce. — Tente esquecer, pelo
menos uma vez dos outros, pense em nós, pense no esforço que eu tive pra te
levar até aqui, pense que nós quase terminamos por isso! — Com um pouco de
dificuldade Anahi segurou-a pelo rosto e selou os lábios por um curto tempo e
depois voltou a mirá-la. — Pense, o quanto estávamos felizes! — Anahi sorriu e
continuou: — Você está feliz, não esta?

         — Estou! — Dulce falou baixinho,
e depois soltou-se das grandes mãos de Anahi. — Droga! — Dulce exclamou,
mirando para o céu. — Você sempre consegue me convencer a fazer o que você
quer!

Eu tenho um lugar a pertencer, eu tenho alguém para amar.