Senti um clarão invadindo meu quarto, era um sinal de que eu não deveria continuar na cama. Dei um pulo. Puxei as cortinas com toda a felicidade que meu coração podia aguentar. 20 de Março. Era primavera. A época mais bonita e feliz do ano acabar de raiar dentro do meu quarto. Eu precisava aproveitar o sol, o calor. Tomei uma chuveirada e entoeei todo o repertório que me veio a cabeça. Provavelmente meus pais já teriam acordado, pois minha voz não é uma das melhores e eu estava cantando muito alto. Coloquei meu shorts e uma regata. Ah, regata, quanto tempo que não usava uma reagata. Sim, eu estava realmente muito feliz. Como se até o piscar dos olhos fizesse meu coração se encher de alegria. Tudo culpa da maravilhosa primavera.
"Mal posso esperar pra ir a praça com a Sophie!" - sussurrei.
Desci as escadas com uma velocidade inimaginável. Cheguei a mesa e parei. E congelei. Meus pais pareciam que estavam no pior dos dias de inverno. Retrai um pouco da minha euforia pra não assustá-los. Nenhuma palavra durante o café-da-manhã. ~Como sempre na verdade. ~
Depois do café, esperei minha mãe sair da mesa e fui com toda a doçura do mundo implorar a ela
- mamãe, lembra o que haviamos combinado? Hoje é a primavera, posso ir a praça com a Sophie? - perguntei eufórica.
Minha mãe com o rosto angelical que me passava paz, disse: - meu bem, você precisa pedir ao seu pai.
Ouvi atentamente o que ela dissera e fui pedir a meu pai.
Fui caminhando lentamente até meu pai... - Bom, pelo menos ele está com uma cara legal hoje. -Pensei.
- Olá pai, bom dia! Queria te pedir uma coisa... - Disse
- Oi, bom dia. Peça. - Respondeu ele
- Posso ir a casa da Sophie? É primavera, quero passear um pouco com ela! - Praticamente implorei
- Hum, acho que sim. Pediu a sua mãe? - Disse ele
- Já sim, ela disse que era pra eu te perguntar. Então posso ir? - Perguntei novamente
- Sim, pode ir. Mas volte cedo, ok?
- Ok. Tchau.
Subi as escadas rapidamente, não queria correr o risco dele mudar de ideia. Apressei-me em pegar meu ipod, e coloquei em minha bolsa (Quando se tem 15 anos, música é algo que não pode faltar). Terminei de arrumar minha bolsa, dei uma última olhada no espelho... É, parece que está tudo certo!
Desço as escadas outra vez.
- Tchau mãe. - Grito
-Tchau, volte cedo! - Ela gritou de volta
- Ok!
Abro a porta, e vejo as flores, há algo melhor do que uma tarde de primavera? Pego minha bicicleta, e pedalo até a casa da Sophie.
Chego na rua da casa dela, jogo minha bicicleta na entrada, e já corro para tocar a campanhia. Alguém atende o interfone, e diz:
- Olá, quem é?
- Olá, é a Charlotte! - Respondi de volta
- Aah, Charlotte querida, entre. - Respondeu a Sra. Evans, mãe da Sophie.
Ouvi o bipe, e vi a porta destravar. Entrei, e fui logo me apressando:
- Olá Sra. Evans, como vai? - Tentei ser educada. Mas até que sou bem educada, todos me apontam como uma menina "doce".
- Muito bem Charllote, e você querida? - Respondeu a Sra. Evans.
- Muito bem, obrigada. - Respondi.
A senhora Evans, virou e gritou: "Sophie, a Charllote está aqui!" Foi então que percebi, a Sra. Evans usava um vestido da CK. Muito bonito, por sinal. Um salto agulha da Salvatore Ferragamo. - Nossa, como ela consegue ficar assim o dia todo? - Pensei
Então Sophie apareceu no topo das escadas. Meu coração gritou de alegria. Sophia era minha melhor amiga, éramos amigas de infância. Meus pais eram muito amigos dos pais dela. Então isso facilitava e muito a nossa amizade.
-Sophiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiie! - Exclamei
- Charlotte! Já estava com saudade de você!
- Eu também! Vamos passear um pouco?
- Posso ir mãe? - Perguntou Sophie a mãe dela
- Claro, mas voltem cedo, tá? - Respondeu ela
- Claro. - Respondeu Sophie.
Sophie já estava arrumada, só subiu pegou a bolsa, e desceu rápido.
Passeamos a tarde inteira de bicicleta, e resolvemos ir ao Randy’s Donuts. E não vimos o tempo passar... Já estava escuro, e o noss caminho de volta era um pouco vazio demais. Mas encaramos essa, fomos pedalando, para voltar para casa, até que na esquina, vimos 2 homens se aproximando, meu coração gelou, a Sophia gemeu baixinho, eu não sabia o que fazer...
~Continua~
