Fanfic: Um Homem Sem Compaixão *AyA* (Terminada) | Tema: Anahí e Alfonso

Seu humor afetou-a de maneira estranha e, sentindo-se incapaz de passar outra noite sozinha, ela ficou ao lado das crianças na sala, que não dormiram na hora certa aquela noite, até que, para surpresa de Anahí, Alfonso chegou pouco antes das nove horas.

-  Quis que elas me fizessem companhia - respondeu, à muda interrogação dos olhos do marido. - Eles vão para a cama agora. - As crianças já haviam tomado banho e brincavam sobre um pequeno tapete, montando um quebra-cabeça. - Deixem isso de lado - disse ela, e, com um olhar de desculpa, acrescentou: - Vou preparar o jantar das crian­ças. Logo estarão na cama.

- Não tem importância. Deixe-os um pouco mais. - E completou, hesitante: - Traga o jantar deles para cá.

Deixá-los na sala, àquela hora? Alfonso fora sempre tão rígido com o horário das crianças...

Encolhendo os ombros, Anahí foi para a cozinha e colocou o jantar numa bandeja. Ela parou com a bandeja na mão, vendo, através da porta entreaberta, a cena que se passava na sala. Fiona estava sobre os joelhos do seu tio, com o braço direito ao redor de seu pescoço, tagarelando alegre­mente. Chippy continuava no tapete, guardando as peças do brinquedo, e parecia não estar muito contente. Alfonso fi­tou-o e disse:

-  O que aconteceu, Chippy?

O menino balançou a cabeça e, pousando os olhos em Fiona por um momento, começou a piscar rapidamente. Anahí franziu as sobrancelhas, percebendo que o garoto estava prestes a chorar. Chippy voltou sua atenção para o quebra-cabeça, jogando as últimas peças na caixa. Alfonso perguntou mais uma vez o que ele tinha.

-  O senhor não gosta de mim tanto quanto da Fiona.

-  Por que está dizendo isso?

- O senhor gritou comigo quando estava brincando com minha bola.

Alfonso estendeu a mão para o menino:

-  Desculpe-me, Chippy. Venha sentar-se no meu colo também.

Chippy olhou-o com tanta surpresa quanto seus olhinhos podiam expressar. Alfonso desculpando-se! Chippy correu para ele e as duas crianças ficaram ali, gozando de sua proteção. Anahí sentiu a profunda tristeza de Alfonso, embora não pudesse ver seu rosto. Se ao menos ele lhe contasse o que o preocupava tanto... mas ele nunca faria isso, pois seus pro­blemas estavam ligados àquela mulher.

-  O senhor quer bem a Chippy tanto quanto a mim? - Fiona distanciou-se, examinando o rosto do tio.

-  Amo igualmente vocês dois.

Anahí sabia que Alfonso falara a verdade, pois, embora, no começo, não estivesse particularmente entusiasmado por tê-los em sua casa, não havia dúvidas de que agora os amava com muito carinho.

-  Ele quer dizer que gosta da gente do mesmo jeito

-  informou Chippy, seriamente, à irmã. - Está certo, tio Alfonso?

-  E isso mesmo, Chippy.

Anahí não conseguiu continuar olhando a cena. Era in­capaz de não se emocionar com o tom da voz de Alfonso. E seus braços... como apertavam Chippy e Fiona! Parecia que Alfonso nunca os deixaria livres daquele abraço.