Fanfic: I trusted you Cas | Tema: Supernatural

Capítulo 1 – Eu vi o que você fez, Dean.

                                               Fort Collins/Colorado – 01:00 am

                Passos rápidos ecoam em um beco hostil. Uma moça ao celular, fala as pressas, procurando algo em sua bolsa.

                - Sim, sim já estou chegando em casa, teve muita coisa pra fazer hoje na aula, tava estudando até agora, acredita? Aqueles professores são meio malucos, eu te falei... – Um estrondo parecido com alguém esbarrando em uma lata de lixo quebra sua conversa – E... Espere um minuto Carl, acho que tem alguém aqui...

                - Julia? Não acho bom você ir, continue andando, ....- A voz no telefone fala com as paredes frias e úmidas do beco.

                - Ola? Tem alguém aqui? – A moça vai se aproximando das latas de lixo.        

    - Julia! Não! Sai daí, ta de noite já, pode ser apenas um gatinho... – O homem suplica.

                - Seja quem for, pode sa... – Mas antes de completar a frase, a jovem cai no chão, dura como pedra, o celular ainda em suas mãos, escapa num último minuto e cai.

                - Alo? Julia? Julia?! Não brinque comigo, você esta ai? Juliaaaaa??! – O homem grita apavorado até ser respondido.

                - Julia não está no momento, ligue pra ela assim que ela se encontrar disponível – Responde a voz áspera que sai da boca de Julia.

                O celular se fecha, a bolsa é pega do chão, as roupas são arrumadas, o cabelo amarrado, e com os olhos negros a moça se retira do beco.

                                   Fort Collins / Colorado – 17:00 pm

            - Então o tal demônio foi primeiramente visto ao meio dia na loja, e depois? – Sam pergunta, terminando seu café.

            - E depois ele tomou um chá de sumiço. – Dean responde, espantando os mosquitos de seu hambúrguer.

                - Onde você acha que ele possa esta... Ei! Veja só : “Mulher encontra-se desaparecida desde a madrugada de ontem - Dean volta sua atenção para Sam -  Voltando para casa a jovem Julia Grimes, 25, desapareceu quando passava pelo pequeno beco da rua S Sherwood St, o marido, com quem estava conversando ao celular, disse em testemunha que ela ouviu alguém, e minutos depois disse que não estava disponível. Julia não tinha problemas mentais, mas estava um pouco estressada por causa da universidade que fazia... qualquer noticia de seu paradeiro é só ligar para...”– Sam termina de ler, e faz uma cara de “o que você acha disso?” para Dean.

                - Bom creio que o achamos, ou melhor, a achamos. – Diz Dean, levantando da cadeira, e saindo da lanchonete, Sam o acompanha.

                - Então, ele, ou ela, entrou no corpo dessa mulher, mas, se ela esta aqui, quer dizer que o Lúcifer também está aqui, certo? – Pergunta Sam, andando e desligando o computador ao mesmo tempo.

                - Seguindo esse raciocínio, ele já deve ter alguém... – Dean abre a porta do carro e vai em direção ao hotel aonde estavam hospedados.

                - É, mas, o Lúcifer é um anjo, caído, mas mesmo assim, quer dizer que ele precisa de permissão para poder ter um corpo, o que não dever ser fácil sendo quem ele é... – Sam joga o laptop no banco de trás.

                - É melhor a gente ligar pro Bobby – Dean pega o celular – Alo? Bobby? Então, acho que encontramos nosso amiguinho. Alguma noticia a acrescentar? –faz-se uma pausa - Não? - Dean faz uma cara de procupado - Tudo bem, vou ver o que podemos fazer aqui...

                - Nada? – pergunta Sam.

                - Não, mas pelo menos a gente vai ter um tempinho pra descansar, por que a tal Julia não está muito apta de sair correndo por ai, está meio cansadinha, tava meio que enferrujada depois de tanto tempo sem sair.

                - Isso é bom, amanhã a gente pode ir falar com o marido da moça, pra saber de mais alguma coisa... – Os dois entram no quarto e se jogam na cama.

                Fazia um tempinho em que eles não tinham uma folga de verdade, na maioria das vezes era dormir às três da manhã, acordar as oito, viajar, caçar, voltar a dormir. Mas nesses últimos anos, descanso ou sossego, não estavam no cardápio, e agora eles definitivamente não estão incluídos.

                No outro dia, os irmãos se deram o luxo de poder acordar mais tarde, se dirigiram a uma lanchonete qualquer, e esclareceram as noticias já recolhidas:

                - Então, vejamos, chegou aqui pela madrugada de ontem, e depois apareceu novamente ao meio dia, e até agora está sem dar as caras, são onze da manhã, logo logo ela deve aparecer – Sam fala concentrado em qualquer noticia que possa aparecer no site das noticia da cidade.

                - Aaaah – Dean toma um golão de café – Essa história de... – abaixa o tom de voz – Essa história de big Boss na terra, não está me deixando muito confortável, vamos achar logo esse bastardo e fazer as perguntas diretas, e assim que acabarmos aniquilamos o infeliz.

                Ao lado de Dean no balcão, uma jovem se engasga com o suco que tomava. Dean e Sam se viram pra ela, que, se contorce toda, mexe a cabeça, pisca várias vezes os olhos, tira o dinheiro do bolso apressada, e sai da lanchonete como se nada tivesse acontecido.

                - Você viu o que eu vi? – Pergunta Dean retirando o dinheiro do bolso.

                - Olhos negros? Com certeza – Ambos se levantam e saem correndo atrás da jovem.

                Silenciosamente, os dois a seguem, um quarteirão, dois quarteirões, até que, em uma esquina, ela para. Vira apressadamente a cabeça, e continua andando, os irmãos continuam a seguindo, porém agora mais rápido, e mais rápido, até o ponto de que estão todos correndo.

                - DEAN!! – Sam para de correr e aponta para um pequeno beco no meio do quarteirão – continua seguindo ela por ai!

                Sam corre o máximo que pode, Dean está atrás do demônio, ambos viram a esquina, até Sam aparece a frente de Julia, e a segura pelos braços.

                - Te peguei! – ele a segura com força, porém ela o morde com mais força ainda – Ai ai! Mas o q... – Com a dor na mão, marcada por bem contáveis 24 dentes, ele a solta sacudindo a mão rapidamente, e já se preparando para correr novamente.

         Só que a "moça" era rápida de mais, e já estava a uma boa distancia dos irmão

                - Há há, suckers!!– grita a suposta Julia para os Winchesters, ambos se apoiando nos joelhos, arfando, e ela continua a correr.

                - Aaaaaargh, mas agora eu fiquei puto. – Dean torna a correr, pega o Colt do bolso, atira em seu pé. Ela cai imediatamente, mas continua a tentar fugir, se arrastando – Deu pra você queridinha – sussurra Dean, chegando perto e a algemando.

Passadas quatro horas, os irmãos encontram finalmente um lugar, aonde podem fazer o demônio desembuchar: Um galpão quase na saída da cidade, abandonado, e caindo aos pedaços, perfeito. Bem no meio, atada a uma cadeira, presa a um circulo protetor, arfando de raiva, e se debatendo na cadeira, esta a possuída Julia:

- NUNCA , NUNCA IREI FALAR NADA! – Ela grita o mais alto que pode -  DA ÚLTIMA VEZ QUE ABRI MINHA BOCA PRA CONTAR ALGUM SEGREDO, ME FERREI BONITO, ENTÃO PODEM ESQUECER.

- Ora, se você não vai falar por bem, pode ser por mal. – Diz Dean mergulhando uma faca em um balde cheio de água benta – Muito bem...

- Você não me assusta com esses seus truquezinhos, você não me via no inferno, mas eu via você. Ou melhor, eu observava você, estava se divertindo demais para, agora, dar uma de bom moço não acha? Dava pra ver no seu rosto, dava pra ver como você se divertia com a dor dos outros, eu vi o que você fez Dean – Provocou Julia.

- Calada – Sam chega por trás e joga nela um pouco de água benta.

- AAAAAAAAAAARGH – ela grita de dor, se debate na cadeira, e então finalmente diz arfando– Isso, isso...  Isso não dói absolutamente nada – ela levanta a cabeça e começa a rir – Pode jogar o quando você quiser dessa belezinha ai que eu não vou sentir nada, pra falar a verdade, pode por essa corda – Com uma força que não aparentava antes, Julia rasga a corda que a prendia na cadeira – pode por esse desenho horrível – Ela atravessa o circulo protetor, fazendo Sam e Dean darem um passo para trás – Pode por o que você quiser, mas nada, nadinha, vai me afetar. Porque eu não sou um demônio normal – Ela começa a dar rodopios, e a estender os braços, se glorificando, e dando gargalhadas de satisfação.

- É porque você não é um – Uma voz áspera fala por trás dela, no escuro. Julia se vira e dá um passo para trás.

- Castiel – Fala Julia, encarando o anjo que se encontra no escuro.

- Sarah – Castiel dá um passo da frente.