Fanfics Brasil - 3) Separe as peças a serem usadas primeiro A vilã morre no final

Fanfic: A vilã morre no final


Capítulo: 3) Separe as peças a serem usadas primeiro

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–Capitã Cortez na linha – Ela andou de um lado para o outro com o telefone por satélite encostado na orelha – OK, quais as coordenadas do destino? – Pegou um papel qualquer sobre a escrivaninha velha e marrom. – 23º 14’’3’ – Torneli repetiu para que a pessoa do outro lado da linha confirmasse. Estava certo.


Colocou a anotação dentro do bolso interno da farda. Passou pela porta rapidamente, fechando a com destreza, caminhou a passos largos. Na verdade, estava com pressa. Entrou no vestiário, destrancou o armário 239, pegou sua mochila. Trocou de roupa com agilidade, pôs a farda, jogou a mochila para dentro do armário, certificou-se de fechar bem o 239. Entrou num eclipse amarelo modelo 2000, com um motor V6 turbo. Manobrou rapidamente e saiu com uma velocidade, aliás claramente acima do limite de velocidade.


Quando retornou já era fim de tarde, os calouros do exército estavam encerrando o treinamento. O Sargento Teixeira viu Emiliane Cortez se aproximar sem sua habitual farda, na verdade, ela estava com uma blusa verde escuro com manga curta e que o comprimento ia além do quadril, uma calça jeans e um tênis preto.


– Onde você estava ? Você sumiu – O Sargent se aproximou para que somente ela ouvisse, ela não parou de andar o que o obrigou a acelerar seu ritmo – Eu perguntei por você e ninguém sabia responder, tive que fazer o treinamento dos calouros sozinho, da próxima vez você deveria pelo menos avisar.


Ela parou subitamente e se virou para encará-lo. Os olhos dela eram de um verde um pouco assustador assim de perto, como o Sargento Teixeira pode constatar de perto, muito perto aliás. Ela sussurrou.


– Sargento Teixeira, eu não lhe devo satisfações, e quando se dirigir a mim, ponha se no seu devido lugar e me chame de Capitã Cortez, porque você é o tratamento dado a sua mãe.


Com isso ela continuou seu caminho até o armário 239. O Sargento Teixeira se restringiu a ficar olhando aquela mulher ir sumindo de sua vista, alguns calouros cometeram o deslize de ficar olhando a cena. Quando o Sargento conseguiu virar-se e deparou com olhares tão atentos não pensou duas vezes.


– O que vocês estão olhando seus imbecis? Todo mundo no chão 50 flexões, chão!


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Bem, eu estava até que me adaptando. Nos fins de semana eu podia relaxar com minha mãe e Sofia, aliás ela estava uma pimentinha, cada resposta....nem parece coisa de criança.


Hoje era um dia diferente, a gente treinava praticando boxe, modéstia à parte eu era bom. Como eu lhe falei, não sou um deus grego esculpido em mármore, mas eu fazia algo muito importante nesse esporte, fazia estratégias. A primeira luta que eu tive foi contra um adversário maior que eu, Robson. Ele já tinha seis meses de treinamento, eu dois. O primeiro round começou com ampla vantagem para meu adversário, levei alguns jabs nas costelas, pus meus punhos na frente do rosto , os socos dele foram me empurrando para as cordas. Aí eu fui tentar atacar, o resultado foi um contra- ataque fulminante, fui acertado na costela e por fim um cruzado de direita que atingiu meio queixo e me fez ver um céu bem estrelado.


Eu gostaria agora de fazer uma pequena pausa,com o seu consentimento é claro, para explicar minha situação. Sempre achei esse negócio de lutas uma bobagem, mas agora eu estava em cima de um ringue recebendo uma surra sem igual. Eu percebi que não é somente a força do soco que vence a luta. Como você deve ter percebido no parágrafo anterior eu levei uma senhora pancada, estava completamente tonto , senti meu corpo bater com força no chão.Toda e qualquer espécie de som foi silenciado.


Escuridão.


E de súbito claridade e um conjunto de sons mal distribuídos. As figuras se embaralharam na minha frente, era como olhar pela janela de um carro rápido demais.


1.2.3....Isso era a contagem, mais um pouco e eu estaria fora...4.5...Eu precisava levantar, meus músculos estavam desobedientes, mas eu forcei,rodei e fiquei de bruços apoiando as mãos no chão e os joelhos dando sustentação...6.7.8..levantei. Lutadores nos cantos do ringue. E a luta recomeça, a pancadaria também e lá estava eu apanhando de novo, foi aí que percebi que Robson dava seus golpes e levantava ligeiramente o pé esquerdo, para pegar impulso.


Sabe,História é um curso muito bom. Ensina você a pensar e o melhor, a enxergar além do óbvio. Lembrei da organização do exército de Felipe da Macedônia, em forma de triângulo, assim fica mais fácil se esquivar do exército adversário. Nem sei porque estava me lembrando disso enquanto minhas costelas estavam sendo surradas. Mas deve ser aquele tipo de momento que você simplesmente voa em seus pensamentos e isso pode acontecer com qualquer um em qualquer hora, quando alguém está falando com você, no meio de uma aula chatíssima ou do nada (ou você nunca riu sozinho?).


Terceiro Round. Comecei virando o corpo, tentei manter um ritmo confortável, fiquei de lado com a cabeça virada para meu adversário. Ele sorriu mangando da posição peculiar. Ele preparou um jab de direita para atingir minhas costelas, desviei com um passo para trás, logo em seguida percebi que ele preparava um cruzado, lembrei do pé que ele levantava para tomar impulso. Quando o punho veio em minha direção atravessando em direção ao meu rosto pela esquerda, saltei para desviar e disparei um soco no lado direito do rosto dele. Acertei em cheio, ele sentiu o impacto, agora ele que estava tonto, aproveitei e continuei atingindo o em vários lugares.


Enfim, talvez você não goste de boxe, vamos aos finalmentes. Eu venci, foi como a seleção do Butão vencer a seleção brasileira. E nem pense que vou lhe dizer que passei duas semanas freqüentando a enfermaria para fazer curativos. Mas faço questão de dizer que continuei treinando afinal foi só a primeira luta.E foi assim que num belo final de semana, minha mãe e Sofia fizeram uma excursão com o grupo da igreja, eu não quis ficar em casa sozinho. Então,fiquei no batalhão e aproveitei para treinar um pouquinho agora que os machucados estavam mais cicatrizados. Eu era o único no quarto, na verdade a maioria das pessoas ia para casa nos fins de semana.


No sábado acordei as 06:00 a.m para correr pelo bairro, aproveitei e tomei café na padaria que ficava a 2 trechos do batalhão. Uma bela vitamina de mamão com banana e quem não está pronto para flexões? Não responda, estou sendo bem irônico. Mesmo assim fui para a área de musculação e comecei o exercício. Primeiro uma série de 50 flexões, descanso de 5 minutos e mais 50.Passos foram se aproximando, fiquei de joelhos e procurei pelo galpão destinado a atividades físicas. Ela se aproximou aos poucos de um saco de pancadas, eu instintivamente me encolhi para que não me visse, pôs luvas pretas e começou a deferir uma seqüência de socos e chutes sobre o saco. Eu pensei que poderia sair de lá sem ser notado dando a volta e chegando a porta. Bem, não podia. Levantei sem fazer barulho mas tratei logo de chutar um peso de musculação (doeu muito viu?), ela se virou abruptamente e me encarou com aqueles olhos verdemente assustadores, me senti fuzilado. Fiz aquela cara que você faz quando quebra o vaso especial da sua mãe.


– O que você pensa que está fazendo aqui ? - Ela parou a coletânea de golpes


– Eu estava fazendo uma flexões e....


– E por que você está aqui?


– Eu resolvi ficar, não tinha ninguém na minha casa então eu resolvi...


– Não quero saber da sua casa, idiota. Continue fazendo suas flexões e não me importune.


– Sim Senhora.


Continuei as flexões,tratei de ficar de costas para a Capitã Cortez, confesso que por mais de um motivo: medo, receio, auto-proteção, evitando ser fuzilado de novo.Depois dei alguns socos no ar ensaiando uma sequência para a próxima luta. Direita, esquerda,esquerda e direita de novo. Direita, esquerda, esquerda e , OK, eu estava muito tentado a dar só uma espiadinha, qual a chance dela olhar bem na hora que eu estou só matando a curiosidade? Ela estava num ritmo muito superior ao meio,desferindo socos e chutes com uma velocidade e precisão invejáveis. Ela parou por um instante, essa era a hora que eu desviava o olhar, mas eu não fiz. Ela se apoiou no saco de areia, eu não sou médico nem nada, mas ela não estava se sentindo muito bem.Eu tinha que ajudá-la, corri para chegar a tempo, ela desmaiou, eu cheguei tarde para evitar que ela batesse a cabeça com força no chão mais a tempo de sentir a pulsação, que por sinal estava bem ritmada.Ela estava fria, aparei a nuca dela com a mão, com a que estava livre balancei um pouco o rosto dela. Fui buscar água depressa, voltei a posição,molhei um pouco o pescoço e então fui percorrendo o caminho até a testa, não pude deixar de notar que deitada no chão de um galpão inconsciente, com os olhos bem fechados, ela parecia muito menos assustadora, aliás ela estava bonita, as linhas do rosto dela eram delicadas. Pinguei a água gelada sobre a testa. De repente como um disparo os olhos se abriram, não houve tempo para maiores explicações. Num tempo equivalente a uma piscadela de pálpebras ela se livrou das minhas mãos, ficou de pé , me imobilizou e me estrangulou usando o meu próprio braço para isso. Eu gostaria muito falar, mas o esmagamento da minha traquéia não permitiu. Acho que ela ficou com pena da minha falta de reação e me soltou. Eu caí no chão de bruços, tossi e tentei respirar, quando me virei de frente percebi que um revólver estava com o gatilho apontando na direção da minha cabeça. Pela primeira vez, tentei falar.


– O que...?


–Calado!


Dois minutos se passaram antes que ela falasse.


– O que você estava fazendo?


– Eu estava ali treinando e quando olhei você estava passando mal e-eu fui v-ver e vo-você desmaiou, fui pegar á-á-água - Apontei o copinho descartável amassado perto do pé dela, e sim, eu gaguejo quando fico muito nervoso - E-e-e v-você a-a-acordou e aí vo-vo-você...


– Certo, essa parte eu acompanhei


Ela refletiu por mais alguns segundos, abaixou a arma, mesmo assim eu não ousei mexer nem um milímetro do meu corpo.


– Levanta - Foi o que ela disse e eu obedeci imediatamente - Eu...machuquei o seu pescoço? - Ela passou o próprio dedo envolta do pescoço gesticulando.


– Só um pouquinho - Eu tentei sorrir, mas ela continuava séria.


– Eu pensei...


Ela não estava olhando para mim.


–Que eu tivesse pulado em cima de você e tentado matar você com a minha arma secreta? - Me abaixei e segurei o copo descartável.


Agora, ela esbanjou um sorriso de leve.


–Certo,qual o seu nome calouro?


– Tomás Daris, Capitã.


Emiliane estendeu a mão e eu a cumprimentei.


–Volte para os seus socos tortos Daris, e é melhor manter a boca bem fechada, você entendeu?


– Sim senhora.


Capitã Cortez saiu do galpão, não a vi mais durante aquele fim de semana, fiz minhas refeições na padaria, atualizei minha leitura de “O arminho dorme”, uma narrativa interessante baseada na história da Itália.


Ah, durante algum tempo não pude deixar de dar uma risadinha ao ver um copo descartável.



 


***Notas finais: Oi, olha vai melhorar, sério : l E comentem por favor, ok? xeru no coração de vocês ^^



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Autor(a): Liz

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • fah_ Postado em 23/09/2012 - 09:27:02

    como as outras, muito boa!!! vc escreve muito bem ... amei!

  • lizvieira Postado em 11/08/2012 - 21:39:33

    Lores2 - obrigada msm, um bjao Mary - professora, eu? Pff...nada disso, eu sou uma aluna curiosa e só! Eu que tenho mt aprender com vc, flor, sua determinação, persistência, enfim, vc traçou suas metas, e corre para elas, não é daquelas que esperam não. Devo,sim, me orgulhar de tê-la aqui. Obrigada, obrigada e obrigada, mesmk. Bj no coração.

  • maryprincess Postado em 11/08/2012 - 16:28:47

    Parabéns. Valeu a pena ter passado aqui sempre que podia esperando atualizações. Obrigada por ter nos presenteado com essa história tão rica, detalhada, interessante. Vc é minha professora na escrita. Um dia eu ainda quero ser boa como vc.

  • lores2 Postado em 11/08/2012 - 16:23:30

    Eu gostei muito.Muito mesmo parabéns!!!

  • lizvieira Postado em 05/06/2012 - 21:47:16

    Oi lores, ainda não comecei a escrever o último capítulo aushuahs professores msm em greve abalando nos trabalhos aushasu Que bom que vc está curtindo :D mas aqui no fanfics br as pessoas n comentam mto :( msm assim obrigada bjs

  • lores2 Postado em 04/06/2012 - 20:42:47

    Oi! Olha é o seguinte: Não demora tanto pra postar o último capítulo não viu?Isso aqui é bom demais!Acho que nem preciso dizer o pq né?A escrita fala por si... Não faço ideia do que possa acontecer no final,embora tenha meus palpites. Prefiro aguardar haha.. Meu nome ia ficar muito feio, credo!

  • manolorhcp Postado em 05/05/2012 - 19:55:23

    Oi, Liz. Estou lendo a fanfic. Você escreve muito bem. Não faça greve, viu? kkk Vou estar sempre aqui quando poder (;

  • maryprincess Postado em 02/05/2012 - 14:45:31

    Liz, que queria pedir desculpas por não estar lendo com a mesma frequência de antes. Como estou me dedicando a terminar Simplesmente Tita, acabo mergulhando de cabeça na web e muitas vezes esqueço de vir aqui, mas não faça greve. Vc é a melhor escritora que eu conheci. Se vc parar, vai deixar seus leitores órfãos.

  • lores2 Postado em 29/04/2012 - 21:27:47

    Faça isso não!!Greve não!!É chato,mas eu tô aqui.Quero ver a continuação hein.

  • lizvieira Postado em 15/04/2012 - 21:09:18

    lores2> Oi querida, obrigada por comentar! Continue a fazer isso por favor, ok? E obrigada pelo elogio :D sim uma pena....Se fosse um conto de fadas eles terminariam juntos no fim, garanto que não é o caso :O


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