Fanfic: Umbrella | Tema: Darkman 1, 2 e 3
Capítulo 05 –
Sempre da mesma forma. Fazia dois meses e já estava chateando Jenny. Sempre havia tanto que ela queria dizer, mas os malditos "noventa e nove minutos" nunca permitiam!
E outro assunto delicado... Ele raramente a tocava, e quando o fazia, era por iniciativa dela. Ainda assim, apenas para beijos furtivos e rápidos, como se tudo fosse muito proibido e perigoso.
Jenny chegava em casa e chorava. Não sabia se as pesquisas de Peyton estavam evoluindo, ele não falava muito sobre o assunto (talvez para não chateá-la ainda mais devido a falta de resultados), mas ela sabia que o progresso era provavelmente quase nulo. Muitas vezes, quando eles se viam, ele parecia infeliz e frustrado.
Mas hoje ela conversaria com ele sobre isso, sobre tudo! Sobre as pesquisas, sobre evitá-la... E sobre aqueles malditos noventa e nove minutos!
Ela penteou os cabelos louro platinados até eles brilharem mais que a lua e se olhou orgulhosa no espelho. Tudo bem, ninguém precisava saber que era tingido... Bem, Peyton já sabia, ela pensou, suspirando. Escolheu em seu extenso guarda-roupa um vestido de alta costura próprio para a noite, na altura dos joelhos e com pregas e um sapato dos seus favoritos, Manolo Blahnik. Se admirou no espelho novamente. É... Se não conseguisse impressionar um homem com um figurino daqueles, nada daria certo. Completou com um perfume Chanel e foi encontrá-lo.
Peyton chegou ao Chez Paris com meia hora de atraso. Jenny já havia tomado um quarto de uma garrafa de vinho e estava meio tonta.
- Você está atrasado. – ela disse, se recompondo, enquanto ele sentava.
- Desculpe. Eu tive problemas com o projeto e não podia largar no meio. Não quis deixá-la esperando. – ele disse, segurando-lhe as mãos ternamente.
Toda a mágoa e insatisfação de Jenny se dissolveram com aquele gesto. Ela sentiu foi uma imensa raiva por sua falta de controle emocional.
- Eu sei que não tenho podido lhe dar atenção... – ele disse, terno – Mas não pense que o problema é com você. Eu ando muito ocupado e estressado com a pesquisa e tem mais, fico triste porque o trabalho não está evoluindo como deveria e seu investimento não está valendo a pena...
- Peyton! – ela o interrompeu – Peyton, meu amor, só faz dois meses. Não seja tão duro consigo mesmo. Eu não espero que você vá encontrar uma solução milagrosa. Sei que essas coisas levam tempo...
E por falar em tempo, Peyton agora tinha exatamente quarenta e cinco minutos.
- Peyton, se você olhar para esse maldito relógio mais uma vez, eu faço um escândalo, juro que faço. – Jenny disse irada, mas com a voz mais contida que conseguiu articular.
- E o que quer que eu faça? – disse Peyton, com mais raiva ainda. – Ande por aí como um monstro? Você me exibiria com orgulho, não é? Quem sabe assim eu não conseguiria angariar mais fundos para a minha pesquisa?
- Você é um idiota.
O garçom apareceu em boa hora para interromper a discussão, ou não tão em boa hora assim. Ele não percebeu nada, e começou a falar:
- Perdão, Srta. Parker, mas a lagosta vai atrasar um pouco. Tivemos um pequeno problema na cozinha, pedimos que esperem apenas quinze minutos a mais. Devido a esse inconveniente, a refeição é por nossa conta.
Jenny estava abrindo a boca para agradecer, mas Peyton se levantou, enfurecido:
- Quinze minutos! Quinze minutos! Esse deveria ser o melhor restaurante de Nova Iorque, não é, Jenny? - e Peyton atirou a garrafa de vinho contra a parede mais próxima, quase atingindo um casal tão estarrecido quanto Jenny e o garçom.
- Peyton, vamos embora. Você está fazendo uma cena!
Ela nem precisava pedir. Peyton já estava saindo e Jenny o seguiu em direção a uma noite ventosa e agitada.
Peyton sentiu-se ainda mais frustrado. Tinha certeza de que não teria mais ataques de fúria quando sensibilidade retornasse. Bem, ao menos eles não eram mais tão frequentes...
Ao abrir a porta do restaurante, Jenny começou a gritar, trazendo-o de volta à realidade:
- Seu idiota! Por que fez isso?
- Jenny, não quero brigar. Mas acho que devemos acabar por aqui!
As pernas de Jenny ficaram bambas. Não, ela não queria terminar. Só queria conversar. Só queria esclarecer algumas coisas...
- Espere, Peyton – ela disse, segurando-lhe o braço para que ele não fosse embora – Não precisa acabar assim.
Ele se esquivou e olhou para ela, um olhar duro, e disse:
- Vai acabar assim! Nós dois somos muito diferentes! Não só na aparência, mas em mundos, em tudo!
- Eu sei, eu sei, mas podemos superar isso, podemos...
- Não Jenny, essa farsa acabou! Você é uma garota frívola e superficial e eu jamais deveria ter me envolvido com alguém assim! Se eu não estivesse tão sozinho e tivesse escolha, com certeza isso não teria acontecido!
O lábio inferior de Jenny tremeu e ela sentiu algo dento dela morrer com aquelas palavras. Ah, e o ódio, o amargo na língua... As lágrimas que queriam jorrar em torrentes, a vontade de berrar e implorar para que ele retirasse o que disse...
Mas não! Jenny Parker nunca se humilhava! Ela o faria se arrepender!
- Vá para o inferno, Peyton Westlake! – Ela gritou, correndo para longe dele, sem conseguir evitar que as lágrimas escapassem, para sua mortificação. – Vá para o inferno!
Ao mesmo tempo em que Jenny proferia suas maldições, ela podia ouvir alguém gritando seu nome ao longe. Mas o zumbido em seus ouvidos era muito alto e ela não enxergava nada... Ela só ouviu uma buzina, viu luzes tão fortes que pareciam até as de holofotes, antes que seu corpo se chocasse violentamente contra algo e não sentiu mais nada.
- Jenny! Jenny! – Peyton gritava com toda a força que podia, mas Jenny não podia ouvi-lo mais, pois agora jazia deitada no meio da rua, atropelada por uma caminhonete, talvez a mesma da qual fora salva há dois meses atrás.
E Peyton se sentiu mesmo no inferno.
Autor(a): Lonely Loony
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Capítulo 06 – Peyton estava um lixo, "literalmente", pensava ele. As mãos, o rosto... A pele só duraria mais quarenta e cinco minutos, mas ele estava esperando Jenny sair da sala de cirurgia há mais de dez horas. E segundo os médicos, seu estado era grave. Peyton colocou as mãos deformadas no rosto e chorou copiosamente ...
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