Fanfics Brasil - Capítulo 5 - Enfim Mudando (Rafael Rachmaninob) Legado - Escuridão

Fanfic: Legado - Escuridão


Capítulo: Capítulo 5 - Enfim Mudando (Rafael Rachmaninob)

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A tristeza ainda pairava sobre a nossa família, mas estávamos prestes a superar isso. Estávamos tentando, realmente tentando. Eu ainda estava abalado, mas me fazia de forte, me mostrava bem, eu precisava passar confiança para a Katrina. Os meu irmão, esses eu tinha certeza de que estávam fazendo o mesmo que eu. Nesses ultimos meses a vida fugiu dos olhos de minha irmã. Ela estava sempre abatida, fitando o vazio. Eu podia perceber a tristeza. 


Pelo que pude perceber ela era a quem mais sofria nessa história. Nós sabíamos que ela tentava ao máximo passar a imagem de forte. Estávamos fazendo de quase tudo para animá-la, a mantinhamos quase sempre ocupada para que ela não pensasse muito no acontecido. Seu sorriso já não era o mesmo, sua fisionomia já não era a mesma. Ela nunca tirava os óculos, a não ser que fosse de extremo necessário.


A sua melhoria estava vindo com o tempo, e esse tempo também nos servia para achar esplicações. Não sabíamos o por que da morte dos nossos pais. Estávamos empenhados em descobrir, procurávamos por rastros e outros caminhos que pudessem nos levar a uma resposta, mas a única coisa que vinha era um hiato. Buscávamos pistas até nas menores coisas, porém nada se revelava importante. 


Muitas vezes viajávamos em segredo, fomos a vários lugares, ao instituto, a uma de nossas antigas casas... E foi nessa casa onde encontramos as filmagens do nosso primeiro dia como Spectros. Fomos felizes nesse dia, muito felizes. Enquanto tentávamos controlar os nossos poderes, a Katrina filmava e eu pude perceber a admiração em seus olhos, o sorriso em seu rosto ao nos olhar. Pude ver que ela queria ser como nós, mas pelo visto ainda não estava preparada para mudar. 


Depois de algum tempo, eu e meus irmãos tivemos o impulso de relembrar esses velhos momentos. Colocamos os DVDs e começamos a assistir. Logo, quase todos os presentes na casa se reunirão na sala e nos acompanhavam, com exceção de Katrina, que estava sozinha em seu quarto, como gostava de ficar. Vendo as cenas, todos rimos e nos divertimos, foi realmente engraçado esse dia. Penso que ao escutar as nossas risadas, Katrina desceu, curiosa como ela é, provavelmente queria saber o motivo do barulho. Sentou-se em um dos degraus da escada, silenciosamente. 


Ao ver que ela sentara, eu e meus irmãos nos olhamos, não sabíamos qual seria a reação dela. E com receio, continuamos a assistir. Minutos depois, logo após perceber do que se tratava, Katrina levanta-se rapidamente e se direciona para fora da casa. Tive uma imensa vontade de ir atrás dela, abraça-la e dizer que estava tudo bem, que tudo já estava ficando no passado, porém, reprimi essa vontade, eu sabia que ela queria ficar sozinha, ela não gostava de pessoas à seu redor enquando chorava. 


Passou-se algum tempo, então resolvemos ir atrás dela. Porém, quando estávamos de saída, o Dean ofereceu-se para ir, com um pouco de receio, concordamos com a sua oferta. Ele tinha se tornado um grande amigo para a Katrina, então, ele talvez tivesse ganhado um tipo diferente de confiança e fidelidade da parte dela. Após algumas horas, eles estavam de volta. Katrina subiu imediatamente para o seu quarto, pude ver que ela ainda estava abalada. Por sua vez, o Dean veio até nós, sentou-se e nada falou.


- O que aconteceu? – Perguntou o Damon.


- Ela passou a tarde sem nada a falar como sempre. 


- E você não falou nada? – Perguntei.


- Não. Ela não queria que ninguém fosse atrás dela, então eu fui, de intrometido, resolvi não falar nada. – Respondeu ele. – E então, quando vocês vão fazer outra excursão atrás de pistas? Na próxima eu vou com vocês.


- Não sabemos. Encontramos algumas pistas que indicavam uma floresta, na Rússia.


- Rússia? 


- Sim, talvez lá encontremos algum esconderijo ou alguém ligada à aquele filho da…


- Epa. – Gritou a Beth, interrompendo-me.


- Desculpe. – Falei, rindo. 


- Temos um bebê aqui. – Completou a Júlia. 


- Na verdade temos dois. Você e a Lili. – Falou o Jason, tentando implicar com a irmão.


- Eu? Olha aqui seu…


- Júlia… - Beth advertiu novamente. 


- Ok, me desculpe mãe, mas foi ele quem começou.


- Não mãe, foi ela. 


- Eu já entendi, eu sei que você sentem um enorme e mútuo amor. Mas por favor, parem de discutir! – Finalizou a Beth, rindo.


- Tá, tá bom, mas se ele vier discutir de novo eu vou bater nele. – Falou a Júlia, em um tom ameaçador.


- Você? Batendo em mim? – Falou  Jason, duvidando e divertindo-se com a hipótese.


- O que? Você está duvidando da minha capacidade? – Perguntou a Júlia, desafiadoramente. 


- Claro que não. Só estou dizendo que você não é páreo para mim. 


- A, vamos lá Jason, nós somos da mesma espécie, então eu posso muito bem ser páreo para você!


- Não pode, eu sou homem. 


- Posso sim! Isso não é desculpa. – Retrucou  Júlia, aproximando-se dele, e com um movimento rápido, deu um tapa em sua cabeça.


- Mas o que? – Peguntou ele, devolvendo o tapa.


- Eu não vou mais me meter. Se quiserem realmente brigar, vão para o lado de fora, eu não quero ver a minha casa sendo destruída. – Reclamou a Elizabeth, empurrando-os porta afora, e ao fazer isso, todos os seguiram para ver o que iria acontecer. 


- Olha aqui seu idiota…


- Quem começou me batendo foi você. – Enquanto dicutiam andavam em circulos, fazendo com que um não se aproximasse do outro.


- Mas quem começou a discutir foi você seu idiota. – Falou a Júlia, imediatamente dando um choque em seu irmão. 


- Mas o que é isso? – Questionou novamente o Jason, imediatamente devolvendo o ataque inesperado.  


Ao receber o ataque a Júlia olhou-o enfurecida e ao receber esse olhar a expressão do Jason passou de assustada para divertida, um sorriso debochado nasceu em seu rosto como retribuição. Vendo esse sorriso, Júlia não se conteve e com rapidez vi seu corpo se chocar contra o do Jason, cujo sorriso desapareceu instantâneamente. Enquanto Júlia acertava intensos ataques que machucavam e marcavam, mas se curavam imediatamente, Jason tentava segurá-la, ele era consciente e não bateria na irmã mais nova, apenas um ano, porém mais nova. 


Após apanhar um pouco, Jason começou a levar as coisas um pouco a sério e a empurrou, da maneira mais sutil que pôde, mas ainda assim de um modo bruto. Ela caiu, levantou-se e direcionou-se novamente ao irmão, porém no meio do caminho seu corpo foi pego e suspenso pelo Dean. 


- Me solta! – Falou ela, enquanto se debatia tentando sair do aperto. 


- Não… - Respondeu o Dean, simplesmente, colocando-a sobre os ombros.


- Eu tenho que terminar de bater naquele idiota… 


- Primeiro, você não vai bater em seu ninguém. Segundo, você não consegue bater nele, ele é mais forte. Terceiro, se você continuar tentando me bater eu vou fazer pior. 


- Isso aí mano, segura ela. Eu não quero machucá-la! – Falou o Jason, impondo um ar superior nesta ultima frase.


- Cala a boca seu idiota, se não você vai piorar as coisas.


- Tá bom, parei.


- É melhor parar mesmo! – Gritou a Júlia.  


- E você também, sua istérica. – Retrucou o Dean, levando-a para dentro de casa. E todos entraram.  


- Desculpem-se! – Ordenou a Elizabeth.


- Eu? Me desculpar com esse idiota. Se ele pedir desculpas eu posso até aceitar.


- Não, os dois tem de pedir desculpas. 


- Desculpe-me Júlia. – Falou o Jason com sinceridade e um sorriso no rosto.


- Desculpe-me, Jason. – Falou Júlia, demorando um pouco a responder.


Algum tempo depois da briga, eles estavam agindo normalmente um com o outro, desde que eu os conheci foi assim, e penso que seria assim por quase toda a eternidade, ou não…


Estava ficando tarde, então resolvi ir dormir, um sono cheio de sonhos, sonhos esses que retratavam coisas que aconteceram em nosso tempo de felicidade. Coisas boas, situações variadas em que nos encontrávamos em diversos momentos, diversos lugares, com diversas pessoas…


Pela manhã, ao levantar, me dirigi ao quarto dos meus irmão, eu queria acordá-los. Dirigi-me ao quarto do Luca primeiramente, ao abrir a porta o vejo esparramado na cama, apenas de bermuda, o edredom jogado no chão, seu braço direito pendura… Aquela figura quase idêntica a mim, que eu amava incondicionalmente – após pensar isso percebi o quão gay aquele pensamento havia sido. Afugentando esse pensamento me direciono rapidamente a cama. Prefiro ir flutuando para não fazer nenhum barulho – era automático, meus poderes atendiam quando eu simplesmente pensava em usá-los, apenas segundos de uma falsa concentração – preparei-me e logo em seguido saltei, mergulhando em cima do Luca e fazendo com que nós dois caíssemos no chão.  Ao acordar ele me olhou... Na verdade me fuzilou com os olhos, se levantou do chão e foi em direção ao banheiro de seu quarto. Fiz exatamente o mesmo com Damon, mas levei um soco no estômago em resposta, ele ficou um pouco mal humorado, mas logo este estado já havia passado. 


Desci para tomar o café da manhã, mas incrivelmente a Elizabeth não estava na cozinha. Era estranho, pois ela sempre o estava fazendo neste horário. Resolvi procurá-la, ela podia estar no quarto da Katrina.  Aproximando-me do quarto de minha irmã escuto Eslizabeth tentando acordá-la, penso que sem muito sucesso. Ao abrir a porta do quarto vi que Elizabeth estava acompanhada do Dean, Jason e Ryan, os quatro estavam tentando acordá-la, balançavam-na, chamavam seu nome, mas ela não respondia, estava em algum tipo de sono profundo.


Logo os outros moradores da casa estavam no quarto tentando animá-la. Estávamos quase entrando em pânico, ela não dava sinal de consciência.  Ryan, como doutor, examinou-a e não encontrou nenhum sinal médico que pudesse explicar. Horas foram passando e nada. Ela não dava nenhum sinal. A única certeza que tínhamos era que ela estava viva. 


Tempos depois uma idéia passou por minha cabeça. Uma idéia plausível, que poderia explicar esse estado de “coma”. Fiquei tão preocupado com minha irmã que eu não havia percebido antes. 


- E se... – Iniciei, mas logo me interrompi.


- E se...? – Falou o Luca, querendo que eu continuasse aquela frase inacabada.


- E se a Katrina estiver em processo de mudança? – Completei. E logo em seguida todos estavam mergulhados em seus pensamentos, animando-se rapidamente com essa hipótese.


- Será que ela está em transição para Electra? – Perguntou o Damon, levantando-se, animado.


- Tomara que sim... – Falou o Dean. – Agora a única coisa que podemos fazer aqui é esperar.


- Quanto tempo a transformação leva? 


- Varia... – Respondeu o Ryan. – Então, esperaremos.


E assim o fizemos. O primeiro dia se passou, e ela ainda não tinha dado nenhum sinal de que acordaria – mas é claro que não, a transformação é demorada e não seria tão rápido assim. Não sabíamos se a transição mudaria alguma coisa, se ela voltaria a enxergar, nós realmente estávamos esperando que isso acontecesse, porém a incerteza vencia algumas vezes, não havia nenhum histórico como o dela.


Eu e os outros estávamos praticamente contando os dias, mesmo sem saber quanto tempo isso levaria para se completar. Ainda não haviam se iniciado as mudanças físicas, penso que as mudanças internas aconteciam primeiramente. 


Três dias passados e nada ainda, mas nós tínhamos de ter paciência, isso levava no mínimo quatro dias para acontecer. Tentávamos pensar o mínimo possível nela, às vezes ficávamos plantados em seu quarto, esperando que ela abrisse os olhos.  Após o quarto dia nós percebemos que não adiantaria nada ficar lá, apenas observando-a. Resolvemos dar essa notícia para o Daniel, nosso amigo e diretor do instituto, pois logo a Katrina faria parte daquilo.


- Instituto LichtSpectrum! – Falou uma voz feminina; provavelmente era a secretária do Daniel...


- Olá, eu quero falar com o Daniel Freudenthaler.


- Quem deseja? – Perguntou-me, irritando-me um pouco, ela não podia simplesmente passar a ligação? Mas logo percebi que ela só estava exercendo o seu trabalho.


- Rafael Rachmaninob.


- Aguarde um momento, por favor. – Disse ela, fazendo-me esperar, porém alguns segundos depois uma voz masculina falou ao telefone.


- O que você me traz, Rafa? – Perguntou o Daniel, animadamente.


- Oi cara, eu acho que a Katrina está em processo de transição.


- Que notícia maravilhosa! – Respondeu ele, animando-se mais ainda com a notícia.


- Cara, ela está dormindo há quatro dias. Mas eu quero ter certeza...


- Vai lá, checa a temperatura dela, veja se está mais alta do que o normal e veja também se o coração dela está acelerado.


- Ok. Por que eu não pensei nisso antes? – Questionei a mim mesmo.


- Por que... Talvez você seja um pouco idiota! – Falou ele, percebi que fez questão de responder a minha pergunta retórica. – Acho melhor eu ir preparando as coisas para colocá-la entre os alunos. Quanto antes ela entrar, melhor!


- Sim, espero que ela acorde logo!


- Mano, eu estou até vendo vocês no quarto, fissurados, esperando ela acordar.


- Você não faz idéia de quão angustiante é essa espera. 


- Na verdade eu tenho idéia sim!


- Posso te fazer uma pergunta?


- E por que não já fez?


- Bem, eu queria saber quais são as chances de a Katrina voltar a ver!


- Olha, eu realmente não sei... Mas ela tem enormes chances tanto de voltar a ver e de não voltar a ver, isso é muito relativo. – Falou ele, assumindo um tom de seriedade. – Mas eu realmente espero que ela volte a ver!


- Todos nós esperamos por isso.


- Ok, agora eu tenho de desligar. Mande lembranças para o Luca, Damon, Ryan, Beth, Dean, Jason, Júlia e para a pequena!


- Por que você não disse simplesmente: “Mande lembranças para todos!”? Ah, eu sei, por que você é um idiota! – Falei, respondendo a minha própria pergunta.


- Ok, eu mereci essa. Tenho de ir mesmo agora. Tchau cara!


- Tchau! – Respondi, desligando o telefone.


Logo após desligar o telefone, informei a todos, ou melhor, relembrei a eles o que Daniel disse. Assim, fomos checar, e lá estavam esses sinais, seu corpo estava muito quente, se ela ainda fosse humana já estaria morta; seu coração batia com velocidade e força incríveis.


Uma semana passada e ainda nada de acordar, nem mudança s físicas haviam ocorrido ainda. Mas esperávamos ansiosamente. Júlia e Elizabeth limpavam-na e trocavam suas roupas. Nesses últimos meses Katrina não tinha poder de escolha em relação ao vestuário, tenho certeza de que se ela visse com quais roupas estava sendo vestida as tiraria e as jogaria longe. Algumas vezes rosa, rendas e babados... Nenhum desses itens nunca esteve presente no guarda-roupas dela.


Em um desses dias percebi uma coisa, enquanto dormia, Katrina parecia estar com um leve sorriso em seu rosto, aparentando ter um bom sonho, ou estar mais do que satisfeita com o que se passava. Um lindo sorrisinho que quase nunca aparecia estampado em seu rosto, não desde os acontecimentos passados.


 


ㅤㅤㅤㅤ


Mais dias decorridos, uma semana e meia havia quase sido completa. Algumas poucas mudanças eram aparentes. Ela estava maior, seus traços ficaram mais bem marcados, porém esses sinais só eram visíveis para não humanos. Todos já estavam ficando preocupados, não havíamos ouvido falar de um Electro que levou mais de duas semanas para se transformar. Tentavam nos tranqüilizar, porém de quase nada adiantava. 


Resolvemos procurar coisas para nos entreter, jogávamos futebol, ElectriBall, nadávamos, saíamos... Porém, nossos pensamentos ainda estavam focados nela. Fomos convidados para uma festa, uma festa composta por Spectros e Electros. Em nosso mundo esses tipos de festas são muito comuns. Todos riem e dançam animadamente. Sem se preocupar com o tempo. Normalmente viravam a noite, sem brigas, sem tensões...


O convite chegara a nós três dias antes da festa, e todos passamos esses três dias discutindo para ver se iríamos ou não.


- Eu acho que vocês deveriam ir! – Falou Ryan.


- Mas... – Damon tentou argumentar, mas logo foi interrompido.


- Divirtam-se! - Disse Beth, incentivando-nos. 


- Eu também acho que deveríamos ir. – Falou Júlia. – Além do mais, Katrina está dormindo e não vai fugir de casa!


- E nós ficaremos aqui! – Completou Ryan.


- Mas vocês também foram convidados! – Retrucou Luca.


- Mas quem ficará com a Lili e com a Katrina? – Questionou Beth.


- Eu! – Disse Dean, respondendo a essa pergunta.


- Não, você também vai.


- Ok, nós vamos. – Falou o Jason.


- Você fala por mim agora? – Perguntei.


- Não, ele não fala por você. E não me interessa, vocês vão de todo e qualquer jeito. – Ordenou Ryan.


- Ah, mas que merda! – Exclamou o Luca.


- E essa discussão acaba por aqui! – Falou Beth com autoridade, encerrando aquela conversa que já havia durado tempo demais. 


As únicas pessoas que realmente queriam ir eram Júlia e Jason. A hora chegou, nos arrumamos, pegamos o carro e fomos. No caminho praticamente todo Júlia falou em como essa festa seria divertida, que nos faria esquecer nossas preocupações. Apenas ela falava e preenchia o silêncio presente no carro, um silêncio que mais ninguém queria preencher.


Chegando, me senti um pouco aliviado, pois Júlia parou de tentar nos tranqüilizar, ou seria nos animar? Uma fila enorme se projetava ao redor da boate, porém nós não precisaríamos esperar ali. Fomos diretamente à entrada, onde se encontravam seguranças, mostramos nossos convites e rapidamente entramos em um corredor escuro, onde as únicas iluminações existentes eram luzes negras que nos fazia brilhar levemente no escuro.


Após andar um pouco, nos aproximamos de grandes portas por onde já podíamos escutar a música. Ao abri-las pude ver luzes de cores berrantes, piscando freneticamente em direções variadas, iluminando os convidados que dançavam na pista. Mãos erguidas tentando fazer com que as bebidas fluorescentes não derramassem. Barmans fazendo malabarismos com as garrafas. A música pulsante e agitada que agora enchia aos meus ouvidos, fazendo-me bater os pés ritmadamente.


Vejo andando em nossa direção o dono da festa, um grande amigo de muito tempo.


- Pensei que vocês não viriam!


- Foi por pouco! – Falei, abraçando-o.


- Pensei realmente que vocês ficariam tomando conta da Katrina!


- Eu queria muito. Mas fomos meio que... Forçados a comparecer na sua festa. – Disse o Luca.


- Ainda bem que forçaram vocês, fico feliz! – Disse ele, cumprimentando o resto de nosso grupo. – Ei, essa eu não conheço!


- Ah, essa é a Júlia, nossa irmã! – Falou Jason.


- Júlia, esse é o Oliver Vosgrau, nosso amigo! – Disse Dean. Logo em seguida os dois dão um passo à frente e se abraçam.


Vi que Júlia havia gostado do Oliver, pois praticamente o resto da festa ele passaram juntos. No decorrer daquilo, nós ficamos dançando separadamente, encontrando vários amigos pelo caminho. Inicialmente fiquei com uma enorme vontade de beber, eu queria esquecer minha ansiedade, minhas preocupações. Porém logo me lembrei do pacto que havíamos feito. Um grande grupo de amigos se comprometeu a não beber até completar dezoito anos, mas no aniversário de dezoito faríamos uma enorme festa, onde “batizaríamos” o aniversariante, deixando-o extremamente bêbado pela primeira vez.  Às vezes um ou outro dava uma escorregada, mas era perdoado.


Eu não estava com muito ânimo para ficar naquela festa. Ao longe ainda pude ver Júlia dançando com o Oliver. Jason um pouco escondido, beijando uma garota desconhecida. Luca e Damon dançando na pista, fazendo alguns passos de uma coreografia que havíamos montado tempos atrás. Resolvi ir para o lado de fora tomar um pouco de ar, passando pelo corredor, pude perceber que alguém me seguia, não quis olhar para trás, continuei andando normalmente até a saída, me distanciei um pouco da boate. Parando, senti uma mão tocar meu ombro, imediatamente me viro para ver quem é.


- Ah, cara, você quer me matar? – Perguntei, aliviado com a figura que estava a minha frente.


- Desculpa, só queria ver se você está bem! – Falou Dean, tranqüilizando-me.


- Sim, eu estou indo... – Falei em um tom duvidoso.


- Eu também estou assim! – Disse ele, no mesmo tom que eu.


- Mas ela vai acordar!


- E vai ficar mais linda do que já é!


- O que é isso mano? Tá de olho na minha irmã? 


- Eu? O que é isso cara?


- Olha que você respondeu a minha pergunta com outra pergunta! 


- Não, eu não estou de olho na sua irmã!


- Cuidado! – Avisei, em um falso tom de ameaça. - Mas sua irmã...


- O que? – Perguntou o Dean, tomando o mesmo tom que eu.


- É cara, a sua irmã é linda. E com o perdão da palavra... – Falei rindo - gostosa. 


- Eu só falei que a sua irmã é linda, e você tá chamando a minha de... Gostosa? – Questionou ele, fazendo uma careta. – Mas tudo bem, tudo bem... Quando sua irmã acordar...


- Cuidado... – Reforcei o aviso.


O vi olhar para mim, com os olhos um pouco arregalados, expressando, pelo que percebi, um falso medo. Passamos alguns segundos nos encarando e logo em seguida começamos a rir como dois idiotas. Sentamo-nos na calçada mais próxima e ali ficamos conversando, porém não ficamos ali por muito tempo, afinal, o que as pessoas pensariam se nos vissem ali com uma festa daquelas acontecendo? Entramos rapidamente, rindo desse fato.


Ao entrar resolvi me divertir um pouco, dancei com meus irmãos, com amigos, com uma linda garota que encontrei. Após horas, eram cinco da manhã, fomos para casa. O caminho de volta foi mais calmo. Chegamos rapidamente em casa, coloquei o carro na garagem e entramos. Fui diretamente a meu quarto, tomei um banho e dormi quase que instantaneamente.


Assim que acordei desci para comer alguma coisa, e todos estavam lá, comentando sobre a festa. Eu queria muito saber como estava a Katrina, mas fomos proibidos de entrar naquele quarto, eles diziam que nós estávamos nos preocupando demais. Eu particularmente não queria ir à escola, Ryan e Beth disseram que nada poderia atrapalhar nossos estudos, então, eles resolveram proibir visitas.


- Cara, eu adorei aquela festa! – Disse Jason.


- Eu já fui à melhores! – Falou Damon. – Mas eu sei bem por que você gostou tanto assim!


- Eu também amei! – Concordou Júlia.


- Você também! – Falei, olhando-a de um modo suspeito.


- E por que você gostou tanto senhorita Júlia? – Perguntou Ryan.


- A pai... – Falou ela, gaguejando um pouco e me olhando com fúria. – Eu encontrei várias amigas lá!


- Hum... – Murmurou Ryan, semicerrando os olhos. 


- O que foi? – Perguntou Júlia.


- Nada. Mas você sabe que eu quiser, descubro tudo, não é?


- Claro pai. – Falou ela, dando um sorriso e balançando a cabeça afirmativamente.


- E vocês, gostaram da festa? – Perguntou Beth ao resto de nós. 


- Como o Damon disse: Já fomos à melhores. Mas ontem eu não estava com muito ânimo para festas.


- Onde está o Dean? – Perguntou Júlia.


- Deve estar dormindo ainda. – Respondeu Beth.


- Eu estou com fome... – Disse Lili.


Enquanto falava, Lilian parou subitamente. Sendo interrompida por um grito. Não um grito de dor, não de medo. Mas um grito eufórico, alegre. Todos os rostos ali se transformaram, pude ver máscaras de susto, preocupação... E logo todos estavam sorrindo, percebendo o que estava acontecendo.


- Ela acordou... – Disse o Damon, direcionando-se à sala, enquanto era seguido por todos.


 


 


 


 



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Autor(a): Bia Vieira

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • candyportinonvondy Postado em 14/08/2012 - 20:18:53

    To amando a web. Posta mais


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