Fanfics Brasil - 01 – Marcada à sangue ⋆ O Encantador de Almas

Fanfic: ⋆ O Encantador de Almas | Tema: Vondy


Capítulo: 01 – Marcada à sangue

229 visualizações Denunciar



O cheiro delicioso de frango grelhado entrou pela sala de jantar, deixando todos ali embriagados com o sabor. 


— Frango xadrez. — disse o homem de bela estatura e bem elegante, sentado na cabeceira da mesa, sorrindo encantado — Adoro quando a Blanca cozinha, ela supera qualquer chefe de cozinha. 


Na grande mesa ornamentada de madeira rústica, estavam quase todos que moravam na mansão mais luxuosa da cidade, e as pessoas mais importantes para eles, que há um tempo não se viam: os Herreiras. Ao ouvirem o comentário do anfitrião, sorriram em concordância. 


— É sempre uma honrar compartilhar com vocês esses momentos raros em que a Blan se dispõe a cozinhar. — a senhora de sorriso cativante comentou alegremente se remexendo na cadeira — Lali, querida como você cresceu, já esta uma mocinha encantadora. 


— Encantadora é? — a mocinha mais velha, de rosto rosado e rechonchudo, apesar de não ter mais de quarenta e cinco quilos em seus um metro e pouco de altura, resmungou.  


— Como, Dulce? — perguntou o homem elegante. A mocinha apenas remexeu no cabelo e não respondeu. 


Ela era uma jovenzinha, de pele levemente bronzeada pelas caminhas ao amanhecer. Estava, naquele dia, comemorando uma década de vida, estava extasiante. A senhora e seu marido, sorriram faceiros.  


Dulce estava muito feliz por ter os Herreiras em sua comemoração de aniversário. A um tempo ela não via seu pai tão animado. Ele sempre fora um homem de porte, extrovertido. Possuía um humor elegante, onde todos adoravam estar em sua companhia. Mas, o brilho no olhar que tanto encantava a pequena Dulce, desaparecerá nos últimos meses. Era notável que algo estava acontecendo, mas como ela era "criança de mais para entender" ninguém lhe contara nada a respeito. 


— Diga-me querida, onde esta Michael? — a menina bufou e fechou a cara ao ouvir o nome. 


— Provavelmente com a cara enterrada em algum livro idiota — falou com indiferença. O homem sorriu orgulho. 


— Esse menino é de ouro, comportado, estudioso, carinhoso... 


— Tudo exatamente o que eu não sou, não é, papai? — interrompendo-o. 


O homem olhou-a triste. Por mais que a filha mais velha não fosse exatamente “a filha perfeita”, Dulce sentia que era seu orgulho. Apesar da pouca idade, apenas dez anos, era decidida, corajosa, batalhadora, e não se deixava abater por qualquer coisa. Nada a incomodava. Ela ia lá e resolvia. Tinha um temperamento insuportavelmente forte. Falava o que pensava sem dó. Isso sempre trazia problemas. 


— Não fale assim docinho, você sabe que eu te amo do seu jeito. Você é única e se parece muito com a sua mãe quando tinha a sua idade.  


— Foi por isso que você se apaixonou por mim, não é Augusto? — perguntou Blanca, a “chefe de cozinha”, com um grande sorriso no rosto, ao entrar na sala de jantar. Não foi preciso resposta para ela, Augusto, levantou de um salto e deu um grande beijo na mulher. 


— Que cena mais romântica. — a voz mais irritante do mundo, na opinião da mocinha, acabara de estragar a cena de carinho dos seus pais. 


— Você tinha que atrapalhar, não é, Chad? — sussurrou para ele, lhe dando uma cotovelada quando ele se sentou ao seu lado. 


— Sai, pirralha. — disse sem mexer os lábios. 


Chad Michael, era o agregado da família. Seu pai era um dos melhores amigos de Augusto, Rex. Quando este faleceu, Augusto ficou com a tutela do afilhado. Um jovem de 19 anos, esnobe e agressivo, quando estava fora dos olhares orgulhosos de Augusto, é claro. Ele se passava de bom moço e comportado, mas na verdade não passava de um homem ridículo e mau caráter. Isso enojada demais a pequena Dulce. 


— Micou cara de cocô... Micou cara de cocô — a vozinha animada de Lali, cantarolava assim que Michael sentou-se a mesa, fazendo com que seu alvo ficasse vermelho e, disfarçadamente, fechasse a cara. 


— Marina, olha a boca. — Blanca repreendeu a menina indo ate ela e colocando-a no colo. Dulce gargalhou alto. 


— Foi você que mandou ela cantar esse nojo, não foi, garota nojenta? — Michael sussurrou para Dulce enquanto Augusto e Blanca falavam com a cantora. 


— Claro que não. — disse a menina com os olhos grande de ressentimento por esta sendo acusada de algo. — Como é que você pode pensar isso? Ninguém coloca nada na cabeça daquela garota. Ela é uma coisa... autossuficiente aos 3 anos. — ela sorrio. E ele, carrancudo, teve que sorri dessa também. 


— Ah tá, vai me dizer que aquela coisa... autossuficiente — imitando a voz da mocinha — sabe rimar? 


Outra vez Dulce gargalhou, chamando a atenção dos pais. 


— Algo engraçado ai? — quis saber Blanca. 


— Por incrível que pareça, o Chad fez uma piada. 


Eles ficaram com cara de quem não entendeu, mas antes que eles pudessem perguntar “como é?” uma batida forte na porta os dispersou. 


— Augusto Saviñón? — uma voz rouca e forte o chamou — Abra. 


Augusto e Blanca se olharam assustados enquanto Ruth e o marido se levantaram rapidamente. 


— Vamos, subam, subam. — o marido da Ruth falou apressado para as meninas e Michael — Logo. Leva-as para cima e não as deixem ouvir nem ver nada, certo? — falando diretamente para Michael. Ele concordou e saiu puxando Dulce e colocou a cantora no braço. 


— O que esta acontecendo, Chad? — quis saber Dulce — Por que o papai ficou tão preocupado e mudo? — Michael ficou calado — O QUE ESTA ACONTECENDO? — gritou para ele por falta de resposta. 


— Cala a boca, garota. Não estamos em um momento adequado para você ficar dando seus showzinhos ridículos. 


Ele as levou ate o seu quarto e fechou a porta, mas Dulce não estava disposta a ficar ali trancada sem saber o que estava acontecendo. 


— Eu não vou ficar aqui, quero saber o que esta acontecendo com o papai. 


— Você vai ficar aqui, sim. E sem saber de nada. — falou rudemente — Agora fique calada. — Ela sussurrou algo em resposta e foi em direção á porta. 


Michael tentou impedi-la, mas Dulce lhe deu um chute na perna fazendo com que ele se afastasse dela, caindo, dando chance para ela destrancar a porta e sair. 


Chegando ao pé da escada, encontrou sua mãe aos prantos, amarrada a uma das cadeiras da mesa do jantar, em que momentos antes, estavam todos reunidos, rindo alegremente. Seu pai discutia, em um tom agressivo, no qual ela nunca o tinha ouvido falar, com dois homens vestidos com sobretudo preto, com luvas.  


— Eu disse a você que se entrasse não podia mais sair... Não com vida. — um dos homens que estavam discutindo com o pai de Dulce, vociferou para ele. Um arrepio percorreu o corpo da pequena menina, fazendo-a tremer. 


— Eu fiz o que foi combinado, sempre disse que não iria permanecer nisso por muito tempo. — Augusto se defendia. 


— Você é um traidor, Saviñón, não merece viver. — acusou o homem, e, sem pensar, tirou um revolver de dentro do sobretudo e apontou para seu pai. Ao fundo, ela ouviu sua mãe berrar enlouquecida.  


Desesperada, Dulce procurou, rapidamente, com os olhos, agachada onde estava no topo da escada, o casal Herreira. Quando os encontrou, quase caiu ao ver a enorme poça de sangue que se formava ao redor da cabeça do senhor Alfonso. Seus olhos encharcaram-se de lágrimas. Seu único grão de esperança para ajudar seus pais estava morto?  


Com essa distração, não percebeu que seu pai já não conversa mais, e sim brigava com o homem que apontara a arma para ele. O outro, Dulce não sabia dizer para onde fora.  


Na briga, quebrou um dos abajures favoritos da mãe na cabeça dele, fazendo-o desmaiar na hora. 


Depois disso, tudo aconteceu muito rápido.  


O outro homem entrou na sala de estar da família Saviñón com um jovem, vestido com uma blusa branca, colada ao corpo, e boné que cobria seu rosto. Enquanto Augusto tentava soltar a esposa, o jovem assassino, sacou uma arma e apontou para as costas do pai de Dulce. 


— NÃO! — ela gritou desesperada descendo a escada correndo. 


Augusto, que estava distraído soltando as cordas que prendiam Blanca, desviou a atenção ao ouvir Dulce gritar e correu para frente da filha. 


Mas, antes que ele pudesse, ate mesmo chegar perto de sua filha, o jovem atirou a queima roupa, na cabeça de Augusto, espirrando sangue em si, em Blanca e em Dulce. Elas gritaram a plenos pulmões. Dulce, desceu o resto da escada que falta, e se agarrou ao corpo do pai que jazia, já sem vida, no chão da sala de estar.  


O jovem chegou friamente junto deles e atirou mais uma vez, no peito. Fazendo com que Dulce fosse empurrada para traz pela força do impacto da bala com o corpo em que estava abraçada. 


— NÃO! NÃO! POR FAVOR! — Blanca gritava, ainda amarrada na cadeira. O jovem olhou-a por baixo do boné e caminhou em sua direção. 


— FIQUE LONGE DA MINHA MÃE, SEU MONSTRO — berrou Dulce, mas o jovem não deu atenção. 


Ela correu ate ele e lhe empurrou, fazendo com que ele caísse e batesse a cabeça em uma das mesinhas da sala. Dulce correu e tentou soltar às cordas, que restavam, que prendiam a mãe a cadeira, só que todo o seu corpo tremia.  


A batida na mesinha não foi muito forte, logo o jovem assassino se levantou e a puxou, tirando-a de perto da mãe, arremessando-a em cima do corpo morto do pai. Olhou-a bem nos olhos, aqueles olhos frios e sem vida, cor de mel, olhava-a com nojo e ameaça, apontou a arma para ela e disse: 


— Isso, — acenou com a cabeça para o morto que estava em baixo dela — é o que acontece com quem se mete com um homem poderoso. Ele mereceu cada grão de terra que cobrirá seu corpo, cada verme que jantará de sua carne. Agora isso — apontando para a mãe de Dulce — é uma diversão. 


Virou e atirou, estourando a cabeça de Blanca, pintando de sangue o sofá branquíssimo que estava perto. Depois saiu de lá, calmamente. 


Dulce, ficou estática olhando o sangue pingando no carpete. Com um esforço sobre-humano, levantou tremendo, se jogou no corpo da mãe e chorou, chorou como nunca havia chorado, acariciando o braço da mãe. 


Olhando o corpo do pai, e encostada a mãe, jurou vingança. Nem que tivesse que ir ao inferno, iria trucidar o diabo de olhos de mel. Nem que fosse a ultima coisa que fosse fazer na vida. 






Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Mah

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

- Links Patrocinados -



Loading...

Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • nathaliauckermann Postado em 09/09/2014 - 15:29:56

    Oii é muito boa a fic, mas aumenta a letra flor, fica melhor pra ler, bjos


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais