Fanfic: Legado - Escuridão
- Como é bom dormir.
Essa foi à primeira frase que eu disse ao acordar. Levantei-me, senti o chão frio sob meus pés. Tateando, me dirigi ao banheiro. Meu corpo estava um pouco rígido, estiquei-me o máximo que pude, senti minhas junções estalarem. Ainda tateando, procurei pela torneira, lavei meu rosto, enxuguei-o. Logo percebo que nada estava tão escuro como antes. Ainda confusa, abro meus olhos e com dificuldade vejo algumas coisas. Pude ver os movimentos que eu fazia com as mãos. Minha visão estava embaçada, mas eu via. Não consegui acreditar no que estava acontecendo.
Imediatamente sai do banheiro. Por incrível que pareça minha vista já estava normal, quero dizer, estava melhor do que antes. Olhei o enorme quarto à minha frente. Combinações de cores claras o deixavam leve, janelas enormes com uma sacada. Um closet, ao abri-lo vejo um espelho do meu tamanho. Mas aquela não era eu. À medida que me aproximava, a pessoa no espelho andava em minha direção, seu rosto expressava susto, suas sobrancelhas grossas e bem desenhadas unindo-se em sincronia com as minhas. Após algum tempo olhando aquela figura pude perceber meus traços. Meus grandes olhos azuis, que agora estavam de um azul vivo, líquido. Meu cabelo colorido estava maior. Meus lábios mais carnudos. Minha pele morena clara esta com um rubor natural. Eu havia crescido, e muito. Meu corpo estava diferente, eu tinha o corpo de uma mulher, não de uma adolescente de quinze anos, e por sinal, eu era uma mulher bem dotada.
Examinando-me pude perceber que eu havia mudado. Agora eu era uma Electra. Fiquei muito feliz por isso. Eu podia ouvir muito bem, podia ver muito bem, tudo tinha seu cheiro e eu podia distinguir muito bem isso. Logo um sorriso apareceu em meu rosto. Olhei-me de corpo inteiro novamente, aquela roupa que eu vestia não me agradava.
- Mas que merda é essa? – Sussurrei pra mim mesma.
Eu estava de vestido. Eu nunca gostei de vestido. Logo, olhei à meu redor procurando algo que me agradasse. Achei uma short e uma regata branca, era o que mais caia bem à meus olhos. Vesti-me rapidamente. Eu ainda não acreditava no que estava acontecendo. Levei algum tempo, mas quando a minha ficha caiu eu dei um grito de euforia, meu sorriso aumentou. Dirigi-me para fora daquele closet, eu queria vê-los, ver os meus irmãos novamente. Conhecer aqueles que me acolheram e me apoiaram.
Sai do quarto, desci rapidamente o primeiro lance de escadas. Eu podia ouvir a respiração deles, estavam ansiosos. Logo cheguei ao segundo lance. Parei instintivamente. Dando um passo à frente, sorrindo e me estendendo a mão, vejo o Damon. O primeiro que vi. Ele estava como sempre, com o mesmo rosto, o mesmo sorriso. Não me contive.
- Eu te vejo. – Gritei euforicamente. – Damon, eu vejo você.
E assim desci correndo as escadas, escorregando a minha mão pelo corrimão. Parei e quando me preparei para abraçá-lo, minha mãe passa direto, eu estava prestes a cair, mas Damon me segura, abraçando-me forte. Quando levando minha mão vejo um pedaço do corrimão. Assustei-me, eu o havia quebrado, mas nem força eu tinha feito.
- Cuidado maninha, você é forte agora. – Falou Damon em meu ouvido.
- Eu vejo você. – Falei, com lágrimas nos olhos.
Assim que me soltou, saindo de minha frente, pude ver os meus outros dois irmãos. Como os outros, com enormes sorrisos em seus rostos. Abraçando-me um por vez, dando-me beijos no rosto. Eu pude sentir a felicidade deles se fundindo com a minha.
- Caramba, você cresceu! – Disse o Rafa.
- Cara, nós vamos sofrer agora! – Disse o Luca para os outros dois.
- Sim...
Enquanto os meninos conversavam, vi uma mulher andando em minha direção. Suas feições eram delicadas, doces; seus cabelos castanhos claro chegando ao meio de suas costas, seus olhos castanhos examinavam-me cuidadosamente. Logo um sorriso floresceu em seu rosto quando percebeu o meu reconhecimento.
- Elizabeth! – Afirmei, logo sendo abraçada por ela.
- Que bom que você acordou! – Disse ela, me soltando e dando espaço para o próximo da fila.
Um lindo homem de olhos verdes se prontificou ao lado de Beth. Abrindo, como todos, um enorme e lindo sorriso. Dando-me um abraço, ele falou:
- Você não tem idéia do quanto eles esperaram por isso.
- Ryan, eu pensei que você era mais baixo. – Disse eu, impressionando-me com seu tamanho.
Logo atrás estava uma garota alta, sorrindo e pulando euforicamente. Seu rosto delicado e seus traços perfeitos diziam-me que eu era bem-vinda naquele lugar. Veio andando elegantemente em minha direção.
- Oh meu Deus, você ficou perfeita! – Falou Júlia, abraçando-me.
- É muito bom poder te “conhecer”! – Disse eu simplesmente.
Um pouco mais afastado estava um homem de estatura média, cabelos bagunçados e em tom claro, seus traços retos... Em seus braços estava uma pequena menina, seus olhos castanhos me olhavam e logo ela estava sorrindo para mim. Aquela só podia ser Lili. E ele, bem, ele poderia ser o Jason ou o Dean. Provavelmente a primeira hipótese, seu porte físico era menor em comparação ao Dean. Abracei-os.
Eu havia me encantado rapidamente por todos. Não só por sua beleza, mas pela generosidade, a facilidade com a qual eles acolhiam uma pessoa. Sua incontestável educação.
Ainda me faltava conhecer um importante membro daquela família. Não o identifiquei naquele ambiente, ele não se encontrava ali, infelizmente ele não estava ali. Quando eu me preparei para perguntar por ele, escuto uma voz chamando meu nome.
- Katrina? – Disse o Dean. – Você acordou.
Assim que me viro, vejo aquela figura alta e musculosa. Seus olhos verdes estavam focados em mim. Sua boca estava escancarada em um “O”, porém logo se transformou em um lindo sorriso. Fui andando involuntariamente em sua direção, não tão involuntariamente assim. Rapidamente ele abriu os braços, pronto para receber-me. Um sorriso nasceu em meu rosto. Eu estava feliz por poder vê-lo. E então eu senti seus braços a meu redor, seu abraço apertado e quente me recebeu.
- Você cresceu. – Falou ele, olhando-me.
- Você é lindo. – Eu sussurrei para mim mesma.
- O que?
- Nada. – Respondi um pouco sem graça, torcendo para que ele não tivesse entendido o que falei anteriormente.
Eu ainda não havia olhado em volta, não havia reconhecido aquele lugar. A sala tinha uma decoração de bom gosto. Suas paredes claras contrastavam com a única parede em tom escuro ao fundo. Todos os detalhes combinavam elegantemente.
- Você está com fome? – Perguntou-me Elizabeth.
- Na verdade não estava até você me lembrar! – Falei, sentindo o ronco se formando em minha barriga.
- Vou preparar o café da manhã. – Disse ela, direcionando-se à cozinha.
- Eu quero te ensinar a dar o seu primeiro choque. – Disse Júlia.
- Hein?
- Sim, eu vou te ajudar.
- Você vai acabar dando um choque nela, isso sim. – Disse Jason, tentando implicar com sua irmã.
- Olha! Eu estou muito feliz para levar essas suas implicâncias para o lado pessoal neste momento. – Falou Júlia, em um tom superior.
- Duvido! Se eu quiser, eu consigo te tirar do sério.
- Não consegue não...
Enquanto eles discutiam, eu os olhava estranhamente, eu nunca havia presenciado uma discussão deles. Era engraçado, aquilo era uma forma de amor, eu podia ver o afeto mesmo naquelas palavras agressivas. A relação deles era diferente da minha com meus irmãos. Nós nunca brigávamos. Demonstrávamos afeto abertamente. Às vezes uma implicância ou outra em tom de brincadeira aparecia, mas nada assim. Logo eles estavam voando um no pescoço do outro, ninguém queria se meter, mas todos assistiam e riam.
- Pela ela Jay. – Falou a Lili.
- O que é isso tampinha? –Falou o Dean, pegando a Lili nos braços. – Você tem que torcer para quem tem menos chances de vencer!
- Pega ele Juh. – Disse Lilian, trocando rapidamente de preferências.
Após um café da manhã animado. Fui tomar um banho, passei um bom tempo debaixo do chuveiro, sentindo a água quente escorregar por meu corpo. Procurei mais alguma roupa que me agradasse, achei uma blusa verde rendada e uma calça jeans, resolvi rasgar a parte da renda, então eu fiquei com um top, coloquei um colete jeans e me olhei no espelho, eu gostei do jeito que aquela roupa ficou, achei rapidamente um tênis e calcei. Assim que cheguei à sala ouvi Júlia falar.
- Oh meu Deus. O que ela fez com a roupa?
- Essa é a Katrina que eu conheço! – Disse o Damon.
- Só tem coisa que eu não gosto naquele closet. – Falei, fazendo cara feiz.
- E que tipo de roupa você gosta? – Perguntou Júlia, logo se interessando pelo assunto.
- Sei lá... Mas com certeza não está naquele guarda-roupas.
- Então vamos ter de comprar roupas novas para você.
- Ela está ferrada... - Sussurrou o Dean, tentando ser discreto, mas eu pude ouvir perfeitamente.
- Iremos esta semana. Afinal, você está preste a entrar no instituto.
- É... – Falei simplesmente.
- Se o seu cabelo mudar de cor acho você nem vai perceber. – Disse Júlia passando a mão em suas mechas em tom verde.
- Será que ele fica com mechas verdes e azuis? Por que se for, não vai aparecer em nada! – Falei rindo.
- Pelo menos o meu cabelo não ficou colorido, seria estranho! – Disse Jason, pensativamente.
- Muito estranho! – Concordou Luca, fazendo careta.
- Vem. – Disse o Damon, puxando-me porta afora.
- Onde vamos?
- Você vai ter suas primeiras experiências como Electra. – Respondeu-me Rafa.
- O que vamos fazer? – Perguntei curiosa como sempre, ao perceber que todos nos seguiam, exceto Lili, Ryan e Beth.
- Vem! Siga-nos. – Disse o Luca desaparecendo, logo sendo seguido por todos.
Eles haviam adentrado na floresta. Eu ainda não havia visto nada, tudo era tão vivo. As árvores enormes e de espécies variadas impunham-se. Virei-me e olhei a casa. Uma enorme porta de madeira e aço recebia-nos, grandes janelas de vidro mostravam parcialmente o interior da casa. Algumas partes da frente eram compostas por uma madeira clara, lisa. Lembrei-me de minha antiga casa.
Virei-me novamente em direção à floresta. Eu havia demorado algum tempo observando aquilo tudo. O sol iluminava aquele lugar, dando um toque de alegria. Logo um sorriso veio a meu rosto, agora eu podia sorrir novamente, eu estava feliz, não era nada forçado como antes. Entrei na floresta, procurando-os, não corri, simplesmente andei, queria olhar cada detalhe, sentir o que nunca havia sentido. A trilha era bem marcada, não havia como uma pessoa se perder ali. Porém eu tinha certeza que eles não haviam seguido aquela trilha, com certeza estavam correndo sem rumo por aí. Eu podia sentir o cheiro de cada um. Alguns foram por um caminho, outros por outro.
Comecei a correr, eu estava ansiosa para saber como era. E quanto mais eu tentava, mais rápido os meus pés se movimentavam. Mais cedo eu pensava que havia corrido, mas em comparação a isso, eu estava andando em câmera lenta. Quando era mais nova, meus pais me carregavam em suas costas, ou até mesmo nos braços, enquanto corriam a uma incrível velocidade, eu via as coisas passaram por mim, mas tudo estava embaçado. Porém isso, sentir minhas próprias pernas, sentir o vento passar por todo o meu corpo, era totalmente diferente. Poder ver cada detalhe, mesmo correndo naquela velocidade...
E então eu comecei a segui-los, logo alcancei o Luca e a Júlia, corriam lado a lado, Júlia estava tentando ultrapassá-lo, mas ele mantinha o seu ritmo normal. Logo me apressei, ultrapassei-os e dei tchau. Eles sorriram pra mim, retribuindo o sorriso, continuei a correr. Mais a frente estavam o Luca, Jason e Damon, como os outros dois, apostando corrida. Eu não tive dificuldade em ultrapassá-los, aquilo se tornara muito fácil para mim. Corri por mais algum tempo, estranhei não ter encontrado o Dean com os outros. Porém, logo eu o encontrei, ele corria sozinho, distraidamente. Assim me aproximei, ao passar por ele dei-lhe um tapa na cabeça. Seu corpo se projetou para frente, ele havia perdido o equilíbrio, mas logo voltou a sua posição inicial. Eu estava a sua frente, olhei para trás e dei um sorriso debochado. O vi semicerrar os olhos, e rapidamente gargalhou, apontando para frente. Assim que me virei, sinto uma coisa sólida, dura. Eu havia esbarrado em uma árvore. Bati de corpo inteiro, e cai no chão. A árvore, bem, a árvore com um estalo barulhento, tombou e caiu na direção contrária a mim. Senti o sangue quente escorrendo por meu rosto, porém quando passei a mão para sentir o corte, não havia nada ali. Se eu tivesse me machucado, eu já estava intacta de novo. Mas eu não podia dizer o mesmo da pobre árvore.
- Você está bem? – Disse o Dean, vindo em minha direção.
- Oh seu idiota, por que você não avisou? – Perguntei, furiosamente.
- Por que eu queria ver essa cena. – Disse ele gargalhando novamente. – E eu sabia que quem se machucaria era a árvore.
- Você é um idiota, sabia?
- Tá bravinha? Vai me matar?
- Estou com vontade! – Falei, andando lentamente em sua direção.
- Estou ficando com muito medo. – Disse ele, levantando as mãos em um sinal de rendição. – O que uma simples Electra poderia fazer contra mim, um Spectro?
- Eu poderia te dar um bom choque se eu soubesse. Mas como eu ainda não sei, posso usar a força bruta. – Falei, desafiando-o.
- Tenta... – Disse ele, desafiando-me também.
Imediatamente eu meu corpo ficou em posição de ataque, um rosnado baixo escapou por minha boca. Aquele som me assustou um pouco, era um som bruto, me lembrava um animal selvagem.
- Ui, ela rosnou pra mim! – Disse ele, levantando novamente as mãos. – Espera, você rosnou para mim? Eu também sei rosnar. – Falou ele, incredulamente, logo em seguida rosnando em resposta.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntou o Luca.
Eu não tinha percebido que eles estavam ali, assistindo aquela cena. Júlia e Luca olhavam-nos assustados para meu rosto provavelmente ensangüentado. Vagarosamente viraram-se e viram a árvore caída. Miraram-nos novamente, eles não entendiam por que eu estava em posição de ataque. Logo voltei ao normal.
- Você... Você derrubou aquela árvore? – Perguntou-me Júlia.
- Eu esbarrei sem querer. Ele fez questão de me deixar bater de cara na árvore!
- Foi muito engraçado. – Disse Dean, gargalhando. – Vocês não fazem idéia.
- Mas que merda aconteceu aqui? – Perguntou o Rafa, sobressaltado.
- A Katrina deu a louca e derrubou a pobre árvore! – Disse Júlia.
- Mas como? – Perguntou Jason.
- Ela esbarrou. – Disse o Luca.
- Foi até bem feito, quem mandou me dar uma tapa na cabeça? – Falou Dean, ainda achando graça naquilo.
- Deve ter doído! – Disse o Damon.
- Pobre árvore! – Complementou Jason, rindo.
Rapidamente todos estavam rindo. Levei algum tempo para achar graça naquilo, mas logo estava rindo e fazendo comentários junto com eles. Começamos a correr novamente, chegamos ao penhasco que o Dean havia me levado meses atrás. Era um lindo lugar, me dava à impressão de que eu poderia tocar o céu. Esse céu por sua vez estava limpo, totalmente azul. O vento batia ferozmente contra mim, mas era confortável. Aquilo era bom.
Após correr e brincar mais um pouco, voltamos para o enorme quintal em frente à casa. Júlia havia dito que me ajudaria a dar o meu primeiro choque. Eu não achava que aquilo era importante, porém ela dizia que aquele era um rito de passagem, e eu, como Electra, deveria passar. Fui praticamente obrigada por ela, eu insisti que não era preciso, mas a teimosia da Júlia venceu.
- Concentre-se, esvazie a mente. – Disse Júlia, incentivando-me. Com essas palavras lembrei-me de meus pais, no dia em que meus irmãos acordaram.
E assim eu atendi a sua ordem. Fechei meus olhos, tentei pensar no mínimo de coisas possíveis. Todos me assistiam, ansiosos por ver o que aconteceria. Respirei profunda e lentamente, deixando a concentração e a calma fluírem por todo o meu corpo. Senti meu coração acelerar. Questionei-me mentalmente se estava conseguindo. Porém, ouço alguém chamar-me assustado.
- Katrina? – Gritou a Júlia. – O que está acontecendo?
-Katrina? – Gritou o Luca dessa vez.
Rapidamente abro meus olhos, todos me olhavam, chocados com o que viam, mas eu não sabia o que eles estavam vendo. Júlia afastava-se de mim aos poucos, com cuidado, porém mantinha seus olhos grudados em mim. Meus irmãos levantaram-se imediatamente, correndo em minha direção.
- Katrina, você está bem? – Perguntou o Rafa.
- Estou, por quê?
Mas ele não respondeu a minha pergunta. Dean aproximou-se junto com seu irmão, os dois estavam exasperados, olhavam-me com olhos arregalados.
- O que está acontecendo? – Perguntei assustando-me com a expressão de todos.
Mas ninguém me respondia. Logo minha expressão foi contagiada por eles. Tive certeza que meu rosto expressava pavor, medo.
- Olhe para si mesma. – Disse o Dean.
- O que? – E assim olhei-me e pude ver o que acontecia.
Eu não podia acreditar. Era impossível, todos estavam tendo miragens, só podia ser isso.
- Mas que porr* é essa? – Perguntei pra mim mesma.
Minhas mãos e pés estavam em chamas. “Isso é impossível.” Essa era a única coisa que eu pensava. Comecei a entrar em desespero, porém aquilo não foi uma boa coisa. Quanto mais eu me desesperava, mais o fogo se espalhava por meu corpo. Rapidamente meu corpo todo estava pegando fogo.
- Oh meu Deus, o que está acontecendo? – Perguntou-me o Jason.
- A, você me pergunta como se eu soubesse o que está acontecendo! Eu não acredito que eu estou respondendo essa pergunta. Eu estou pegando fogo. - Eu gritei, dando ênfase na ultima frase.
- Se acalma. Você tem de se acalmar para o fogo baixar. – Disse o Damon, afinal, aquela era a especialidade dele.
- Você fala como se fosse fácil eu me acalmar. Eu estou pegando fogo. – Eu não conseguia falar, apenas gritava.
O Dean tentava se aproximar de mim, porém o Luca disse para ele não fazer isso, ele sairia queimado. Era incrível, pois meu corpo todo estava em chamas, mas nenhuma parte dele dava sinal de dor. Eu apenas estava em chamas, mas não queimando.
-Fecha os olhos e tente se concentrar novamente. – Disse o Damon.
Assim eu tentei novamente, fechei meus olhos e concentrei-me, a mesma sensação de antes me veio. Senti que o fogo baixava, e assim abri os olhos.
- Katrina... – Falou o Rafa, em um tom envergonhado.
- O que foi agora? – Disse eu, olhando.
Assustei-me mais uma vez. Eu estava sem roupa, na frente de todos. Meu rosto ficou imediatamente quente. Rapidamente corro para a floresta e me escondo atrás de uma árvore. Após alguns longos segundos de espera, ouço alguém me chamar.
- Katrina? – Disse Júlia. – Você está aí?
- Júlia. Quem está com você? – Perguntei, assustada.
- Eu estou sozinha! Vem! Eu trouxe uma roupa para você!
- Vem você aqui.
- Tá bom! – Disse ela, rapidamente vindo até mim e me entregando as roupas.
- Eu não vou voltar para aquela casa. – Disse eu, vestindo-me.
- Quem disse isso?
- Eu!
- Você vai voltar sim. E pronto.
-Tá, eu vou voltar.
- É assim que eu gosto. – Disse Júlia, com certa autoridade.
Após vestir toda a roupa, nós voltamos. Eu estava envergonhada. O quintal estava vazio, parei, eu não queria entrar ali. Mas eu tinha. Então, assim que Júlia abriu a porta, eu me dirigi, correndo em alta velocidade, a meu quarto. Tranquei-me e jurei para mim mesma que não sairia mais dali. Hoje eu havia passado por uma das maiores vergonhas da minha vida. E não teria coragem de olhar mais para nenhum membro daquela família por um bom tempo.
Autor(a): Bia Vieira
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).