Fanfic: Umbrella | Tema: Darkman 1, 2 e 3
Capítulo 4 –
Não era costumeiro para Peyton estar em um McDonald`s, mas Jenny insistira... E lá estavam eles, novamente conversando. Ela, como sempre, radiante. Ele, apenas um homem comum com uma garota acima de seus padrões, segurando-lhe as mãos como se ele fosse fugir.
- Peyton, pare de olhar a droga do relógio... Eu queria conversar com você... E ontem você me ligou às duas da manhã, eu dormi no meio da conversa.
- Eu percebi – ele riu, debochado. – Estou tão feliz, Jenny! Tê-la encontrado foi a melhor coisa que já me aconteceu! Não dá pra acreditar, você aperta tanto minhas mãos que chega a doer!
Jenny estava encabulada, corada e soltou as mãos de Peyton se desculpando.
- Não, não, você não entende! – ele voltou a agarrar as mãos da garota, eufórico – Eu normalmente não sentia isso, não sentia nada! É como se sei lá, você houvesse dado uma guinada na minha vida! Um milagre atrás do outro!
Que sorriso lindo ele tinha. E como os olhos azuis dele, tão profundos, brilhavam... O coração de Jenny acelerou...
- Peyton... Eu... Eu estou apaixonada por você.
Peyton parou de falar abruptamente, soltando as mãos da garota, espantado. O que ela acabara de dizer...?
- Jenny. Esse que você está vendo não sou eu.
- É sim! – ela disse veemente, se arqueando um pouco para alcançá-lo no outro extremo da mesa de duas cadeiras – É você, e ninguém mais! Não é uma máscara de pele sintética o que eu quero, é você, Peyton, o homem!
Peyton suspirou e passou a mão pelos cabelos falsos. Não era à toa que as prateleiras da estante da garota estavam cheias de romances. Ela já devia ter devorado todos.
- Jenny... O que você ama não é "o homem", e sim a ideia. Você é uma garota nova e cheia de sonhos, fico lisonjeado, mas infelizmente não será possível. Gostaria que continuássemos nosso relacionamento, mas não desta forma. Espero que possa entender.
Foi um discurso tão cheio de finalidade que Jenny nem sabia que argumentos usar para convencê-lo do contrário. Mas ela estava decidida e quando Jenny Parker se decidia, ninguém a fazia desistir!
- Tudo bem, Peyton. Prefiro tê-lo na minha vida nas condições que você estabelecer a perdê-lo. Mas eu também tenho exigências e se tenho que me submeter às suas, você também deve aceitar as minhas.
Ela era mesmo uma garota tenaz, ele pensava, sorrindo.
- Quais são suas exigências?
- Na verdade é só uma. Quero ajudá-lo no seu projeto financeiramente. Amealhei um patrimônio considerável e não tenho família nem pretendo ter. É minha chance de ser útil a alguém que considero muito importante. Não lhe dou escolha. Se você não aceitar minha oferta, partirá meu coração ainda mais.
Peyton ficou tocado. A garota lhe dava, a cada segundo, demonstrações gratuitas de afeto. E ele não tinha nada a oferecer.
- Jenny... Se tudo o que posso fazer por você é aceitar, minha resposta é "sim".
- Quanto tempo você ainda tem? – perguntou Jenny, para mudar de assunto e fingir indiferença.
- Quarenta minutos.
- Ótimo, é tempo o suficiente! Leve-me para conhecer seu laboratório.
Peyton quase engasgou com o Cheddar McMelt que não estava mastigando.
- Sabe que não posso levá-la até lá, não sabe?
Jenny focou em Peyton seu olhar azul piscina e piscou, com aqueles cílios tão perfeitos que até pareciam postiços e disse:
- Você não confia em mim? Não quer que eu faça parte da sua vida por completo?
E fez beicinho com seus lábios avermelhados.
Peyton suspirou, hesitante.
Ah, ela pensou... Isso nunca falhava...
Os dois foram pelos subterrâneos do metrô, com Jenny se impressionando com tudo, mas disfarçando, silenciosa. Quando Peyton subiu num pequeno trem de carga e a ajudou a fazer o mesmo e o veículo começou a se mover, ela não conseguiu conter uma exclamação.
O trem sempre tocava a gravação "Seja bem-vindo, Dr. Westlake!" e Jenny, não estando preparada, levou um susto, o que fez com que Peyton risse. Ele começou a digitar os comandos enquanto a gravação falava sobre os sistemas, e as atualizações do dia. Tudo era incrível e novo para Jenny.
O computador saudou o Dr. Westlake e Jenny começou a explorar o local.
- Cuidado, Jenny... – disse Peyton, um pouco consternado. – É tudo muito frágil.
- Não sou criança, Peyton. Não vou tocar em nada.
Era um local até aconchegante, apesar de parecer uma fábrica abandonada cheia de parafernálias, as quais ela não sabia para que serviam.
Mas a principal era um vaso enorme de vidro, cheio de uma espécie de líquido pegajoso.
Peyton aproximou-se de Jenny pelas costas.
- É isso, não é? – ela perguntou, sentindo a presença do outro.
- Sim. É a pele sintética.
- Como funciona? Mostre-me.
Peyton selecionou uma foto sua e colocou dentro de um scanner. Ele digitou alguns comandos e uma imagem de seu rosto foi criada no computador. O sistema anunciou que estava iniciando o scan digital da fotografia e gerou uma imagem holográfica tridimensional.
- Incrível! – exclamou Jenny.
O vaso com o líquido viscoso começou a borbulhar e emitir ondas de eletricidade. Quando o processo terminou, Peyton se aproximou do objeto e retirou lá de dentro uma máscara viscosa.
O rosto dele.
- Uau! Isso é muito legal. – disse Jenny, que agora realmente parecia uma criança. – Posso tocar?
Peyton riu.
- Venha cá. – Ele deu a ela o microscópio – Olhe. Vê as células?
- Que legal. – Ela disse, olhando. - Bem, o cientista aqui é você. Não sei o que eu deveria ver.
- O problema é que há um padrão correto para se organizar as células e eu não sei qual é. Por isso a pele nunca passa dos noventa e nove minutos. Talvez essa amostra fosse a correta, mas você me distraiu e eu não marquei, logo não saberei mais – ele disse, sorrindo, e como ficava bonito quando o fazia.
Jenny não entendeu nada do que ele estava falando, mas o beijou, num ímpeto. Ele, pêgo de surpresa, nem teve como evitar. E o pior foi o que ele sentiu, como se impulsos elétricos percorressem todo seu corpo. Naquele momento, realmente parecia que ele precisava dela, era dela, aquilo era o certo...
Até que seu cronômetro começou a apitar.
- Vá embora agora, Jenny! – ele se afastou e se virou para o lado.
- Não! Eu quero ver!
- Você não acha que já viu o suficiente? – ele disse, tirando a máscara, que já não resistia mais ao tempo.
- É, Peyton... – Jenny disse. – Parece que essa também foi um fracasso. Você não soube organizar as células. Mas juntos vamos conseguir, certo?
Jenny sabia que se Peyton tivesse lábios naquele momento, teria sorrido, ou até rido, e como ficaria bonito se o fizesse... Era o primeiro sinal de aceitação.
- Jenny... Você é tão difícil. Não temos nenhum futuro! E se as pesquisas não derem em nada? Que vida posso lhe dar?
- Não seja idiota! Eu já sou bonita o suficiente para nós dois, Peyton. Ao menos, deixe-me tentar. Dê uma chance a nós.
Ela merecia crédito, pois correu para os braços dele para provar que estava falando sério. Peyton realmente já amava aquela garota, seu coração, sua alma e seu ser já estavam tomados por ela. Mas ele ainda não tinha certeza de algo, mesmo enquanto seus braços a envolviam.
Ele iria vencer a barreira dos noventa e nove minutos e fazer essa pele durar até cem anos. Nem que fosse a última coisa no mundo.
Autor(a): Lonely Loony
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Capítulo 05 – Sempre da mesma forma. Fazia dois meses e já estava chateando Jenny. Sempre havia tanto que ela queria dizer, mas os malditos "noventa e nove minutos" nunca permitiam! E outro assunto delicado... Ele raramente a tocava, e quando o fazia, era por iniciativa dela. Ainda assim, apenas para beijos furtivos e rápidos, como se ...
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