Fanfic: Um Homem Sem Compaixão *AyA* (Terminada) | Tema: Anahí e Alfonso

A manhã estava clara e radiante, com o sol brilhando num céu sem nuvens. O carro era grande e confortável. Anahí relaxou-se no banco e estava surpresa por sentir que desfrutaria da viagem. Depois de Kyrenia, uniram-se à es­colta. Havia inúmeros veículos - caminhões, ônibus e carros particulares. A chapa de cada um deles era anotada e só depois de uma parada rápida é que seguiam, acompanhados pelas tropas das Nações Unidas, que usavam uniformes azuis e dirigiam jipes. Um enorme cartaz dizia aos viajantes que os turcos lhes desejavam liberdade, segurança, e justiça. Tudo em ordem; além dos ocasionais postos de guardas e da advertência de que era proibido tirar fotografias, não havia indicação de que a estrada estivesse sendo controlada. Lançando alguns olhares para o lado, Anahí viu que o rosto de seu marido estava tranquilo. Não mostrava qualquer sinal de preocupação por se encontrar naquela situação in­sólita para um cipriota.

Ao chegar à beira da estrada, que dizia: "Bem-vindo ao Setor Livre", o comboio se dividiu e cada veículo seguiu seu próprio caminho. Alfonso aumentou a velocidade de seu carro, passando por jumentos carregados, por camponesas com grandes cestas amarradas às costas e por extrava­gantes motocicletas que corriam muito, algumas vezes com garotas no assento traseiro, e que pareciam excessi­vamente inseguras.

- O que você vai fazer agora? - perguntou Alfonso, assim que chegaram ao escritório. Parou o carro e se virou. - É muito cedo para você ir à casa de sua amiga?

- Acho que sim. Ficarei aqui por algum tempo, se não lhe causar inconveniente.

- Eu lhe disse que poderia ficar - lembrou ele, mano­brando o carro. Para surpresa de Anahí, ele lhe abriu a porta do veículo. - Vamos tomar um café.

-  Não faço questão de tomar café. Sei que você tem pressa de começar a trabalhar.

Mas ele insistiu. O homem que trouxera Anahí e as crian­ças de Limassol até ali já chegara. Chamava-se Theophilos; sorriu quando Alfonso disse a Anahí que o chamasse de Theo. Após algumas instruções de Alfonso, Theo saiu e voltou quase em seguida, com a bandeja de café, duas pequenas xícaras e os inevitáveis copos de água gelada. Anahí sentou-se ao lado da escrivaninha de Alfonso. Ele a fitava de maneira es­tranha enquanto ela bebia seu café.

- Você vai fazer compras aqui? - E mais uma vez Anahí perguntou a si mesma se ele estava insinuando que ela deveria comprar roupas,

- Não preciso de nada - respondeu de imediato. Quando Anahí estava saindo do escritório, ele lhe dissera que Theo iria levá-la ao apartamento de Trudy e, às quatro e meia, voltaria pára apanhá-la.

- E as crianças? - protestou Anahí. - Posso ir embora mais cedo, de ônibus.

- Elas não terão problemas - disse ele. - Tenha um bom dia e divirta-se.