Fanfic: Um Homem Sem Compaixão *AyA* (Terminada) | Tema: Anahí e Alfonso

Para perplexidade de Anahí, os olhos de Alfonso brilharam de raiva, quando, ao chegar em casa muito mais cedo do que de costume, Anahí lhe deu o recado de tia Chrisoula.

-  Ela pensa que a única coisa que tenho na cabeça é seu maldito bangalô? - disse áspero, - Terá que esperar. Por enquanto existem assuntos muito mais importantes a serem tratados.

Anahí olhou-o fixamente. Por que essa amostra de mau humor? E o que significariam suas palavras? Haveria algo errado entre ele e Paula? Ou o romance estaria se tornando envolvente demais? Sentiu-se impelida a perguntar.

-  Quais são esses assuntos tão importantes, Alfonso? - Com um movimento da cabeça, ele se negou a lhe dar esclarecimentos.

Alfonso parecia completamente atormentado e deprimido, seus olhos estavam cansados e sua têmporas haviam em­branquecido quase que totalmente. O que não poderia estar bem? Era óbvio que algo bastante grave acontecia, e, por um breve momento, as únicas emoções de Anahí foram amor e ternura; desejou abraçá-lo, pressionar a cabeça em seu peito e confortá-lo. Porém, no momento seguinte, conteve seus sen­timentos. Qualquer que fosse o seu problema, somente diria respeito a Paula. E se havia preferido se abandonar a um romance como aquele, agora ele próprio deveria assumir quais­quer problemas ou ansiedades que resultassem disso. Por que desperdiçaria com ele sua compaixão? Em outras ocasiões, Alfonso não tivera consideração alguma por ela.

Nas duas horas seguintes, seu marido lhe dirigiu apenas algumas palavras, mas quando Chippy entrou na sala e começou a jogar sua bola para cima, vociferou para que o menino continuasse no jardim.

-  Alfonso! - A exclamação saiu involuntariamente dos lábios de Anahí. - Não há necessidade de falar dessa ma­neira com Chippy.

-  Ele tem que jogar futebol aqui dentro?

-  Não é futebol, Alfonso.

- Já disse que não quero que ele jogue bola dentro de casa!

- Não precisa gritar - replicou ela. - Não sou surda. Alfonso olhou-a de modo penetrante. Ia replicar, mas mudou de idéia e se deixou cair, uma vez mais, num silêncio pen­sativo. Anahí estava furiosa. Já fazia duas semanas que passava as noites sozinha. E tudo o que ele sabia fazer, quando chegava em casa mais cedo, era descarregar sua raiva sobre ela e as crianças. Anahí saiu e se uniu às crian­ças, no jardim, deixando-o sozinho na sala de estar. Mas pouco depois ele veio lhe dizer que ia visitar sua tia.

- E melhor que eu a informe dos progressos que fiz - disse ele. Sua voz perdera o tom áspero, mas seu mau humor permanecia. Anahí sentiu isso em todas suas atitudes.

- Então você conseguiu alguma coisa? Achou uma casa menor? - Uma ótima casa, mas o preço é mais alto do que ela se dispõe a pagar. No entanto, como sua velha residência conseguiu um preço excelente, ainda restará boa quantia para ela. - Passou a mão pelos cabelos e foi para a garagem, pegou o carro e saiu.